quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
sábado, 20 de dezembro de 2014
Tacada de mestre
POR JORDI CASTAN
Quem acha que o prefeito Udo Dohler não domina a articulação política, a arte da dissimulação e da enganação errou feio. A eleição do presidente da Câmara de Vereadores de Joinville
foi uma tacada de mestre. Um jogo de xadrez político em que houve vencedores e
vencidos, mas que merece ser analisada como o que foi: uma jogada de pôquer político
em que o prefeito Udo Dohler mostrou a sua capacidade de articulação política e
o seu protagonismo como liderança.
O primeiro ponto importante foi aglutinar a maioria de
vereadores em torno de um mesmo nome. Para o executivo manter a maioria no
legislativo é determinante para poder aprovar todos os projetos de interesse do
governo sem muito debate, sem questionamentos e sem excessivas negociações. O
objetivo pretendido foi alcançado com louvor. Praticamente todos os vereadores
apoiaram o mesmo candidato.
Segundo objetivo. Neutralizar a candidatura independente do vereador Adilson Mariano, pois um risco evidente era o crescimento da candidatura
do vereador do PT. Para isso, era importante que a candidatura não recebesse sequer os votos dos vereadores do seu partido. Sem os votos do PT, esta candidatura só
recebeu um único voto, o do próprio candidato. O perigo que representava foi
neutralizado, graças à forte intervenção dos negociadores envolvidos no
processo.
Terceiro objetivo. Criar uma manobra de diversão,
uma cortina de fumaça. Enquanto o prefeito pretendia apoiar a candidatura do vereador Maurício Peixer, na realidade estava apoiando a candidatura do seu partido, o PMDB, deste modo deixando confusos gregos e troianos. Quanto maior e mais entusiástico
o apoio do prefeito à candidatura do PSDB, mais votos ganhava o candidato
vencedor.
Uma verdadeira tacada de mestre. Sinalizar um objetivo, quando o objetivo é outro. Brilhante ação de dissimulo e estratégia. Deixando acreditar que o seu candidato era um, conseguiu canalizar a maioria dos votos para o candidato Rodrigo Fachini. Todos aqueles vereadores que acreditavam estar votando “contra” o candidato do prefeito, foram iludidos e acabaram votando no objetivo oculto e no objeto do desejo do prefeito.
Uma verdadeira tacada de mestre. Sinalizar um objetivo, quando o objetivo é outro. Brilhante ação de dissimulo e estratégia. Deixando acreditar que o seu candidato era um, conseguiu canalizar a maioria dos votos para o candidato Rodrigo Fachini. Todos aqueles vereadores que acreditavam estar votando “contra” o candidato do prefeito, foram iludidos e acabaram votando no objetivo oculto e no objeto do desejo do prefeito.
O melhor de tudo é que não foi necessário oferecer cargos nem benesses adicionais, para além das que já recebem os vereadores e seus apaniguados para que votem no candidato vencedor. Foi uma eleição que não teve muita
emoção. Talvez só foi emocionante para o candidato que acreditou que o apoio
do executivo seria determinante para a sua vitória. Estranho que um mestre do
dissimulo, com cinco mandatos nas costas, tenha caído tão facilmente numa
jogada de manual.
Um pequeno detalhe ficou no ar. Se o atual presidente da Câmara
recebeu a maioria dos votos dos vereadores que acreditavam estar votando “contra”
o candidato do prefeito, qual será o comportamento e a disciplina na hora de
votar? Quem viver verá.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Que tal uma Bolsa Camisa-de-Força?
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Sabe
aquelas notícias que você tem que coçar os olhos para ver se não leu errado?
Aconteceu ontem. Estava a dar uma passada de olhos pelos jornais online quando me
deparei com o headline: “PSDB pede cassação de Dilma e a diplomação de Aécio
como presidente”. Hã? Pensei com os meus botões: deve ser uma piada. Mas não.
Uma
pesquisa em outros títulos permitiu confirmar. A notícia estava a se espalhar,
apesar de não ter muita repercussão. Talvez os comentadores (da imprensa,
blogosfera ou redes sociais) tenham sido apanhados de surpresa. A coisa era tão
apatetada que ninguém deve ter levado a sério. É provável que hoje, com mais
calma, falem no tema.
O
que pensar de uma situação dessas? Ora, que o mundo endoideceu e que esse pessoal
da oposição perdeu totalmente a noção de ridículo. Poderia ser apenas mais um
episódio para o bestialógico da política nacional, mas um olhar mais atento faz
perceber uma questão de fundo muito grave. É a total desconsideração da norma
democrática.
O
documento apresentado – a imprensa reproduziu excertos – tem passagens tristes.
Deixemos passar barato a acusação de uso da máquina pública ou abuso de poder
econômico. Mas a decência vai pelo ralo quando um candidato instrui os seus
advogados a alegar “legitimidade” porque a diferença do resultado das eleições
foi curta.
Em
que democracia um candidato derrotado se sente no direito de, por artimanhas de
tapetão, ganhar a presidência de um país? E com a justificação de que apenas
2,28% dos votos – uma “pífia vitória” – é uma diferença tangencial, podendo
simplesmente ser ignorada. Em que república das bananas esses caras querem
transformar o Brasil?
Podemos
achar pitoresco, divertido ou exótico. Mas é melhor ter cuidado. Sozinho, um
antidemocrata insano pode causar apenas riso. Mas um antidemocrata insano seguido
por outros iguais pode ser um perigo para a sociedade. Talvez alguém tenha que
criar o Bolsa Camisa-de-Força para trazer essa gente de volta à realidade.
É
como diz o velho deitado: “existe um prazer em ser louco que apenas os loucos
conhecem”.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Vai pra Cuba!
Barack “Che” Obama, um indisfarçável espião lulo-petralha da KGB infiltrado no governo americano, ouviu as vozes de milhares de reaças brasileiros e deu um passo para permitir que milhões de “bolivamericanos” possam visitar quase que livremente a ilha comunista caribenha.
Assim, é provável que jorre dinheiro pelas bandas de Havana, que vai se beneficiar, sobretudo, do novo mercado para sua indústria de charutos e de bebidas, do novo público para o seu fortíssimo setor turístico e também de sua ótima localização que interessa à logística de empresas de todo mundo. Opa, parece que o Brasil já se adiantou e investiu em um pequeno porto por lá.
Só para ter uma ideia, estimativas do governo cubano apontam que Cuba deixou de ganhar 108 bilhões de dólares até 2011 por causa do embargo estadunidense, que impede não somente os americanos de negociar por lá, como pune empresas de todo o mundo por relações comerciais com os caribenhos.
Com isso, uma nova etapa da experiência socialista será posta à prova. Sobreviverá o socialismo aos encantos do capital? Ou avançará ainda mais, com a multiplicação da bufunfa, nos princípios de igualdade? É muito cedo pra saber.
A pergunta que não quer calar, no entanto, é outra: seriam visionários os reaças brasileiros? Ou analistas políticos de grosso calibre? Afinal, o “vai pra Cuba” é o conselho primordial de dez a cada dez sujeitos de direita no Brasil. E sempre foi de graça, contrariando a velha máxima de que se conselho fosse bom não se dava, se vendia.
De todo modo, é preciso estar atento ao que vai acontecer em Cuba. A tese dos defensores, eu incluso, é a de que o embargo imposto pelos EUA sempre foi o principal causador dos problemas econômicos de Cuba. Finalmente, o embargo vai cair (ainda não caiu) e a tese será posta à prova.
Por outro lado, o setor privado e o Capital tendem a crescer na ilha diante das brechas que se abrem com cada vez mais frequência. Brechas para a avanço da desigualdade? Talvez...
O jeito é esperar.
E, numa dessa, a gente segue o conselho e vai até lá pra ver
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