Um ano se passou, parece que foi ontem que recebi o convite para escrever sobre esporte no arraigado Chuva Ácida.
Confesso que não tinha ideia que a coisa era tão acida, mas a verdade é que adoro dar os meus pitacos esportivos e, por raras vezes invadi a área dos meus amigos molhados.
E, para comemorar esta data especial, trago uma entrevista exclusiva com o atleta Vander Carioca e, a sua escolha não foi por acaso. Ela se deu pelo maior número de acessos de um post que escrevi, em 18.08.2012 http://www.chuvaacida.info/2012/08/vander-carioca-e-volta-da-nacao.html .
Passemos, então, agora, a entrevista do artilheiro das massas, o campeão Vander Carioca.
Vander Santos Ferreira, mais conhecido como Vander Carioca, 37 anos, nascido no Rio de Janeiro capital, atleta de futsal desde os 7 anos de idade, quando foi convidado a jogar no Social Ramos Clube e, desde então não parou mais.
Construiu e, ainda constroi, uma trajetória vencedora, que começou no épico time do Atletico-MG, aonde conquistou o seu título da Liga Nacional, passando, ainda no Brasil, por Flamengo, Vasco, GM, Iate, Espanha, Italia, Russia, voltando para o Brasil em 2010 atuando pelo Petrópolis e, para alegria dos joinvilenses, desde 2012, atuando pela Krona Futsal.
Além do título da Liga Nacional, em 1987, Vander Carioca, conquistou diveros títulos no Brasil e em todos os clubes que passou pelo exterior e, pela Seleção Brasileira, os Mundiais de 2000 e 2004.
Gabriela Schiewe - Aos 37 anos, o que lhe motiva a continuar jogando com a mesma intensidade de anos atrás?
Vander Carioca - Competição! Sou muito emoção, pouco razão. Tenho prazer pela competição e acredito que ainda vai demorar um pouco a perder essa vontade de competir. Enquanto esta vontade, o prazer por competir, existir em mim, jogarei nesta intensidade.
GS - Você acreditava que poderia aos 37 anos estar em alto nível e até rendendo mais que uns anos atrás?
VC - Não pensava (risos). Com 25 anos já pensava em parar de jogar, mas com a maturidade que se adquire com o passar dos anos, não ter sofrido nenhuma lesão grave, o meu comportamento extra campo que, hoje em dia é muito melhor do que quando tinha 25 tem colaborado para o meu bom rendimento nas quadras hoje.
GS - No ano passado, a Krona chegou muito perto do título da Liga, o que aconteceu naquele jogo contra a Intelli?
VC - O que mais pesou para não ganharmos o título, não foi o jogo fora de casa em que estávamos ganhando de 4 x 0, mas sim não ter vencido em casa. A vitória dentro de casa é fundamental para a conquista de um título, principalmente com a importância e disputa da Liga Nacional.
GS - Hoje você é o artilheiro da Liga, agora o objetivo é o título?
VC - Quando vim para Joinville, no ano passado, foi com esse objetivo, buscar o título da Liga. Ser artilheiro é consequência, o que realmente importa é ganhar a Liga. "Espero que esse ano não escape, até porque mes restam poucos anos."
GS - O que você passa para o grupo para, enfim, ganhar a Liga esse ano?
VC - Normalmente passo mais conselhor aos mais novos do grupo, para não perder o foco, jamais achar que já está ganho por ter ficado em primeiro na classificação, pois ainda temos muito que realizar. Tento auxiliar naquilo que posso.
GS - Uma hora terá que parar. inevitável. Quando e aonde?
VC - Fico triste quando penso nisso, ter que parar, pois amo o que faço, gosto de treinar, de competir, dessa rotina do meu trabalho mas, acho que daqui um ou dois anos, quem sabe até os 40. Em primeiro plano, penso em finalizar a carreira no Petrópolis, mas não descarto que possa ser aqui na Krona.
Vander Carioca deixou bem claro, durante toda a entrevista, aquilo o que eu já havia escrito no post de agosto do ano passado, sem conhece-lo, uma pessoa de um carater inquestionável, de uma humildade adstrita a poucos e de um extremo respeito a todos os seus colegas de profissão.
Não é à toa que é querido por todos, apesar do seu jeito aguerrido em quadra e isso pela sua característica de competidor nato, não aceita perder nem no "peladão", é um cara de respeito e muito querido por todos que trabalham consigo.
Eu me sinto honrada em estar comemorando o "meu aniversário" com esta entrevista e, quem merece os parabéns não sou eu, mas o entrevistado, grande profissional, valoriza muito a sua família e amigos e sempre com respeito ao próximo.
Vander Carioca, artilheiro das massas, por onde passa, "a galera se agita". A maior arquibancada do Futsal é aonde ele está!
"O que me motiva é a competição! Tenho muito prazer em competir, e vai demorar um pouco ainda pra eu perder isso."
quarta-feira, 10 de julho de 2013
terça-feira, 9 de julho de 2013
São os políticos seres alienígenas?
POR JORDI CASTAN
A revista Veja, da
qual não sou nem leitor nem assinante, estampa na sua capa desta semana uma
pergunta inquietante: “Você concorda que Brasília deveria abandonar a galáxia
distante onde está e voltar ao Brasil?”. Imediatamente me veio à mente o
filme MIB (Men in Black) de 1997,
protagonizado por Tommy Lee Jones, Will Smith e a encantadora Linda Fiorentino.
Depois foram feitas outras versões e já está hoje na terceira.
O filme apresenta a
possibilidade, até hoje fantasiosa, de que seres extraterrestres vivessem normalmente
aqui na Terra. Depois de ver a capa da "Veja", não me resta nenhuma dúvida de que o
filme é premonitório. Os nossos políticos não podem ser seres normais, não
podem ser terrenos... ou seria mais correto dizer terráqueos? Não é Brasília que
deve voltar à Terra, desde a galáxia distante em que a "Veja" assegura que se
encontra. Brasília existe, é real e está no Planalto Central. Eu mesmo já estive lá mais de uma dezena de vezes. Os políticos de Brasília, como em todas as capitais e todos os
municípios brasileiros, foram abduzidos por seres de outra galáxia, alienígenas
que estão entre nós para destruir a nossa civilização ou o que resta dela.
É impossível imaginar
que, enquanto milhões de brasileiros saem às ruas a pedir uma mudança, estes
senhores possam estar passeando em jatinhos da FAB, pagos com o nosso dinheiro
para assistir jogos de futebol, casamentos, visitar amigos e levando juntos
parentes e namoradas. Nos últimos 5 meses foram 65 vezes. Tudo enquanto às portas dos estádios as pessoas enfrentavam a
polícia pedindo reformas, protestando contra a corrupção e contra o mau uso do
dinheiro público. Dentro dos estádios, alheios a tudo, tinha políticos posando
de torcedores.
A invasão está espalhada por todos lados. Nas assembleias legislativas, importantes projetos de lei outorgam o título de capital da carne, ou da banha, ou do jiló a esta ou aquela cidade. Enquanto isso, a saúde, a educação e a segurança desmoronam, como resultado da má gestão, do gasto exagerado e da própria roubalheira.
Nos municípios do interior, pequenos sátrapas dispõem dos recursos públicos como se fossem próprios, e contratam jardins de inverno, aquários, carros com motorista e quilometragem ilimitada ou qualquer outra bobagem que lhes dê na telha. Tudo ao mesmo tempo que recebem em audiência os representantes da sociedade que defendem a redução do custo do transporte público ou o passe livre. Para ter uma noção de como a situação escapou do controle, entre 2005 e 2012 os municípios brasileiros contrataram mais de 1.500.000 de funcionários e a proporção de funcionários públicos em relação à população cresceu 32% sem que os serviços públicos tenham melhorado. No caso de Joinville, a maior empregadora do município é a Prefeitura, com mais de 11.000 funcionários. Cada dia são necessários mais impostos para pagar os custos de uma máquina que não para de crescer.
A invasão está espalhada por todos lados. Nas assembleias legislativas, importantes projetos de lei outorgam o título de capital da carne, ou da banha, ou do jiló a esta ou aquela cidade. Enquanto isso, a saúde, a educação e a segurança desmoronam, como resultado da má gestão, do gasto exagerado e da própria roubalheira.
Nos municípios do interior, pequenos sátrapas dispõem dos recursos públicos como se fossem próprios, e contratam jardins de inverno, aquários, carros com motorista e quilometragem ilimitada ou qualquer outra bobagem que lhes dê na telha. Tudo ao mesmo tempo que recebem em audiência os representantes da sociedade que defendem a redução do custo do transporte público ou o passe livre. Para ter uma noção de como a situação escapou do controle, entre 2005 e 2012 os municípios brasileiros contrataram mais de 1.500.000 de funcionários e a proporção de funcionários públicos em relação à população cresceu 32% sem que os serviços públicos tenham melhorado. No caso de Joinville, a maior empregadora do município é a Prefeitura, com mais de 11.000 funcionários. Cada dia são necessários mais impostos para pagar os custos de uma máquina que não para de crescer.
Estes alienígenas devem possuir algum tipo de poder hipnótico que, retransmitido pelas ondas do rádio ou da televisão, fazem que os eleitores deste país sejam acometidos de ataques sorumbáticos e votem nas maléficas urnas eletrônicas, justamente nos candidatos alienígenas. Porque é difícil aceitar que representem um corte da nossa sociedade. Não pode ser que sejamos tão ruins. São uma abdução em massa ou uma invasão extraterrestre. Só isso poderia explicar uma situação como a que vivemos. E é evidente que a nave mãe que os trouxe não quer levá-los de volta.
domingo, 7 de julho de 2013
Qual a grande obra?
As mobilizações de rua durante a Copa das Confederações, em grande
parte, foram pautadas pelos gastos com a construção dos estádios. Tudo bem, o
governo federal, principal alvo da turba, não construiu nenhum estádio. Esta
tarefa coube a governos estaduais, clubes de futebol ou até prefeituras. No máximo
o BNDES emprestou o dinheiro e vai receber de volta, com juros. Os manifestantes
diziam 'não' aos estádios e 'sim' para a saúde e educação. Particularmente acho um
maniqueísmo meio sofrível esse. Um governo tem que fazer tudo ao mesmo tempo. É
pão, é circo, é educação, é saúde, é esgoto, é estrada, enfim...
Acho até louvável
essa nova concepção de Arena que oportuniza uma diversidade de eventos de
massa. Em Brasília já teve tanta atividade no Mané Garrincha que já valeu a
pena. Até Renato Russo já apareceu em holograma. A Copa acaba e os estádios continuam e devem ser bem utilizados.
Mas a situação me lembrou Joinville de 2004. Enquanto a pirotecnia
oficial fazia a festa, o candidato
continuísta jorrava lágrimas porque não poderia participar da inauguração da nova Arena
Joinville. Essa cidade sempre cultuou obras faraônicas, começando pela Ponte do Trabalhador e indo até a Expoville, Centreventos e Arena. O candidato da
oposição tentou dizer, na época, que com o dinheiro da Arena daria para fazer tantos
leitos hospitalares...foi dizimado. Mesmo elogiando o equipamento, demarcar
uma possível reflexão foi dar um murro na ponta da faca.
No último governo municipal também os porta-vozes do mega,
hiper, super vinham com aquela pergunta: "qual a grande obra?". Não importa se o saneamento
básico é uma vergonha e está sendo, enfim, retomado, ou que os investimentos
maciços em educação e saúde não apareçam, os arautos do grandíssimo querem algo sempre maior e mais bonito.
Hoje parece que as coisas mudaram. Agora é moda ir para a rua
reivindicar saúde e educação, mesmo tendo plano de saúde ou estudar em
colégio particular. Agora é moderno reivindicar redução da tarifa de ônibus,
mesmo sem nunca botar o pé no 'buzão'. Aliás, o moderno é reivindicar por
reivindicar. Tem até médico indo para a rua defender o seu curral profissional.
Afinal é aviltante ir para o interior por R$ 10 mil.
Maravilhosos esses tempos em que as pessoas deixam de
replicar mensagens dos seus notebooks, das quais elas não têm nenhuma ideia e vão
para a rua replicar cartazes que procuram lavar a sua alma. Uma autonomia
criativa que beira o anarquismo, levando em conta o lado genial dessa teoria
libertária.
Mas voltando ao nosso tema, será que Joinville agora vai
desistir de grandes obras e se mobilizar coletivamente para garantir os
alicerces de uma sociedade melhor de se viver? Será que agora, definitivamente,
vamos enfrentar a saúde, não com hospitais, heliponto e medicina de última
geração tecnológica, mas com ações preventivas, não curativas, com alimentação,
com lazer e esportes? Será que vamos pensar a mobilidade urbana com responsabilidade
estratégica, com planejamento de longo prazo, corredores e transporte coletivo ou
vamos fazer pontes e viadutos para
agradar oportunistas? Vamos manter a prioridade no saneamento, nas moradias
populares, na educação de qualidade ou vamos de novo partir para projetos
empolgantes, geniais, caros, que jogam uma fatura comprometedora do futuro, como
está agora acontecendo com a Prefeitura?
As mobilizações
sociais sempre foram criminalizadas em nosso país e repudiadas com veemência.
Hoje, com o panfleto digital on-line das redes sociais, as pessoas podem se
mobilizar mais rapidamente e por diversos interesses. A televisão passa ao vivo
e fica insistindo 'ad nauseum' que a manifestação é até
pacífica, e que a violência é de uma minoria de vândalos. Como se algum dia a
conquista de algum direito social tenha sido fácil.
Mas os tempos são outros e
torço para que coxinhas, MPL, vermelhos, verdes ou amarelos, socialistas, democratas, anarquistas ou liberais mostrem a
sua cara e a política seja exatamente aquilo que o povo quer e não uma usura
criminosa de uma classe que privatiza o interesse público.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Vamos pular catraca!
FELIPE SILVEIRA
Sim, é um convite mesmo. Vamos pular a catraca, aquela mesma do terminal e do ônibus. A catraca que representa a opressão, a exclusão e a negação dos nossos direitos.
Pular catraca é um ato de desobediência civil. E os defensores da cidade ordeira e trabalhadora vão ter um troço agora, mas é isso mesmo que este texto vai defender.
Vamos inverter a ordem dessa cidade ordeira, porque ela está errada e nos afeta direta e diariamente, pois nos impede de estudar, nos impede de ir no Parque da Cidade para praticar esportes ou no Parque das Águas para aproveitar uma tarde de domingo, nos impede de ir ao cinema e ao teatro e nos impede de visitar a família e os amigos.
Pular a catraca é um ataque direto ao lucro das empresas de transporte coletivo (não é público da maneira que é) que operam em Joinville graças a uma permissão, vá lá, meio estranha dada pelos amigos no poder.
Pular a catraca é mais ou menos a mesma coisa que Thoreau fez ao se recusar a pagar impostos para o governo americano por não aceitar o Estado escravagista e a guerra. A ideia foi defendida no ensaio "A desobediência civil", publicado em 1849, e dá nome à prática diversas vezes aplicadas na história da humanidade. Talvez a mais conhecida delas tenha sido feita por Mahatma Gandhi, que inspirou os povos sul-africano e indiano a não aceitar imposições dos governos e a opressão e exploração dos poderosos.
A desobediência civil também foi emblemática na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, nos anos 1960. Em uma sociedade extremamente segregacionista, quatro jovens negros decidiram sentar no lugar destinado aos brancos em uma lanchonete da Carolina do Norte, mobilizando milhares de opressores de um lado e outros milhares de solidários de outro. Ou quando Rosa Parks, em 1955, foi presa por se recusar a dar seu lugar aos brancos no ônibus, conforme determinava a lei na cidade de Montgomery, no estado do Alabama. A ação levou a um grande boicote ao sistema de transporte, que por sua vez levou a mudança na lei segregacionista.
Quem participou das manifestações pelo transporte verdadeiramente público em Joinville pode participar de grandes "catracaços", quando os terminais (duas vezes o central e uma vez o norte) foram ocupados pelos manifestantes na luta pelo direito de todos. Também há relatos de uma galera que tem pulado as catracas nas últimas semanas, desde que a luta se intensificou. É a Tarifa Zero acontecendo.
Eu comemoro e incentivo, pois sempre insisti que a primeira coisa a se fazer ao discutir transporte público e mobilidade é entender que o transporte é um direito de todos. Depois vamos discutir como fazer, e há proposta séria sobre isso. O que não dá pra levar a sério é a defesa do lucro exorbitante das empresas e o enriquecimento de duas famílias em cima da exploração do povo.
Já passou da hora de meter o pé e arrancar a catraca da exclusão (é o meu termo preferido para essa joça, e eu o ouvi nas manifestações do MPL que pude participar) de nossas vidas. A desobediência civil, que tantas vitórias já conquistou, é um pulo importante nesta luta. Pulem as catracas!
(ao sujeito que sugeriu esse texto, um autêntico pulador de catraca desde sempre, muito obrigado)
Sim, é um convite mesmo. Vamos pular a catraca, aquela mesma do terminal e do ônibus. A catraca que representa a opressão, a exclusão e a negação dos nossos direitos.
Pular catraca é um ato de desobediência civil. E os defensores da cidade ordeira e trabalhadora vão ter um troço agora, mas é isso mesmo que este texto vai defender.
Vamos inverter a ordem dessa cidade ordeira, porque ela está errada e nos afeta direta e diariamente, pois nos impede de estudar, nos impede de ir no Parque da Cidade para praticar esportes ou no Parque das Águas para aproveitar uma tarde de domingo, nos impede de ir ao cinema e ao teatro e nos impede de visitar a família e os amigos.
Pular a catraca é um ataque direto ao lucro das empresas de transporte coletivo (não é público da maneira que é) que operam em Joinville graças a uma permissão, vá lá, meio estranha dada pelos amigos no poder.
Pular a catraca é mais ou menos a mesma coisa que Thoreau fez ao se recusar a pagar impostos para o governo americano por não aceitar o Estado escravagista e a guerra. A ideia foi defendida no ensaio "A desobediência civil", publicado em 1849, e dá nome à prática diversas vezes aplicadas na história da humanidade. Talvez a mais conhecida delas tenha sido feita por Mahatma Gandhi, que inspirou os povos sul-africano e indiano a não aceitar imposições dos governos e a opressão e exploração dos poderosos.
A desobediência civil também foi emblemática na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, nos anos 1960. Em uma sociedade extremamente segregacionista, quatro jovens negros decidiram sentar no lugar destinado aos brancos em uma lanchonete da Carolina do Norte, mobilizando milhares de opressores de um lado e outros milhares de solidários de outro. Ou quando Rosa Parks, em 1955, foi presa por se recusar a dar seu lugar aos brancos no ônibus, conforme determinava a lei na cidade de Montgomery, no estado do Alabama. A ação levou a um grande boicote ao sistema de transporte, que por sua vez levou a mudança na lei segregacionista.
Quem participou das manifestações pelo transporte verdadeiramente público em Joinville pode participar de grandes "catracaços", quando os terminais (duas vezes o central e uma vez o norte) foram ocupados pelos manifestantes na luta pelo direito de todos. Também há relatos de uma galera que tem pulado as catracas nas últimas semanas, desde que a luta se intensificou. É a Tarifa Zero acontecendo.
Eu comemoro e incentivo, pois sempre insisti que a primeira coisa a se fazer ao discutir transporte público e mobilidade é entender que o transporte é um direito de todos. Depois vamos discutir como fazer, e há proposta séria sobre isso. O que não dá pra levar a sério é a defesa do lucro exorbitante das empresas e o enriquecimento de duas famílias em cima da exploração do povo.
Já passou da hora de meter o pé e arrancar a catraca da exclusão (é o meu termo preferido para essa joça, e eu o ouvi nas manifestações do MPL que pude participar) de nossas vidas. A desobediência civil, que tantas vitórias já conquistou, é um pulo importante nesta luta. Pulem as catracas!
(ao sujeito que sugeriu esse texto, um autêntico pulador de catraca desde sempre, muito obrigado)
Assinar:
Postagens (Atom)