sexta-feira, 1 de maio de 2015

Aos professores, o meu abraço e solidariedade

POR SALVADOR NETO

Não há como deixar de se indignar com tamanha violência da polícia militar do Paraná na repressão ao movimento democrático dos professores daquele estado, cenas que vimos mais em redes sociais, sites e blogs noticiosos alternativos. 

Mais do que se indignar, é preciso repudiar, denunciar, cobrar providências imediatas de autoridades competentes contra essa vergonha que lembra os tempos da ditadura militar no Brasil! Senhor governador Beto Richa (PSDB), deputados estaduais do Paraná, vocês envergonham o país!

Será que o “jeito de governar” do senhor Beto Richa advém dos conhecimentos que aprendeu nos bancos escolares nas escolas paranaenses? Os professores incutiram em sua mente que bater é melhor que educar? Espancar é melhor que ensinar? Tocar cachorros ferozes e atirar em pessoas indefesas fez parte do seu currículo escolar? Todos os deputados estaduais paranaenses foram “formados” por professores para enganar o povo e votar contra seus interesses?

Outra questão: será que na escola que Beto Richa e seus deputados estaduais, secretários, assessores, puxadores de saco estudaram o mantra foi “mentir é melhor que assumir?” A sociedade paranaense aprova e dá apoio à repressão militar violenta quando há um manifesto descontentamento contra atos e ações de governo que desejam, à base de cassetete, bala de borracha, gás lacrimogênio, cães raivosos, calar reivindicações justas contra retirada de direitos de uma categoria fundamental para essa mesma sociedade?

E o que dizer da mídia nativa, defensora da casa grande e senzala, que insiste em esconder descaradamente os atos violentos, ditatoriais e ilegais do governador Beto Richa, seus secretários e deputados estaduais, buscando manobrar a massa e opinião pública contra os “perigosos” professores que educam, orientam, formam e amam seus alunos? Outra vergonha que necessita ser denunciada permanentemente. Nossa mídia casa grande e senzala é também outra vergonha, pois omite, manipula e esconde fatos, criando outros fatos para o consumo dos incautos cidadãos.

Só para lembrar os digníssimos leitores do Chuva Ácida: enquanto se preenchem horas e horas, centímetros e centímetros de jornais, espaços digitais importantíssimos para a boa informação dos cidadãos, outros temas correm livremente sem a devida cobertura e denúncia. Que interesses movem grandes mídias a “não olhar” para tais temas com o vigor que merecem? A quais objetivos essas medidas atendem?

Vejam: matérias como a terceirização que acaba com os direitos dos trabalhadores duramente conquistados com a CLT; o fim da marcação obrigatória nos rótulos de produtos transgênicos; o aumento de verbas dos parlamentares, os desvios de função de recursos públicos entre outros temas fundamentais, passam sem qualquer “berro” da sociedade, inerte, abobalhada e alienada por meios de comunicação que não tem interesse público, mas interesses dos seus públicos como base para as pautas diárias.

Senhor Beto Richa, governador do Paraná, senhores secretários de Estado, senhores deputados, e assessores flagrados aplaudindo a barbárie cometida contra os professores, esses sim cidadãos respeitáveis, vocês devem desculpas públicas aos mestres. Vocês tem duas opções: ou pedem desculpas e se redimem por seus atos ao povo paranaense, em destaque aos professores, ou renunciem aos seus mandatos e cargos.
Quando o homem público desonra a categoria que o formou, qualificou e preparou para a vida, o caminho é fazer um mea culpa, mudar atitudes e atos, e reformar o caminho. Caso contrário, prestará um grande serviço a uma categoria fundamental para a formação do povo, e também para a sociedade se “pedir para sair”. 

Senhor Beto Richa, governador do Paraná e seus deputados estaduais, peçam para sair! Toda a honra e toda a glória aos valorosos professores do Paraná e também aos policiais militares que, ao se negarem a bater nos mestres, mostraram que aprenderam na escola que professor merece valor.


19 comentários:

  1. 1...2...3... Orgasmos múltiplos nos esquerdistas.

    Antônio

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    1. Falou um membro do 1%? Ou só um lambe botas?

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    2. Que visão estreita achar que o que Salvador Neto escreveu é só para esquerdistas. Você concorda com a terceirização? Com a abolição do selo de transgênicos dos alimentos? Entre outros temas que nada tem haver com orientação política. Você concorda em dar o seu FGTS ou sua aposentadoria para o governo para ele saldar as dívidas que ele mesmo contraiu, que é justamente a origem de luta dos professores do Paraná... Ser contra ou a favor de uma proposta só porque um determinado partido ou um sindicato apoiam ou são contrários é absurdo. É ser cego politicamente, eleitor torcedor é o que o Brasil menos precisa. Outra coisa fazer protesto pacífico domingo a tarde com direito a self com PM, NUNCA vai conseguir alguma coisa.

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    3. Absurdo, mas isso o governo federal vem fazendo há anos, e você não se dá conta! De onde você acha que sairam os mais de 40 bilhões que o governo tirou dos cofres da Caixa e do BB para a pedalada fiscal no final do ano passado? Do nosso FGTS, da poupança, do fundo para investimento imobiliário, do FIES... 40 e tantos bilhões fazem falta. Só quem vai fazer um empréstimo bancário sabe do que eu estou falando. O governo do Paraná só está "oficializando" este empréstimo.

      Antônio

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    4. Mi mi mi... mi mi mi

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    5. Antônio é aquele "brilhante" cidadão que por vezes aparece aqui e já escreveu que a Ditadura Militar no Brasil foi necessária.. kkk! Talvez o sobrenome dele seja Pinochet..

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    6. Provavelmente ele nem sabe o que é esquerda. Bom senso e espírito crítico pelo visto também.

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    7. O que ocorre no ocorre no PR é fruto da falta de planejamento em todas as esferas administrativas do país. RS e MG também estão com a corda no pescoço, o primeiro em situação bem pior. O RS é, proporcionalmente, o estado mais endividado do país. PE, RJ também estão com suas contas no vermelho. E estou me referindo apenas aos estados mais ricos do país, todos os outros também estão em condições ruins com a dívida pública chegando próximo ao PIB, quando não ultrapassando. SP tem a maior dívida, mas por ser a unidade mais rica da federação o rolar da dívida tem um desgaste menor. SC e PR estão, entre as unidades federativas mais ricas do país, em situação menos ruim. O governador Beto Richa garante que não haverá perdas no FGTS dos profissionais da educação. O que o governo do PR está fazendo é um “empréstimo” consignado de uma fonte estável de recursos, e isso com respaldo dos legisladores! As dívidas públicas têm juros altos, o FGTS paga só 3% ao ano, vale a pena usar essa fonte para gerar caixa, pagar a dívida e garantir empréstimos no futuro.

      Como o colega lá em cima disse, o governo federal vem fazendo isso há anos com a poupança e o FGTS da população e até agora ninguém ficou sem acessar esses recursos.

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    8. 09:47, o Beto Richa não está a pegar "emprestado" dinheiro do FGTS dos servidores públicos, mas a comprometer suas aposentadorias, literalmente usando os 8 bilhões depositados no Fundo Previdenciário para cobrir parte - e apenas parte - do rombo financeiro no estado. Informe-se e pare de falar besteiras.

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    9. Explique melhor o termo: comprometer.

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    10. Claro: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/05/1624625-mudanca-na-previdencia-do-pr-e-inconstitucional-diz-procurador.shtml

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  2. Vejam o que muda com o pacote adotado pelo governo paranaense.

    http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/02/entenda-o-pacotaco-apresentado-pelo-governo-do-parana.html

    Excetuando o vergonhoso embate entre policiais, baderneiros (red blocs) e professores, parabenizo o governo paranaense por corajosamente adotar essa medida amarga, porém necessária, para a manutenção das contas estaduais.

    Não são apenas os professores os atingidos, mas todo o servidor público.

    Eduardo, Jlle

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  3. Na terça-feira antes do massacre no Centro Cívico, o STF manifestou seu estranhamento ante a pressa do governador Beto Richa em votar o projeto que o autorizava a usar os recursos do Fundo Previdenciário. Isso porque, segundo o Supremo, o governador solicitara um parecer dos juízes acerca da constitucionalidade da medida, mas decidiu votá-la antes que o STF pudesse emiti-lo.

    Sobre isso, sobram especulações: uma delas, a de que Beto Richa já estaria usando esse dinheiro antes mesmo da votação na Assembléia, daí a necessidade, urgente, de aprovar o PL: o estado do Paraná está quebrado, e os 8 bilhões do Fundo Previdenciário cobrem parte, e apenas parte, do imenso rombo, que cálculos otimistas avaliam ser superior aos 10 bilhões de reais.

    Quase todo mundo sabe, mas muita gente silencia sobre isso: Richa está a se apropriar de um dinheiro que não pertence ao governo, mas aos servidores públicos, que recolhem parte do seu salário como contribuição ao Fundo Previdenciário. Diferente de outros patrões, que contribuem também com a previdência de seus funcionários (para cada um real depositado por uma parte, há um real igualmente depositado pela outra), o governo do estado nunca depositou um único centavo no Fundo. O que Richa está a fazer, ao se apropriar de um dinheiro que não é seu para tapar um furo financeiro que é, pode ser comparado com o que Collor fez em 1990 ou, exemplo mais recente, com o que a Varig fez com seus funcionários um pouco antes de decretar falência.

    Se fosse o governo federal a fazer algo parecido, e o Eduardo rapidamente estaria aqui a acusá-lo – e desta vez com razão – de incompetência. Fosse o governo federal a fazer algo parecido, e o Eduardo, contrariando suas convicções supostamente liberais e meritocráticas, sairia em defesa dos servidores públicos contra um Estado que não sabe administrar seus recursos e inviabiliza o país, etc... Mas como Beto Richa é tucano e Eduardo, um pelego, ele vem aqui elogiar a “coragem” do governador paranaense que não, não está tomando medidas drásticas para ajustar as finanças do estado. Ele está se apropriando do dinheiro de milhares de servidores, e colocando em risco o futuro desses mesmos servidores, para tentar tapar um rombo financeiro que é fruto de sua incompetência como gestor.

    E o faz, como sabemos, a um custo altíssimo: eu estava lá na fatídica quarta-feira. Não havia red, nem black, nem white, nem blocs de cor alguma. Havia milhares de servidores públicos estaduais, a maioria professores, angustiados com o seu futuro e por conta disso, massacrados durante mais de uma hora por bombas de gás, bombas de efeito moral, gás de pimenta, cães tornados raivosos, cassetetes e todo tipo de fúria e violência que só uma PM comandada por sociopata como Fernando Francischini é capaz de produzir.

    Eu vi professores e professoras de cabelos brancos, com décadas de sala de aula, serem humilhados; adolescentes que foram à praça solidarizar-se com seus professores, serem escurraçados; jovens (alguns deles meus alunos) que escolheram uma profissão que a ninguém confere prestígio, nem financeiro nem de qualquer outro tipo, mas que mesmo assim a abraçaram, serem agredidos antes mesmo de poderem exercê-la. E eu vi todos eles serem duramente reprimidos por mais de uma hora em alguma coisa que só um bando de covardes pode chamar de “confronto”.

    E o Eduardo vem aqui defender Beto Richa, chamando-o de corajoso, justificando a violência desproporcional e criminosa do governo paranaense atribuindo a responsabilidade por ela aos “baderneiros”, que ele chama de “red blocs”. Eduardo, eu já sabia que você era um pelego. Mas sua defesa da violência autoritária e criminosa do governo paranaense revela sua outra faceta: além de pelego, você é um fascista. Faz pose de liberal, mas não passa de um pelego fascista.

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    1. E você, um demagogo!

      Eduardo, Jlle

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    2. Um demagogo? Pode ser, embora suspeite que você me xinga de demagogo da mesma forma que poderia, sei lá, me xingar de feio e bobo, como fazem os moleques de 10 anos no recreio da escola.

      Já você, como eu disse, é um fascista. Um pelego e um fascista. Durma com isso.

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    3. Ser acusado de fascista por alguém como você? Vou dormir como um anjo.

      Eduardo, Jlle

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    4. Eduardo, jamais duvidei que você dorme como um anjo sempre que o Estado, que você defende que seja mínimo, mostra o quão máximo ele pode ser quando se trata de despejar fúria e violência contra os que ele, o Estado, considera inimigos.

      E que, não por coincidência, são os mesmos que você considera inimigos. Os de agora são os professores paranaenses das escolas públicas, que lecionam para alunos em sua maioria moradores de bairros periféricos.

      Mas você só acrescentou os professores e seus alunos a sua expressiva lista de inimigos (negros, gays, mulheres feministas, trabalhadores, moradores de periferia, etc...). Suponho que você será para sempre grato a Richa e Francischini pelo mimo de terem dado a você o motivo que faltava para que você pudesse odiar, também, professores e alunos das escolas públicas e ainda fazer pose de moralista, acusando-os de baderneiros e “red blocs”.

      Afinal, se trata de gente que, a seguir sua lógica pseudo liberal, deve mesmo merecer apanhar e apanhou pouco na última quarta-feira. Para você, reproduzo o que escrevi no meu face sobre os fascistas mentirosos que defendem a violência do governo Richa e fazem pouco das vítimas, desqualificando-as, exatamente como você faz:

      "Beto Richa e seu secretário Fernando Francischini comandaram uma operação fascista, que atentou não apenas contra os manifestantes, mas contra os princípios mais básicos de uma democracia que ainda pretenda ser tratada e chamada como tal. E como todo fascismo, também esse nosso precisa dos lacaios que, pagos ou não, o justifiquem e sustentem espalhando ressentimento, estimulando o ódio e disseminando a mentira."

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  4. É muita ignorância ou mau-caratismo imaginar que o governo deliberadamente ordenou a polícia avançar sobre a multidão que ali protestava sem um motivo aparente. A polícia fazia um cordão de isolamento entre os manifestantes e a assembleia legislativa. A polícia interviu quando um grupo que, acredito não ser de professores, avançou sobre a barreira policial, só depois entrou a tropa de choque.

    Aí eu pergunto: o que faziam esses baderneiros no meio dos professores? Não imaginavam que instigando o corpo policial o mesmo se voltaria contra todos, incluindo aquelas senhoras que ali protestavam? Acredito que os baderneiros (professores ou não) atingiram o propósito deles.

    Quanto a ação policial, sem dúvida foi truculenta, mas o que esperar da polícia paranaense? A mesma passividade da polícia paulista, quando um grupo de “professores” pichou, jogou pedras e tentou arrombar a porta da Secretaria de Educação de SP semanas atrás?

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    1. Baderneiros? Sério? Se quiser dar uma olhada no que aconteceu, fiz dois longos textos sobre os eventos de quarta. Quem sabe você, que não estava lá, reconsidera sua estupidez.

      https://www.facebook.com/clovis.gruner/posts/970547752977559

      https://www.facebook.com/clovis.gruner/posts/971665899532411

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