terça-feira, 18 de novembro de 2014

O racismo inverso existe e precisa ser combatido

POR FELIPE CARDOSO 

Mais uma vez falando sobre racismo, mas dessa vez é um racismo que vem acontecendo com muita frequência, inclusive sou alertado sobre esse perigoso fato quase que diariamente por amigos que conhecem a minha militância. Sim meus caros, falarei sobre o RACISMO INVERSO, essa discriminação dos negros contra os brancos, esse racismo perverso que sempre existiu e que vem crescendo ultimamente, não só no nosso país, mas em todo o mundo.

Para começo de conversa, devemos esclarecer: preconceito é aquela ideia de algo ou alguém que temos (em nossa mente e em nossos corações) sem ao menos conhecer o algo ou o alguém. Discriminação é o ato de expor, colocar para fora, divulgar todo essa nossa ideia (pré-conceito), com doses absurdas de ódio e ignorância, que nos fazem elaborar discursos com fundamentos rasos, mas cheio de ofensas a algo ou a alguém. Já o racismo, bom, o racismo é algo que precisamos recorrer à história para podermos explicar, mas devo informar que, segundo os meus amigos, só existe o racismo de negros contra brancos.

Pois é, vamos voltar um pouco no tempo e ver como tudo isso começou para, assim, conseguirmos analisar com calma as consequências desse passado trágico que insiste em nos prejudicar atualmente. Espero que não se assustem com essa história de opressão vivida pelo povo caucasiano:

“Foram os povos do continente Africano que se lançaram em uma jornada imperialista em busca de novas terras e mais poder. A primeira parada foi no continente Europeu. Sim, imaginem só. Ao se depararem com uma cultura totalmente diferente, os africanos se reuniram e arrumaram um jeito de fazer com que o povo europeu acreditasse que eram uma raça inferior, que eram amaldiçoados, que não tinham alma e que precisariam trabalhar muito para se redimirem, mas mesmo 'dando duro', ainda não conseguiriam se livrar da maldição.

Depois de convencerem os europeus, os africanos roubaram suas terras, seus recursos naturais, escravizaram seu povo, separaram suas famílias, lucraram com o trabalho escravo e não lhes pagaram um vintém.

Durante séculos utilizaram suas terras, exportaram sua mão de obra para outros continentes também conquistados por líderes africanos. Forçaram os europeus a saírem de suas terras e viajarem, durante dias, dentro de um compartimento de navio sem ventilação, dividindo espaço com ratos e outros escravos mortos, que não sobreviveram à tamanha perversidade.

Estupraram as mulheres e as obrigaram a trabalhar grávidas. Mataram, escravizaram e venderam seus filhos. Imaginem só, que povo sem coração. E que tal deixá-los sem direito a saúde e educação por mais de cinco séculos? Deixar toda a população europeia desnorteada, forçando-os, futuramente, a abandonarem suas terras em busca de uma vida melhor no continente Africano, já pensou?

Pois bem, resumindo um pouco essa terrível história e trazendo para os dias de hoje, podemos perceber que a opressão continua mesmo após o fim da escravidão. A maioria dos caucasianos vive nas periferias das cidades. Frequentam escolas públicas (quando frequentam). Jovens brancos são mortos diariamente pela polícia. Pessoas brancas são vigiadas e seguidas por seguranças ao entrarem em estabelecimentos. Não vemos políticos brancos. Na televisão, nas propagandas, na moda, não há nenhuma representatividade branca, ganham destaque somente através dos esportes, mas, mesmo assim, ainda sofrem preconceito. Mas são defendidos por alguns negros que lançam campanhas do tipo #somostodosursopolar.

E se ainda não bastasse, os brancos tem que aturar os humoristas negros que usam e abusam dos estereótipos para caçoar deles. “Eles não sabem dançar”, diz Babalu Gentiki. “Eles ficam vermelhos quando estão envergonhados”, afirma, aos risos, o comediante Ko Joases.

Ah, e o padrão de beleza? Já ia me esquecendo dele. Durante anos os negros humilharam e riram dos brancos, o que fez com que eles passassem a odiar sua fisionomia, seus traços, sua cor. Na ditadura da beleza as mulheres brancas encrespam seus cabelos, alargam seus narizes e usam várias técnicas para deixar seus lábios com uma aparência mais avantajada. Já os homens usam os cabelos raspados, pois desistiram de tentar cacheá-los.

Mas existe um grupo de caucasianos que diz lutar por justiça, mas na verdade só querem garantir privilégios a esse povo que não gosta de trabalhar. Eles pedem por cotas raciais nas universidades, por mais representatividade, igualdade e respeito. Algo relacionado a Ações Afirmativas, Estatuto da Igualdade… Mas ninguém liga para eles.”

Sabemos que isso de fato aconteceu e ainda acontece, só que os personagens estão invertidos. Se isso realmente tivesse acontecido com os caucasianos, poderíamos acreditar que o RACISMO INVERSO realmente existe. Mas sinto desapontá-los e dizer que o título é uma falácia. Existe no Brasil uma tentativa de transformar o oprimido em opressor constantemente.

Para encerrar e evitar alguma confusão na interpretação do texto utilizo a citação da Fran Vasconcelos que acredito ter uma função muito importante para o entendimento do que é racismo e como ele se insere na sociedade:

“O racismo é um sistema de sentidos material e histórico, não é subjetivo. É um modo de organização social em que uma ‘raça’ se sobrepõe a outra, se afirma como paradigma, se naturaliza como regra e oprime as demais. O racismo não é algo subjetivo, individual, que se manifesta entre pessoas. Ele está estruturado e inserido na sociedade, na forma como ela se organiza e se reproduz, no mercado de trabalho, na mídia, entre as vítimas da violência, entre o público do sistema carcerário, entre os pobres em todo o mundo, entre os proprietários e os não proprietários”.

12 comentários:

  1. Felipe, ótimo texto. Eu também fiz um texto esta semana no Facebook, inspirado nas pessoas que insistem na falácia da inversão de valores e a ditadura contra os homens, brancos, heteros e ricos... Segue: Você escolhe nascer negro? Você escolhe nascer mulher? Ou homossexual? Ou pobre? Não ninguém escolhe. Por que alguém escolheria ser diferente dos grupos que tem mais vantagens no sistema atual? E escolheria sofrer perseguição, violência, exclusão e preconceito? Falar em perseguição e preconceito contra homens, brancos, heteros e ricos é absurdo e falta de caráter. Se o sistema atual não proporciona a inclusão naturalmente, o governo tem que proporcionar a inclusão. Se o sistema atual permite a violência e o preconceito contra minorias, o governo tem que tomar atitudes contra estes defeitos da sociedade. Ninguém disse que não existe exceções, mas não devem ser usados como desculpa para depor contra as atitudes do governo, ou a insatisfação de minorias.

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  2. Ironia nos textos do Felipe, que evolução.

    Felipe, você é marxista, comunista, simpático ao "bolivarianismo" e vem falar em “fundamentos rasos”? Poupe-nos!

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    1. Cara, você é muito burro.
      O texto é do Felipe CARDOSO, novo blogueiro do Chuva Ácida.

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    2. Vale pra ele e pra você!

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  3. Mais um texto idiota que vai fazer parte de A Notícia toda semana quando o Bolivarianismo a que estamos fadados for implementado. Espero estar em Miami nessa época.

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  4. Abraços.
    https://mamapress.wordpress.com/2014/11/24/o-racismo-ao-contrario-existe-precisamos-combater-os-racistas/

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  5. Valeu!
    https://mamapress.wordpress.com/2014/11/24/o-racismo-ao-contrario-existe-precisamos-combater-os-racistas/

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  6. https://mamapress.wordpress.com/2014/11/24/o-racismo-ao-contrario-existe-precisamos-combater-os-racistas/

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  7. Quem não acredita no racismo inverso encobre o outro e assim sucessivamente.

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  8. Seu branquelo azedo se ponha no seu lugar! Será você já presenciou uma cena dessas? Um negro ofendendo um branco? Pode ser que você tenha vivenciado uma situação como essa ou parecida, ou que isso nunca tenha acontecido. O fato é que a partir de casos como esses, as pessoas não negras se apropriaram de tal situação ofensiva à sua etnia para criar o suposto racismo reverso/inverso, ou melhor, o racismo de negro contra branco. Nunca ouviu falar? Já ouviu e concorda? Portanto, na busca de desmistificar tal invenção absurda sobre essa problemática, proponho que mergulhe nesse texto para entender o porquê de mesmo que um negro ofenda um branco verbalmente isso nunca poderia ser chamado de racismo inverso.



    Primeiramente, para falarmos sobre racismo inverso, devemos descobrir se houve na história da escravidão algum navio ”branqueiro”, cheio de escravos brancos que foram retirados à força de seu país e enviados em condições desumanas para países que se apropriaram de suas vidas e os transformaram em escravos. Será que isso realmente aconteceu? É óbvio que não.



    Todos nós sabemos que o Brasil não foi descoberto e sim invadido, visto que existia aqui habitantes que cultivavam suas terras e com a chegada dos portugueses foram obrigados a ver sua cultura, religião e vida serem destruídas. Foram ‘catequizados’ e obrigados a aprenderem o idioma dos seus invasores.



    Já não bastasse isso, os europeus viram que para crescerem economicamente precisavam de mão de obra e para isso resolveram ir até a África e trouxeram o máximo possível de africanos (reis, rainhas) de lá, para trabalharem de graça em terras roubadas.



    Nisto, entramos na parte da história em que milhares de navios negreiros traziam desumanamente pessoas para o nosso país para serem escravas como já foi dito acima. Muitos morreram nas viagens em condições desumanas na qual eram submetidos, muitos morreram de tanto trabalhar, muitos morreram de fome, de dor, de cansaço e muitos outros tentando fugir de toda aquela desgraça.



    Em 1888, a princesa Isabel, por motivos ainda duvidosos, como todos sabem declara o fim da escravidão. Entretanto, apesar de libertos esses povos sofreram e seus descendentes sofrem até hoje com toda essa barbárie á etnia negra. Pois apesar da suposta liberdade, a partir de 1888, os povos negros tiveram que iniciar uma constante luta para serem respeitados e reconhecidos como cidadãos, o que infelizmente nos dias de hoje, mesmo com algumas conquistas, ainda se faz necessária muita luta pela igualdade.



    Temos hoje uma defasagem salarial enorme entre brancos e negros, onde os brancos ocupam cargos relativamente importantes e com salários bem mais altos. As melhores escolas quem tem acesso é a maioria não negra, nas universidades tanto professores quanto alunos em sua maioria são brancos. A elite é majoritariamente branca, consequentemente a mídia é ocupada por brancos. A representação do negro na mídia é minoritária e isso ocorre como podemos ver praticamente em todas as instancias. Porém, há locais que os negros ganham maior espaço, nos presídios brasileiros 67% da população carcerária são afrodescentes e 77% dos mortos no nosso país são jovens negros, entre 15 a 29 anos  Devemos entender que racismo e preconceitos são conceitos distintos, mas que estão interligados. Diferente do que pensamos, não é o preconceito que impulsiona o racismo, mas é através do racismo que surgem diferentes tipos de preconceitos. O racismo é fruto um mito criado sobre a cor de pele negra na qual o fenótipo (conjunto de características físicas de uma pessoa) são os escolhidos para terem criado um ódio e características negativas à pessoas com concentração alta de melanina. Á essas pessoas foram atribuídas diversas características negativas (gente amaldiçoada, suja, violenta, cabelo duro e ruim e etc), sustentadas pelas elites sociais em todas as épocas da história da humanidade, que se inseriram e perpetuaram no imaginário social, mantidas até os dias atuais

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