sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Faça as suas apostas no Chuva Ácida

Conte quem você acha que vai para o segundo turno.

Coloque na forma do comentário o seu palpite.

Para poder sortear uma passagem de ônibus só de ida entre os terminais Sul e Norte do sistema integrado de transporte coletivo, não aceitaremos palpites de anônimos  De seu apelido, alias, nick, aceitamos inclusive o seu nome verdadeiro.

Participe. Pode participar quantas vezes quiser.

Quem estará no segundo turno em Joinville? 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Golpes abaixo da cintura... não!

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Quem tem acompanhado os meus textos aqui no Chuva Ácida, ao longo deste último ano, sabe o que penso do atual quadro político em Joinville. A democracia só teria a ganhar, em termos de qualificação, se houvesse um segundo turno entre Carlito Merss e Udo Dohler.

E não tenho dúvidas de que o inferno da democracia seria uma disputa entre Kennedy Nunes e Marco Tebaldi. Não vou ficar aqui a repisar as razões, porque são simples. Joinville precisa desesperadamente chegar ao século 21 e não serão políticos da idade da pedra a liderar esse processo.

De Kennedy Nunes já disse o que penso num texto publicado na terça-feira. E sobre Marco Tebaldi acho que ficou patente a minha visão quando falei nos vergonhosos ataques desferidos contra o nome de Udo Dohler, num texto chamado “O estilingue de Tebaldi e a vidraça de Dohler”.

O problema é que agora o estilingue foi parar às mãos de quem eu não esperava. Foi muitíssimo infeliz a ideia da campanha do Partido dos Trabalhadores, que levou ao ar o vídeo da mulher amarrada. Em termos teóricos, sou capaz de imaginar os pressupostos da estratégia dos marqueteiros. Mas quando Carlito faz o mesmo que Tebaldi, o caldo está entornado.

Ora, ganhar eleições é uma coisa. Mas ganhar com golpes abaixo da cintura será sempre uma derrota ética. Afinal, perder eleições é parte do jogo, perder a integridade deixa nódoas na biografia. Não sei se a candidatura de Carlito Merss vai ganhar votos com o episódio (nunca se sabe). Mas é fácil ver o que perdeu.

Ok... a favor de Carlito Merss tenho a dizer que ele precisaria errar muito - mas muito mais - para descer ao nível de alguns dos seus adversários.


P.S.: Sobre o episódio das mulheres amarradas, vou repetir o que digo há anos. Seria interessante se os jornalistas de hoje procurassem fontes primárias, ouvissem todos os lados e fizessem o obrigatório double-check. Porque é uma história muito mal contada. Se deixarem os fatos para os marqueteiros, a coisa degringola.

O fim do histórico e horroroso 1º turno

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Estamos acompanhando uma das disputas eleitorais mais equilibradas da história desta cidade, muito provavelmente. E parece mentira, considerando o histórico das últimas campanhas, onde uma centopeia de partidos sempre aniquilava os poucos adversários que restavam (exceto em 2008). Neste ano, três candidatos oscilam na liderança, com diferenças irrisórias nos pontos percentuais, dependendo da pesquisa. Um quarto candidato fica um pouco atrás, aparentemente sem chances, porém com uma boa quantidade de votos que não podem ser descartados até a abertura das urnas no próximo Domingo. 

Devido a tantas possibilidades, podemos considerar o dia 7 de outubro de 2012 como a confirmação de um momento histórico. Alguém aí pode refrescar a minha memória com outra disputa tão acirrada que nem esta, e envolvendo tantos nomes? 

Será emocionante abrir a urna e ver a contagem dos votos (caso a estimativa das pesquisas se confirme), principalmente se os três nomes que estão liderando alternarem-se nas cabeças, ou ainda: ver o quarto colocado chegar e incomodar. Será um teste para cardíaco, com certeza. Sem esquecer o fato novo que tivemos da candidatura de um partido jovem, com ideias jovens, diferentes, sem querer ocupar espaço na TV para mensagens sindicais ou cargos em 2013. Este último não irá chegar, certamente, mas fez bonito (e muito!).

Por um outro prisma, este primeiro turno é para ser sepultado, de preferência, embaixo dos entulhos do mais antigo sambaqui da cidade. Coitados dos sambaquianos, talvez não mereçam tal injúria. O nível das propostas está tão raso, sem conteúdos, baseados em achismos, e muitas vezes contraditórios com o passado do candidato, que chega a dar nojo (e olha que sempre gostei muito de política, mas neste 2012 a coisa está feia). Somado a isto tudo, o desespero e´enorme a ponto de prometer obras quase impossíveis, iludindo o eleitor.

O que entristece mesmo são os ataques pessoais. Avançando sobre o que já discorri aqui no blog, os discursos preconceituosos perante os possíveis defeitos dos candidatos só tira o foco das propostas. Não lembro de ter visto Voltolini e LHS, em 96 e 2000, por exemplo, com ataques neste nível tão baixo. Qual o motivo de tentar desvirtuar a imagem pessoal de um candidato? Seja ele um possível pastor manipulador, um possível marido infiel, um possível candidato com casamento de fachada, ou um empresário que possivelmente "judia" (se soubessem o quão carregado de preconceito este termo é, não teriam usado, ainda mais vindo dos proclamados igualitários...). Bem, o desespero bateu, pois as propostas não convenceram, e os ataques em cima de "possíveis possibilidades" tornaram-se rotina, de todos os lados, para todos os lados.

É por estas e outras que considero este primeiro turno parte integrante de um cenário horroroso, e que alguém tenha piedade por Joinville. Infelizmente parece que isso irá continuar no segundo turno, seja quais forem os candidatos, pois é algo intrínseco a eles falarem mal de si mesmos, e não querem construir um diálogo sobre suas propostas, visando a construção de novos ideais de cidade. Não a cidade do A ou do B, mas a cidade de todas as pessoas.

Um palpite para Domingo, para encerrar: vão chegar o primeiro e o terceiro das pesquisas. De qual pesquisa? Bem, eu acredito em uma delas, mas como cada um acredita naquela que mais lhe convém, deixa pra lá.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Remédio ou creche? Escolhe!


Afastamento remunerado e o princípio da isonomia



 POR AMANDA WERNER

Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Eis o princípio da isonomia.

Nas eleições atuais, somente em Joinville temos 29 candidatos a vereador que são servidores públicos. Nestes dados, foram incluídos servidores públicos em geral e policiais civis e militares. Parece pouco? Comecemos novamente.

No Estado de Santa Catarina, somam-se 1874 servidores públicos candidatos, que disputam o cargo.

Em todo o Brasil, o total de servidores públicos pleiteando cargos políticos neste ano, corresponde a 53.249. Os dados são do TSE.

Por força de lei, os servidores públicos devem desincompatibilizar-se de suas funções públicas com alguma antecedência. O prazo de desincompatibilização varia de acordo com o cargo pretendido – presidente, governador, vereador, deputado, e também, de acordo com o cargo ocupado  se é servidor público em geral, ou se é autoridade, por exemplo. Para facilitar, vamos nos ater somente a quem pleiteia o cargo de vereador e pode ser considerado servidor público em geral.

O objetivo da lei, ao exigir a desincompatibilização, é o de impedir que o servidor público candidato faça uso da administração pública em proveito próprio. Evitar o chamado “uso da máquina”. É uma forma de dar cumprimento ao princípio da isonomia, ou igualdade, como preferirem. Assim, tenta-se dar aos candidatos o mesmo ponto de partida. Oportunidades iguais.

Ok. E já é um ônus imenso. E o cargo vacante? Muitas vezes, tem que se colocar alguém no lugar. Paga-se em dobro. Ou ainda, o cargo fica desocupado e onerando todo o serviço público. Aumentam-se as filas. O serviço fica atrasado.

Mas, como se isso não fosse suficiente, o servidor público continua recebendo remuneração, mesmo afastado do trabalho. Nesse caso, não me parece que o princípio da isonomia foi mantido.

Ora, para o candidato a vereador que trabalha em empresa privada  não há nenhuma lei dispondo sobre a tal licença. Ou seja, o funcionário de empresa privada não tem este direito. Além de arriscar perder o emprego, tem que se bancar.

Os servidores públicos candidatos estão sendo financiados por nós. Por toda a sociedade.

O pior de tudo, é que percebe-se que em grande parte das vezes, o candidato a vereador sabe que não tem a mínima condição de ser eleito. O único objetivo destes, me parece que é o de se alinharem à um partido político, uma coligação.

Ser “de um lado” , para os candidatos-servidores não-eleitos, passa a ser um pré-requisito para galgarem cargos dentro da administração pública, já que foram aliados políticos durante as eleições. Quando os tais cargos são conseguidos, e existe a presença dessas figuras na administração pública, nem sempre é exigido delas, o desempenho  com qualidade que se espera de um servidor público, que tem o dever da probidade, da impessoalidade e da eficiência. Pois o agente deixa de ser público, para ser político.

E quando não foi o seu partido que ganhou, não se esforçam para desempenhar a suas funções, muitas vezes como forma de “sabotar” a oposição. Entre servidores político-partidários opostos, há um acordo tácito: não me incomoda, que eu não te incomodo quando for a tua vez.  

E quando há servidores empenhados nas suas funções, e propõem mudanças, ficam travados, e os que travam, quando instigados ao trabalho, defendem-se dizendo que estão sendo perseguidos politicamente. Desta forma, ciclicamente, sempre os mesmos ocupam os cargos em comissão. E tudo “está como dantes no quartel d’Abrantes”.

Estes são sintomas de que nossas leis podem estar defasadas e devem ser revistas. Quem sabe a implantação de planos de cargos e salários na administração pública? Talvez fosse uma forma mais honesta do servidor buscar a ascensão profissional.

Significa que o servidor público não pode se candidatar? Não. Significa que ele não deveria receber durante o período do afastamento.

O servidor público é público. O nome já diz tudo. E está lá para servir a sociedade. E não para se auto-beneficiar por meio de mecanismos e brechas na lei.