quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Noel Rosa e o candidato a prefeito

POR ET BARTHES
Noel Rosa foi um exímio artista, um dos maiores da história da música brasileira. Em sua curta vida (morreu em 1937, aos 26 anos), compôs várias dezenas de sambas, alguns até hoje cantarolados e batucados Brasil afora. O leitor Christian Duarte Maia publicou em seu Facebook uma canção de Noel Rosa que chama muito a atenção pela contemporaneidade com o cenário político joinvilense, em especial pela similaridade com a situação de um candidato a prefeito cujo nome não diremos. Seria o cantor um vidente? Cantou Noel, lá no início do século passado:

"No tribunal da minha consciência,
O teu crime não tem apelação,
DEBALDE tu alegas inocência,
Mas não terás minha absolvição..."

Percebam como o cantor pronuncia a palavra destacada acima.


Os vários "brasis" da educação: relatos a partir do IDEB

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

O Ministério da Educação anunciou nesta semana os índices do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) relativos a 2011, e, infelizmente, o cenário não mudou:  estamos longe da média ideal, em comparação com países desenvolvidos e que possuem bons índices educacionais (média 6). E o pior aparece quando aprofundamos os dados: a discrepância entre os estados brasileiros é enorme, retrato de um país debilitado.

O único fato positivo é que todos os estados melhoraram seus índices no ensino de base (1ª a 4ª séries), colaborando com a maior média (4,7) dentre os setores avaliados. Entretanto, doze estados ainda se encontram abaixo da média, e dentre estes, todos são da região norte (Acre, Amazonas, Pará e Amapá) ou da região nordeste (Piauí, Paraíba, Pernambuco, Bahia,  Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas).


A média cai absurdamente na avaliação sobre o ensino de 5ª a 8ª séries, passando para 3,9 e novamente com doze estados abaixo dessa média. Mudam-se os estados, mas todos os piores índices estão no norte ou nordeste brasileiro. Para o ensino médio, outro dado alarmante (além da queda do índice para 3,4): nove estados pioraram seus índices em relação a 2009 e doze estados não atingiram suas metas, ficando abaixo do planejado. Doze estados da região norte e nordeste novamente são os piores e abaixo da média.

À medida que o ensino vai avançando, ele vai ficando cada vez mais desqualificado, dando margem à evasão escolar e aumento da criminalidade. Se o jovem (o qual já não teve um ensino de base qualificado) perceber que a educação não lhe permite colher melhores frutos no futuro, ele irá procurar outros meios para sua subsistência. Empregos que não permitem fazer o jovem estudar, ou a ilusão de dinheiro fácil advindo da criminalidade são alguns dos caminhos possíveis que a própria educação pública proporciona.

Apesar do ensino de base estar melhorando, não adianta apenas dar atenção a este setor e acompanhar de camarote a piora dos outros níveis de ensino. No Brasil, infelizmente, os melhores professores – e mais bem remunerados - dão aula no ensino superior, enquanto que nos anos iniciais geralmente encontram-se os professores menos qualificados e mais mal remunerados. Precisamos implantar como política pública, em todo o país, o ensino integral, com atenção igual a todos os níveis de ensino e a valorização da categoria docente. Porém, é difícil pensarmos desta maneira, pois cada estado e cada município têm suas políticas, seus orçamentos e suas prioridades, por isso tantos “brasis” dentro do mesmo Brasil. E ainda há quem diga que o sistema de cotas vai resolver todos os problemas da educação... ou dizer que os professores não gostam do que fazem (sic!).

Estamos, enquanto país, equivocados  a ponto de melhorar um índice e piorar outro, acreditando que, melhorando o índice geral, qualificaremos toda a educação brasileira. Por mais que nossa cidade e nosso estado liderem os rankings, somos cegos perante a realidade nacional (44% das escolas públicas não atingiram suas metas). Com esses índices, me desculpem os sonhadores, mas estamos longe de sermos o país do futuro. Somos o país dos debilitados de conhecimento.

PS: Relatos da imprensa e complementares a esta temática:








quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Evolução das espécies


Joinville em cinco sentidos


 POR AMANDA WERNER

AUDIÇÃO 
O dia mal amanhece e não é preciso despertador. O silêncio de uma longa noite de sono é quebrado pelo canto estridente, quase metálico, da Aracuã, anunciando o novo início.  Em seguida, ouve-se o barulho de algum cortador de grama e o zumbido quase ininterrupto dos Vaps, funcionando a todo o vapor.
Cabrum! Alguém corre para dentro de casa, não sem antes recolher a roupa que está no varal.  É a chuva que chega forte, escorrendo pelas calhas, e, logo, alguém exclama: Éééééégua! Meu Senhor! Deste jeito vamos virar sapos!
Para o alento de todos, a chuva torrencial passa, e seu som é suavemente substituído pelo canto dos canários-da-terra e sabiás.

OLFATO
Emerge o cheiro de terra molhada, de ar fresco pós-tempestade e a sensação de conforto ocupa seu espaço.  É hora de arejar a casa, pois tudo cheira a mofo. Ao colocar as almofadas pra fora, alguém machuca o dedo com uma farpa de madeira do sofá, ou, um pai, acidentalmente se corta ao fazer a barba. E a mãe recomenda: passa Minâncora! O agradável odor canforado inebria e, imediatamente, remete à adolescência, quando a tradicional pomada era usada para secar espinhas. Ou à infância, quando aplicada em assaduras. Mas há um odor, nada agradável que predomina e faz plano de fundo para quem mora perto: o do Rio Cachoeira. E quando ouço os antigos dizerem que nem sempre foi assim, alimento a esperança de que mais agradáveis ares virão.

TATO
O pé está molhado dentro do sapato. E há também um pouco de lama. Os desavisados, que desconhecem o efeito das marés altas em dias de chuva, têm água até os joelhos. Em pleno centro da cidade! Não há como desviar de tantas poças d’água no caminho. Uma toalha é oferecida para secá-los. Úmida. Se o calor asfixiante do verão traz as picadas de butucas e maruins, e também dos borrachudos (haja repelente!). Abre a temporada dos refrescantes banhos de rio, nos Quiriris e Piraís deste pedacinho de Mata Atlântica.

PALADAR
Em uma casa, alguém está comendo bolachas de melado. Em outra, o café da tarde é reforçado. Com bolinhos de banana ou pão de batata com nata e schmier.  Nas noites de verão tem caranguejo. Nas de inverno sopa preta. Em todas as estações têm chope, rollmops e hackepeter. E nada como um Mayerle Boonekamp para ajudar a digerir tudo isso!

VISÃO
Com os olhos fechados, enxergo. Para quem só acredita olhando, esta é a cidade das orquídeas, das bromélias e da florada do jacatirão em novembro. Onde se veem  mangues e sambaquis. Contornada e protegida pelos morros. E, de cima de um mirante, pode-se avistar o mar. Cidade das casas com estilo enxaimel. E também das bicicletas. Para o regozijo de todos os meus sentidos, já sei onde estou. Posso sentir. Estou em Joinville.

Mais uma Olimpíada que passou! E o Futsal?

POR GABRIELA SCHIEWE
A MELHOR CAMPANHA - No domingo passado ocorreu o encerramento das 30ª Olimpíadas da era moderna, com um show fantástico encabeçado pelos artistas mais seletos do mundo pop/rock inglês. Mas vamos no ater ao Brasil. Para o Comitê Olímpico Brasileiro, foi a melhor participação em Olimpíadas: o Brasil ficou em 22º no quadro de medalhas,com 17 medalhas conquistadas:
- 3 de ouro;
- 5 de prata; 
- 7 de bronze.

“Para Londres realizamos a melhor preparação da história, com uma oferta de serviços igual à das grandes potências, tais como o Crystal Palace, Ciências do Esporte, Telemedicina (inédito no mundo esportivo), aclimatação do judô e do boxe em Sheffield, aclimatação da ginástica masculina em Ghent e da feminina em Ipswich, hotéis de apoio, quadra exclusiva para o voleibol etc. Agradecemos aos atletas, aos técnicos, aos integrantes das comissões técnicas e às Confederações Brasileiras Olímpicas. O COB reconhece o trabalho e o empenho de cada integrante do Time Brasil em Londres”, afirmou Nuzman.

Essas palavras do presidente do COB não pactuam com a minha opinião, já que para uma delegação de 259 atletas, dispersos em 32 modalidades e, conforme as palavras de Nuzman, a mais preparada, não tenho como parabenizar o Time Brasil, como o Comitê chama a equipe brasileira. Reverenciar alguns atletas isoladamente eu concordo, mas 17 medalhas para um "time" composto por 259 atletas chega a ser lastimável.

Você, brasileiro e torcedor, concorda com o presidente Nuzman que os Jogos de Londres foram um sucesso para o Brasil? Que cumpriu as expectativas?  Ou você também é da opinião que não se trata apenas de “jogar” atletas lá de qualquer jeito, apenas para fazer número e constar como a “maior delegação” já participante de uma Olimpíada?

Parece piada mas é verdade. E agora estão bradando que na Rio-2016 pretendem ficar entre os Top Ten, que irão fazer grandes investimentos em todos os esportes. Olha, bem sincera, se isso realmente for verdade, a velha frase faz jus, "antes tarde do que nunca". Mas que sendo feito apenas "pra gringo ver", tenha uma continuidade pós Jogos do Rio de Janeiro. Neste endereço vocês podem ter acesso a todas informações envolvendo o esporte olímpico brasileiro: http://www.cob.org.br/


SONHO OLÍMPICO - Fica a célebre pergunta: por quê o Futsal não é esporte Olímpico? Hoje vemos o nome de maior notoriedade do Futsal, jogador Falcão, encabeçando a campanha nas redes sociais #Futsalnasolimpíadas2016. No entanto, infelizmente, fazendo um estudo na procura das respostas do porquê da negativa até o presente momento, me deparei com um entrave político, sempre ele. Pelo que se vê, enquanto COI e FIFA não chegarem a um denominador comum e entenderem que o Futsal não se trata de uma variante do Futebol e, também, não se tratar de moeda de troca esse esporte que é o segundo praticado no nosso país e desenvolvido, oficialmente em 101 nações, continuará no limbo olímpico.

“O futsal é praticado no país por mais de 12 milhões de pessoas e, além do Brasil, outros 100 países praticam o esporte. O Comitê Olímpico Internacional não pode excluir uma força esportiva tão grande, com tanta participação popular”, diz a deputada deputada estadual Vanessa Damo do PMDB paulista a Campanha Futsal, um sonho olímpico!

Isso se trata de uma aberração olímpica. Ou alguém vai querer me convencer que o Badmington cumpre os requisitos olímpicos e eleva as Olímpiadas em número de telespectadores e patrocinadores mais do que o Futsal? Se a resposta for sim, para tudo, pois está tudinho errado. Em 2016, no Rio, o Futsal estará como convidado. Convidado? Isso mesmo, ainda não será de fato e de direito modalidade olímpica, pois há a informação de que já estão definidas as modalidades para Rio-2016.

A Campanha "Futsal! Um sonho Olímpico!" parece que não atinge as mais dissolutas autoridades do COI, fazendo da próxima Olimpíada mais um pesadelo aos atletas e apreciadores do Futsal. No blog Pedagogia do Futsal, o professor Wilton Carlos de Santana traz notas, informações e comentários afeitos a Campanha que, aparentemente ficará para 2020! Qual a sua opinião acerca da não inclusão do Futsal nas Olimpíadas? 


NO CHUVEIRINHO - Na segunda, a Krona no jogo de vida ou morte  contra a Assoeva, saiu vencedora e segue mais viva  do que nunca na Liga Nacional. Para coroar essa vitória teve 4 atletas convocados para a Seleção Brasileira Sub-20, além de seu preparador de goleiros. Parabéns aos atletas Andi, Dudu, Schneider e Thiago! Agora que venha o Botafogo que estamos prontos para mais uma brava luta! E o JEC fez o necessário e nada mais, vencelo placar de 1 x 0. Lima dessa vez "marcou toca" pois levou o terceiro cartão e será ausência preocupante no jogo de sábado contra o Vitória.