segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vou de táxi

POR JOSÉ ANTÓNIO BACO
Não entendo muita coisa de mobilidade urbana (há muita gente mais habilitada que eu para discutir essas coisas). Mas fico à vontade para dar o meu pitaco quando sou afetado pela imobilidade urbana. É o que acontece em quase todas as minhas  férias em Joinville.
Tenho uma regra. Sempre que saio com amigos para tomar uma cervejinha (o turismo da cirrose é o único que realmente funciona em Joinville) não levo carro. Como vivo em Portugal e lá a tal lei seca é para cumprir,  estou habituado a não dirigir quando bebo. Então opto pelo transportes públicos.
Mas o lógica não serve para Joinville. Usar ônibus aqui é inviável. Os pontos são longe de casa, os horário não ajudam, não há grande conforto, o preço é um pouco salgado e as linhas não me levam onde eu preciso ir. Então a solução é usar táxi.
Ok... mas não é bem uma solução. Acontece que os preços praticados em Joinville são um bocadinho mais caros que em Lisboa. Exato. Os táxis em Joinville custam um nadinha mais que em uma capital européia.  E o serviço deixa a desejar, em especial para o turista habituado a outras realidades.
Dá para entender que seja o cliente a procurar o táxi, indo ao ponto ou telefonando. Tudo bem. Mas há momentos em que a coisa não funciona. Quando chove, por exemplo, é muito difícil encontrar um táxi na cidade. Os próprios taxistas com quem tenho conversado dizem que há necessidade de mais veículos.
Outra coisa que deveria ser levada em conta – porque os serviços devem ser focados na satisfação dos clientes – é a frota formada por muitos carros de baixa cilindrada. Digo isso não pela potência dos veículos, mas pelo conforto dos passageiros. Se eu estou a comprar um serviço quero ser bem atendido.
Tudo bem. Não precisamos chegar ao requinte de Lisboa, por exemplo, onde a frota é formada, em sua maioria, por Mercedes (carros obviamente mais espaçosos). Mas talvez devesse haver alguma exigência nesse sentido, porque andar encaixotado em carrinhos diminutos não é a minha idéia de bom serviço.
E há outro aspecto interessante do ponto de vista turístico. Os táxis de Joinville – na cor branca – parecem com outros carros particulares, não têm personalidade e não são memoráveis.  Pode parecer uma besteirinha, mas isso ajuda a construir a imagem da cidade na mente dos turistas.
Quem vai a Nova Iorque, Cidade do México, Madrid, Londres, Lisboa ou Curitiba sabe que os táxis ajudam a fazer a “marca-cidade”. Portanto, não havendo em Joinville uma alternativa aos ônibus (muita gente acha que há), talvez o pessoal devesse dar uma melhorada no serviço de táxis. Repito: não sou um especialista em mobilidade urbana e a minha análise é apenas o ponto de vista do turista.

5 comentários:

  1. Não sei a quantas anda o projeto, mas a Prefeitura tratou de tentar colocar algumas regras na cidade... como a Câmara é de maioria oposicionista, talvez não tenha passado. O projeto previa, entre outros, carros com no mínimo motor 1.4.

    http://www.clicrbs.com.br/pdf/9793466.pdf eis a proposta.

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  2. Em relação a personalizar os táxis não há dúvida, todas as capitais que conheço os carros são padronizados em cor, e além da questão da imagem e memória, é um ítem muito importante e funcional para quem utiliza e para autoridades de trânsito.
    Agora acho fundamental saber com quem estão as famosas placas vermelhas na cidade. É sabido que há não menos que 20 anos atrás eram artigos muito cobiçados, e existia um mercado paralelo que comercializava as mesmas. Também a sub-locação deste serviço era (ou é) muito grande. Por mais que a legislação tenha avançado, tem que ser conhecido quem tem, como conseguiu e, principalmente, se preenche os requisitos para trabalhar neste setor.

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    1. A única capital que visitei onde os táxis não são padronizados é Brasília...

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  3. Outro problema de andar de taxi em Jville. é o risco de se atrazar e chegar no restaurante quando ele já estiver fechado para o almoço.

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  4. E também pagar uma fortuna, quando for dia de chuva. Parece que as pessoas conseguem engarrafar ainda mais o trânsito da cidade. Se tiver compromisso então... melhor sair com antecedência, para não se atrasar.
    Stefana

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