sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Crise: Movimentos Sociais precisam entender que a disputa é na mídia
















O Brasil hoje vive mais uma crise política do que uma crise econômica. Lógico, há uma redução da atividade econômica que, após longos anos varrendo as economias de vários países chega agora às nossas mesas. Mas é fato que vivemos crises econômicas muito piores nas décadas de 1970, 1980, 1990, as superamos, e vamos superar mais uma vez.

Hoje não somos mais reféns do FMI, Banco Mundial e outros rentistas que viveram anos e anos à custa do nosso dinheiro. Temos muito menos pobreza, construímos uma classe média forte e decidida a se manter com sua nova qualidade de vida. Sem contarmos o pré-sal, a Petrobras que ainda é nossa, e um povo otimista.

Portanto, a crise política existente é mais relevante, pois se trata da disputa pelo poder, pela hegemonia em reger os destinos da nação. Setores que por longas décadas mandaram e concentraram a riqueza em suas mãos, hoje abriram mão de uma ainda pequena parte para compartilhar com os outros milhões de brasileiros.

Perderam eleições seguidas, não conseguem vencer no voto, e com a força da mídia conservadora, e porque não golpista, invadem as casas, carros, celulares, tablets, rádios, timelines, sites, despejando notícias negativas, formando uma ideia de que vivemos no pior dos mundos. Basta sair destes meios de comunicação para enxergarmos outra realidade, não perfeita, mas não desastrosa como tentam vender aos brasileiros.
Mas esses grupos de mídia são muito bem articulados com seus braços políticos no Congresso Nacional, com os grandes barões industriais e financeiros, e controlam jornais, emissoras de televisão, emissoras de rádio, e agora também marcam presença ativa na rede mundial de computadores, utilizando para isso os mesmos conteúdos produzidos por toda essa rede, não por acaso, nas mãos de poucas famílias no país. Há uma enorme gama de estudos e pesquisas que mostram isso. 

De outro lado, os movimentos sociais, onde incluo sindicatos, centrais sindicais, confederações de trabalhadores, organizações de direitos humanos, de moradia, sem terra, entre outros, não se articulam. Vivem cada um tentando vender sua mensagem individualmente.

Excetuando-se as grandes centrais sindicais com CUT, Força Sindical, CGT, UGT, que graças aos últimos governos conquistaram financiamento via Ministério do Trabalho para suas ações de defesa dos trabalhadores e trabalhadoras e tem estruturas fortes na comunicação, como jornais, tevês, e atuação em redes sociais (e nem todas tem!), sindicatos e demais movimentos vivem cada um no seu quadrado. 

Diferentemente do país, que avançou muito em várias áreas, e do povo que conquistou melhorias e oportunidades, esses movimentos pararam no tempo. Ainda buscam disputar a hegemonia de forma desarticulada, individual, dispersando esforços e poderio econômico.

Vivi experiência em comunicação no meio sindical por uma década pelo menos na maior cidade catarinense, e claro, em Santa Catarina e partilhando de atividades nacionais. Neste período busquei motivar, articular, planejar, orientar as lideranças sindicais para uma união de esforços econômicos, e de militância, para a criação de um jornal único, diário, com a pauta dos movimentos sindicais e populares. 

Persisti formulando projetos para a conquista de rádios ou emissora de televisão para informar e mostrar que há sim outra pauta acontecendo, fortalecer os ideais, combater a disputa midiática contra os grandes grupos de mídia. Infelizmente, até hoje por motivos diversos, a desarticulação continua.

Hoje, ao vivenciar essa crise política que tem o nascedouro na disputa midiática que influi sim no animo das pessoas, que molda olhares e pensamentos, estigmatizando uns, e endeusando outros, constato o atraso dos movimentos sociais. 

Eles perderam o trem que retirou milhões da pobreza, da falta de emprego, de comida, de renda, educação, computadores, televisões, acesso a universidades, moradia, viagens. Desencontraram-se com o povo que os fez fortes.

E esse desencontro cria um fosso perigoso para a democracia e manutenção dos avanços sociais. As lideranças envelheceram, viveram, e algumas ainda vivem, disputas internas, partidárias, sindicais, e não conseguem ver que a causa comum está à deriva. 

É preciso retomar o rumo, reordenar os movimentos sociais, e o começo para isso é investir em veículos de comunicação e mídia próprios, compartilhados. Essa é a disputa que se deve travar. Porque a disputa do poder se dá na conquista de corações e mentes que só se alcança com a comunicação.

É assim, nas teias do poder...

7 comentários:

  1. A crise econômica de hoje é pior do que as das décadas de 70, 80 e 90 porque ela é acompanhada por uma crise política, onde o governo perdeu a credibilidade de sua própria base e a cooptação com o loteamento de cargos já não causa mais efeito.

    Não éramos reféns do FMI, éramos aprendizes deste fundo. Foi com o recursos e o planejamento do FMI que o governo brasileiro conseguiu controlar a inflação e estabelecer uma moeda forte. O próprio Lula se beneficiou do empréstimo concedido pelo FMI depois alardear o mercado com o suposto “plano de governo” petista/bolivariano que, graças a Deus, nunca saiu do papel.

    Os outros partidos perderam as eleições nos últimos treze anos porque:

    -Apoio condicional do PMDB;
    -Dados maquiados;
    -Marketing mentiroso;
    -Distribuição do Bolsa Família que o governo insiste manter como um programa dele, ao invés de transformá-lo num programa de Estado.

    A mídia só mostra a realidade que está por trás das mentiras contadas por Dilma e Lula nos últimos treze anos. A “classe média”, que tanto falam os petistas, tem renda média per capita de R$ 291,00 a R$ 1.1019,00, ou seja, basta você morar sozinho e ganhar um salário mínimo que você fará parte da nova “classe média”. Em outras palavras, rebaixe o índice a ascenda automaticamente 40 milhões de pobres à “classe média” do PT.

    (Você é jornalista mesmo?)

    CUT, Força Sindical, CGT e UGT em defesa do trabalhador?
    Romeu Tuma já descrevia a tática de Lula nas conversas entre os sindicatos e os trabalhadores: jogava lenha na fogueira dos trabalhadores enquanto “comercializada” com os empresários, depois apaziguava os ânimos dos operários com o menor reajuste possível. Esse é o legado de Lula para os sindicatos no Brasil.

    Seguinte, para quem nasceu em meados da década de 90 e hoje vota:

    Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso controlaram a inflação de 1.300%/ano e, após controlada, FHC em comunhão com sua falecida esposa criaram as assistências sociais chamadas “Bolsa Escola”, "Bolsa Gás”, benefícios às classes rurais e o “Cartão Cidadão”. Aliás, muito tempo antes de FHC o odiado Sarney começara os programas sociais com “Programa Nacional do Leite” (parece pouco, mas numa década com 600%, 800% ou 1.000% de inflação num país miserável, entregar um produto que é a base da alimentação foi por demais importante).

    Lula chegou ao poder jogando o programa do seu partido no lixo, recebeu todos os dados e apoio dos tucanos, inclusive o ex-ministro da fazenda deles, Henrique Meirelles. Meirelles trabalhou em conjunto com Antonio Palocci até entregar a pasta ao petista, que seguiu os bons conselhos do antecessor. Depois, Lula colocou o Guido Mantega no lugar do Palocci. Enquanto Lula seguia a matriz econômica do governo anterior, alçado pelos altos valores dos commodities no mercado externo, teve êxito no crescimento do país. Entretanto, o governo Lula resolveu em 2009 mudar a matriz econômica dando mais poder ao Estado, que foi seguida por Dilma. O novo programa petista foi um erro retumbante com a dependência quase infantil dos empresários pelo Estado e a diminuição constante da produtividade, por ora maquiada pelos números da contabilidade criativa de Mantega.

    Hoje é o que temos. A culpa não é da mídia, a culpa é exclusivamente dos governos Lula e Dilma.

    Eduardo, Jlle

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    1. Anônimo Eduardo, Jlle, ou Eduardo, Jlle Anônimo, você é um cientista, deveria estar na academia, jênio mesmo... não encontra a classe média, sabe tudo do discurso tucano golpista, parabéns... vais longe! Ah, mas continua comendo bem, com carrinho bom, casa, estabilidade, futuro... capricha!

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    2. Obrigado pelo "jênio". Sou de direita e liberal, infelizmente nem o PSDB me representa, mas ao menos os tucanos são esquerdistas mais inteligentes do que aqueles que votam nos desenvolvimentistas do PT, que nada trouxeram de desenvolvimento, só quebraram o país. Se os brasileiros gostam tanto da esquerda, que ao menos elejam os sociais democratas antes de falarem de Suécia, Dinamarca...

      Eduardo, Jlle

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    3. Ah, e eu estou atento aos fatos. Se houver algo errado, principalmente nos breves momentos históricos dos dois últimos parágrafos, faça o favor de apontá-lo.

      Eduardo, Jlle

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    4. Anônimo Eduardo, Jlle, creio que você devia morar na Suécia, Dinamarca, ou voltar no tempo de FHC, um belo modelo de neoliberalismo que, este sim, quebrou e vendeu o país... e como disse, siga em frente... e obrigado por ler e comentar

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  2. sim verdade que nao vivemos a pior das crises, que ja tivemos piores. Sim verdade que vivemos uma crise poítica. Hoje nao somos refens do fmi, mas as pessoas comuns na maioria não sabe que a nossa dívida externa continua a existir soh que agora adicionada a dívida interna. Imagine o rombo, o sacrificio que isso cria na sociedade: hoje uma dívida de 100 bilhoes com a selic a 9% ja é algo monstruoso para se pagar. a 10% o bicho pega ainda mais. a 11% é insano. Com 12% tem que prender quem comanda a economia. Com 13, 14% eh sacanagem contra o povo e a sociedade e depois aparecem dizendo que o problema é a crise lá fora. Que é a lava jato. Tá na hora de algúem se desprover de tudo de ideologia, de amizades, de familia, de tudo e assumir publicamente: erramos. Descobrimos as facilidades de obter dinheiro facil e deu no que ta dando.
    Milhoes adicionados a classe media? Para né. Soh se por decreto imaginar que aguem ou uma familia ganhado dois, tres mil reais eh classe media. soh assim.
    A titulo de referencia, o salario minimo nacional estipulado la no governo de getulio vargas seguido como foi estiplado segundo o dieese, deveria ser hoje ao redor de 2.500/3.000 reais. Um salario minimo. Aumento da classe media coisissima nenhuma. E se de alguma forma isso aconteceu foi superficial, nao se manteve e esta se desmantelando. Quaisquer estatisticas sociais, na saude, e outros setores bem aprofundadas mostram que mais perdemos do que ganhamos nesses ultimos anos. Toda essa crise, e ela existe nao eh invençao, tem seu lado politico, mas eh mais pelos criminosos que governam esse país e especialmente a esse partido sem vergonha que nao se encontra uma pessoa honrada. Todos que fazem parte dele diariamente mostram o quao maligno e infame podem ser. Quando indices economicos sao puxados pra baixo, quando negocios sao fechados, quando projetos sao adiados, quando a construçao civile engata ua re, quando posts de trabalho sao perdidos eh obvio que comprovam que existe uma crise. Ou sera que uma cidade como o rio de janeiro fechar 1.200 lojas eh algo comum? ou sera que uma construtora mandar embora 500 pessoas e remanejar seus negocios indica que as coisas estao bem? para né.
    Nao consigo imaginar esses tempos que vivemos como algo bom, saudavel, elogiavel. Me recordo melhor dos anos 70, 80.
    E garanto que aquele periodo no brasil eh mais proximo ao que se encontra em paises de primeiro mundo como: alemanha, suiça, suecia, dinamarca, inglaterra, etc. etc do ue esse que vivemos.
    Pode ter muita faculdade, escola tecnica. Soh conhecimento. Educaçao que é bom nada. Isso vem de berço. De familias bem construidas e nao temos mais isso em nosso país. E esse partido safado e asqueroso a cada dia destroi mais ainda o pouco que resta de nossas familias e da sociedade. Patrocina toda essa anarquia, convulsao social pois isso lhes interessa e agrada. Todos esses partidos de esquerda tambem. O ideal é como em outros paises: o parlamentarismo ou dois partidos. O resto é conversa fiada. Pronto falei. Nao sou de me pronunciar mas fico um onça quando leio artigos que nao mostram a verdade, apenas as meias verdades. Seu artigo salvador, com todo respeito mais parece um artigo de um integrante do governo atual

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    1. Mural de Brusque quem sou eu para mudar a cabeça de alguém que adorou o regime militar... impossível. Siga seu pensamento, complexo de vira-latas é o que vocês tem ao pensar assim e não reconhecer que a vida dos brasileiros mudou. Mas obrigado pela leitura...

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