segunda-feira, 26 de março de 2018

Indústria da murta


E a Cota 40, prefeito? Como fica a palavra dada?


POR JORDI CASTAN
O Executivo Municipal ameaça a cota 40. Programar uma audiência pública para debater o tema, na segunda feria prévia ao feriado de Semana Santa, mostra a má fé do nosso Executivo.. É tudo pensado para ter um quorum baixo e pegar a sociedade desarticulada. Pensei em escrever um texto mais denso, mas desisto de escrever de novo sobre o tema. Até porque poderia perfeitamente reproduzir de novo o texto que já publiquei neste mesmo espaço em outras oportunidades: em 2014 Jabuti subiu na cota 40 e, de novo, em 2016 Joinville vitoria da ganancia e derrota da cota 40. Porque a Cota 40 é um tema permanentemente em pauta, tanto para especuladores como para os seus defensores. 

O problema não é a Cota 40. O problema tampouco é a preservação do pulmão verde que Joinville ainda mantém e que garante uma melhor qualidade de vida para todos os que aqui moramos. A Lei Orgânica do Município garante a preservação do Cota 40. A nossa constituição municipal, escrita em outros tempos e por joinvilenses com princípios e valores diferentes dos que hoje nos governam, garante que a cidade não avance sobre a Cota 40. O problema é sermos governados por gentalha sem ética, sem princípios, sem palavra, sem vergonha. E não falo só de Joinville. O país todo vive o drama de ser dirigido por amorais, que dão ouvidos a especuladores gananciosos igualmente amorais.  

Nenhum cidadão de bem pode dormir em paz quando o Legislativo está reunido, escreveu Benjamim Franklin. No Brasil diria que "nenhum cidadão de bem pode dormir em paz quando o Legislativo, o Judiciário ou o Executivo estão reunidos".

Se o prefeito não desse ouvidos a este tipo de gente - da mesma forma que não da ao resto da população - não teríamos que trazer uma e outra vez este tema de volta à pauta. O problema é que o prefeito, contrariamente ao que se comprometeu, acredita que o progresso de Joinville está vinculado a crescimento desenfreado. Ele, na sua simplória ignorância, acredita que não precisa respeitar o que disse, menos ainda o que assinou. Porque gente sem princípios e sem palavra é assim. E o pior: acredita que os outros joinvilenses são como ele. 

Prefeito, não se engane. Em Joinville ainda há gente que honra a palavra dada.


sexta-feira, 23 de março de 2018

Marielle Franco, agora um símbolo mundial

O jornal The Washington post publicou, esta semana, uma reportagem a afirmar que Marielle Franco, a vereadora assassinada no Rio de Janeiro, havia se tornado um símbolo global. “A black female politician was gunned down in Rio. Now she’s a global symbol”, dizia a manchete. E salientava, em determinada passagem, que o mundo a tomara como um símbolo, mas as reações não eram unânimes no Brasil, onde também houve manifestações em outro sentido.

O fato é que o nome da vereadora ultrapassou fronteiras. A expressão “Marielle Presente”, lançada logo a seguir à sua morte, foi trend topic no Twitter e no Facebook. Mas as manifestações foram além das redes socais e saíram para o espaço público. A vereadora foi homenageada pelo Parlamento Europeu ou pela Assembleia de República Portuguesa, entre outras. Mais do que isso, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o assassinato, na Suécia, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha ou Portugal.

A repercussão mundial é mostrada nesta coleta de tuítes, escritos em várias línguas e devidamente assinalados com as bandeiras de cada país.



Lula em SC: ranço… ranço… nada mais que ranço


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A pequena burguesia brasileira é patética. Boa parte dela é de gente endinheirada que vai para a Europa ou Estados Unidos e fica a sonhar com a qualidade de vida de Paris, Milão, Nova Iorque ou Londres. Os caras elogiam as sociedades mais desenvolvidas e lamentam que o Brasil não consiga atingir esses mesmos padrões. Mas quando põem os pés em solo brasileiro fazem tudo ao contrário do que seria expectável.

Essa pequena burguesia não enxerga que a receita está na democracia. Parece uma abstração, mas é um fator concreto: a democracia é o elemento constitutivo das sociedades desenvolvidas. E isso significa, entre outras coisas, ter liberdade. De pensamento. De informação. De expressão. De gênero. De ir e vir. De aceder às oportunidades. Enfim, coisas que não existem no Brasil, um país que parece apostar no apartheid social.

Por que esta conversa? O objetivo é falar de uma campanha assinada por um certo MBL – Santa Catarina, que está a circular nas redes sociais. Eis a proposta: “compartilhe se você não quer Lula fazendo comício em Santa Catarina”. É uma ideia risível, ridícula mesmo (lembremos que a letra “L” da sigla significa “livre”). Mas houve mais de 6 mil partilhas. O que não espanta. Afinal, os reaças de Santa Catarina são orgulhosamente mais reaças que os outros.

Que tal pensar em termos práticos? O que essa gente ganharia por impedir Lula de falar? Nada. Então, o que isso quer dizer? Que as pessoas – a mesma pequena burguesia que citei no início – são movidas apenas pelo ódio. É ranço, ranço, nada mais que ranço. Essa gente sonha em ter uma Dinamarca, mas age de forma a ter um Sudão. O resultado só pode ser o desastre social. Os odiadores são seres odiáveis que estão a envenenar o Brasil.

É a dança da chuva.

Post que está a ser veiculado. Qual o objetivo de negar o direito à expressão?