segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Xuxa curte, a criançada se diverte...*

POR ET BARTHES

Sem palavras. Apenas legendas.


* Dica do leitor Bruno Costa.

Não se faz o futuro com ideias velhas


POR JORDI CASTAN
A criatividade é um produto escasso e pouco valorizado às margens do Cachoeira. Desafio qualquer pessoa a indicar uma única ideia inovadora, criativa ou simplesmente nova que tenha sido proposta e implementada em Joinville nos últimos anos.

A situação é mais preocupante porque além da sistemática falta de criatividade, incorporamos ao nosso entorno outras características que combinadas são perversas. A primeira é a falta de curiosidade para aprender, para buscar novos conhecimentos, novas experiências e nos questionar ao ponto de 
colocar em xeque as nossas "verdades". Ao deixar de questionar, aceitamos como verdadeira uma série de falácias, inverdades e bobagens que, por se convertem num lastro impossível de carregar, nos impede de avançar.

A segunda é a pior: a nossa prepotência e a arrogância, que se converte em falta de humildade. Esta falta de humildade é a que nos impede de aprender. Porque nos impede aceitar nossa ignorância, nossa incompetência e nossa falta de capacidade para sair desse circulo vicioso em que estamos mergulhados faz quase um quarto de século.

1 MILHÃO DE HABITANTES - Não está claro se a Joinville do milhão de habitantes é uma visão ou uma quimera. O que fará ou não a diferença nesta Joinville imaginária, que deverá ter mais de um milhão de habitantes daqui a trinta anos, são as decisões que tomemos e as que não tomemos hoje. A diferença não está em fazer melhor as mesmas coisas que fazemos hoje. O que poderá fazer de Joinville uma cidade melhor, competitiva e inovadora está intimamente ligado à nossa capacidade, como sociedade, de criar, inovar e desenvolver novos modelos de cidade. Ou seja, de incorporar novos parâmetros e novas premissas.

Para poder traçar as linhas mestras desta Joinville do futuro é preciso ter a capacidade de enxergar além do horizonte. É necessário identificar o essencial e ser capaz de sonhar uma nova realidade. Porque primeiro precisamos sonhar, só a partir desse ponto será possível iniciar um processo de mudança.

Inútil dizer que esta não seria uma empreitada fácil, até porque pode parecer uma meta inatingível. A sua dificuldade maior reside nas nossas cabeças e nas dos nossos líderes. Ao priorizar o que é possível, estabelecemos como padrão o pragmatismo, a racionalidade. E o resultado será inevitavelmente mais do mesmo. Pode ser que agora as coisas se façam melhor, que o desperdício seja menor e que até se administre melhor. No momento, não há nem certeza que isso seja verdade. A ideia que o ótimo é o inimigo do bom encaixa bem e consolida essa forma de pensar e de agir. Assim não precisamos buscar a excelência e nos satisfazemos com a mediania.

Não há em Joinville um think tank, uma fábrica de ideias, um grupo focado em pensar além do possível. Não há preocupação em identificar modelos de cidades inovadoras, sustentáveis, modernas e criativas. Cidades que são consideradas internacionalmente como referência e que poderiam inspirar uma profunda mudança de modelo. Aqui parece que algum decreto municipal proíba pensar fora da caixa. O sistema não estimula e tampouco permite.


Nesse quadro, tem muitas chances de acertar quem aposta em que nada vai mudar substancialmente nas próximas décadas e que a Joinville daqui a 30 anos será só uma cidade maior. É que o nosso futuro será mais do mesmo.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A luta das ruas (um contraponto a Moacir Bogo)

Foto do Movimento Passe Livre
POR MAIKON JEAN DUARTE

Na segunda-feira (08/07/2013), em artigo publicado no jornal A Notícia, o empresário do transporte coletivo Moacir Bogo comentou da utopia que é a tarifa zero universal, ignorou o debate sobre a PEC90, assim como deixou de lado todo acúmulo de considerações construídas coletivamente sobre mobilidade urbana.

A redução da carga tributária serve somente para atender às necessidades das empresas de transporte coletivo. É dinheiro que o Estado deixa de recolher de quem lucra com o direito de ir e vir da população. É dinheiro que não será investido na saúde e na educação. É uma política de favorecimento de uma minoria, em detrimento da imensa maioria, o povo. Por isso, movimentos sociais, como o Movimento Passe Livre, não defendem a redução de impostos para os grandes empresários.

O MPL não tomou as ruas nas últimas semanas. Em Joinville, há oito anos as ruas são ocupadas na defesa de um transporte público, gratuito e de qualidade. Fato ignorado pelo articulista. O povo ocupa as ruas convicto quanto à implantação da tarifa zero. É possível pagar a conta através do IPTU progressivo, ou seja: quem pode mais paga mais, quem pode menos paga menos e quem não pode, não paga.

Também é possível cobrar por meio das multas do estacionamento rotativo, tributações dos grandes empresários do setor industrial e da especulação imobiliária. Nada mais justo que pagar a conta quem lucra com o trabalho diário de milhares de pessoas.
Um reflexo das lutas populares foi a PEC90. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a PEC90, que dispõe o transporte coletivo urbano como um direito social no Artigo 6 da Constituição Federal. Segundo o texto, o transporte “cumpre função social vital, uma vez que o maior ou menor acesso aos meios de transporte pode tornar-se determinante à própria emancipação social e o bem-estar daqueles segmentos que não possuem meios próprios de locomoção”.

Uma pergunta que fica no ar. Como duas empresas privadas, cuja concessão é questionada por operar na ilegalidade há mais de 40 anos, irá atender um direito social? Por isso, as mobilizações defendem uma empresa pública de transporte com tarifa zero para todo o povo. E a conta? Será paga por quem lucra milhões.

Maikon Jean Duarte é professor na rede estadual e privada de ensino

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Os carecas e a brigada do reumatismo


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Dá para imaginar uma coisa mais ridícula do que uma manifestação pelo fim do comunismo e a volta dos militares ao poder? Mas aconteceu em São Paulo. Menos  mal que a coisa reuniu apenas uma meia dúzia de burros pingados. Aliás, o mais insano é que a coisa juntou skinheads e a brigada do reumatismo, velhotas acima dos 60 que têm saudades da ditadura. É a piada pronta.

É claro que a manifestação foi um fracasso e foram apenas umas 100 criaturas a arrastar as ferraduras pelo asfalto da Avenida Paulista. De qualquer forma, acho que tem por aí muita gente que sonha com a ditadura e não pôde ir: os skinheads por falta de quórum, pois não devem passar de dois ou três (ser racista num país de caboclos e mulatos é mau para o  recrutamento) e no caso dos velhotes, a incontinência urinária fez a sua parte.

O fato é que tem gente louquinha para lamber coturnos. Não sei se o leitor e leitora já viram, mas nas redes sociais ou nos meios de comunicação de vez em quando aparece alguém a render homenagem aos generais da ditadura. O elogio mais comum é de que os caras morreram pobres. É, amigos, no Brasil morrer pobre é uma virtude, mesmo que o cara tenha uma biografia toda salpicada de sangue.

Mas onde é que o comunismo entra nessa história? Só tem uma explicação: os skinheads não têm cérebro e os velhotes estão meio xexés. Só pode ser isso.

A solução é mandar para a rua!

POR CLÓVIS GRUNER


Em janeiro deste ano, o então recém-empossado prefeito Udo Döhler visitou o loteamento Juquiá, no bairro Ulysses Guimarães, e prometeu “dar atenção para estas áreas carentes”, e aos moradores a “dignidade de, pelo menos, terem um endereço”. Estamos em julho, e eis a solução: desde o último final de semana, as cerca de 50 famílias – aproximadamente 150 pessoas – que vivem no Juquiá tem até 30 dias para o deixarem. A notícia chegou aos moradores na sexta-feira, quando uma comitiva formada por representantes das secretarias de Habitação e Infraestrutura do Município, do Ministério Publico Estadual, da Fundema e da Polícia Ambiental esteve no loteamento.

Impossível não se perguntar qual destas entidades esteve no local nos últimos quatro anos e quantas vezes, tentando mediar o problema e oferecer aos moradores outras soluções que não a saída de suas casas? Cínicos, secretários e demais autoridades justificam a medida apelando a razões ambientais, como se não fosse um problema ambiental, além de social e humano, mais 50 famílias desabrigadas. Em matéria publicada no Notícias do Dia, o representante da Fundema destacou que as pessoas vivem em uma situação frágil, sugerindo que o despejo não interessa apenas aos órgãos públicos, mas aos próprios moradores. Ninguém duvida das condições precárias em um loteamento irregular, nascido de uma ocupação. Por outro lado, e até onde li, ficou por responder uma questão a meu ver central: por que estes senhores acham que o desespero de não ter ou saber para onde ir, é melhor que morar no Juquiá? Permitam-me refazer a pergunta: se o loteamento está irregular desde 2009, quando os primeiros moradores chegaram, por que foram necessários quatro anos para se encontrar uma solução e por que a solução, quando chegou, veio na forma do despejo?

UM PROBLEMA CRÔNICO – O déficit habitacional não é um problema exclusivamente local, e tampouco é novo. Em algum momento entre 1990 e 91, quando era repórter do jornal A Notícia, lembro de ter coberto uma ação de despejo executada pela Polícia Militar em um terreno ocupado, acho que na Zona Sul. Na ocasião, uma das poucas entidades – se não a única – a prestar assistência às famílias era o Centro de Direitos Humanos, ainda sob a liderança da irmã Maria da Graça Bráz. Juntos, fizemos para o jornal uma pequena série de reportagens sobre o processo de favelização de Joinville, que eu acreditava à época, ser fenômeno novo. Estava enganado.

Anos depois, fuçando nos documentos do Arquivo Histórico para minha pesquisa de mestrado, descobri que se trata de um problema que se arrasta desde mais ou menos os anos de 1960, e que principalmente nas décadas de 1970 e 80 tomou proporções dramáticas e incontroláveis. Hoje, segundo números oficiais da PMJ, o déficit habitacional é de aproximadamente 14 mil moradias, um número alarmante para uma cidade que tem mais ou menos 500 mil habitantes. Por outro lado, de acordo com o Censo de 2010, cerca de 12 mil domicílios da cidade estão vazios, em uma flagrante contradição que revela dimensões mais profundas e complexas da questão habitacional.

Há alguns anos a Frente de Luta pela Moradia Joinville vem não apenas denunciando o processo de espoliação urbana que grassa na cidade, mas reivindicando o desenvolvimento e a implementação de uma política de moradia efetiva, capaz de responder a uma situação que só faz agravar-se. Em outras palavras, defende que o poder público eleja o problema habitacional uma de suas prioridades, e alerta que a contrarresposta ao descaso crônico tem sido, nas últimas décadas, a sistemática ocupação de terras, prática que remonta pelo menos aos anos 70 e é responsável, entre outras coisas, por drásticas mudanças ambientais, tais como a quase total destruição dos mangues.

NECESSIDADES PÚBLICAS, INTERESSES PRIVADOS – Sabe-se, no entanto, que tal política precisa confrontar interesses privados, para quem o bem estar público pouco ou nada interessa. A especulação imobiliária tem sido, historicamente, um dos principais entraves para uma política pública efetiva voltada à democratização da moradia. Se se trata o solo como mercadoria, sujeitando-o às leis do mercado, privatiza-se o direito a morar, tornando principalmente as camadas mais pobres reféns de imobiliárias e grandes concentradores de terras, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. Também historicamente, e não apenas em Joinville, o poder público tem sido não apenas conivente, mas um parceiro efetivo dos especuladores: ao investir em terras desocupadas, valorizando-as comercialmente, corrobora com o processo que dificulta ainda mais a quebra dos mecanismos de mercado, o que poderia tornar a habitação de fato um direito a ser usufruído pela maioria.

Uma das moradoras que teve seu destino selado na sexta-feira última, Catarina da Cruz, está há anos inscrita em um programa habitacional da Prefeitura, sem sucesso. Ou seja, passou pelo final de um governo – o do tucano Marco Tebaldi – e pelos quatro anos de seu sucessor – o petista Carlito Merss –, sem solução. Não me surpreende que a tenha encontrado agora, em um governo de direita e que tem à frente um prefeito conhecido pela sua pouca sensibilidade social e pelo excessivo pragmatismo. Empresário de sucesso, homem de resultados, Udo Döhler talvez resolva um drama de quatro anos, o do loteamento Juquiá. E junto com este, resolve também a situação de quem está há ainda mais tempo vivendo um cotidiano marcado pela extrema fragilidade. O problema é que o vislumbre de futuro é ainda mais incerto e precário que as incertezas e as precariedades do presente. 

Em menos de 30 dias, Catarina, suas três filhas e vizinhos não terão para onde ir depois de serem expulsos para fora de suas casas, provavelmente com a truculência característica das autoridades brasileiras quando lidam com miseráveis. Como o prefeito Udo Döhler prometeu em janeiro, eles terão enfim um endereço: a rua ou algum abrigo improvisado. E se é isso que ele entende por "atenção", temo pela sorte dos demais desassistidos da cidade pelos próximos quatro anos.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Aos trancos e barrancos passou 1 ano!

Hoje estou completando 1 ano de blog e, neste espaço, que divido com todos os molhados, leitores e alguns fãs (será???) quero agradecer principalemnte aos que acompanham todas as quartas-feiras os meus textos sobre esporte que, em alguns momentos se misturaram com política e entenderam que estou aqui apenas para compartilhar a minha opinião esportiva.

Nesse um ano, tive a oportunidade de estar mais próxima de algumas referências no esporte de joinvile, como:



Valdin, o bravo homem, que no auge da sua carreira, se viu obrigado a superar um grande obstáculo e, não se mostrou inerte, enfrentando as dificuldades de ficar parado por uma séria contusão pelo período de 6 meses e hoje estar de volta as quadras fazendo aquilo que sabe, jogar futsal.




Leonardo Roesler, o jovem empreendedor esportista que luta em prol da manutenção do esporte de alto rendimento em Joinville. O basquete de Joinville se tornou vencedor graças ao seu empenho e de seus parceiros.




Lima, o artilheiro solitário, que no auge do silêncio os gritos ecoaram da torcida, uns lhe culpando, outros lhe apoiando. Mas manteve-se sereno e hoje já se tornou o maior artilheiro do JEC, superando o idólo Nardela.








João Carlos Romano, o obstinado, vinte e quatro horas em busca da perfeição, tanto sua como preparador físico, como de seus atletas. E, não à toa, é considerado uma unanimidade no seu ramo entre os seus.









Vander Carioca, o artilehiro das massas, sempre em busca da vitória, custe o que custar, até a última gota de suor.


 
Muito obrigada a todos do Chuva Ácida, os que estão no blog hoje como colaboradores e aqueles que já passaram por aqui, a todos que gentilmente cederam do seu tempo para conceder uma entrevista a mim como "metida" da área e principalmente aos leitores.


As imagens mais lindas que seus olhos já viram


POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Há algumas semanas levei minha mãe para conhecer os famosos campos de canola aqui na região sul da Suécia. Eles florescem final de maio ou início de junho e ficam amarelinhos por pouco tempo, é preciso ser rápido. 
Ao chegarmos, disse à ela que essa era umas das visões mais lindas que eu já tive na vida. Verdade, a paisagem fica impressionante, acho lindo demais, breathtaking. Quando disse isso, meu marido respondeu que achava bonito mas que talvez não chegasse ao seu top 5. A conversa nos fez pensar nas 5 visões mais lindas que nossos olhos teriam visto e a brincadeira rendeu. 

Convido os leitores a fazerem o mesmo exercício e compartilharem conosco as maiores belezas que seus olhos já viram.
É claro que é tudo muito subjetivo, envolve opinião pessoal, sentimento, prioridades, enfim.
É divertido saber o que outras pessoas consideram breathtaking e quem sabe colocar na bucket list.

E aí vai meu top 5:

1. O rosto da minha filha no momento do seu nascimento:

No Da. Helena em março de 2010

2. As cataratas do Iguaçu:

No verão de 2006. Orgulho nacional.

3. Os campos de canola na Suécia:

Maio de 2013 em Helsingborg.

4. Os parques de Paris:
Setembro de 2010. Não tinha muitas fotos dos parques, mas está tudo na memória...
5. O Coliseu:
E todas as ruínas da Roma Imperial. Impressionante.
E agora? Você conseguiria listar rapidamente seu top 5?
Estou curiosa!

Vander Carioca, o artilheiro das massas!

Um ano se passou, parece que foi ontem que recebi o convite para escrever sobre esporte no arraigado Chuva Ácida.

Confesso que não tinha ideia que a coisa era tão acida, mas a verdade é que adoro dar os meus pitacos esportivos e, por raras vezes invadi a área dos meus amigos molhados.

E, para comemorar esta data especial, trago uma entrevista exclusiva com o atleta Vander Carioca e, a sua escolha não foi por acaso. Ela se deu pelo maior número de acessos de um post que escrevi, em 18.08.2012 http://www.chuvaacida.info/2012/08/vander-carioca-e-volta-da-nacao.html .

Passemos, então, agora, a entrevista do artilheiro das massas, o campeão Vander Carioca.



Vander Santos Ferreira, mais conhecido como Vander Carioca, 37 anos, nascido no Rio de Janeiro capital, atleta de futsal desde os 7 anos de idade, quando foi convidado a jogar no Social Ramos Clube e, desde então não parou mais.

Construiu e, ainda constroi, uma trajetória vencedora, que começou no épico time do Atletico-MG, aonde conquistou o seu título da Liga Nacional, passando, ainda no Brasil, por Flamengo, Vasco, GM, Iate, Espanha, Italia, Russia, voltando para o Brasil em 2010 atuando pelo Petrópolis e, para alegria dos joinvilenses, desde 2012, atuando pela Krona Futsal.

Além do título da Liga Nacional, em 1987, Vander Carioca, conquistou diveros títulos no Brasil e em todos os clubes que passou pelo exterior e, pela Seleção Brasileira, os Mundiais de 2000 e 2004.



Gabriela Schiewe - Aos 37 anos, o que lhe motiva a continuar jogando com a mesma intensidade de anos atrás?

Vander Carioca - Competição! Sou muito emoção, pouco razão. Tenho prazer pela competição e acredito que ainda vai demorar um pouco a perder essa vontade de competir. Enquanto esta vontade, o prazer por competir, existir em mim, jogarei nesta intensidade.

GS - Você acreditava que poderia aos 37 anos estar em alto nível e até rendendo mais que uns anos atrás?

VC - Não pensava (risos). Com 25 anos já pensava em parar de jogar, mas com a maturidade que se adquire com o passar dos anos, não ter sofrido nenhuma lesão grave, o meu comportamento extra campo que, hoje em dia é muito melhor do que quando tinha 25 tem colaborado para o meu bom rendimento nas quadras hoje.

GS - No ano passado, a Krona chegou muito perto do título da Liga, o que aconteceu naquele jogo contra a Intelli?

VC - O que mais pesou para não ganharmos o título, não foi o jogo fora de casa em que estávamos ganhando de 4 x 0, mas sim não ter vencido em casa. A vitória dentro de casa é fundamental para a conquista de um título, principalmente com a importância e disputa da Liga Nacional.

GS - Hoje você é o artilheiro da Liga, agora o objetivo é o título?

VC - Quando vim para Joinville, no ano passado, foi com esse objetivo, buscar o título da Liga. Ser artilheiro é consequência, o que realmente importa é ganhar a Liga. "Espero que esse ano não escape, até porque mes restam poucos anos."

GS - O que você passa para o grupo para, enfim, ganhar a Liga esse ano?

VC - Normalmente passo mais conselhor aos mais novos do grupo, para não perder o foco, jamais achar que já está ganho por ter ficado em primeiro na classificação, pois ainda temos muito que realizar. Tento auxiliar naquilo que posso.

GS - Uma hora terá que parar. inevitável. Quando e aonde?

VC - Fico triste quando penso nisso, ter que parar, pois amo o que faço, gosto de treinar, de competir, dessa rotina do meu trabalho mas, acho que daqui um ou dois anos, quem sabe até os 40. Em primeiro plano, penso em finalizar a carreira no Petrópolis, mas não descarto que possa ser aqui na Krona.

Vander Carioca deixou bem claro, durante toda a entrevista, aquilo o que eu já havia escrito no post de agosto do ano passado, sem conhece-lo, uma pessoa de um carater inquestionável, de uma humildade adstrita a poucos e de um extremo respeito a todos os seus colegas de profissão.

Não é à toa que é querido por todos, apesar do seu jeito aguerrido em quadra e isso pela sua característica de competidor nato, não aceita perder nem no "peladão", é um cara de respeito e muito querido por todos que trabalham consigo.

Eu me sinto honrada em estar comemorando o "meu aniversário" com esta entrevista e, quem merece os parabéns não sou eu, mas o entrevistado, grande profissional, valoriza muito a sua família e amigos e sempre com respeito ao próximo.

Vander Carioca, artilheiro das massas, por onde passa, "a galera se agita". A maior arquibancada do Futsal é aonde ele está!



"O que me motiva é a competição! Tenho muito prazer em competir, e vai demorar um pouco ainda pra eu perder isso."

terça-feira, 9 de julho de 2013

São os políticos seres alienígenas?

POR JORDI CASTAN


A revista Veja, da qual não sou nem leitor nem assinante, estampa na sua capa desta semana uma pergunta inquietante: “Você concorda que Brasília deveria abandonar a galáxia distante onde está e voltar ao Brasil?”. Imediatamente me veio à mente o filme MIB (Men in Black)  de 1997, protagonizado por Tommy Lee Jones, Will Smith e a encantadora Linda Fiorentino. Depois foram feitas outras versões e já está hoje na terceira.

O filme apresenta a possibilidade, até hoje fantasiosa, de que seres extraterrestres vivessem normalmente aqui na Terra. Depois de ver a capa da "Veja", não me resta nenhuma dúvida de que o filme é premonitório. Os nossos políticos não podem ser seres normais, não podem ser terrenos... ou seria mais correto dizer terráqueos? Não é Brasília que deve voltar à Terra, desde a galáxia distante em que a "Veja" assegura que se encontra. Brasília existe, é real e está no Planalto Central. Eu mesmo já estive lá mais de uma dezena de vezes. Os políticos de Brasília, como em todas as capitais e todos os municípios brasileiros, foram abduzidos por seres de outra galáxia, alienígenas que estão entre nós para destruir a nossa civilização ou o que resta dela.

É impossível imaginar que, enquanto milhões de brasileiros saem às ruas a pedir uma mudança, estes senhores possam estar passeando em jatinhos da FAB, pagos com o nosso dinheiro para assistir jogos de futebol, casamentos, visitar amigos e levando juntos parentes e namoradas. Nos últimos 5 meses foram 65 vezes. Tudo enquanto às portas dos estádios as pessoas enfrentavam a polícia pedindo reformas, protestando contra a corrupção e contra o mau uso do dinheiro público. Dentro dos estádios, alheios a tudo, tinha políticos posando de torcedores.

 A invasão está espalhada por todos lados. Nas assembleias legislativas, importantes projetos de lei outorgam o título de capital da carne, ou da banha, ou do jiló a esta ou aquela cidade. Enquanto isso, a saúde, a educação e a segurança desmoronam, como resultado da má gestão, do gasto exagerado e da própria roubalheira.

Nos municípios do interior, pequenos sátrapas dispõem dos recursos públicos como se fossem próprios, e contratam jardins de inverno, aquários, carros com motorista e quilometragem ilimitada ou qualquer outra bobagem que lhes dê na telha. Tudo ao mesmo tempo que recebem em audiência os representantes da sociedade que defendem a redução do custo do transporte público ou o passe livre. Para ter uma noção de como a situação escapou do controle, entre 2005 e 2012 os municípios brasileiros contrataram mais de 1.500.000 de funcionários e a proporção de funcionários públicos em relação à população cresceu 32% sem que os serviços públicos tenham melhorado. No caso de Joinville, a maior empregadora do município é a Prefeitura, com mais de 11.000 funcionários. Cada dia são necessários mais impostos para pagar os custos de uma máquina que não para de crescer. 

Não me resta qualquer dúvida: os políticos que elegemos não são deste planeta, eles são de outro mundo. Ocupam corpos com aparência de humanos, falam como humanos, se comportam em público como se fossem seres humanos. Mas não o podem ser. É impossível que esta gente seja tão insensível ao sofrimento deste país, que não vejam as filas na madrugada, as escolas interditadas, o patrimônio público deteriorando-se, os professores mal pagos e o aumento descontrolado da criminalidade.

Estes alienígenas devem possuir algum tipo de poder hipnótico que, retransmitido pelas ondas do rádio ou da televisão, fazem que os eleitores deste país sejam acometidos de ataques sorumbáticos e votem nas maléficas urnas eletrônicas, justamente nos candidatos alienígenas. Porque é difícil aceitar que representem um corte da nossa sociedade. Não pode ser que sejamos tão ruins. São uma abdução em massa ou uma invasão extraterrestre. Só isso poderia explicar uma situação como a que vivemos. E é evidente que a nave mãe que os trouxe não quer levá-los de volta.