segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Os fatores que levaram à vitoria de Udo
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
A vitória de Udo Dohler era pouco esperada, da mesma forma que a sua candidatura, um puro boato para muitos. Os meses foram passando, e seu nome conseguiu unir um partido que há anos estava rachado. O PMDB de Joinville não encontrava um norte desde que LHS saiu da Prefeitura e foi para o Palácio d'Agronômica. Esta foi a grande vitória de Udo, pois, sem isso, não seria eleito.
Conseguiu o apoio de um partido médio da cidade (o PDT) e alguns outros, formando uma coligação modesta, longe daquelas montadas por LHS nos anos 90. Mas, com um PMDB fortalecido como há tempos não se via. A campanha começou com Udo em quarto lugar, atrás mesmo de Carlito Merss e sua péssima gestão. Com uma chapa de vereadores consistente (a qual acabou elegendo quatro pessoas) e uma propaganda eleitoral diferenciada, mostrando propostas enquanto os outros se criticavam, subiu nos índices de uma hora para a outra, passando Carlito e assustando Clarikennedy e Tebaldi, os líderes intocáveis até então.
Com os ataques diretos a Tebaldi por parte dos adversários, Udo subiu e se consolidou como a segunda força ao fim do primeiro turno. E de fato era, junto com Clarikennedy, a candidatura que mais tinha vontade de chegar ao cargo de Prefeito. Tebaldi estava sonolento e Carlito apanhava nas cordas. Leonel era a surpresa, mas não encorpou a ponto de chegar.
Udo conseguiu não cair na armadilha de revidar os ataques, principalmente aqueles que surgiram após a sua ascensão (o vídeo da mulher "amarrada" vai ficar para a história). Ao não dar mídia para seus ataques, respondendo-as, sua candidatura se consolidou como um nome que estaria no segundo turno, pois continuou mostrando propostas, e apenas isto.
O segundo turno mostrou a inversão de estratégia do empresário, atacando diretamente o seu opositor. E foi aí que Clarikennedy perdeu. Não foi nem no aceite dos apoios de Tebaldi e Carlito. O revide aos ataques prejudicou muito a sua imagem perante o eleitorado. E essa era a única arma que restou ao Udo e a sua competente equipe (ter uma campanha rica ajuda nessas horas...), revirando todo o passado documentado da vida do deputado, e espalhando através de sua militância. Como uma bola de neve, atingiu grande parte do eleitorado. Mais uma vez, o PMDB unido fez a diferença.
Como uma boa parcela do eleitorado de Clarikennedy ainda não estava decidida sobre o seu voto (aí que se encontra o grande erro dos institutos de pesquisa, pois estes não acompanham a maleabilidade do comportamento eleitoral das pessoas), e acabou invertendo sua intenção após o revide dos ataques, e da proliferação de todo o passado revirado. Udo pode não ter sido o candidato mais coerente, e com fatos estranhos (como o da renúncia de seu salário dias antes da votação) mas sabia que o pessedista iria cair na armadilha e "dar ibope" aos ataques, evidenciando-os. O feitiço persuasivo do deputado virou contra o feiticeiro, pois não conseguiu sustentar o seu discurso incoerente demonstrado através dos ataques.
O empresário Udo, um intruso no rachado ninho peemedebista, que falava com sotaque carregado, incomodado perante os belos discursos dos adversários nos debates (muitos deles desnecessários, tema para um post futuro), representante durante anos dos empresários, indicação do coronel urbano LHS, desconhecido do povão e sem apoios substanciais no segundo turno acabou levando. O seu sucesso deve-se muito também aos erros dos outros. Carlito teve tudo na mão para se reeleger, mas não soube aproveitar. Já Tebaldi sucumbiu após anos desastrosos.
Aos aliados, cabe agora a realização de uma ótima gestão, sempre visando o melhor para a cidade. Aos adversários (principalmente Tebaldi e Carlito) é hora de repensar as atitudes E AS PESSOAS QUE OS CERCAM. Caso contrário, não terão sucesso em 2014. A cidade de Joinville tem um novo Prefeito (o primeiro nascido em Joinville desde Rolf Colin), eleito em uma campanha que entrará para a historia, duplamente: pelo baixo nível dos debates e ataques e também pela virada histórica de Udo Dohler.
Aos aliados, cabe agora a realização de uma ótima gestão, sempre visando o melhor para a cidade. Aos adversários (principalmente Tebaldi e Carlito) é hora de repensar as atitudes E AS PESSOAS QUE OS CERCAM. Caso contrário, não terão sucesso em 2014. A cidade de Joinville tem um novo Prefeito (o primeiro nascido em Joinville desde Rolf Colin), eleito em uma campanha que entrará para a historia, duplamente: pelo baixo nível dos debates e ataques e também pela virada histórica de Udo Dohler.
Prever a vitória de Udo: dá pra fazer!
POR GUILHERME GASSENFERTH
O Chuva Ácida foi um dos primeiros espaços a analisar e acreditar no fenômeno que foi a virada de Udo Döhler.
Além do mais, aqui criou-se um espaço democrático de participação do leitores, com praticamente todos os comentários liberados (à exceção dos ofensivos, caluniosos ou criminosos) e espaço (que continua) aberto ao envio de textos.
Não se pode também menosprezar o fato de que este blog foi unânime no combate ao Kennedy Nunes e suas promessas vãs, demagógicas e lunáticas. Daqui, saíram várias das armas de Udo e contra Kennedy ao longo do pleito – algumas forjadas ainda em 2011.
Foi o Sandro quem cunhou o termo KCT, que caiu nas graças do povo e foi pras redes sociais. Há um ano, o Charles escreveu sobre as diárias usadas pelo Kennedy para visitar a própria cidade, o que acabou tornando-se uma das principais armas de combate ao candidato deputado. Foi aqui no Chuva Ácida que o Baço alertou-nos da diferença entre o Udo gestor e o Udo político, e fez abrir os olhos para quem era o candidato do oba-oba. O Jordi escreveu o texto recordista em acessos, explicando motivos que levavam o eleitor a não escolher Udo Döhler – o que felizmente acabou por não acontecer. Amanda abriu os olhos dos leitores sobre os perigos da mistura da religião com política. Até mesmo a Gabriela, que escreve sobre esporte, conseguiu demonstrar que Udo era mais preparado e tinha propostas mais factíveis para o esporte. E eu consegui fazer a análise que se mostrou certeira: de que Udo sairia vencedor nestas eleições.
Devo confessar que me arrependo apenas de ter ajudado a contribuir para divulgar a canção A Jumenta Vai Falar. Foi um ataque ao Kennedy Nunes pessoa, não ao político. Ele tem o direito de acreditar no que quiser e criticar sua música foi algo que não considerei nobre nem bonito, pelo contrário. Mas são águas passadas.
Nestas eleições, atingimos a histórica marca de 70 mil visitas neste mês de outubro, marcado pelo período entreturnos. Sabemos que este número vai diminuir consideravelmente no pós-eleição, mas não podemos usar de falsa modéstia e ignorar a importante participação do Chuva Ácida como um novo player da política e cotidiano locais.
Na minha opinião, Udo não é o prefeito ideal, e o partido onde está abrigado é o pior do Brasil. Mas depositamos esperança em seu governo, principalmente se LHS se mantiver afastado das tetas (santa ingenuidade).
Agradeço a todos os nossos leitores pela visita e comentários, além dos convidados que enviaram textos. Continuem utilizando este espaço! E agradecemos também a quem acreditou em nosso improvável prognóstico de sexta-feira.
A Udo Döhler e Rodrigo Coelho, nossa saudação pela importante vitória e histórica virada. Saibam, no entanto, que este blog não deixará de fazer seu papel de crítica e haverá de posicionar-se contra quando entendermos necessário – para que sempre a grande vencedora seja Joinville e seu povo.
domingo, 28 de outubro de 2012
Kennedy ou Udo, faça a sua escolha!
Caros leitores e eleitores de Joinville, até o momento pouco ou quase nada tratei acerca do embate político no que tange o esporte joinvilense.
No entanto, amanhã é dia de decisão e agora não haverá mais possibilidade de se adiar tal escolha entre Kennedy (Clarikennedy) x Udo.
Não vamos elencar aqui propostas que dá ou ná pra fazer, até por que tem tantas tão estapafúrdias que me julgo totalmente incapaz de tecer qualquer comentário.
Mas vamos falar sobre o que nos interessa nesse espaço, o Esporte. O que foi falado pelos candidatos à Prefeitura de Joinville para o albergamento do esporte joinvilense, assim como de seus atletas?
Praticamente nada, a não ser o que vimos nesses últimos diasd a discussão de que Udo é apoiador do JEC há anos e que Kennedy só "ajudou" o Avaí e nada para Joinville.
Gente, em primeiro lugar, o esporte de Joinville não se resume ao JEC (tudo bem que é o de maior notoriedade), entretanto é o que mais possui patrocínios e ajudas tanto da iniciativa privada como da pública (por mais pífia que seja).
A grande verdade é que Joinville a anos está abandonada por seus gestores no que diz respeito o esporte e seus atletas. A base do esporte tem e precisa ser nas escolas, na iniciação escolar, como já houve um projeto valioso a respeito mas abandonado pelo atual Governo, em que mirava crianças de escolas, com renda inferior.
Apoiar os que já alcançaram nível de competição de alto rendimento, até eu cara pálida. Quero projetos de maneira maciça para aqueles que não detem condições, que estão na iniciação escolar e física, o que poderá acarretar grandes atletas e, caso assim não for possível, com certeza seres humanos muito melhores.
As propostas de Udo Doehler para o esporte, conforme seu Palno de Governos, são as que seguem:
O Esporte é uma das ferramentas mais eficazes na formação do caráter, na preparação física e na manutenção de uma sociedade saudável. Não pode ficar de fora das prioridades de uma administração preocupada com o social.
- Concluiremos a Arena Joinville, de acordo com o projeto original.
- Dotaremos praças de quadras poliesportivas e de areia, pistas de skate e de caminhada e palco de eventos.
- Reformaremos e modernizaremos os ginásios Abel Schulz e Ivan Rodrigues.
- Basearemos a gestão esportiva em cinco pilares:
Já as do candidato Kennedy (tive que pesquisar muito para achar as suas propostas), são as seguintes:
- Desporto educacional: inclui toda a estrutura escolar e milhares de jovens entre 12 e 17 anos.
- Desporto comunitário: com realização de miniolimpíadas interbairros e o fortalecimento de modalidades tradicionais, como Bolão, Tiro-seta, Bocha, Futebol de Salão, Vôlei, Handebol, Judô, Atletismo e Ciclismo, entre outros.
- Desporto de rendimento: preparação de equipes para os Jogos Abertos de Santa Catarina e convênios com ligas de esporte amador.
- Desporto de participação: valorizaremos a participação da Terceira Idade e o paradesporto.
- Qualificação de equipamentos esportivos.(http://www.udo15.
com.br/propostas/esporte)
- Aumentar a oferta de programas complementares, como microcrédito, capacitação profissional, alfabetização de adultos, cooperativismo e ações de educação, cultura, esporte e lazer para famílias em situação de vulnerabilidade social.
- Ampliar o acesso e a infra-estrutura de esporte e lazer municipal. (Plano de Governo, localizado no site do TSE)
É, se for pela forma que as propostas para o esporte foram apresentadas, o peemedebista foi bem mais claro e específico no que pretende (e esperamos que faça) pelo esporte joinvilense. De outra ponta Kennedy Nunes foi bastante conciso e abrangente nas suas parcas propostas pelo esporte de Joinville. Nesse caso fica até difícil cobrar e esperar algo na área, sendo tão breve e alheio. Vamos torcer que, se eleito for, dê pra fazer!
O que não poderemos aceitar, eleito qual deles for, com mais ou menos propostas, que realmente se faça, que esse abandono dos espaços poliesportivos (se assim é possível se denominar) que Joinville já possui sejam resolvidos e verdadeiramente aproveitados, assim como projetos nas escolas, apoio aos atletas em ascenção etc.
E, também, não se pode deixar de falar no abandono político das próprias equipes de alto rendimento da cidade, como o Krona Futsal ter que disputar, possivelmente, a Taça Brasil no ginásio da Univille, já que o Centreventos já está locado para outros eventos, como formaturas e afins. E, pior, o basquete que, provavelmente jogará seus primeiros jogos em outra cidade por não haver disponibilidade de local apropriado em Joinville.
Que palhaçada, acho isso lamentável, enojante e por horas até parece piada da atual gestão.
Então leitor, faça a sua análise, tire suas próprias conclusões e VOTE, isso mesmo, não deixe de votar, não se exima da sua responsabilidade e depois ainda ficar garganteando aos quatro cantos que o esporte de Joinville está isso ou aquilo. Por pior que seja, sempre devemos fazer uma escolha, eis que vivemos num país democrático de direito que depende de seus cidadãos para a manifestação concreta da democracia e sua atuação de fato.
Cidadãos vamos à urna elotrônica e escolham, diante das propostas apresentadas e das suas conclusões, Kennedy ou Udo e tecle Confirma.
Em defesa do voto nulo
POR ÍCARO ENGLER
Sofro de esquizofrenia. Não teria doença melhor para definir a minha visão e divisão do mundo social. Por um lado,sou cientista político e esta profissão me responsabiliza de entender o campo político, suas práticas e leis; seus padrões e recursos; sua profissionalização e símbolos. Assim, entender o campo político como ele é, a realidade, e não como ele deveria ser, no sentido típico ideal (utópico).
A partir da teoria do campo político, construída pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, corrente na qual me filio como pesquisador (Sim, não sou marxista, como já fui acusado, por esquizofrenia – desta vez dos acusadores), compreendo que os profissionais da política, vivem mais da do que para apolítica, e uma vez que perdem seus mandatos, estão desempregados. E aí se basearia a explicação para várias atitudes na política que me deixam perplexo, como eleitor.
Pois nesta condição de cidadão, tenho ideologias, anseios, vontades! Procuro votar de forma consciente, analisar as propostas, partidos, pessoas e delegar meu poder a quemacredito que faria o que eu considero melhor para minha cidade, estado e país.
Por partir destas premissas, não delego o meu poder ao menos pior! Este é o discurso que vejo na cidade onde nasci efui criado. Nela moram meus familiares e amigos. Os sujos falando dos mal-lavados. Acusações de coligação enormes, em que numa temos seis partidos, desde o 1º turno, e na outra sete, com as alianças para o 2º turno. Falam de fisiologismo, onde todos são profissionais da política.
Daí vão me dizer: “Mas o Udo é empresário, nunca foi político. É renovação!” Renovação aliada ao PMDB?! Com o seu padrinho Luiz Henrique da Silveira?! E se ele nunca foi político, como se enquadra ao argumento de “experiência”? O discurso de gestor esvazia a política de dentro da política e isso só serve pra legitimar uma lógica que simplesmente não se aplica a este campo. A prefeitura não é uma empresa! É um órgão político do poder executivo municipal (aqui opina ocientista político). Não considero um empresário o porta-voz dos meus interesses (aqui o cidadão). Clarikennedy Nunes, muito menos! Por todas as questões que estão aí, mais freqüentes nas redes sociais, concordando em boa parte com os textos com as críticas ao Kennedy, publicados aqui no blog nestas últimas duas semanas.
O que fazer? Voto nulo! Não vou delegar o meu poder ao menos pior. Vou anular meu voto conscientemente como forma de protesto. Como um recado que diz: “vocês não me representam.” Alguns vão argumentar que 50% mais um de votos nulos não anulam as eleições. Verdade! Está bem claro isso na lei. Agora pense um minuto, 50% mais um dos eleitores de uma cidade votam nulo e uma lei é que vai dizer o peso e o significado que uma manifestação social como essa tem?
Meu voto nulo está muito longe de ser uma abstenção. Seria se eu fosse para a praia e justificasse, mas não. Vou sair da cidade onde moro atualmente para, no dia 28 de outubro de 2012, anular meu voto na eleição municipal de Joinville. Ademocracia me permite isso! O regime democrático é muito mais do que eleições a cada quatro (ou dois?) anos.
Não delegue o seu poder ao menos pior. Isto sim é se abster de propor um debate maior e uma mudança real.
Icaro Gabriel da Fonseca Engler – Joinvilense e doutorando em Ciência Política(UFRGS)
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