segunda-feira, 13 de agosto de 2018

É hora de mudar. O modelo político esgotou...


POR JORDI CASTAN
O cenário eleitoral está posto. Os candidatos, como cavalos antes de uma corrida, estão prontos para a largada. Para o Legislativo, o resultado será conhecido já no dia 7 de outubro. Para o Executivo - em alguns estados - e para presidente será necessário esperar os resultados do segundo turno. Não há hoje um quadro claro que faça prever que o presidente será eleito já no primeiro turno.

Independente do que venha a acontecer até lá, fica claro que o modelo eleitoral brasileiro está esgotado, o eleitor tem a obrigação de votar e pode votar nas poucas alternativas que os partidos apresentam. A falta de renovação do sistema e a dificuldade imposta pelo modelo atual, que impede o surgimento de novas lideranças, condenam o eleitor a ter que escolher entre os mesmos de sempre. Sem renovação real, sem alternativas, a política nacional está cada dia mais podre. As alianças mais espúrias são possíveis porque não há nem moral, nem princípios que sobrevivam.

Todo o sistema eleitoral e o modelo político está construído para perpetuar as antigas capitanias hereditárias. Os nomes são os mesmos e os objetivos continuam sendo os mesmos que cem ou duzentos anos atrás, ou seja, a perpetuação dos mesmos clãs no poder. Em Santa Catarina, os mesmos nomes, as mesmas famílias. Um cheiro de ranço, de velho, de mofo. Não há, entre os candidatos ao Executivo ou ao Legislativo qualquer novidade. Os partidos, convertidos em espaços de poder privado, apresentam sempre os mesmos nomes, os mesmos candidatos, as mesmas propostas. A política catarinense fede. Falta ar fresco, luz e muita água e sabão para limpar tanta podridão. Não podemos contar com nenhum salvador da pátria. Não virá um Héracles moderno a limpar os estábulos de Áugias.

O modelo partidário está corrompido, esgotado. E sem uma mudança radical de modelo continuaremos vendo os mesmos nomes e sobrenomes, as mesmas propostas, as mesmas maracutaias. E o país está cada vez mais perdido. A única saída, antes da falência completa deste modelo, é entender que é hora de renovar, de não reeleger nenhum dos políticos que ai estão, que o tempo deles já passou, que nada fizeram pelo Brasil. Eles só enriqueceram, fizeram negociatas e não se preocuparam com o cidadão.

É hora de acabar com o fundo partidário. No Brasil que extinguiu, em boa hora, a obrigatoriedade da contribuição sindical, o fundo partidário é um anacronismo. A política só mudará com gente nova, com novas ideias, com novas propostas. É hora de mudar. Vamos começar não reelegendo ninguém desses que aqui estão. É tempo de mudança.

8 comentários:

  1. Tem que adotar o modelo alemão de voto distrital misto. Subdividir os estados e municípios em regiões com representantes e a alçar aquele com mais votos. O impedimento pelo STF de contribuição empresarial também foi um tiro no pé. Ao invés de propor medidas que limitariam essas contribuições (limite máximo, para um único candidato ou para um único partido), o STF preferiu jogar pra galera-politicamente-correta-justiceira e proibir a contribuição de empresas (algo que deveria ser função do legislativo, não do judiciário). Agora esperem o PCC investir em caixas dois, três, quatro…
    Por outro lado, a cláusula de barreira porá fim em muitos partidecos-sem-vergonha que não passam de instrumentos para garantia de tempo de TV. Somente esse instrumento fará uma limpa em pelo menos 1/3 dos partidecos já no primeiro ano (aí entra o PC do B, por exemplo).
    Enfim, sonho com o fim da obrigação de justificar o voto (coisa de países atrasados) e em um parlamentarimo, mas antes o povo tem que escolher melhor quem o representa. Tarefa árdua num universo em que 30% daqueles que não pretendem votar em branco ou nulo (algo em torno de 60%) está disposto a votar num presidiário ou no seu cavalo/poste/porta. Ou seja, fatos recentíssimos sobre a péssima gestão e ataques às instituições são esquecidos pelos brasileiros. O que faz a falta de aulas de história, substituídas por contos de fadas sobre “gópi” nos bancos escolares...

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  2. Falam em reforma política desde o tempo das capitanias hereditárias.

    Para trabalhar na Tupy (uma das empresas mais agressivas do país) o sujeito precisa ter o ensino fundamental completo.

    Para colar etiqueta na geladeira da Consul, precisa o ensino médio completo.

    Para colocar bebês para dormir em berçário de creches, precisa de faculdade.

    Para ser presidente da república, primário basta. Para deputado federal, saber escrever.

    A quem interessa uma reforma política?

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  3. Como se não bastasse tudo isso, ainda temos um certo partido político que pretende fraudar as eleições, colocando a cara de um presidiário na urna enquanto o seu cavalo recebe os votos dos incautos.

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  4. Nem Deus salva esse país do caos...

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    1. Por isso ele não é candidato...sabe que nem com milagre, nem com reza brava

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