terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lei Gabriela Ferreira Duarte

POR JORDI CASTAN

Em menos de uma semana dois fatos marcaram a cidade, o primeiro, em ordem cronológica, foi a aprovação pela Câmara de Vereadores de Joinville da lei que permite o rebaixo do meio fio, com direito a cenas de UFC ou MMA e com vereador fazendo demonstração de artes marciais no plenário. A segunda a morte como resultado do atropelamento na calçada de uma adolescente de 13 anos, na rua Monsenhor Gercino, no Bairro Paranaguamirim.

Inútil explicar aqui qual é a função do meio fio, para que servem as calçadas e qual é a ordem de precedência nas ruas da cidade. Os nossos vereadores faz tempo que desistiram de querer entender qualquer coisa. Estão convencidos na sua supina ignorância que os meio fios devem ser rebaixados, que as calçadas foram feitas para os carros, que os carros devem ter direitos superiores aos dos pedestres ou ciclistas. É difícil argumentar quando o outro lado desistiu de usar a razão, é uma luta inglória e destinada ao fracasso. Deixemos por tanto os nobres vereadores que assumam os seus erros.

Proponho, desde este espaço, que quando o prefeito Udo Dohler sancione a lei, tenho poucas duvidas que em nome da governabilidade, de manter uma maioria confortável e da ausência de assessores competentes, o prefeito, declarado defensor do carro, como meio de transporte e da mobilidade individual, não terá a coragem de vetar a esdrúxula lei, que subverte os valores da mobilidade e coloca os pedestres e ciclistas em risco, como lamentavelmente ficou provado na mesma semana, proponho, pois, que a lei quando sancionada passe a receber alem do numero que a identifique, o nome da menina que foi assassinada, pela falta de fiscalização do rebaixo do meio fio em toda a cidade, pela omissão do poder público e agora também pela irresponsável aprovação de uma lei absurda. Do mesmo modo que temos uma lei Maria da Penha, ou uma lei Carolina Dieckmann, teríamos em Joinville uma lei Gabriela Ferreira Duarte,  assim os vereadores poderiam lembrar sempre do nome da primeira vitima da omissão. Ajudaria a que entendessem a função do meio fio e que a calçada definitivamente não é lugar para carro.

35 comentários:

  1. Rebaixar as calçadas e instalar os pilares, os automóveis não invadirão as calçadas. As calçadas rebaixadas facilitam o acesso aos cadeirantes, diminuem os acidentes/tropeços por conta da falta do degrau e a urbanização fica menos pior do que já é. O rebaixamento das calçadas não tem nada a ver com ciclistas. Lugar de ciclista é na rua, ciclofaixa ou ciclovia.

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  2. Eu sou a favor do rebaixo do meio fio, vejam o exemplo da Albano Schmidt, após as obras de asfalto e elevação do meio fio, o trânsito ficou mais conturbado e suscetível a acidentes por conta da dificuldade do acesso a calçada mesmo por pedestres.

    A minha mãe que tem 75 anos tem dificuldade em subir na calçada e dependendo do lugar que ela atravessa a rua(ainda não tem faixa de pedrestes) ela tem que andar pela rua até uns 10 metros para chegar em um lugar que a calçada é rebaixada para ter acesso.

    No meu ponto de vista meio fio elevado não contribuirá com segurança do pedestre muito menos com acessibilidade, o que falta para isso acontecer é ter respeito, coisa que poucos tem, mas isso é uma outra questão social.

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  3. Calçadas elevadas, se ao menos fossem padronizadas... Na semana passada estacionei meu automóvel rente ao meio-fio, em frente a um restaurante reconhecido da cidade, a esposa abriu a porta arrastando-a no passeio que já possui várias marcas das portas abertas por desavisados. Vontade de pegar o responsável pelas calçadas e esfregar o nariz dele ali.

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  4. A depender dos comentários, cada povo tem a cidade que merece (assim como governantes, vereadores, etc).

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    1. Discordo, ainda eu não tenho a cidade que mereço.

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    2. Ter que chegar neste nível, de ver gente defendendo o rebaixamento por "riscos nas portas do carro", por tropeços da mãe, por que os carros não podem entrar a menos de 60 km/h passeio adentro, etc, etc. Realmente o anonimo está corretíssimo, cada povo tem a cidade que merece. Ontem ainda vi um comentário na rede de um comerciante ameaçando um vereador que havia votado contra o rebaixamento, avisando para não pedir voto novamente em sua loja que iria arremessar um pedaço de meio-fio.
      Sempre achei Joinville meio selvagem e fora da lei, os fatos que estamos presenciando só vêm reforçar isto.

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    3. Tem que rebaixar mesmo. Sou abertamente favorável à proposta dos vereadores e espero que o Udo não decepcione e sancione a Lei, aí Joinville estará mais próxima da cidade que eu mereço. Por um urbanismo melhor, e danem-se os Antagônicos da Estrela, motoristas e cadeirantes agradecem.

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    4. Marcos, será que vc poderia nos explicar melhor o que seria esta expressão "antagônicos da estrela"? Nunca li nada parecido a respeito.

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    5. Os "Antagônicos" são primos dos bonecos "G.I. Joe", ambos fabricados pela Estrela S.A.

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  5. Caro Jordi, é muito raro isso acontecer, mas dessa vez devo discordar. Pelo menos um pouco.
    Percebo que essa discussão está sendo levada para o lado da paixão extremista, o que nos impede de ver todos os seus ângulos.
    Infelizmente criou-se um conceito radical de que tudo que "favoreça aos carros" é coisa maligna. Em alguns aspectos até é, mas não podemos desconsiderar o fato que é esse o modal privilegiado pelo poder público ha muitos anos. Sem que melhorassem as condições para seu uso racional, é certo. Portanto, o problema de mobilidade causado é real e nos afeta diariamente, como todos podemos sentir ao trafegarmos nas nossas ruas. Porém, não é demonizando o carro, criando-lhe dificuldades ou sonhando com toda a população andando de bicicleta e de ônibus (esses aliás...sem comentários), que vamos resolver esse problema. Pelo menos não a curto prazo.
    O que temos hoje em relação à carros X estacionamentos? No meu modo simples de ver, temos uma lei que literalmente impossibilita o acesso aos estacionamentos oferecidos pelo comércio e repartições. Tenho visto um sem número de vagas não utilizadas simplesmente por ser impossivel acessa-las.
    Porque a lei atual determina que o motorista, ao entrar e ao sair, só poderá faze-lo através de um único e estreito rebaixo da calçada que, à exceção da vaga imediatamente à sua frente, exigirá uma manobra impossivel sobre o passeio para acesso às demais. Ou alguém consegue virar a direção em 90 graus sobre dois metros de passeio? O que resulta, na melhor das hipóteses, em um ou dois carros "atravessados" nas vagas restantes. Um estúpido desperdício de espaço de estacionamento.
    Jordi, no meu modo de ver, estacionamento para veículos é espaço importantíssimo na mobilidade. Boa parte dos carros que entopem nossas ruas, assim o fazem por estar procurando local para estacionar. Infelizmente, ainda dentro do conceito de "demonização" do automóvel, esses espaços estão sendo cada vez mais restringidos, quando deveriam ser incentivados. Bolsões, áreas subterrâneas, edifícios-garagem, o leque de opções é grande. Mas o que se vê é cada vez menos áreas para essa finalidade. Inclusive em ruas onde seria possível manter faixa de estacionamento. Sempre no sentido claro, porém obtuso, (desculpe, mas é o que penso) de desestimular o uso do automóvel. Que na outra ponta é incentivado quase à força pelo governo. Incoerente, não?
    ...continua

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  6. ...continuação
    Se realmente quiserem reduzir o uso do automóvel, que o façam através de opções alternativas inteligentes e mais vantajosas. Mas não vejo nada nesse sentido no horizonte. Exceto os mesmos de sempre, lançando culpa aos "carrocêntricos", interessante expressão utilizada pelos que gostam apenas de apontar o dedo.
    Voltando ao nosso meio-fio, a lei aprovada pela CVJ apenas facilita o acesso às vagas mencionadas. Tornando-o rápido e seguro, sem necessidade de manobras perigosas que sempre atrapalham a fluência do tráfego.
    Se for para manter do jeito que está, então seria talvez mais lógico e sensato, eliminar as vagas hoje disponivei. Porque é muito angustiante ao motorista sufocado no trânsito, enxergar a vaga vazia e convidativa e não poder acessá-la. Porque o seu carro não dispõe de capacidade de giro nas quatro rodas, só nas dianteiras...Mesmo que a tivesse, ainda assim teria que "trafegar" SOBRE o passeio, no meio dos pedestres.
    Se for para mantê-las inacessíveis, sugiro transforma-las então em jardim. Mas se lá permancem para serem usadas, que tenham acesso facil e rápido.
    A outra questão, da segurança do pedestre, também é discutivel. Mesmo na lei atual, em algum momento o carro atravessa sobre o passeio, para alcançar a vaga. Assim também ocorre em TODAS as entradas das casas e edifícios. Ou seja, sempre haverá um carro atravessando uma calçada, quer para estacionar, quer para adentrar à sua residência. E existem normas de segurança previstas em lei para essa prosaica manobra. E é o descumprimento dessas regras que causa a maior parte dos acidentes, fatais ou não. Até porque, não é o meio fio que segura um veículo desgovernado. As vezes, nem um guard-rail.
    E finalmente, acompanhando essa discussão, percebo que muitos estão entendendo que a lei liberou o estacionamento SOBRE as calçadas, ou ao longo de TODA a rua, isso sim, um grande absurdo. Mas não é o que a lei prevê, ou não?
    Como diria o Baço e com sua licença, é a vista do meu ponto.
    (e desculpe o texto longo

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    1. Muito lúcido. O projeto não autoriza estacionar sobre calçacas. Mas que as vagas disponíveis sejam de fácil acesso. Veja-se o caso do Bradesco do América, na rua que liga a Joao Colin com Blumenau, acessam-se vagas precárias de forma precária. Ou então se faça como no seu vizinho, o banco do brasil que fechou de vez seu estacionamento??

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    2. Nelson,
      O meio fio na altura regulamentar pode não impedir um desastre mas evita o meio estacionamento de meio carro. O contribuinte quando encosta um carrinho de bebe em um carro IRREGULARMENTE estacionado não consegue deslocar o mesmo para permitir sua passagem. Para preservar o direito de ir e vir necessitaremos alocar mais recursos para uma suposta FISCALIZAÇÃO.

      Não existem leis impedindo a instalação de pátios de estacionamento no lado ou nos fundos da empresa que são plenamente atendidas por uma entrada rebaixada única e segura.

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    3. Parabéns Nelson.
      Estava com uma opinião formada, mas você e seu comentário me fizeram repensar vários pontos.

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    4. Dependendo da rua Nelson, a lei liberou sim o estacionamento ao longo de toda ela nos recuos. Vias como João Colin, Blumenau, Albano Schmidt, Getúlio, Ottokar, etc, etc que só tem comércios não irão ter mais árvores!! A cidade, além de ter uma péssima arborização, ficou fadada a ter desertos torrenciais para o resto da vida só porque uma parcela mentecapta da população, que se acha urbanista, dá pitecos do que nunca entendeu.

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  7. Aonde for possível, que se concilie as duas coisas. Na foto do post fica claro que haveria a possibilidade de transpor uma faixa da calçada de no mínimo 3.0metros para a frente do comércio e fazer o estacionamento a 30° no espaço vazio que ficaria entre o meio fio e leito carroçável (sim, é este o nome técnico).

    É uma sugestão que poderia ser debatida e aprimorada, levando em conta sempre que o pedestre é o elo mais fraco desta corrente, mas que com um pouquinho de abertura poderemos chegar a um consenso bom para todos.

    Fica a minha sugestão:

    http://joinvillecomentada.blogspot.com.br/2013/10/as-calcadas-de-joinville.html

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  8. Concordo com o Nelson Jvlle...O levantamento do meio fio não trás segurança ao pedestre. Tanto que a menina foi atropelada na calçada. Um carro desgovernado derruba até muro. Da forma que está atualmente o risco de acidentes aumenta, como aconteceu ontem na rua Blumenau. A rua Blumenau é uma via rápida, e na angústia de procurar entrar no estacionamento, o motorista reduziu a velocidade e pimba, o outro bateu atrás. E meio fio com mais de 40 cm de altura ? Pára né!!! Isso é um exagero.

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  9. Tenho a impressão de que, com meio-fio ou sem, a pessoa vai ser atropelada na calçada de qualquer jeito. Não é o meio-fio que vai impedir as consequências de um infeliz desgovernado em alta velocidade.

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    1. Parabéns.!! Lúcido..

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    2. Quanto mais leio os comentários que cultuam o automóvel e suas ilimitadas possibilidades de levar seus usuários aonde bem entendem em detrimento de TODOS, realmente acho que esta discussão fica inócua. Portanto só me resta um conselho: economizem um pouquinho só do que gastam em gasolina/diesel e tratem de ver como o mundo civilizado lá fora trata seus pedestres e demais cidadãos. Vai fazer um bem danado a vocês.

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    3. Olha só. O papo fluia tão bem, cada um com seu ponto de vista. Aí um colega,viajado, rodou o mundo e quis deixar isso claro para a chulezada que postou aki. Foi pra onde já meu filho... Fala aí pra escungalhar de vez com a pobrezada....

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    4. chulezada, aki, escungalhar...bem coisa de quem adora passar um paninho no carro...

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    5. Então 11:43, resta saber se ele foi pela Tigre ou pela Uíupul kkkkk

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  10. Afinal, a lei permite o rebaixamento da calçada ou do meio fio??? Alguém sabe dizer??? Ao ler os Jornais de hoje fiquei confuso...

    NelsonJoi@bol.com.br

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  11. As lojas tem que ter recuo para ter estacionamento na frente, dai os carros não podem parar, pois o meio fio é muito alto. Os comerciantes tem que ficar sem estacionamento e os clientes tem que ferrar as rodas de seus carros.

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  12. Jordi, o certo mesmo é o que o fã clube do carro joinvilense pensa, o resto do mundo é que está errado. Prá que riscar porta, tropeçar no meio-fio, amassar a rodinha do carro, não poder entrar com ele na loja? Para nós que ainda gostamos de caminhar, de ver gente e conversar na rua, de admirar paisagens e lugares, de respeitar deficientes, idosos, pedestres e ciclistas em geral, só nos resta apelar para a justiça e ganhar na marra destes dementes.

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    1. Muito bom, Beto, mas para dar mais ênfase a sua proposta de caminhar, conversar, de ver transeuntes, proponho que venda o seu automóvel ou se locomova apenas com o transporte público, aí você vai mostrar para esses dementes como é que se faz de verdade. Apoiaremos essa atitude!

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    2. Por que vender o meu automóvel? O que uma coisa tem a ver com a outra, nobre Edu? Eu posso usar meu carro e estacionar longe do centro, em estacionamentos, ou ir de onibus, a pé ou de bike. Tudo vai depender da minha consciencia e do que disponho a pagar por isto. Fica cada vez mais evidente nos comentários, e que ninguém consegue enxergar, que o seu direito termina quando começa a tolher o da coletividade. Joinville é a capital do egocentrismo.

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    3. Bem BETO, então se vc. tem dinheiro vc. pode por teu carro no estacionamento, quem nao tem e vai pro centro vai mesmo é por o carro irregularmente. Quem vai se ferrar somos nós os pobre de novo.

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    4. Negativo, o centro tem que ser fechado para carros em alguns setores, independente de ricos e pobres. Agora se quiser ir de carro, vai ter que andar a pé um pouco mais e pagar muito caro por isto. Paralelo a isto, dar um serviço de transporte público de qualidade e acessível.

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  13. Pera ê. Mas que eu saiba a lei do bisonho não permite rebaixar a calçada, o que aconteceu foi que alei foi alterada para poder rebaixar o MEIO FIO de 50% para 100% da testada.

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  14. Udolf ta se preparando para dar umas voltinhas pelas ruas da sua empr..ops, péra...cidade com seu Corcel CDL.

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  15. Acho que tem que matar todos os pedestres e ciclistas. Daí os carros serão os donos da cidade! Pra que calçadas? ciclovias? faixas de pedestres? Matem todos.

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