POR CLÓVIS MONTENEGRO
No meio desta insanidade produzida pelo capitão reformado, com a retirada de oito mil médicos cubanos das equipes do Saúde da Família, estão mirando no que não se deve: os profissionais médicos brasileiros.
O Brasil tem atualmente 400 mil médicos. 40 mil deles trabalham no Saúde da Família. 100 mil deles trabalham apenas na iniciativa privada. Os outros 300 mil trabalham no SUS, sendo que 100 mil deles com exclusividade.
Assim sendo, é uma tolice dizer que os médicos brasileiros não cuidam da saúde da maioria dos brasileiros através do sistema único.
Pode-se questionar a qualidade do trabalho médico no Brasil, mas o erro médico certamente é menor do que em qualquer outra atividade produtiva. Quem diz isto são administradores especialistas, e não médicos. Em tempo: os EUA investem 1500 dólares per capita/ano no seu sistema de saúde, que exclui 40 milhões de pessoas. Nossos médicos usam a mesma tecnologia dos EUA, mas investimos apenas 100 dólares per capita/ano. É quase como tirar leite de pedra.
Pode-se questionar o ideário político dos médicos, mas eu mesmo participei de um grupo "Médicos contra o fascismo" em uma rede social na época das últimas eleições com dezenas de milhares de membros. O elitismo entre médicos não difere daquele entre advogados, engenheiros, etc. Aliás, 55 milhões votaram no capitão reformado. Vai faltar dedo para tantas caras.
É verdade que algumas entidades médicas estão fazendo papel ridículo de indicar um ministro da saúde para Jair Bolsonaro. Isto representa a vontade das elites médicas, com interesses não muito diferentes de ruralistas, comerciantes ricos e industriais. Digo isto tudo apenas para fazer um apelo: vamos nos opor a Bolsonaro, vamos criticar a saída intempestiva dos médicos cubanos, vamos defender o SUS, mas não devemos generalizar críticas rasteiras ao profissionais médicos.
Sou médico, filho de médico, irmão de médico, fui casado com uma médica e todos trabalharam e trabalham com muita dignidade no serviço público. Fui coordenador de residência em medicina comunitária, um dos idealizadores do Saúde da Família, secretário de um dos 20 municípios pioneiros, coordenador da implantação em Santa Catarina e fundador da Associação Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
Nesta hora tão difícil para todos os brasileiros, meu apelo é simples: sejamos racionais.
“insanidade produzida pelo capitão reformado”?
ResponderExcluirAlto lá!
O capitão reformado deu oportunidade para os médicos cubanos permanecessem no Brasil CONTANTO que fizessem o “revalida” (que é exigido para TODOS os médicos, estrangeiros e brasileiros, formados fora do país); que recebessem o salário integral (como ocorre com TODOS os demais participantes do programa “mais médicos”); e pudessem trazer suas famílias da ilha-cárcere, ao invés do regime ditatorial cubano fascista mantê-los como reféns).
Participaste do grupo “médicos contra o fascismo”? Pois então dê os parabéns a Jair Bolsonaro, a proposta do novo governo vai ao encontro com os ideais democráticos.
Em tempo, foi Cuba que, de forma unilateral, de forma ideológica, resolveu exigir que os médicos cubanos retornassem à ilha-cárcere, não o Brasil, que ainda é governado pelo vice da Dilma.
Sejamos racionais e honestos com os fatos.
Eduardo, Jlle
"Médicos contra o fascismo"! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirChega. Próximo texto...