POR JORDI CASTAN
Um dia destes, um bom
amigo me questionou alguns comentários, em que dizia abertamente que achava o
prefeito Udo Dohler uma pessoa autoritária. Ele acha - e não sem razão - que o prefeito é uma autoridade e que a sociedade espera que ele exerça a
autoridade inerente ao seu cargo.
A conversa foi e voltou, com argumentos e contra-argumentos. Logo ficou claro que ambos concordamos no fato de que é função e obrigação de uma autoridade pública exercer essa autoridade. E que o prefeito tem que atuar com autoridade: é justamente para isso que foi eleito pela maioria dos joinvilenses.
A conversa foi e voltou, com argumentos e contra-argumentos. Logo ficou claro que ambos concordamos no fato de que é função e obrigação de uma autoridade pública exercer essa autoridade. E que o prefeito tem que atuar com autoridade: é justamente para isso que foi eleito pela maioria dos joinvilenses.
Depois de ter tido
governos de quase todo tipo e modelo, o eleitor votou muito mais contra o que não queria e menos no que desejava. Muitos entenderam
esta última eleição como um momento do voto de protesto. Ficou claro que ninguém quer um
prefeito pusilânime. Tampouco
a candidatura que se identificou com a mitomania teve muito sucesso. Os candidatos
com imagem associada à corrupção - ou cuja ficha está precisando de muita água,
escova, sabão e sol para ficar limpa - nem chegaram ao segundo turno. O que não quer dizer que o candidato vencedor seja o melhor candidato
para Joinville. Foi o melhor candidato entre os que disputaram a eleição.
Voltando ao tema da autoridade e de ser
ou não autoritário, o debate está longe de encerrar. Eu diria mesmo que está no seu
inicio. Mas vamos à definição de autoridade:
- Direito ou poder de se
fazer obedecer, de dar ordens, de tomar decisões, de agir, etc.
- Aquele que tem tal
direito ou poder.
- Os órgãos do poder
público.
- Aquele que tem por
encargo fazer respeitar as leis; representante do poder público.
- Poder atribuído a
alguém; domínio.
- Influência, prestígio;
crédito.
- Indivíduo de
competência indiscutível em determinado assunto.
Estaremos todos de
acordo que o prefeito, seja ele quem for, pelo cargo que
ocupa é uma autoridade e dele se espera que exerça a autoridade com retidão e
justiça. Os amantes da ordem e do respeito às leis veem com bons olhos aqueles
que têm autoridade. Questionar isso seria como questionar o papel do maestro
numa orquestra. Mesmo os menos letrados sabem que sem a figura do regente à
frente da orquestra o resultado é uma cacofonia anárquica.
Porém, outra coisa bem diferente é o
autoritarismo típico dos autoritários, aqueles que, pelo seu perfil, são vistos
ou atuam de forma altiva, são impositivos, dominadores e, em não poucos casos, arrogantes. Em extremo chegam a ser despóticos. São facilmente
identificáveis porque procuram impor-se pela autoridade, mais que pelo
convencimento ou pela sua capacidade de argumentação. Sua forma de ser é percebida como resolutiva ou
ainda como a de aquele que decide, que é determinado e que toma decisões com
presteza.
Há um grupo acostumado a que outros tomem as decisões por eles. A vida fica mais fácil, pois não precisam questionar muito e podem se concentrar em
obedecer de forma ordeira. O que acaba se convertendo numa
relação conveniente para ambas as partes. O autoritário exerce a sua autoridade na plenitude, sem oposição, sem que
haja questionamentos. E os dóceis e obedientes não têm que enfrentar a árdua
tarefa de decidir, nem precisam questionar.
É uma situação adequada para justificar as relações de vassalagem de épocas passadas, mas inconcebível numa sociedade plural, democrática e formada por homens e mulheres livres.
É uma situação adequada para justificar as relações de vassalagem de épocas passadas, mas inconcebível numa sociedade plural, democrática e formada por homens e mulheres livres.