POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
"Povo burro". "Sociedade ignorante". "Mídia manipulada". "Amebas". "Povo ignorante". "Mídia comprada". Foram expressões que li repetidas vezes nas redes sociais, na semana passada, quando foi divulgada a pesquisa CNI/Ibope, que apontava um índice de 77% de aprovação da presidente Dilma Roussef.
Ok... mas desenganem-se os opositores do atual governo e do partido do atual governo. Não vou discutir o petismo ou o antipetismo. O que importa aqui é falar dessas pessoas que têm o topete de chamar as outras de burros, ignorantes ou amebas. De onde esses caras tiram a autoridade moral e intelectual para tentar espezinhar os outros? Quem eles julgam que são?
Parece óbvio. Burro, ignorante ou ameba é quem não tem a educação cívica, a vivência democrática e a urbanidade indispensáveis para conviver com a opinião dos outros. O nome do jogo é democracia. Mas há muitos desses chatos: se você pensa diferente deles, então está errado. E é burro. Porque os "inteligentes" são eles. Fala sério. E por falar em mídia comprada e manipulada, fico a imaginar: deve ser gente educada pela revistona semanal.
Acho que os caras não se tocaram. A gente não ouve pessoas inteligentes a chamarem as outras de burras (pelo menos em público). Porque a contenção verbal é inerente à inteligência. E qualquer pessoa com dois dedos de cérebro sabe que o conhecimento tem dessas coisas: quanto mais a pessoa sabe, mais noção ela adquire das suas fragilidades intelectuais.
Mas no Brasil tem muitas malas-sem-alça. O cara tem um diplominha qualquer na parede ou dinheiro para comprar um computador e escrever besteiras nas redes sociais e pronto: acha que é uma espécie de elite, alguém melhor que os outros.
Ah... falei em elites. Aposto que já tem gente pensando em voltar à velha discussão dos tempos do Lula, quando se falava muitos nas “zelites”. Não vale a pena a perda de tempo. O meu conceito de elite é diferente. Para mim elite é quem tem capacidade de articular bom pensamento, tem uma boa práxis e faz leituras racionais do mundo. E, claro, não se deixa levar pelo ódio de classe. O resto são tertúlias flácidas para dormitar bovinos.
Burro, ignorante ou ameba é o cara que vive na presunção de ser superior.
P.S.: E antes que alguém venha dizer que estou a fazer a defesa do PT, eu achava a mesma coisa na época do FHC.
Realmente, você tem toda a razão .. NInguém tem o direito de ofender as outras pessoas. Me lembro quando a Dilma venceu as eleições, vieram vários ataques nas redes sociais contra os Nordestinos, dizendo besteiras que não se poderia imaginar que tais " intelectuais " falariam ...
ResponderExcluirConcordo que não podemos qualificar ninguém nem mesmo nos auto intitular como fazem alguns "progressistas".
ResponderExcluirNão podemos, de fato, agredir a intelectualidade dos outros.
ResponderExcluirPorém, quando não se tem algum conhecimento acerca de determinado assunto, o indicado é que tal pessoa se abstenha da discussão. O exemplo mais próximo que temos é nosso amigo Grego. :D
grego ou espanhol?
Excluirou italiano, português, sambaquiano, alemão, quilombola, mameluco, brasileiro e por aí afora. Em todos encontrará os que se encaixam no perfil descrito pelo texto do Baço.
ExcluirTexto primoroso!
ResponderExcluirObrigado pela lembrança e pela distribuição de munição gratuita ao combate a meu ego.
TW.
Viu Clóvis? Leia e releia este texto. Pode fazer bem a você.
ResponderExcluir(Eu NÃO sou o Junqueira - Aliás, nem todo mundo é o Junqueira)
Agradeço sua preocupação com meu aprendizado, Anônimo, mas dispenso: não consigo imaginar nada que eu tenha a aprender com gente como você. Em todo caso, sou bem seletivo e não chamo todo mundo de burro; só quem é burro mesmo.
ExcluirMas reconheço que em se tratando do Chuva Ácida meu tratamento predileto tem sido "covarde", o blog está cheio deles. Não é verdade, Anônimo?
Este é o Clóvis que conhecemos!!!
ExcluirInserindo corpo, legitimidade e gravuras ao texto do Baço.
Ficou legal.
Logicamente:
ResponderExcluir"No encontro entre o sábio e o burro, quem aprende é o sábio".
(Autor desconhecido)