POR JORDI CASTAN
Numa lista de coisas inúteis, em que lugar colocaria os deputados estaduais que representam Joinville na
Assembleia Legislativa? Quem acompanha a agenda dos nossos representantes no
legislativo estadual não pode deixar de surpreender-se com a superficialidade
dos seus compromissos. A agenda oficial transpira ativismo e a impressão é que se
trata de uma agenda cheia de importantes compromissos. Mas uma primeira analise
já permite concluir que há muito ativismo e pouco conteúdo.
Visitando clubes de
mães, acompanhando ao fulano, visitando ao sicrano. Na formatura da turma do
curso de biscoitos caseiros, no bingo beneficente da associação dos
colecionadores de gafanhotos vesgos, participando como jurado no concurso de
tiro ao alvo com estilingue. Entregando
o título de capital catarinense do tatu ao município de... ou visitando o Planalto Norte, atendendo no escritório em Joinville, no programa de rádio da
119,98 FM e assim por diante.
Minha proposta é bem
simples. Cite uma única ação de um deputado estadual eleito por Joinville que
tenha contribuído para melhorar a vida do joinvilense. Ficou difícil? É... não é fácil.
A vida dos nossos deputados se converte num fim em si mesmo. O único objetivo é
o de se eleger na próxima eleição. Poder continuar mamando nas tetas do poder
público e montar uma estrutura de cabos eleitorais, pagos com os nossos
impostos, para que transvestidos de assessores se dediquem diuturnamente a
pavimentar o caminho para a próxima disputa eleitoral.
A estrutura de recursos - gabinete, computadores, veículos, diárias e funcionários - colocada à disposição para cada deputado representa uma máquina poderosa e cria uma vantagem desproporcional nas eleições. Porque deixa os outros candidatos numa situação muito mais difícil e faz com que a reeleição dos atuais seja muito mais provável, tornando a renovação da Assembleia Legislativa uma tarefa difícil e complexa.
A estrutura de recursos - gabinete, computadores, veículos, diárias e funcionários - colocada à disposição para cada deputado representa uma máquina poderosa e cria uma vantagem desproporcional nas eleições. Porque deixa os outros candidatos numa situação muito mais difícil e faz com que a reeleição dos atuais seja muito mais provável, tornando a renovação da Assembleia Legislativa uma tarefa difícil e complexa.
Se estas vantagens
ainda não fossem suficientes para garantir a reeleição, os nossos deputados
estaduais dedicam boa parte do seu tempo produtivo a articular, e principalmente
a desarticular ou torpedear, qualquer candidatura que possa vir a representar
uma ameaça para o seu futuro político.
Assim o eleitor encontra a cada quatro anos um quadro político em que os nomes que se apresentam são os mesmos sempre e os partidos não permitem que novos nomes, com real potencial, tenham possibilidades de concorrer. Trocas de partidos, alianças com inimigos históricos e todo tipo de jogo rasteiro são válidos para alcançar os objetivos de ganhar mais uma eleição e permanecer no poder por um novo quadriênio.
Assim o eleitor encontra a cada quatro anos um quadro político em que os nomes que se apresentam são os mesmos sempre e os partidos não permitem que novos nomes, com real potencial, tenham possibilidades de concorrer. Trocas de partidos, alianças com inimigos históricos e todo tipo de jogo rasteiro são válidos para alcançar os objetivos de ganhar mais uma eleição e permanecer no poder por um novo quadriênio.
Para evitar a
perpetuação desta corja no poder indefinidamente, uma alternativa que ganha
corpo é a de não reeleger estes candidatos que estão aí. Propor uma renovação
significativa da representação de Joinville em Florianópolis. Iniciemos aqui a
campanha: “Ponha o seu deputado estadual a trabalhar, não o reeleja”. Fica a
dúvida de quantos deles passariam num processo de seleção no setor de RH de
alguma empresa local, para um cargo com um salário semelhante ao que recebem
atualmente.