Jair Bolsonaro anunciou que vai transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. É um erro. Sabe aquela expressão “deixar quieto”? Era o melhor. Mas Bolsonaro é um homem intelectualmente limitado e entende muito pouco ou nada de política externa. O novo presidente parece não saber que nas relações internacionais atuais a linguagem é a da diplomacia comercial.
A explicação é de que estava no seu programa de governo. É bem provável que tenha sido aconselhado por um desses líderes políticos de baixa estatura moral que pululam no Brasil. Porque essa decisão só pode ser uma questão de fé. O leitor e a leitora podem até achar um fator menos relevante, mas não é. Com a decisão, o novo governo está a pôr em risco uma parceria comercial estratégica para o país, porque os países da região do Oriente Médio são importantes parceiros comerciais do Brasil.
Eis alguns números de 2016, a mostrar três exemplos de exportações para a região.
Arábia Saudita (25%) US$ 2,49 bilhões
• Alguns exemplos dos produtos exportados: Carne de frango (46%), açúcar (14%), soja (6%), carne bovina (4,4%), milho (4,3%), Automóveis de passageiros (4,2%), Munição de caça e esporte (2,6%), tubos de ferro fundido, ferro, aço e acessórios (2,1%).
Emirados Árabes Unidos (22%) US$ 2,24 bilhões*
• Alguns exemplos dos produtos exportados: Carnes de frango (21%), açúcar refinado (16%), óxidos e hidróxidos de alumínio (11%), Tubos de ferro fundido, ferro, aço e acessórios (7,3%), carne de bovino (3,4%), calçados (0,74%).
Irã (22%) US$ 2,23 bilhões*
• Alguns exemplos dos produtos exportados: Milho em grãos (36%), soja (21%), carne de bovino (17%), resíduos de óleo de soja (11%), açúcar (9,2%), chassis com motor para veículos e automóveis (3,2%), veículos de carga (0,15%), suco de laranja (0,12%).
Mas não é só na economia que a decisão cria riscos. O Brasil será o terceiro país do mundo a mudar a embaixada, depois de Estados Unidos e Guatemala. Parece que o futuro presidente do Brasil encontrou em Donald Trump o seu "role model". Mas o Brasil não é os EUA. O fato é que consequências podem ir além das comerciais e ter efeitos políticos. O Brasil pode acabar entre os países considerados inimigos do islão. E, por extensão, pode entrar na rota dos grupos terroristas religiosos que perpetram ataques terroristas pelo mundo. É um risco desnecessário.
É a dança da chuva.
*Dados disponíveis em: http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/comex-vis/frame-bloco?bloco=oriente_medio s
Mas ele não é nazi?
ResponderExcluirAh, não. Pera...
O pior é que o pessoal lá em Israel o pessoal acha que ele é mesmo nazi...
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirParabéns pelo novo visual do site.
Quanto as questões levantadas no seu post, você pode escolher a resposta:
- Está fora de contexto;
- É só da boca pra fora;
- Vocês petralhas ficam distorcendo os fatos para prejudicar o mito;
ou ainda essa última que foi incorporada ao repertório nos últimos dias:
- Não vem ao caso...
Saudações
Ou... "é fake news"...
Excluir