Mostrando postagens com marcador parklets. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador parklets. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Udo, parklets, mãos limpas, Alemanha e árvores



POR JORDI CASTAN


PREFEITO VOLTA COM A PRIMAVERA - Chegou a primavera. E com ela celebramos a volta do prefeito Udo Dohler às redes sociais. Com as suas postagens matutinas, o alcaide voltou a alegrar a vida dos internautas locais. Mas continua o mistério. É ele mesmo quem escreve ou tem um dos seus fieis escudeiros como “ghostwriter”? E faço uma proposta para que o SIMDEC aprove a edição de uma coletânea das melhores tuitadas do prefeito. O livro já teria até uma sugestão de título: “Cursinho de Xestón e autoajuda em 140 toques”

DIA SEM CARROS - Foi um sucesso. Em Joinville, nenhum carro ficou na garagem e as ruas ficaram lotadas com a a colorida de carros de todas as cores, potências, tamanhos e marcas. Um êxito de organização e mobilização. A inauguração de um “parklet” foi o ponto alto da festa e o IPPUJ lançou o Plano Municipal Participativo de Parklets e Outras Intervenções Urbanas Aleatórias. O PMPPOIUA prevê a instalação de parklets em todos os bairros. Pela proposta do IPPUJ, os parklets serão implantados antes do início do período eleitoral. Mas com a dificuldade que o instituto tem para cumprir datas, é provável que a implantação de novos parklets seja postergada “sine die”.

QUEM COPIA QUEM? Difícil dizer quem copia de quem. Não há governo que não use cargos públicos para negociar apoios. A presidente Dilma inovou ao trocar a saúde pelo apoio do PMDB. No governo local, que era para ser de mãos limpas, trocar apoio por cargos é uma prática antiga. E ao encher secretarias, fundações e autarquias de apaniguados, a gestão pública fica cada dia mais ineficiente e mais custosa. O preço está ficando insustentável.

ENCONTRO BRASIL-ALEMANHA -  Quando se trata de fazer trapaças ninguém as faz melhor que o setor privado. A Volkswagen foi acusada de manipular o programa de computador de 400.000 veículos nos Estados Unidos, para burlar a legislação sobre emissão de poluentes. Os alemães negaram enfaticamente que fossem 400.000, e confirmaram que mais de 11.000.000 de carros utilizam os software que altera os resultados dos controles de emissão de poluentes. Na lista, os modelos Golf e Jetta, entre outros. Os alemães mostraram que não são só bons jogando futebol, se for para trapacear ninguém os supera.

DIA DA ÁRVORE - Em Joinville não planta nenhuma e ainda retoma a estulta ideia de cortar as figueiras da Hermann Lepper. Uma forma estranha de celebrar o dia. Mas já se sabe que esta administração e as árvores mantêm uma relação de amor e ódio. Sem plantar nenhuma árvore nova e aprovando leis que convertem as calçadas em espaço para carros, Joinville vê a sua arborização urbana desaparecer velozmente.

Falando em árvores, alguém viu o como estão as que sobraram nas praças que formam o Parque da Cidade? Se a referência de jardim em Joinville for a mesma da Prefeitura, estamos mal de jardim. Nem as flores se atrevem a passar perto, não seja que as capinem ou as rocem. Porque jardim em Joinville passou a ser sinônimo de área com brita. O verde sendo substituído pelo cinza do concreto, mais de acordo com a Joinville do futuro que o prefeito sonha e da que tanto fala.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Nem só de parklets vive uma cidade








POR SALVADOR NETO

Parklets. A maior cidade do estado de Santa Catarina, que ainda não tem um parque municipal de respeito, mal mantém suas poucas e pequenas praças, expõe seus ciclistas ao perigo em ciclofaixas que tentam se adequar ao planejamento urbano voltado aos veículos, sem continuidade, ligação e interligações seguras, e briga para desviar dos buracos que insistem em se multiplicar diante da inércia da administração Udo Döhler (PMDB), tem agora uma novidade americana. Vagas que anteriormente eram para estacionamento de carros agora poderão se transformar em espaços de convivência, lazer e até cultura.

Meritória a iniciativa que se espelha e faz uma espécie de benchmarking urbano da administração petista de Fernando Haddad em São Paulo, pioneira na implantação dos tais parklets no Brasil. A diferença da maior daqui para a maior de lá e do país é que lá há um movimento planejado de mudança cultural liderado pelo Prefeito e Governo.

Estão em mudança, dura inclusive, a velocidade máxima nas vias, implantação de corredores de ônibus, ciclovias imensas, sinalizadas, e junto os agora famosos parklets, entre outras medidas. Algo sinérgico, compreendido primeiro pela administração, e depois em esforço monumental de convencimento e comunicação. Algo ousado, novo, articulado.


Os parklets são uma grande ideia, assim como seriam – e podem vir a lançar em breve já que temos eleições ano que vem – os pocket parks, pracinhas que diferentemente dos parklets, que são criados na via pública, aproveitam espaços vazios no nível da calçada.

São Paulo também já tem estes espaços ainda em início de implantação como no caso da pracinha Oscar Freire.
Ela foi feita numa antiga rampa de estacionamento de carros e hoje é uma área de convivência de 200 metros quadrados com lugar para sentar, trabalhar, fazer projetos culturais, entre outras coisas para fazer a cidade viva. Mas é preciso que ano sejam apenas instrumentos de marketing. E que comecem pelos bairros, tão lembrados nas promessas, e tão esquecidos depois, e até na hora dos parklets.

O desejo da cidade, um ser vivo que pulsa e espera motivação e empenho de seus líderes, é não viver somente de ideias copiadas, douradas como a novidade, sem um projeto que a sustente, para todos.

Joinville precisa é de um novo conceito para crescer e se desenvolver. É comum que os lideres políticos se sucedam lançando factoides, modernismos, jogando para o imaginário popular uma cidade que se transforma num piscar de olhos pelas mãos de um messias.

Enganam o povo com as bravatas e algumas novidades importantes e bacanas como essa, mas que não tem em seu bojo um processo verdadeiro de continuidade, de planejamento, de crença coletiva no sonho de uma cidade com melhor qualidade de vida. Um prefeito deve ser o grande motivador, maestro desse sonho, desse projeto. Infelizmente, não temos tal maestro. E pelo que vemos para 2016, ainda não teremos.

As promessas e frases de efeito como “não falta dinheiro, falta é gestão”, “vamos pavimentar 300 km de ruas”, “os bairros serão prioridade”, “a ponte do Adhemar Garcia vai sair”, feitas pelo atual alcaide, brincam com o futuro da coletividade porque projetam apenas miragens. Produzem na população a descrença na política, nos políticos, espantando novos líderes, e promovendo a mesmice que mantém a cidade paralisada. De nada adiante termos indústrias de ponta se não temos a infraestrutura urbana, a mobilidade, a cultura, andando na mesma toada.

Uma cidade não pode ser um mero brinquedo nas mãos dos gestores de plantão. Ela pertence aos seus cidadãos, com seus filhos e filhas. Eles têm sonhos de andar em ruas pavimentadas, serem atendidos com brevidade nas unidades de saúde, obter os remédios sem falta de continuidade, passear com seus filhos em praças e parques cuidados, pedalar por ciclovias, e ciclofaixas, seguras, interligadas, ou mesmo transitar pela cidade em ruas bem cuidadas e sinalizadas.

Nem só de parklets, anúncios e peças publicitárias de aprendizes de Goebbels vive uma cidade. É preciso mais, muito mais.

É assim, nas teias do poder...