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Parque em frente a biblioteca central em Helsingborg |
POR FERNANDA M. POMPERMAIER
Na Suécia não existe televisão em salas de espera, existem livros, revistas, jornais e até livros infantis.
Consultórios médicos, de dentistas, clínicas, órgãos do governo, nada de televisão.
Uma amiga passou uma semana no maior hospital da cidade, internada por ter tirado o apêndice e outras complicações. Fiquei impressionada, não tem televisão nos quartos. À princípio, me indignei, como assim? E o tédio? Como as pessoas fazem para passar o tempo? Simples, eles lêem.
Um parêntese: o hospital é público, e parecido, digamos assim, com o Da. Helena. Todos na cidade frequentam o mesmo hospital, as pessoas não costumam ter plano de saúde, não tem necessidade.
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Sala de televisão no hospital |
Os únicos espaços onde tinham televisões, eram as salas reservadas para elas. Uma sala com café, chá, poltronas e uma tv num canto, num espaço pouco privilegiado (como aparece na foto). Haviam ainda outras salas para receber as visitas, sem televisão.
Nas paredes muitas obras de arte, e os pacientes, a maioria, com um livro na mão.
Isso demonstra como a leitura é presente na sociedade sueca.
Educação aqui é coisa séria e não se mede esforços quando o assunto são livros, informação, estudo.
Nas bibliotecas você pode pegar até 50 livros por mês e 30 dias é o prazo para devolver. Vencido o prazo, no próprio site da biblioteca (link abaixo), você pode renová-lo para mais 30 dias, e mais, e mais, desde que o livro não esteja reservado por alguém. As reservas também podem ser feitas pelo site, na sua página pessoal. Se a biblioteca não tiver o livro, eles consideram a possibilidade de comprar. A maioria dos livros são em sueco, claro, mas tem um acervo grande em outras línguas, inclusive em potuguês, com obras de Machado de Assim ou José de Alencar. É possível reservar e-books, dvds, audio-books, cds, ou livros infantis.
As bibliotecas são pontos de encontro.
Na central existe um café sempre bastante movimentado que serve almoço, lanches e doces. No inverno eles servem uma sopa que é a melhor que já comi na vida.
Além da biblioteca central, existem algumas em bairros, também com estrutura para receber bem os leitores e seus filhos. Em todas, espaço para a criança ler ou brincar.
Nas estações mais quentes é possível pegar uma rede e pendurar nas árvores do parque que fica em torno da biblioteca como mostra a primeira foto do post.
Eu nem vou discutir os hábitos de leitura da maioria dos brasileiros, nem a frequencia, nem as escolhas, apesar do nome, eu não acho que auto-ajuda, ajuda muita coisa. Não estamos mesmo acostumados com horas e horas de estudo e leitura no Brasil. Tive uma professora que dizia que qualquer professora que não lê 1 livro por mês devia ter vergonha de ser educador. Eu confesso que não consigo tanto, mas tento.
O que eu queria mesmo era que alguém me dissesse que a principal biblioteca pública de Joinville não está ainda assim: