POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Há quem
venha defendendo a tese há meses. Darci de Matos só não ganha as eleições para
a Prefeitura de Joinville se não quiser. Ou seja, só não será o próximo
prefeito da cidade se cometer erros crassos e não souber aproveitar o momento. Quer dizer, pode ser uma questão de estar no lugar certo e na hora certa. Hummm... talvez. Mas será
que ele está a fazer as coisas da melhor maneira?
Há nuvens no horizonte. A pesquisa do Ibope divulgada há pouco mais de uma semana mostrava o candidato do PSD num incômodo terceiro lugar, com 20% na preferência do eleitorado. Ou seja, dois pontos percentuais atrás do tucano Marco Tebaldi. No entanto, a margem de erro aponta para um empate técnico e Darci de Matos tem uma palavra a dizer. Os humores dos eleitores mudam, as pesquisas falham.
Há nuvens no horizonte. A pesquisa do Ibope divulgada há pouco mais de uma semana mostrava o candidato do PSD num incômodo terceiro lugar, com 20% na preferência do eleitorado. Ou seja, dois pontos percentuais atrás do tucano Marco Tebaldi. No entanto, a margem de erro aponta para um empate técnico e Darci de Matos tem uma palavra a dizer. Os humores dos eleitores mudam, as pesquisas falham.
Um overview do quadro eleitoral faz
relembrar o velho carma dos joinvilenses: o dilema de escolher o candidato
menos ruim. E menos ruim, vale lembrar, ainda é ruim. Mas a coisa vai de mau a
pior. Muitos temem o cenário mais aziago: um segundo turno entre Udo Dohler,
que tenta a reeleição e lidera as pesquisas, e Marco Tebaldi, que pretende uma
volta à Hermann Lepper.
Udo Dohler tem
usado o maior tempo de televisão e os recursos dos marqueteiros para pintar o
quadro bonito da sua administração. Mas soa a falso. E, como já escrevi, o
atual prefeito tornou-se 100% político. Isso significa que as suas balizas
morais e éticas tornaram-se mais maleáveis. Aliás, as ações judiciais contra Udo
Dohler, movidas por adversários que o acusam de abuso de poder político, mostram
que a pintura está borrada.
Marco
Tebaldi tem problemas que vêm de longe. O candidato do PSDB tem enorme
dificuldade em se descolar da imagem de ficha suja. E não é para menos. Quem
não se lembra das manchetes? “Deputado
Marco Tebaldi é condenado por desvio de dinheiro público, mas não terá que
cumprir pena”, escreveu o jornal A Notícia, em 2014. Apesar de se autodenominar
“ficha limpa”, a imagem de condenado grudou-lhe na pele.
Isso significa
que o caminho pode estar aberto para Darci de Matos. É uma questão de passar ao
segundo turno. Porque aí a rejeição vai ter peso decisivo. Eis os números
revelados pela mesma pesquisa: Udo Dohler com 22% de rejeição, Marco Tebaldi com
21% e muito distante aparece Darci de Matos, com apenas 8%. Num segundo turno,
Udo Dohler teria que trabalhar em duas frentes: conquistar votos e diminuir a rejeição (texto sobre a rejeição).
Neste quadro, Darci
de Matos seria um candidato muito mais difícil de bater. Ou seja, a passagem de
Marco Tebaldi ao segundo turno seria motivo de festa para a entourage de Udo Dohler (cada vez mais acometida de húbris). Significa que Darci de
Matos é o melhor candidato? Nem por isso. Mas como nunca sentou na cadeira de
prefeito traz a vantagem de não ter uma imagem desgastada. E esse é o calcanhar-de-aquiles
dos seus dois principais oponentes.
Mas restam poucos dias para sabermos o que nos reservam as eleições. E, no frigir
dos ovos, socorro-me de um velho ditado português: “entre Udo, Tebaldi e Darci, que venha
o diabo e escolha”.
É a dança
da chuva.