POR ET BARTHES
Aí o homem vai sacar o revólver, como se estivesse num duelo. O problema é que a arma era de verdade, a bala era de verdade e a carne era de verdade.segunda-feira, 28 de maio de 2012
Um ornitorrinco na Prefeitura de Joinville?
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Você sabe o que é um ornitorrinco? É aquele bicho esquisito que tem bico de pato mas não é pato. De fato, é apenas um pato construído a partir das ideias de políticos numa aliança. E a política joinvilense corre o risco de ter o seu próprio ornitorrinco nas próximas eleições. Segundo a imprensa, Luiz Henrique convidou Clarikennedy Nunes para ser vice de Udo Dohler. Sério?É o tipo de aliança que parece tão natural quanto ver porcos a andar de bicicleta. E que levanta algumas perguntas. Será que a coisa sai? Será que Clarikennedy vai abrir mão da sua obsessão pela Prefeitura? E será que Udo Dohler vai querer aparecer junto com ele na fotografia? Afinal, quem ganha e quem perde com essa costura? Vamos ver...
O principal beneficiado só pode ser o próprio Luiz Henrique. Houve quem tratasse a jogada do senador como ousadia. Nada disso. Parece apenas um velho cacique a caminho do ocaso, tentando mostrar que ainda consegue fazer bater os tambores da pajelança política. Afinal, até as crianças do pré-primário sabem que se Udo Dohler não chegar à Prefeitura, o cacife político de Luiz Henrique sai muitíssimo arranhado.
Clarikennedy Nunes também teria a ganhar, apesar de ter que largar o sonho da Prefeitura. Ao aparecer ao lado de Udo Dohler ganharia tempo de antena, poder de fogo e uma credibilidade que não tem. Afinal, apenas os incautos e as ovelhas do seu rebanho o levam a sério. Ok... mas parece ser muita gente, porque ele conseguiu se eleger deputado estadual e até aparece com alguma expressão nas pesquisas de opinião.
Clarikennedy Nunes é o tipo de político que pode contar cabeças, nunca cérebros. Qualquer pessoa com dois dedos de testa não leva a sério os seus delírios de poder. Mas tem o lado menos ruim: caso a aliança se concretizasse e ganhasse as eleições, ele não teria muito a fazer enquanto vice-prefeito. E a cidade ficaria a salvo da sua estroinice política. Pior se ele fosse prefeito: porque a projeção da sua imagem é a de um macaco numa loja de porcelanas.
Enfim, temos Udo Dohler. E aqui a equação é mais difícil. Porque ele poderia ganhar a Prefeitura, mas o preço é deitar por terra o capital de credibilidade com que chega à política. Qualquer aritmética simples permite ver que a soma dos votos de Udo Dohler e de Clarikennedy Nunes aumenta as hipóteses de ganhar as eleições. Mas até onde Udo Dohler está disposto a ir apenas para chegar ao poder?
Vale relembrar. Udo Dohler aparece como alguém que tem um projeto de governo. Mas se logo na sua primeira eleição começa a trabalhar por um projeto de poder, então desaparece a respeitabilidade que hoje faz diferença na sua candidatura. Todos sabemos que até este momento Udo Dohler tem sido poupado das críticas mais duras. Os seus dois principais adversários - Carlito Merss e Marco Tebaldi - não têm tido vida fácil, enquanto Udo Dohler fica a ver tudo de camarote, com a imagem intacta.
O fato é que se aderir a essa lógica de maningâncias políticas, as coisas mudam de figura. Para começar, há as circunstâncias em que a costura foi anunciada: com o empresário fora, sem tugir nem mugir. É mau para a gestão da sua imagem. Se a articulação foi feita com o empresário em viagem, o leitor pode ficar com a ideia de que ele é um puppet de Luiz Henrique. E a oposição pode começar a bater nessa tecla. Dá um bom (anti)slogan político.
Mas vamos esperar para ver o que acontece. Se você é daqueles que acham a política a segunda mais antiga profissão, o ornitorrinco está aí para provar que talvez seja a hora de rever os seus conceitos.
domingo, 27 de maio de 2012
Melhor desarmar os idiotas 1
POR ET BARTHES
Aí o mané vai para a frente da câmara do computador mostrar que entende de armas, que é fodão. Mas...sábado, 26 de maio de 2012
Não voto em Carlito porque ele abandonou as suas bandeiras
POR GUSTAVO PEREIRA DA SILVA
Eu não voto em Carlito Merss. A
pergunta parece fácil de ser respondida, mas não é. Na década de 90, então
aluno da Escola Técnica Tupy, namorei a filha de um ex-funcionário graduado da
Fundição Tupy, amigo de Carlito. Quando ele era o assunto nas reuniões de família,
a impressão era que se falava de um semideus. Eram só elogios. Carlito era
o exemplo. Carlito era disciplinado. Carlito era arrojado. Carlito era o cara.
Não o
conheci o santo, mas iniciada a fase universitária no Curso de Engenharia da
UDESC, passei a observar pelos jornais os passos do iluminado. Movimento sindical,
Câmara de Vereadores, deputado estadual, deputado federal, relator do Orçamento
da União. Nunca fui eleitor declarado do Carlito, mas confesso que já admirei e
muito sua pessoa. Precisávamos de sangue bom na política e Carlito era o
exemplo para muitos como eu - um imigrante que chegou em Joinville com a roupa
do corpo e a vontade de trabalhar.
A visão
olímpica começou a cair em 2005 quando estourou o escândalo do mensalão.
Acostumada a jogar laranjas nos adversários, a agremiação passou a levar
laranjadas - e das grossas. Acompanhei pela internet as sessões no Congresso,
depoimentos e a desfaçatez dos cardeais envolvidos. A imagem do semideus ruiu
quando assisti o então deputado federal Carlito Merss (e a ministra Ideli
Salvatti) ser(em) escalado(s) para defender o indefensável escândalo, em sessões
no Congresso Nacional.
Foi um
desrespeito para nós, eleitores catarinenses. Mas, embalado pelo governo
populista do ex-presidente Lula, Carlito Merss chegou ao poder em 2009, com a
promessa viva da mudança, que nunca se revelou. Passados quase quatro anos da
sua administração, o prefeito ainda não disse a que veio. Detentor do toque de
Midas inverso e índices de rejeição nababescos, tornou-se o melhor cabo eleitoral
de seus adversários. Nas redes sociais pulula a máxima jocosa que a atual
administração não consegue dar uma dentro. Soa injusta a alusão, mas vamos
ver...
No
primeiro ano de Governo, tivemos o maquiavélico aumento do IPTU, taxando os
humildes proprietários de imóveis sem calçada. No segundo e terceiros anos,
greve e insatisfação generalizada dos professores e no serviço público como um
todo. Problemas na saúde pública. Disputa com os camelôs. Escolas interditadas,
obras de esgotamento sanitário que se assemelham à campos de guerra, espalhados
pelos quatro cantos de Joinville. A agonizante Rua Timbó. Problemas no
IPREVILLE. Avenidas e ruas esburacadas. As flores e canteiros mal cuidados.
Museus e bibliotecas fechados. Desabamento de telhados em espaços públicos. Secretarias
regionais que não funcionam a contento porque faltam recursos.
Até na
formulação das bases da lei de ordenamento do solo urbano o prefeito enfrentou
desgastes. Pagou para ver e, por enquanto, perdeu a batalha na Justiça para as
nanicas associações de moradores, tendo que admitir, perante a Promotoria de
Justiça, que algo não andou bem no Conselho da Cidade.
Em
suma, não voto no Carlito, porque o candidato abandonou suas bandeiras,
esqueceu suas origens, relevou promessas e compromissos na eleição anterior,
cercando-se de néscios inexperientes e desinformados. Enfeitiçado pelo poder,
reproduziu modelos políticos de comportamento de seus antecessores, que tanto
condenava. O cavalo encilhado passou e a oportunidade ímpar de demonstrar à
população suas qualidades, predicados e seu inegável carisma foi-se. Dizem que
a unanimidade é burra, mas para este articulista há uma única certeza: nós,
joinvilenses, definitivamente, estamos anestesiados, pois os pirulitos de
morango travestidos de luminárias espalhados nas ruas e avenidas representam a
cereja do bolo, o coroamento desta gestão.
Que venham as eleições.
Gustavo Pereira da Silva é advogado e Presidente da Associação Viva o Bairro Santo Antônio
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