terça-feira, 9 de outubro de 2012

Os leitores do Chuva Ácida votaram

É 25,24% dos nossos leitores votaram num segundo turno entre Kennedy e Udo Dohler,
23,60% acreditaram que o segundo turno seria entre Udo Dohler e Marco Tebaldi,
e ainda 21,28% votaram na possibilidade que o segundo turno fosse entre Carlito Merss e Udo Dohler.

Um quarto dos leitores que responderam a enquete indicaram a opção certa.

As próximas batalhas

POR JORDI CASTAN

Acabado o primeiro turno das eleições, todos os olhares se voltam para os próximos embates. Enquanto todos estão mais atentos à movimentação dos dois candidatos que estarão no segundo turno, é bom acompanhar com atenção os bastidores da nossa Câmara de Vereadores.

Um dos temas que deveria merecer toda a atenção são as reuniões a serem realizadas pelos vereadores que ainda compõem as poderosas Comissões de Urbanismo e de Legislação. Os vereadores que formam estas comissões, acrescidos dos que tampouco se reelegeram, tem se convertido, desde o dia 7 de outubro, em autênticos mortos vivos, zumbis políticos, que gozam de uma confortável maioria na
Câmara.  Se não houver um forte controle da sociedade, este grupo de 12 vereadores não reeleitos poderia, hipoteticamente, aprovar leis impopulares, numa forma de "dar o troco" aos eleitores que não os reconduziram. Numa forma de vingança ou de desforra.

Não é casualidade que os eleitores tenham dado uma resposta tão contundente. Em rigor, os únicos vereadores não escrutinados pela população foram Lauro Kalfels e Dalila Leal, que optaram por não se recandidatar. Os demais perderam a eleição. A sua atual situação política faz que seja mais necessária a atenta vigilância da sociedade organizada, para identificar qualquer iniciativa que tenha como objetivo aprovar, de forma intempestiva ou até truculenta, a LOT - Lei de Ordenamento Territorial.

Vale lembrar. Se aprovadas, as mudanças inicialmente propostas alterariam, de forma substancial, tanto o perímetro da cidade como a capacidade para construir e especialmente verticalizar áreas onde hoje não é permitido. Desnecessário dizer que há muita gente interessada em colher dividendos financeiros por conta destas mudanças de zoneamento. Aliás, quando sejam divulgadas as contas de campanha será possível identificá-los como doadores. Permanecerão em muitos casos dúvidas sobre a quantidade de cavaletes, placas, material de campanha, a equipe contratada e os valores declarados, e pode até ser que estas dúvidas nunca fiquem suficientemente esclarecidas.

A nova composição do Conselho da Cidade, que surgirá da próxima conferência da cidade, permitirá corrigir os erros cometidos na sua edição anterior e ainda garantirá uma maior participação da sociedade civil. Joinville terá, a partir deste momento, uma nova oportunidade para debater a LOT, de forma democrática e participativa, realizando as audiências públicas exigidas pela lei e outorgando a nova proposta uma legitimidade que a atual não tem, como foi destacado pelo Ministério Público e reconhecido pelo próprio prefeito Carlito Merss, que precisou anular os decretos 18007 e 18008 de 12.07.2011 para corrigir os erros e desatinos cometidos.

Neste quadro político, não há a menor condição de legitimidade aos membros da comissão de urbanismo para tentar impor a aprovação de uma lei tão importante sem que sejam cumpridos todos os trâmites e etapas legais. O fato de não terem sido reconduzidos pela soberana decisão do eleitor quer dizer, entre outras coisas, que a gestão da Câmara de Vereadores não foi referendada pelo voto.

Como cidadãos não podemos permitir, de novo, que leis que interferem diretamente sobre nossas vidas e patrimônio sejam aprovadas no apagar das luzes do  mandato legislativo e executivo municipal, como desejam fazer com a LOT.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O analfabeto político

POR ET BARTHES
Em ambiente de pós-eleições e início da campanha para o segundo turno, nada melhor que um texto de Bertolt Brecht. Apenas para relembrar...




Cabô!


Os Carlitos, Leonéis, Bisonis e Maycons deste 1º turno

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

As pessoas até podem achar que é imaturidade, ou simplesmente uma ignorância. Entretanto, comemorar a não-eleição de uma pessoa que você acredita ser a pior opção para esta cidade, também é um ato de cidadania, pois você teoricamente sabe qual é a melhor. Lamentar, caso algum dos "ruins" tenha alcançado sucesso, é a antítese do voto. Simples assim. Ao final deste primeiro turno, estes são os sentimentos mais fortes em cada coração que pulsa a cidade, que sente o chamado para seu dever.

Apesar da reeleição de apenas nove dos atuais dezenove vereadores, Joinville acompanhou muita gente boa ficando de fora, muita gente ruim no seu merecido lugar (longe de uma cadeira na Hermann Lepper), ou, como no caso de alguns, péssimos e espertos o suficiente para serem eleitos. Falar de Bisonis e Maycons da vida é falar destes ruins e/ou espertos que entristecem a política e faz sentirmos nojo (mesmo que por alguns segundos) da tal democracia e do sistema de eleição para o legislativo. Cabe agora aos cidadãos de bem aumentarem a pressão pra cima destes.

Os que comemoram e lamentam, também podem ser os aliviados. Sentir que aquele candidato, extremamente eficiente no que fazia antes de sua atual atribuição, poderá voltar ao seu lugar, o qual faz sentir-se em casa. A cidade poderá ter uma voz ativa em outros níveis, novamente. Falar de Carlitos da vida é assim. O alívio pode vir também pelo "cala a boca" que alguns levaram, por não acreditarem em pesquisas ou por desfazerem amizades, desqualificarem profissionalmente e todos os outros argumentos fúteis que surgem como confronto perante a antítese do voto. Alguns, como sintomas deste alívio, soltam o grito que estava por tanto tempo entalado na garganta, juntamente com uma onda de risos. Do jeito que andam as coisas por esta cidade, faltará garganta para tanto grito, e boca para tantos risos. 

Outra impressão: ter um posicionamento político diferente, apenas por convicção, sem se vender, é pior que qualquer cerceamento da participação popular, e talvez mais escandaloso que um homicídio, para uma boa parte das pessoas. O lugar de quem pensa assim deve ser a ala psiquiátrica do hospital mais próximo. Quem comemora, lamenta e fica aliviado sabe o que é melhor para si e para os outros. Aquele que vota, e acha que cumpriu com suas obrigações por quatro anos... finge que sabe!

Este cidadão que vive a cidade e sabe as reais necessidades do todo, também fica esperançoso. Sabe que existem vários Leonéis espalhados por Joinville e que fazem a diferença. Na urna, ou fora dela. Esta esperança é a responsável pelo funcionamento da caneta de um professor, da pá de um pedreiro ou da defesa de um advogado. É o mesmo sentimento de quem espera pela liberdade de expressão e participação nos rumos da cidade ou pelo fim da fila em um PA. É o sentimento que move as vidas em uma cidade, principalmente daqueles que comemoram, lamentam; sentem nojo ou alívio, e têm esperança. É a vergonha na cara de quem sabe dizer, antes de tudo, o que não quer para si e para os outros.

sábado, 6 de outubro de 2012

Vem?


JEC preparado para Série A?

O Joinville foi até Barueri para enfrentar o lanterna do campeonato em um belo estádio vazio.

Infelizmente vazio de tudo, principalmente de coragem e determinação para ganhar esse jogo, se aproximar do G-4 e continuar com chances reais do acesso à Série A.

No entanto a coragem durou alguns minutos para o Nosso Tricolor, mas logo recuou, fraquejou. Será isso síndrome de tricolor local?

O próximo jogo é com o cascudo São Caetano, será aqui e o JEC terá que jogar com a faca nos dentes e partir pra cima se realmente quiser ascender à elite do futebol brasileiro.

Agora a questão é se o JEC está preparado para esse acesso, tanto como time, como financeiramente.

O Joinville vem numa ascenção em sequência, honrando sobremaneira os torcedores que lhe acompanham desde a época "fora de série", assim como toda a cidade. No entanto o Campeonato da Série A é totalmente outra realidade e eu vou falar a verdade, não quero o JEC lá só pra fazer número.

No momento que o Tricolor Joinvilense chegar a elite do futebol nacional quero que seja para mostrar o seu valor, a sua capacidade e competência e, para que todo mundo veja que não é um time qualquer, é uma equipe com raízes e que está ali para brigar pelas cabeças.

Se formos deixar apenas a emoção guiar, a única idéia que passa pela nossa cabeça é que o JEC chegue à Série A já para o proximo ano.

Mas torcedor, tente, por um alguns segundinhos apenas (sei que isso é quase impossível), mas pense friamente e analise todas as questão levantadas acima e faça essa pergunta: O JEC está preparado para Série A? Se possível conte aqui a sua resposta.

BARÇA X REAL - Esse sim será o Superclássico! Domingo, as 15 horas aproveitando o clima quente das eleições é obrigatória a parada para acompanhar esse que tem todos os requisitos para ser um jogão. Eu vou estar ligada e você Jordi? Vai ficar acompanhando voto a voto ou vai dar um tempinho pra esse mero time de futebol?

Estarei na torcida pelo Real Madrid, e isso não tem absolutamente nada a ver com CR7, Kaká, a questão é que o Real ganhando irá dar mais emoção ao campeonato. Do contrário o Barcelona abrirá 11 pontos de vantagem. Aí perde a graça!

Política é assunto chato?


POR FERNANDA POMPERMAIER

A eleição próxima a acontecer e eu ainda vejo joinvilense reclamando nas redes sociais que "política é assunto chato".

Não vou me esforçar para diferenciar política de politicagem ou falar da irritação do brasileiro com seus políticos corruptos porque esses o mundo inteiro conhece.

Vou, é expressar o meu descontentamento com a falta de receptividade para a discussão. Parece que a maioria já está convencida, tem opinião formada sobre tudo, não tem nada mais para aprender ou repensar.

Quando foi que discutir política virou assunto chato? Esses escolhidos vão tomar decisões que influenciarão diretamente nossa rotina. Isso não é importante?

Eu bem lembro da reação das pessoas quando você exige seus direitos em Joinville: é a chata do tudo certinho. O comportamento superior é aquele do “deixa pra lá”, “mas naquela loja eu não piso mais”.
E aí as coisas não melhoram nunca, né. Como vão melhorar?

Aqui na Suécia, direito do consumidor é coisa séria. Reclamou? Recebeu o dinheiro de volta ou outra mercadoria nova. Silêncio na vizinhança? Sempre. NUNCA ouvi música alta na rua nem vinda de casas, nem de carros, raramente ouço buzinas, faixa de pedestres é sagrada, os serviços públicos funcionam 100% e são iguais para todos: saúde, educação, bons asfaltos, transporto coletivo que funciona...Enfim, não é de graça que a sociedade sueca é assim. Ela foi construída com muito envolvimento do povo nas decisões. As pessoas não tem vergonha de discutir política, de expor suas opiniões, de elogiar esse ou aquele partido ou de reclamar. Para se ter uma ideia votar não é obrigatório, mesmo assim o índice de participação fica sempre entre 80 ou 85% da população. Esse é um assunto tão sério que é incentivado desde a infância. As crianças crescem tomando decisões importantes nas escolas, elegendo representantes , sugerindo mudanças ou fazendo passeatas.

De qualquer forma, a minha torcida é pelo debate, pela discussão, pelos questionamentos, pela mudança de opinião. É assim que a gente muda cabeças que vão mudar nossa sociedade. E todos queremos algumas mudanças, não é?!

Fernanda é joinvilense, professora de educação infantil e mora na Suécia há quase 2 anos. Escreve o http://vivernasuecia.blogspot.com.br/

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu sonho de Joinville


POR GUILHERME GASSENFERTH

Há algumas semanas, li um manifesto do eminente artista joinvilense Juarez Machado, versando sobre seus desejos para Joinville. Embora eu seja comparável ao filho ilustre da cidade somente na minha paixão pela cidade que nos acolhe, também quero escrever uma carta aos candidatos. Melhor, uma carta a todos os joinvilenses, porque não apenas os políticos fazem Joinville, pelo contrário. Sem a pretensão de ser bela como a dele.

Caro joinvilense, quero dividir alguns dedos de prosa com você. Assim como a maioria dos joinvilenses, eu não sou nascido aqui, mas amo minha cidade. Mesmo quando viajo por poucos dias, logo sou tomado por uma nostalgia de Joinville. É a saudade do que só se vive aqui. Saudade da minha cidade cercada por área verde e água. Saudade do hábito de parar tudo pra tomar um café na padaria mais próxima. Saudade de ver a bandeira do Brasil tremulando na praça Nereu Ramos. Saudade da cor dos ônibus, do éééééégua, da limpeza das ruas, das flores dos jardins. Mas mesmo com este mal-acabado ensaio de canção do exílio à Dona Francisca, não me furto de perceber que a cidade tem enormes desafios.

Joinvilenses candidatos, eis aqui o que sonho pra Joinville e compartilho com vocês. Disse o poeta Raul Seixas que  “Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. Vamos sonhar juntos?

O que acham de cidade com mais praças arborizadas, com coretos ou palcos para apresentações culturais espontâneas? Penso também em um parque, enorme, lindo, arborizado, com lago, com trilhas, com uma concha acústica, com choupanas, com banheiros, com acessibilidade, com uma lanchonete, com brinquedos pras crianças e pros adultos que não envelheceram, com quadras e muita contemplação à natureza, à vida e às pessoas que ali circulam. É difícil, né? E se uma empresa assumisse a bronca, criando um parque aberto com seu nome, tipo “Parque Tigre”, ou “Parque Tupy”, ou ainda “Parque Docol”? Ou qualquer empresa que seja, que possa comprar uma área verde e dar à cidade, ganhando com o marketing mas também com o desenvolvimento da cidade onde está instalada? O Haroldo concordou comigo!

Sonho com uma Joinville onde seja valorizado o futebol, porque todos nós gostamos de ver nosso tricolor campeão, mas onde também sejam valorizados esportes menos tradicionais. Tivemos agora a Tamiris de Liz nas Olimpíadas, tivemos bravos atletas paralímpicos, temos os Jogos Abertos de SC (que vem pra cá em 2013)... mas temos pouco apoio. Dia desses atletas de um time de vôlei ou basquete vendiam rifas a R$ 2,00 para poderem representar Joinville num campeonato, porque ninguém lhes apoiava. E volto a lembrar do potencial turístico mas também esportivo da nossa Lagoa do Saguaçu, que poderia ser palco de competições de remo, jetski, canoagem, vela, entre outras. E lembro do Felipe Silveira falando de que as praças precisam de outros esportes além do skate.

Na minha cidade ideal, as calçadas são bem feitas, acessíveis, padronizadas, com meio-fio elevado e rebaixado onde precisa ser, possuem canteiros com flores e são limpas, muito limpas! Um espaço onde possam caminhar com tranquilidade a senhora idosa, o cego, a trabalhadora, o pai empurrando o carrinho do seu bebê, a cadeirante e o jovem com sua mochila a caminho da escola. Certo, amigo Mario Silveira?

Joinville com mais árvores! Árvores, caros governantes, nunca são demais, pelo contrário – sempre estarão faltando, sempre caberá mais. Quero uma praça cheia de ipês-amarelos. Já pensaram que lindo espetáculo seria descortinado uma vez por ano? Beleza efêmera mas intensa. E uma praça com jacatirões, emanando sua beleza tricolor. E uma outra praça cheia de bougainvilleas. E uma cheia de azáleas. Quero nossa cidade das flores abarrotada de flores para todas as estações! Quero a cinza João Colin com árvores nas calçadas. Quero as ruas dos bairros com mais cores, flores e verde, e menos sujeira e menos poluição visual. Dá ou não dá, Jordi?

Se você for eleito, candidato, prometa que irá trabalhar dia e noite para que Joinville seja uma cidade pra todos. Uma cidade onde seu sobrenome germânico não te faça melhor que ninguém, e onde um paranaense seja tão importante quanto um joinvilense ou um gaúcho. A cidade que a mulher, o gay, o negro, o pobre, o ateu e os deficientes são respeitados, mas onde também há respeito para o homem, o hetero, o branco, o rico, o evangélico e os que têm seu corpo e mente plenos. Quero que todo joinvilense, de nascimento ou de adoção, seja tratado como semelhante não só pelo governo, mas por toda a sociedade. Você concorda, Emanuelle?

Gostaria de ver um enorme teatro municipal, lindo, glamouroso, grande, com qualidade europeia. E ver o Libração, a Dionisos e outros grupos lá! Mas também quero ver espaços de cultura nos bairros, com salas de cinema, teatro, música. Quero a Casa da Cultura restaurada funcionando cheia! Gosto de imaginar ver a cidade com os museus vivos, interativos. Já pensaram que beleza o nosso Museu da Imigração com um espetáculo de som e luz diário, à noite, mostrando o cotidiano dos imigrantes? Meu amigo Paulo da Silva já pensou! Já imaginaram que lindo você poder sair do Museu do Sambaqui com uma visita guiada a um sítio arqueológico onde você pode pisar e tocar em tudo? Conseguem imaginar o visitante indo no Museu do Bombeiro e vestindo um galé e apagando um incêndio simulado? Ideia do amigo Adriano. E o Museu da Chuva, hein, Baço? Sonho junto contigo este sonho! Penso na Joinville onde há espaço para a arte urbana, para o hip hop e pra música erudita, para a cultura germânica, pra italiana, pra africana e pra brasileira! Vejo uma Joinville com festivais de música nos bairros, com apresentações em todo o lugar.

Joinville pode ser uma cidade que é referência em dança não só por dez dias, mas no ano inteiro.  Como já disse o Pavel, Joinville só será a cidade da dança quando os joinvilenses dançarem. É por isso que iniciativas como o Dança nas Empresas, do Laboratório Catarinense, devem ser disseminadas. Dança nas empresas, nas escolas, nas ruas, nas casas, nos bailes. Germânicas, ballet, populares, gaúchas, urbanas, clássicas. O Maycon que o diga. E quando toda a cidade estiver dançando, aí sim, uma universidade de dança! Dança, Joinville!

Minha Joinville platônica está em todas as agências turísticas do Brasil, como uma opção para os visitantes que queiram conhecer a cidade fantástica que somos! Né, Serginho? Joinville tem um belíssimo potencial turístico. A linda baía da Babitonga, a Lagoa do Saguaçu e o Rio Palmital subaproveitados. Nossas montanhas e serra, deslumbrantes, com mata atlântica intocada, com cachoeiras lindas, com florada de hortênsias, com trilhas místicas... e ninguém faz nada. A zona rural, única, fantástica, pronta pra ser desvendada. Falta mobilização nossa, não é dona Mery? Equipamentos de eventos mais adequados, como defende o Kobe e outros, para Joinville receber mais eventos, captados pelo amigo Giorgio e sua equipe. Candidatos joinvilenses, invistam no turismo, pois nós temos muito potencial por aqui.

No embalo do turismo, vem a gastronomia. Nossas empadas, nossa cerveja artesanal, o strudel de maçã, a gastronomia molecular do Poco Tapas, a experiência de participar do Lírica Kneipe na última quarta-feira do mês... tudo são atrações turísticas, para os joinvilenses e para os visitantes! Com um pouco mais de criatividade e investimento podemos fazer uma revolução na nossa cidade. E pra criatividade gastronômica, taí o Setter!

Caros candidatos, não esqueçam que Joinville não é uma ilha. Temos cidades à nossa volta, e como maior cidade da região, temos a obrigação de chamá-los para planejarmos juntos nosso crescimento e desenvolvimento. Não dá pra pensar em saúde, desenvolvimento econômico ou transporte coletivo sem sentar com Araquari. Não se deve pensar em turismo sem envolver São Chico! Ou educação superior sem conversar com todos os vizinhos. É preciso capitanear e liderar o processo de integração regional. Tenho certeza que o Charles concorda!

Na área da saúde, eu gostaria de ver Joinville atuando preventivamente. Pelo menos dobrando a cobertura do Programa de Saúde da Família, investindo ainda mais em saneamento básico (que é bem mais que esgoto, como me informou o Gollnick), melhorando a alimentação nas escolas, prosseguindo no investimento em fitoterápicos que a Prefeitura iniciou, incentivando a saúde na educação e informando a população. Mas quando a saúde reativa for necessária, que os órgãos todos conversem e estejam preparados para atender melhor o cidadão. Nós, cidadãos, é que temos que ser a prioridade de qualquer sistema de saúde. Se o Regional tem quatro aparelhos de qualquer coisa funcionando e o São José está sem, o cidadão não pode pagar por isso. Cabe aos governantes articularem o atendimento para que a sociedade seja mais saudável. Não é tão difícil, não precisa investir um centavo a mais, é só gerir bem o recurso e pensar bastante.

Não só eu, todo o joinvilense quer um sistema de mobilidade melhor. Sonho com um transporte coletivo tão bom que eu nem precise pensar em deixar o carro na garagem pra sair de ônibus. E tem gente boa pra ajudar a pensar neste assunto, olha o Romney aí. Ônibus confortável, sem solavancos, sem ruídos excessivos, com temperatura adequada, que ande sem chacoalhar os ocupantes como o Norte Sul na Rua Blumenau. Quero um transporte integrado com bicicletas, que eu possa descer no terminal, emprestar uma bike pra fazer o que eu quero. E falando em bikes, queremos ciclovias descentes, com início, meio e fim! Se não dá pra fazer nas avenidas, escolham as ruas mais calmas pra implantar a ciclovia. Mas façam! E concordo que a prioridade deva ser o coletivo, mas não esqueçam da estrutura viária. Felizmente vão duplicar a Santos Dumont, mas vejam também a zona Sul, que está com sérios gargalos, principalmente na Monsenhor Gercino e na Guanabara. Na XV já estão mexendo.

Não devemos esquecer do transporte intermunicipal. Integração com Araquari já passou da hora! E quando a viagem é mais longa, queremos o aeroporto decente, com pista mais comprida, ILS e boa frequencia de voos. E a rodoviária mais confortável, com mais facilidades aos usuários.

Queremos uma cidade sustentável, e sustentabilidade é social, econômico e ambiental, juntos! Uma cidade aberta ao empreendedorismo, para empresas que nascem aqui e para as que vêm de fora. Como seria legal criar aldeias colaborativas nos bairros, espaços multiuso que serviriam para incubadoras de microempresas e empreendedores individuais, aquecendo a economia e gerando empregos. Do ponto de vista ambiental, que tal incentivarmos a produção orgânica nos agricultores? E implantar já tratamento de esgoto nas bacias hidrográficas? E cuidar muito para que os 60% de área de mata atlântica preservada permaneçam assim?

Embora tenha ligação com o parágrafo anterior, que trata da sustentabilidade, até pulei uma linha pra dar ênfase nas questões sociais. Joinville tem muita pobreza, muita miséria e muita gente passando sérias dificuldades. São quase 5 mil pessoas que vivem à custa de bolsa família, além de outras situações de vulnerabilidade social grave. É preciso fazer um pacto entre o governo, as entidades do terceiro setor e a sociedade para amenizar a situação terrível a que alguns joinvilenses estão expostos.

Mas sem sombra de dúvida, meus caros joinvilenses, nossa maior luta, nossas energias e nosso esforço devem ser canalizados para a educação. Falamos de saúde, e a saúde começa na escola, com ensino de higiene e asseio, além da conscientização sobre assuntos relacionados. De que adianta limpar os rios se os estudantes não estiverem conscientizados a partir da educação ambiental? Como melhorar o turismo sem qualificação das pessoas que operam os bares, hotéis, restaurantes, equipamentos, taxis? De que adianta falar de cultura se não ensinarmos nossos pequenos a gostarem de teatro, música, cinema, artes plásticas? Como falaremos de respeito ao agricultor sem ensinarmos a cultivar uma horta?

A educação é a chave pro progresso, pro desenvolvimento, pro caminhar rumo à sociedade equilibrada e justa. É preciso valorizar a carreira do professor, tanto para retribuir o que eles fazem por nós, quanto para atrair profissionais ainda mais qualificados. Temos que estruturar melhor as bibliotecas e estimular seu uso, para que nossos cidadãos adquiram o gosto pela leitura. É preciso buscar uma educação não voltada para o vestibular, mas para a vida. Isto exige inserir disciplinas como direito, economia básica, preparação para o trabalho, ética, administração, além do fortalecimento do ensino de idiomas e de matérias ligadas à cultura. Disse Nelson Mandela: “a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo”.

Gostaria de ver nossas escolas municipais sendo referências nacionais de ensino não só porque as escolas brasileiras são ruins, mas porque as nossas são de fato boas. Escolas com arborização, com estrutura adequada, com conforto para os estudantes, com bom ensino, com apoio técnico-pedagógico eficaz, com proposta pedagógica inovadora. Escolas onde ocorrem debates, onde se ensina a aceitar as diferenças e a tolerar, onde a vida comunitária inicia. Uma escola onde os pais também participam do processo não só nas reuniões de pais, mas aprendendo junto, usando a biblioteca, os laboratórios, debatendo junto.

Quero que a escolinha lá do Cubatão ou do Quiriri tenham o mesmo ensino que a escola do Paranaguamirim ou do Jardim Iririú. Que os projetos especiais de ensino integral sejam disseminados por todas as escolas. E antes que tablets, queremos professores motivados, dispostos a compartilhar seu conhecimento com os estudantes! Queremos ensino que seja interessante para o estudante da geração Y, e que a escola entenda este processo!


Nossa Joinville precisa de professores e estudantes melhores para que os candidatos do amanhã sejam qualificados, mas principalmente para que os eleitores sejam qualificados.

Este é um pedaço do meu sonho de Joinville. Nossa cidade igualitária, educada, sustentável, limpa, com qualidade de vida, motivo de orgulho pra sua gente, com oportunidades para todos e a melhor cidade para se viver no Brasil. Joinvilense candidato, deixe seus interesses pessoais de lado e faça o melhor por nossa cidade. Joinvilense eleitor, demonstre seu amor por Joinville e vote com consciência e qualidade, escolhendo quem representa de fato o melhor pra nossa cidade!

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Quem estará no segundo turno em Joinville?