POR SALVADOR NETO
Parklets. A maior cidade do estado de Santa Catarina, que ainda não tem um parque municipal de respeito, mal mantém suas poucas e pequenas praças, expõe seus ciclistas ao perigo em ciclofaixas que tentam se adequar ao planejamento urbano voltado aos veículos, sem continuidade, ligação e interligações seguras, e briga para desviar dos buracos que insistem em se multiplicar diante da inércia da administração Udo Döhler (PMDB), tem agora uma novidade americana. Vagas que anteriormente eram para estacionamento de carros agora poderão se transformar em espaços de convivência, lazer e até cultura.
Meritória a iniciativa que se
espelha e faz uma espécie de benchmarking urbano da administração petista de
Fernando Haddad em São Paulo, pioneira na implantação dos tais parklets no Brasil. A
diferença da maior daqui para a maior de lá e do país é que lá há um movimento
planejado de mudança cultural liderado pelo Prefeito e Governo.
Estão em mudança, dura inclusive, a velocidade máxima nas vias, implantação de corredores de ônibus, ciclovias imensas, sinalizadas, e junto os agora famosos parklets, entre outras medidas. Algo sinérgico, compreendido primeiro pela administração, e depois em esforço monumental de convencimento e comunicação. Algo ousado, novo, articulado.
Estão em mudança, dura inclusive, a velocidade máxima nas vias, implantação de corredores de ônibus, ciclovias imensas, sinalizadas, e junto os agora famosos parklets, entre outras medidas. Algo sinérgico, compreendido primeiro pela administração, e depois em esforço monumental de convencimento e comunicação. Algo ousado, novo, articulado.
Os parklets são uma grande ideia, assim como seriam – e podem vir a lançar em breve já que temos eleições ano que vem – os pocket parks, pracinhas que diferentemente dos parklets, que são criados na via pública, aproveitam espaços vazios no nível da calçada.
São Paulo também já tem estes espaços ainda em início de implantação como no caso da pracinha Oscar Freire.
São Paulo também já tem estes espaços ainda em início de implantação como no caso da pracinha Oscar Freire.
Ela foi feita numa antiga rampa de estacionamento de
carros e hoje é uma área de convivência de 200 metros quadrados com lugar para
sentar, trabalhar, fazer projetos culturais, entre outras coisas para fazer a
cidade viva. Mas é preciso que ano sejam apenas instrumentos de marketing. E
que comecem pelos bairros, tão lembrados nas promessas, e tão esquecidos
depois, e até na hora dos parklets.
O desejo da cidade, um ser vivo que pulsa e
espera motivação e empenho de seus líderes, é não viver somente de ideias
copiadas, douradas como a novidade, sem um projeto que a sustente, para todos.
Enganam o povo com as bravatas e algumas novidades importantes e bacanas como essa, mas que não tem em seu bojo um processo verdadeiro de continuidade, de planejamento, de crença coletiva no sonho de uma cidade com melhor qualidade de vida. Um prefeito deve ser o grande motivador, maestro desse sonho, desse projeto. Infelizmente, não temos tal maestro. E pelo que vemos para 2016, ainda não teremos.
As promessas e frases de efeito
como “não falta dinheiro, falta é gestão”, “vamos pavimentar 300 km de ruas”,
“os bairros serão prioridade”, “a ponte do Adhemar Garcia vai sair”, feitas
pelo atual alcaide, brincam com o futuro da coletividade porque projetam apenas
miragens. Produzem na população a descrença na política, nos políticos,
espantando novos líderes, e promovendo a mesmice que mantém a cidade
paralisada. De nada adiante termos indústrias de ponta se não temos a
infraestrutura urbana, a mobilidade, a cultura, andando na mesma toada.
Uma cidade não pode ser um mero
brinquedo nas mãos dos gestores de plantão. Ela pertence aos seus cidadãos, com
seus filhos e filhas. Eles têm sonhos de andar em ruas pavimentadas, serem
atendidos com brevidade nas unidades de saúde, obter os remédios sem falta de
continuidade, passear com seus filhos em praças e parques cuidados, pedalar por
ciclovias, e ciclofaixas, seguras, interligadas, ou mesmo transitar pela cidade
em ruas bem cuidadas e sinalizadas.
Nem só de parklets, anúncios e
peças publicitárias de aprendizes de Goebbels vive uma cidade. É preciso mais,
muito mais.
É assim, nas teias do poder...
Realmente é sonhar demais Salvador. Estamos numa cidade em que o poder publico municipal prevarica (isto mesmo, o crime de PREVARICAÇÃO) há mais de um ano em não proibir o estacionamento num corredor de ônibus, pelo simples fato dos usuários serem afortunados cidadãos. Tudo isto depois deste tipo de infração tornar-se gravíssima por legislação federal. O lema daqui poderia ser "para pessoas de bens tudo, para as pessoas de bem nada".
ResponderExcluirSérgio, seu comentário é quase um desabafo dos verdadeiros homens e mulheres de bem da maior de SC. Denunciar essas vergonhas e a desfaçatez com que os "donos" da cidade as reproduzem, é nosso papel. E continuaremos neste caminho, junto com vocês indignados. Abraço!
ExcluirOra, por favor! Menos queixa e reclamações e mais ação. Vamos assumir a nosso papel como cidadãos ativos e fazermos o que estiver ao nosso alcance por menor que seja. Limpe o canteiro da praça, jogue um pouco de barro no buraco da sua rua, vá em uma reunião da associação de moradores, visite o gabinete de um vereador, faça um trabalho voluntário...
ResponderExcluirTudo é uma questão de começar. Hoje, agora e por você. Fazer e acreditar. Afinal, a mudança deve partir de cada um de nós. Assim quem sabe poderemos inspirar quem está ao nosso redor.
Não importa o que você pode fazer, se é pouco ou muito, mas faça e pare de reclamar!