quinta-feira, 5 de abril de 2012

O grande mural de vaginas

POR ET BARTHES
Para algumas pessoas é arte. Para outras será pornografia. O certo é que o artista plástico inglês Jamie McCartney, formado pela Hartford Art School (EUA), chamou a atenção do público com a peça "A Grande Parede de Vaginas", que integrou o programa do Brighton Festival Fringe, no final do ano passado. O trabalho levou cinco anos a ficar pronto e contou com a participação de 400 voluntárias, que permitiram ter as suas vaginas moldadas em gesso para a realização do trabalho.


A rainha da Inglaterra é mais barata que os deputados catarinenses

POR GUILHERME GASSENFERTH

Em sua viagem para Madri, o deputado Kennedy Nunes mostrou pelo Twitter uma foto de um protesto anti-monarquia. Segundo o deputado, os manifestantes reclamavam que a monarquia custava cerca de 500 milhões de euros por ano. Em seguida, um “twitteiro” me alertou: quanto custará a Assembleia Legislativa?

É claro que eu sei que uma coisa não tem nada a ver com a outra. As funções são diferentes, o tamanho da população é bem distinto, a economia é muito distinta (PIB catarinense de US$ 70 bilhões contra US$ 1.536 bilhões lá), mas principalmente porque a cultura é totalmente diferente. Comparar Europa e Brasil é esquisito.

Mas achei interessante. Quanto custaria a nossa Assembleia Legislativa? 500 milhões de euros é pouco ou muito perto de nossa Assembleia? Resolvi pesquisar, achando que a coroa espanhola custaria muito mais que nossa Assembleia. Parece que me enganei.

Primeiramente, em nenhum lugar encontrei informações precisas sobre o custo da monarquia espanhola, mas todas elas remetiam a custos inferiores a dez milhões de euros por ano, o que significa dizer menos de 25 milhões de reais. Repito, por ano. Mas também encontrei uma notícia interessante e que é praticamente impossível de ser estampada em manchetes tupiniquins. O rei Juan Carlos solicitou ao primeiro-ministro que a verba repassada à Coroa fosse diminuída. E aí, leitor, já viu algo semelhante ocorrer no Brasil? Quantas vezes vemos algum político pedir diminuição do salário?

Pesquisando sobre monarcas, recebi a informação de que a monarquia britânica era a mais custosa da Europa. Podemos imaginar. O Reino Unido é uma potência econômica mundial, u ex-império global, com uma monarquia cujo luxo não é novidade para ninguém. Informações oficiais mostram expensas de cerca de 40 milhões de libras esterlinas por ano – aproximadamente 116 milhões de reais. Um grupo anti-monarquista chamado Republic diz que as despesas com a manutenção da monarquia (e todos os seus luxos) custa aos british taxpayers entre 390 a 540 milhões de reais ao ano. Considerando que o autor destes cálculos esforçou-se para supervalorizá-los, podemos considerar que a coroa britânica – a mais cara da Europa – custe no máximo um valor como este.

E a nossa Assembleia Legislativa? Segundo as informações da execução orçamentária de Santa Catarina, os recursos executados pela ALESC em 2011 foram da ordem de 346,5 milhões de reais. O triplo das despesas oficiais (sem gastos com segurança) da monarquia sediada no Palácio de Buckingham e um pouco menos que as extra-oficiais. Mas a nossa Assembleia Legislativa é MUITO mais cara que a Coroa espanhola, no mínimo 13 vezes mais cara.

A chefe de Estado da Inglaterra, Canadá, Austrália, Irlanda, Escócia e outros 11 países, custa no máximo 540 milhões de reais. Cerca de 9 reais por britânico (considerando só os habitantes do Reino Unido), ou ainda 4 reais por habitante de um país que reconhece Elizabeth II como sua chefe de Estado. Reitero que estou usando os valores máximos, mas que podem ser bem menores.

Já os 40 deputados catarinenses custam para nós, contribuintes, 55 reais por ano. 6 vezes menos que a luxuosa Rainha Elizabeth II custa aos britânicos para servir-lhes como soberana e chefe de Estado. São quarenta reizinhos com seus iPads novinhos e diárias de R$ 670 pra viagens pra própria residência.

Outra diferença substancial está nos índices de aprovação. Lá, mais de 70% dos britânicos gostam da rainha e desejam que ela continue como sua soberana. Aqui não encontrei estatísticas oficiais, mas faça você mesmo a pesquisa: pergunte a 100 amigos seus – você gosta da atuação de nossos deputados estaduais e deseja que eles continuem lá? Pronto. Sugiro contar as respostas positivas, dará bem menos trabalho.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Refrigerante de Deus para desbancar a Coca-Cola


POR ET BARTHES
Parece perseguição. Mas não dá para ficar indiferente a esses religiosos. E não é que agora os caras estão lançando uma campanha na internet para desbancar a Coca-Cola no Brasil e no mundo? E a substituição será feita pelo refrigerante Leão de Judá Cola, criado há alguns anos pelo empresário protestante Moisés Magalhães, em sociedade com a Igreja Universal do Reino de Deus. Entre os filmes, há um que acusa a Coca-Cola de ser uma bebida do tinhoso por ter cocaína na sua fórmula. Em outro momento, o empresário pede sete mil distribuidores para o Leão de Judá Cola no Brasil.


Os novos amautas


POR JORDI CASTAN


Com as eleições, chegou a hora dos amautas

Os amautas eram, na sociedade inca, filósofos-oradores profissionais, que tinham como missão utilizar a sua sabedoria e conhecimento para manipular a historia do soberano, criando para ele um passado cheio de proezas e de gestas. É para completar o seu trabalho e obter um impacto ainda maior, se dedicavam com o mesmo entusiasmo a criar histórias constrangedoras sobre os adversários do seu senhor.

Por aqui, antes mesmo que os candidatos se digladiem na campanha, os amautas já estão trabalhando a todo vapor. A impressão que se consolida é a que desta vez a campanha tem tudo para ser mais sangrenta e impiedosa que as anteriores. Uns não querem perder o poder a nenhum custo e os outros querem voltar a recuperá-lo. Reforça esta teoria o nível da maioria dos candidatos e principalmente os muitos interesses envolvidos. Não devem faltar recursos para que os melhores amautas tenham à sua disposição todos os meios humanos e materiais para fazer um bom trabalho. Os amautas modernos contam com meios tecnológicos que não existiam quinhentos anos atrás. Podem utilizar vídeos, fotos, recortes de jornais, entrevistas e material disponível na internet, o que torna o seu trabalho mais fácil.

O resultado é que a historia é escrita e reescrita mil e uma vezes ao sabor dos interesses de cada um dos “monarcas” de plantão. E cria-se uma confusão na cabeça do eleitor, que poucos são capazes de lembrar com exatidão do que cada um fez. Algumas obras foram iniciadas numa gestão e se alastram sem ser concluídas por varias outras. Outras foram inauguradas uma meia dúzia de vezes e revitalizadas, requalificadas ou reinauguradas outras tantas que é difícil precisar com exatidão a quem deve ser atribuída. A memória trai aos que tem mais idade e até alguns mais jovens tem dificuldade em lembrar com precisão.

Os amautas já tergiversavam a história há séculos, mas o nível de perfeição que alcançamos hoje, tanto em enaltecer e em tecer loas aos políticos em exercício, só fica ofuscado pela nossa competência e habilidade em contar histórias, com o único objetivo de detrair os demais candidatos. Melhor ainda se a historia é espalhada como um murmúrio, a boca pequena, aí que ela faz mais efeito. Nisso somos campeões e superamos os melhores amautas.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Cão Tarado


Cão Tarado


A beleza sem esforço...

POR ET BARTHES
Você anda aí preocupado ou preocupada com a sua beleza física? Ora, não tem que deixar de comer, de beber e malhar feito doido. Só precisa de um bom uso do Photoshop para ficar com o corpinho perfeito. Não acredita? Então veja esse exemplo das celebridades.



As incoerências no aumento dos salários dos vereadores


POR CHARLES HENRIQUE

Como acontece em todo o último ano de legislatura, a novela do aumento do salário dos vereadores vêm à tona. Desta vez, era pra surgir com rejeições em nível máximo, principalmente se considerarmos os discursos de “protetores do dinheiro público” de muitos deles, ao negarem o aumento de 19 para 25 vereadores.

A maioria dos vereadores aprovou o aumento de 23%, passando de  R$ 9,3 mil para R$ 11,5 mil. Quer dizer então que aumentar o salário pode, e o número de cadeiras não? Qual o critério? Já sei: o critério é ir pelo caminho que as entidades empresariais dizem. Meses atrás elas colocaram muitos outdoors pela cidade dizendo “Joinville não quer mais vereadores” e forneceram adesivos para automóveis que desfilavam com tal dizer pelas nossas ruas. Poucos alegaram ser a favor do aumento de cadeiras.

Agora podemos discutir que, para estas entidades, o maior número de debatedores, a maior possibilidade de formação de uma massa crítica, não as interessa. Utilizaram setores da mídia que comparam este ideal de bom uso do dinheiro público.

Para o aumento do salário, de forma muito além da inflação, contemplando um reajuste do efeito cascata que veio lá de Brasília, eu não vi outdoor, adesivo e setores da mídia organizando enquetes e levantamentos com a entidade do seu Zezinho da Esquina dos Alfaces. Para estes, não importa o quesito aumento de salário. O número de vereadores sim, pois caso aumente, haverá um gasto desnecessário como nunca antes visto na história desta cidade. Balela.

O que vale mais para a sociedade: 19 vereadores que possuem salários e gastos com gabinete altíssimos ou 25 vereadores com gastos enxutos e salários reduzidos? É bem lógico, não é? Segmentos da sociedade de Joinville berram para o lado errado, infelizmente. Muitos vão na onda antidemocrática e repreensiva que alguns impõem como ideal.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O cão estava doido de saudades


Os cães devem ser mesmo os melhores amigos do homem. É o que mostra este filme, no qual um boxer, chamado Chuck, quase enlouquece (será que animais enlouquecem?) com a volta do dono, um soldado que esteve na guerra. Impressionante.



A tolice é o meu país

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Um dia destes recebi, por e-mail, uma mensagem a divulgar o tal movimento “O Sul É o Meu País”. Cuma? Gente, eu era capaz de jurar que a coisa já não existia. É o tipo de tolice que tem prazo de validade e neste caso esse prazo já venceu faz muito tempo.

Fui dar uma olhada na internet e vi que o cadáver ainda se debate. Acho que é um típico caso de alma penada: é quando o defunto não sabe que morreu. Aliás, parece que este nasceu morto. Mas o movimento até é seguido por uma meia dúzia de muares pingados. Não surpreende. O discurso é capaz de seduzir pessoas com atrapalhação mental.

Os caras falam em “autodeterminação do povo sul-brasileiro”. Mas quem é o povo sul-brasileiro? Eu, por exemplo, acho que não posso ser incluído nessa elite. Não sou loiro. Não tenho olhos azuis. A minha pele tende para o escuro (devo ter ascendência moura). E o meu sobrenome tem poucas consoantes, o que me impede de tentar passar por alemão. Desculpem, não é alemão.... é “sul-brasileiro”.

Ok... não quero ser injusto. É óbvio que não podemos esquecer as raízes europeias desse novo país. Vocês já viram a bandeira? A cor é um azul igualzinho ao azul da bandeira da União Europeia. Mas tem apenas três estrelinhas que representam o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Faz sentido. Tem uns caras que nascem e crescem no Brasil, mas juram que são europeus.
A bandeira "europeia" e uma peça de propaganda
Se eu bem entendi, os tipos querem fechar a porteira e dificultar a entrada dos outros brasileiros – imagino que os nordestinos em especial. É que essa gente lá de cima não quer trabalhar e só vive na teta. As gentes obreiras do sul trabalham e pagam impostos (são os grandes impulsionadores do PIB nacional), enquanto aqueles vagabundos só querem mamar. Não é assim, mas é uma ideia fácil de engolir.

Mas será boa ideia transformar as divisas em fronteiras? Imaginem, leitor e  leitora, as chatices de uma viagem para São Paulo, por exemplo. Não vamos esquecer que São Paulo continuaria a ser Brasil e para entrar lá seria preciso ter um passaporte. Outra coisa. Para fazer compras a gente teria que comprar reais. Aliás, o novo país precisaria de uma nova moeda. E eu até tenho um nome para sugerir: sulreal.

DE REPÚBLICA EM REPÚBLICA - Não sei se essa coisa de autodeterminação é boa ideia. Numa rápida incursão pela internet, descobri que teríamos a união da República das Araucárias, da República Juliana e da República Rio Grandense. Mas você, leitor e leitora, acha que essa tal união podia durar? Duvido. Sou capaz de apostar que logo esse pessoal estará a pregar a segregação. Afinal, as idéias separatistas estão no código genético deles. Já imaginaram como seria esse novo país em pouco tempo?

Os gaúchos iam começar a falar em autonomia, porque contribuem com a maior parte do PIB, enquanto os catarinas - esses vadios - só querem saber de praia. Os paranaenses iriam exigir que a capital fosse em Curitiba e não haveria um acordo (nem dentro do Paraná, porque Londrina era candidata a capital e acabaria por pedir a separação). Os catarinas, por seu lado, iriam começar a falar em fechar as fronteiras do sul, por estarem fartos de tantos CTGs no seu território.

E o que aconteceria conosco, aqui na República Juliana? Eu, para começar, faria uma proposta: Joinville deveria começar um movimento para se separar de Florianópolis. Porque a maior cidade do Estado – onde está quem realmente produz – não pode ficar sustentando aquele monte de gente da capital, que em vez de trabalhar pendura o paletó na cadeira e vai para a praia folgar.

E de separação em separação a gente chegaria ao momento ideal: cada
quintal seria uma república. Não é legal?