terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A amnésia é o melhor cabo eleitoral de Udo Dohler

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Foi interessante (e nada inesperado) ver, nos últimos dias, o anúncio de obras da Prefeitura de Joinville. Fica a sensação de que há mais trabalho em duas semanas do que houve em três anos. Estacionamento rotativo. Pavimentação da rua Tenente Antônio João. Novos pontos de ônibus. Patrolamento e ensaibramento de ruas pelas subprefeituras. Ambulâncias, motos e carros.

Enfim, a comunicação da Prefeitura tem se esforçado para pintar um quadro em cores mais suaves e, com isso, convencer os eleitores de que o trabalho está a ser feito. Mas há um problema: o timing é mais que tardio. A escassez de realizações ao longo de toda a gestão não ajuda. Aliás, é conhecida, no anedotário político, a lógica de uma gestão de quatro anos, que deve ter as seguintes fases:

Ano 1 – pôr a culpa dos problemas na gestão anterior.
Ano 2 –  anunciar grandes obras e, para isso, falar em projetos.
Ano 3 – reclamar da falta de verbas, mas ainda assim dizer que há obras em licitação.
Ano 4 – transformar a cidade num canteiro de obras, destacar a eficiência da administração e preparar a reeleição.

Alguém tem dúvidas de que a atual administração está empenhada em seguir esse roteiro? Em ano de eleições, parece ter entrado na quarta fase com franca volúpia. Será suficiente? A ineficácia foi tanta ao longo dos anos anteriores que só a fraca memória e pouca convicção política pode fazer mudar a percepção dos eleitores. Ou seja, a amnésia política é o principal cabo eleitoral de Udo Dohler.

A situação é difícil para o atual prefeito, mas (porque há sempre um "mas") talvez seja cedo demais para anunciar o fim político de Udo Dohler. Quem morre na véspera é peru. Todos sabemos que uma campanha regada a muitos cifrões pode mudar o rumo das coisas. E se há alguém com cacife para investir forte é o atual prefeito. Portanto, quando os reais começaram a falar, muita coisa pode mudar. Melhor esperar para ver.


É a dança da chuva.

10 comentários:

  1. Eu estaria mais preocupado com a situação calamitosa que passa o país nas mãos de Dilma Rousseff, mas, convenhamos, não é uma boa ideia levantar a poeira e o mea culpa não uma característica dos esquerdistas.

    OK, vamos falar sobre Joinville...

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    1. Hummm. Quero tirar o foco do meu patrão, então falo de Dilma.

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    2. Eu nem moro em Joinville...

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    3. Que pena. Mas podias mudar para lá. É uma cidade legal...

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    4. Mais um cabide da Gestón.

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    5. "Que pena. Mas podias mudar para lá. É uma cidade legal..."

      Ah, você também, está esperando o que?

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    6. Estou esperando alguém tapar os buracos. Não quero estragar o meu carro e de ônibus não dá para andar. O teu patrão não está a dar conta da coisa...

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    7. Dilma? Sério?
      A primeira coisa é olhar pro quintal e não lá longe.

      Essa inversão de olhares fez nossa cidade chegar neste ponto atual. Ou Joinville está assim por culpa da Dilma?

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    8. Não só Joinville, Zorak, mas Estados inteiros estão quebrados por conta da política macroeconômica adotada por Dilma e o PT.

      Estradas esburacadas? Falta dinheiro!
      Aumento do transporte? Inflação!

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  2. Quando os reais começarem a falar, vão mudar a opinião de alguns que estão atacando agora. Quem viver, verá.

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