sexta-feira, 2 de março de 2012

Primeiro-damo espia seios da princesa


 POR ET BARTHES
Hoje em dia sempre tem uma câmara por perto. Não dá para ficar de bobeira. Mas o excelentíssimo Pentti Arajärvi, marido da presidente da Finlândia (primeiro-damo?), foi filmado a dar uma conferida básica nos seios da princesa Mary, da Dinamarca, durante um jantar de gala em Copenhagen. Aliás, essa parte da anatomia nem parece ser o ponto forte da moça. O mais divertido foi a cara do homem, quando flagrado pela princesa… olhou para o ar e fez ar de menino travesso, como se nada tivesse acontecido. 


Os novos candidatos de Joinville

POR GUILHERME GASSENFERTH

Muitos eleitores clamam por “renovação”. Em política, isto parece ter duas distintas encarnações: quem nunca governou; ou quem nunca foi político. Melhor pro conceito se o candidato possuir as duas.

A princípio, parece acertado dizer que os pré-candidatos que ora postulam a sentar no principal gabinete da Rua Hermann August Lepper, 10, são: Carlito, Tebaldi, Udo Döhler, Darci de Matos, Kennedy Nunes, Xuxo, Rodrigo Coelho e Leonel Camasão. Ora, em Joinville, quatro dos candidatos supracitados podem se enquadrar nos dois critérios: Dr. Xuxo, Udo, Leonel Camasão e Rodrigo Coelho. 

O médico Dr. Xuxo é evidentemente envolvido com saúde, e seu trabalho à frente da Fundação Pró-Rim é referência nacional. Estão agora para construir um grande hospital na Zona Leste (junto ao atual), o que poderá dar-lhe alguns votos. Contudo, é figura conhecida das campanhas eleitorais, e certamente não será visto como opção para renovação, além de ser irmão do José Carlos Vieira, conhecido de longa data da política municipal.

Já Udo Döhler nunca disputou nenhum tipo de eleição pública e nunca governou . Udo representa indubitavelmente um anseio claro da população: um gestor mais técnico e menos político. Udo, formado em direito, esteve à frente de uma empresa exitosa e que por alguns anos (não sei hoje) possuiu folga de recursos - o que é absolutamente desejável também para os cofres públicos. Também reúne outras qualidades que o credenciam a ser testado nas urnas, como seu envolvimento comunitário e associativo: presidente da mantenedora do Hospital Dona Helena, cônsul honorário da Alemanha, presidente da ACIJ, FACISC, Sindicato das Indústrias Têxteis e vice da FIESC.

No entanto, Udo é afillhado político de Luiz Henrique da Silveira. Isto já lhe garante alguns votos, além de sábios conselhos eleitorais de alguém que é provavelmente o maior político do Estado. Mas, junto com o fato de ser do PMDB, faz retirar de sua candidatura qualquer insígnia de renovação pela qual poderia clamar, além de fazer vir à tona o cansaço e ressentimento que muitos joinvilenses sentem pelo Senador. Por fim, como Udo conseguiria conciliar um perfil técnico com a necessária política à frente da Prefeitura? O Baço já escreveu sobre isso no Chuva Ácida.

Sobram Leonel Camasão e Rodrigo Coelho. O primeiro, jornalista, filiado ao PSOL, foi candidato a deputado federal em 2010 e recebeu votação muito pequena, que pode ser atribuída ao excesso de candidatos da região, à sua inexpressividade eleitoral de então, à pouca idade e ao partido, não só novo, mas de esquerda convicta e defesa do socialismo, o que afugenta muitos votos. Certamente receberá muito mais que seus mil votos do pleito passado, mas segue a questão partidária. O PSOL ainda não é um partido muito estruturado em Joinville, tem uma nominata fraca à Câmara e, mesmo que o eleitor tenha simpatia por Leonel, dificilmente o enxergará como opção plausível a assumir a Prefeitura. Muito menos se aliar-se ao PSTU, como vem sendo aventado. As campanhas do PSTU são alvo de chacota, naturalmente, para um partido que usa como bordão “Contra burguês, vote 16”. O PSOL receberá votos de socialistas, de esquerdistas convictos, de revoltados e poucos outros. Eu admiro muitas posições do PSOL, notadamente a defesa dos direitos humanos, incluindo os direitos LGBT. Mas o PSOL enfrenta ainda muita rejeição.

Já Rodrigo Coelho, jovem advogado e comerciante filiado ao PDT, tem um pouco de experiência administrativa e alguns trunfos, que deverá saber aproveitar para capitalizar eleitoralmente. Titular de um escritório de advocacia previdenciária, já participou ativamente de revisões e encaminhamentos de aposentadorias de milhares de idosos em Joinville e que por ele nutrem simpatia. Se souber conquistar o voto destes idosos e de suas famílias, que identificarão nele um vínculo próximo (identificação de vínculo é um dos maiores capitais eleitorais que existem), poderá amealhar milhares de votos adicionais. Comerciante, pode alegar a experiência obtida à frente de suas gestões na CDL Jovem e em seu empreendimento para solicitar o voto dos joinvilenses.

Há ainda que se considerar que o PDT é um partido que oferece pequena rejeição. Rodrigo Bornholdt, outro bem sucedido advogado, já fez um pouco do serviço e ganhou 15 mil votos como candidato a prefeito em 2008. Só não fez mais porque não conseguiu afastar de si o estereótipo de riquinho ou burguês. Este problema Coelho conseguirá resolver com mais facilidade, uma vez que transita com naturalidade nos bairros e com pessoas mais simples (a maior parte de seus clientes). E o PDT tem a reconhecida luta pela educação, o que certamente gera alguns votos.

Até o Carnaval, a hoje remota possibilidade de o catarinense Manoel Dias ascender ao Planalto como Ministro do Trabalho era um risco à candidatura própria do PDT joinvilense. Se Maneca fosse nomeado ministro, a intervenção para que o PDT compusesse com Carlito seria muito provável. Hoje, Manoel Dias deve estar magoado com o PT e agirá para que o partido tenha candidatos próprios em cidades como Joinville. Mais um ponto para a candidatura de Coelho.

Agora, surge a notícia de que um “frentão” está sendo costurado para apoiar uma só candidatura: PRB, PDT, PCdoB, PR e, quem sabe, PV. Já estaríamos falando de no mínimo 2 minutos e meio de TV. Se esta coligação se consolidar, é sem dúvida um forte trunfo eleitoral.

Coelho precisa resolver alguns problemas estruturais, como o racha do partido, que põe de um lado o secretário municipal de Habitação, Alsione Gomes de Oliveira, somado a alguns ocupantes de cargos do governo municipal, e de outro os defensores da candidatura própria, a princípio a maior parte do restante dos filiados, inclusive Rodrigo Bornholdt e James Schroeder, ao que se sabe. Além disto, Coelho até agora não tem nomes experientes para conduzir sua campanha, pensadores políticos que o ajudem a capitanear a estratégia de transformar suas vantagens em votos. Por fim, a candidatura de Coelho pode ensejar uma dúvida: quem convidaria para assumir as secretarias? Há nomes qualificados que o apoiam? Ter os primeiros escalões qualificados é, talvez, o principal trunfo que alguém pode apresentar.

Mas, de longe, o principal trunfo de Coelho é encarnar o novo. Além de ser jovem e bem sucedido, nunca foi candidato a nenhum cargo político e vai representar nas urnas a desejada renovação por expressivas parcelas do eleitorado municipal. Se Rodrigo Coelho souber trabalhar seus pontos fortes e reduzir a influência de seus pontos fracos, poderá constituir um importante fato novo na política municipal, comparado ao que Marina Silva foi capaz de fazer em 2010 nas eleições presidenciais.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Pronto, começou a galinhagem...


Jogador da Holanda come a relva...



POR ET BARTHES
Sabe quando a gente diz que o "jogador até come a relva"? Pois Klass-Jan Huntelaar, da seleção da Holanda, comeu... literalmente. Mas não é motivo para piada. Tudo aconteceu depois de um choque de cabeça com o jogador Chris Smalling, da Inglaterra, no jogo de quarta-feira, no renovado estádio de Wembley. Os dois acabaram substituídos depois das contusões (aliás, as imagens mostram que Huntelaar está meio grogue). No que toca ao futebol, foi um jogo bem disputado e o placar final foi Inglaterra 2 x 3 Holanda.



O automóvel é a nossa vaca leiteira


POR JORDI CASTAN


É bom começar esclarecendo que “vaca leiteira” é uma expressão coloquial (significa geração de caixa) e que neste texto é usada de forma retórica. Ultimamente as pessoas andam com os nervos à flor de pele e se sentem interpeladas por qualquer tolice.

O carro é a vaca leiteira que sustenta uma parte importante da nossa economia pública, na outra ponta é preciso incluir os custos com a imobilidade, os investimentos necessários para construir duplicações, binários e elevados, o aumento dos custos no sistema de saúde para fazer frente aos acidentes de transito e a irreparável perda de jovens, que na flor da idade perdem a vida ou são mutilados em números que superam o de muitos países em guerra.

Cada vez mais o tema mobilidade está em pauta. Na verdade, quanto menor o nível de mobilidade urbana, mais o tema é debatido. Transporte público, elevados, bicicletas, ciclovias, faixas de pedestres é por aí afora são objeto de textos, debates e devaneios de uns e outros. Em comum, o fato de demonizar o automóvel e ver a sua expansão e aumento como um fato inevitável. Os maiores inimigos do carro se situam entre os ocupantes de cargos no poder público e os diretamente vinculados ao transporte coletivo, estes últimos por motivos óbvios.

É conveniente revisar alguns dados que podem ajudar a entender melhor esta situação em que, por um lado, se demoniza o carro e, pelo outro, se estimula a sua expansão e se trabalha para manter o maior nível de mobilidade individual. O carro é, no Brasil de hoje, uma vaca sagrada, de úberes fartos e generosos. Isso ocorre desde que se iniciou o irreversível sucateamento da malha ferroviária, para criar as condições propícias ao desenvolvimento do mercado rodoviário. Quando se fez a aposta de trocar um modal por outro, o Brasil tomou uma decisão estratégica: o tempo e os fatos têm se encarregado de mostrar o acerto ou não da decisão.

Hoje a nossa economia está atrelada ao carro. A arrecadação da própria prefeitura é dependente dos recursos originados pelo automóvel. O joinvilense paga mais de IPVA que de IPTU. O total arrecadado com IPTU em 2011 foi de R$ 67 milhões. O IPVA representou R$ 87 milhões e destes a metade fica no município e a outra vai para o Estado. Para ter noção de grandeza, os R$ 43,5 milhões que correspondem a Joinville são um valor maior que o empréstimo do BNDES, na cifra de R$ 40 milhões, que é apresentado como a solução para a maioria dos problemas de trânsito da cidade. Estas contas não incluem os valores arrecadados com multas, que estão na ordem de R$ 12 milhões ao ano, ou o ICMS que incide sobre o álcool, a gasolina e o diesel que os nossos veículos consomem e que representa outra parcela significativa das receitas públicas.


A equação mobilidade urbana versus imobilidade urbana precisa considerar outras variáveis além da visão simplista de ônibus X VLT ou bicicleta X carro. Implica um debate sobre o modelo de cidade e a implantação de um plano de mobilidade urbana que faça desta uma cidade mais eficiente, mais competitiva e preparada para o futuro. 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Quem fica parado é poste...


E elas pararam o trânsito...


POR ET BARTHES

O texto de hoje do Felipe Silveira fala da boa experiência de mobilidade nas ruas da Dinamarca. E como as boas ideias merecem ser copiadas, trazemos outro exemplo lá da terra de Hamlet. O que você acha deste recurso – para lá de criativo – usado para conscientizar os motoristas sobre os limites de velocidade? Ora, quando o assunto é o trânsito, não adianta ficar a lamentar: o negócio é meter o peito e resolver. Mas houve um problema: as moças não apenas diminuíram a velocidade, mas pararam o trânsito.


Diga NÃO aos elevados e SIM à mobilidade integrada

POR FELIPE SILVEIRA

Esse texto é uma continuação do texto de quarta-feira passada (Diga NÃO aos elevados) por dois motivos: 1) o assunto não se esgotou e rendeu alguns bons comentários; 2) meus queridos anônimos, sempre eles, não entenderam (ou fingiram que não) algumas coisas que serão esclarecidas neste texto.

Primeiro, vamos deixar claro que o texto não é a criminalização, "vilanização" ou “demonização” do uso do carro, como foi dito por lá. O texto é uma reflexão para que as soluções para o trânsito não sejam baseadas na construção de elevados, conseqüência da priorização do carro como principal – e praticamente único –, meio de transporte dentro das cidades. Para isso, sugeri pensarmos em soluções simples, como pequenas alterações nas vias que podem desafogar o trânsito, e também afirmei que é impossível melhorar a mobilidade urbana com tanto carro na rua. Assim, afirmei que é preciso DIMINUIR o número de automóveis. Antes que digam que eu estou negando o que escrevi na semana passada, o texto está lá, sem alterações, para quem quiser conferir.

Dito isto, vamos falar sobre a proposta deste texto, que é mostrar como é possível diminuir o uso do carro no cotidiano e assim melhorar a sociedade. O debate já teve início nos comentários do texto de semana passada e vamos continuar por aqui. Mas, desta vez, ao invés de falar sobre algumas idéias, vou mostrar como essa mudança já deu certo.

O exemplo de Copenhague

A jornalista Natália Garcia saiu a pedalar pelo mundo para saber como algumas cidades lidam com essa questão do transporte, experiência que ela conta no site Cidade para pessoas. O exemplo que mais me impressionou foi o de Copenhague, na Dinamarca. Lá, por causa de uma mudança de ponto-de-vista da gestão municipal, há cerca de 20 anos, o transporte que se encaminhava para ser caótico, hoje é dividido em aproximadamente 25% para cada modal. Ou seja, 1/4 das pessoas usa carro, outro usa ônibus, outro usa bicicleta e outro vai a pé mesmo. Deem uma olhada no vídeo e reparem no que um dos entrevistados falou sobre a postura das pessoas em relação ao poder público:



Depois de terem visto o vídeo, vamos debater como isso pode ser feito por aqui. Os principais argumentos para não andar de bicicleta em Joinville são as condições climáticas, a falta de segurança e a péssima qualidade das vias. Evidentemente, pedalar e andar a pé na Dinarmarca é mais seguro, mas isso não é por causa da natureza privilegiada. Mesmo no rigoroso inverno nórdico, com neve, as pessoas continuam a usar a bicicleta. Não com a mesma freqüência, mas continuam. Já a segurança e a conforto são resultados de políticas públicas para devolver as cidades às pessoas.

Outro ponto que sempre aparece neste debate é a afirmação de que o Brasil não é a Dinamarca e Joinville não é Copenhague. Bom, não preciso dizer que eu sei disso. No entanto, idéias são idéias em qualquer lugar e os bons exemplos estão aí para serem usados como referência para a construção de um novo modelo de transporte adaptado a nossa realidade.

Mas construir um novo modelo passa pela reformulação de uma maneira de pensar que já está consolidada. Essa maneira de pensar nos leva a crer que a bike é um ótimo instrumento de lazer, e não de transporte. Leva a pensar que andar a pé é muito cansativo e que andar de ônibus é horrível (e é mesmo, atualmente, mas nós podemos mudar isso e tornar uma coisa melhor).

Por isso tudo, acredito que a solução para o trânsito não é ser contra o carro e nem priorizá-lo. A solução é pensar em um sistema de mobilidade integrado, que ofereça segurança e opções a todos os interesses. Quem precisa mesmo, anda de carro. Quem pode pedalar, com certeza ganhará em qualidade de vida. Quem só pode andar de ônibus, que tenha conforto e condições para isso. Veja algumas lições que podemos aprender com Copenhague para chegar lá.



E, para quem quiser sonhar com um rio Cachoeira diferente, fica também a lição dos nórdicos. Só pra dar um gostinho de como pode ser:

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Quem está na chuva é para se queimar...


Saindo uma cervejinha, senhora Merkel


POR ET BARTHES

Quando o calor aperta, nada mais refrescante que uma cerveja geladésima. Mas nem sempre o refresco vem do jeito que a gente quer. É o que comprova esta inovadora maneira de dar uma arrefecida na senhora Merkel, a toda-poderosa chanceler da Alemanha: um autêntico banho de cerveja. Merkel pode ter se refrescado, mas quem parece estar numa fria é o garçom.