POR JORDI CASTAN
O cenário eleitoral
está posto. Os candidatos, como cavalos antes de uma corrida, estão prontos para
a largada. Para o Legislativo, o resultado será conhecido já no dia 7 de
outubro. Para o Executivo - em alguns estados - e para presidente será necessário esperar
os resultados do segundo turno. Não há hoje um quadro claro que faça prever que
o presidente será eleito já no primeiro turno.
Independente do
que venha a acontecer até lá, fica claro que o modelo eleitoral brasileiro está
esgotado, o eleitor tem a obrigação de votar e pode votar nas poucas
alternativas que os partidos apresentam. A falta de renovação do sistema e a
dificuldade imposta pelo modelo atual, que impede o surgimento de novas lideranças, condenam o
eleitor a ter que escolher entre os mesmos de sempre. Sem renovação real, sem
alternativas, a política nacional está cada dia mais podre. As alianças
mais espúrias são possíveis porque não há nem moral, nem princípios que sobrevivam.
Todo o sistema eleitoral
e o modelo político está construído para perpetuar as antigas capitanias hereditárias. Os nomes são os mesmos e os objetivos continuam sendo os mesmos que cem ou
duzentos anos atrás, ou seja, a perpetuação dos mesmos clãs no poder. Em Santa Catarina, os mesmos nomes, as mesmas famílias. Um cheiro de ranço, de velho, de mofo. Não
há, entre os candidatos ao Executivo ou ao Legislativo qualquer novidade. Os
partidos, convertidos em espaços de poder privado, apresentam sempre os mesmos
nomes, os mesmos candidatos, as mesmas propostas. A política catarinense fede. Falta ar fresco, luz e muita água e sabão para limpar tanta
podridão. Não podemos contar com nenhum salvador da pátria. Não virá um Héracles
moderno a limpar os estábulos de Áugias.
O modelo partidário está
corrompido, esgotado. E sem uma mudança radical de modelo continuaremos vendo os mesmos nomes e sobrenomes, as mesmas propostas, as mesmas maracutaias. E o país está cada vez mais perdido. A única saída, antes da falência completa deste modelo, é entender que é hora de renovar, de não reeleger nenhum dos políticos
que ai estão, que o tempo deles já passou, que nada fizeram pelo Brasil. Eles só
enriqueceram, fizeram negociatas e não se preocuparam com o cidadão.
É hora de acabar com o
fundo partidário. No Brasil que extinguiu, em boa hora, a obrigatoriedade da contribuição
sindical, o fundo partidário é um anacronismo. A política só mudará
com gente nova, com novas ideias, com novas propostas. É hora de mudar. Vamos
começar não reelegendo ninguém desses que aqui estão. É tempo de mudança.