POR FELIPE SILVEIRA
Desde que assumiu a Prefeitura de Joinville, o prefeito Udo Döhler, assim como o vice Rodrigo Coelho, tem feito visitas a diversos órgãos municipais. Um dia foi à região rural, outro no hospital e outro nas regionais. Já Coelho apareceu na Estação Ferroviária e na Cidadela Cultural Antárctica, pois acumula o cargo de presidente da Fundação Cultural de Joinville.
Não tenho nada contra as visitas do prefeito e acho natural que sejam feitas no início do trabalho. No entanto, uma pergunta não para quieta por aqui sempre que leio essas notícias: o que, efetivamente, tem sido feito nessas visitas? Quais decisões foram tomadas?
Até agora, nada.
Estou realmente preocupado com o oba-oba em torno do novo prefeito. As visitas parecem (e são, diga-se de passagem) um evento voltado para a mídia, com muitas fotos, muitos apertos de mão, fãs...
Não estou questionando a capacidade de trabalho do prefeito, que, de certa forma, até admiro (mas não muito). Esse negócio de acordar às seis e ir até à noite, na minha opinião, é negativo, principalmente em relação aos funcionários, que se obrigam a acompanhar um ritmo que não vão conseguir. Se Udo é workaholic, beleza, mas é preciso entender que nem todos são.
Voltando... não estou questionando a capacidade de trabalho do prefeito e do vice. Porém, essa primeira quinzena de trabalho parece uma continuidade da campanha. Visitas, reuniões, fotos, apertos de mão, “vamos fazer isso, aquilo e aquilo outro”...
Mas o que, de fato, foi feito?
Um exemplo do que quero dizer é a visita à Cidadela Cultural. Segundo o Plano 15 (plano de governo da campanha de Udo Döhler), o espaço da antiga cervejaria, que foi criado para ser destinado a atividades artísticas, terá, de vez, esse destino. Hoje, o Instituto de Transporte e Trânsito (Ittran) está no local e paga boa parte das despesas.
Nessa semana, porém, o vice-prefeito, Coelho, visitou a Cidadela para “verificar a possibilidade de revitalização e reutilização do espaço com a possível mudança do instituto para outro local da cidade”. (frase do notícia no site da Prefeitura)
Peraí! E a promessa da campanha? Como assim “verificar a possibilidade”?
As reuniões de Udo não são diferentes. Recheadas de boas intenções, como “melhorar as condições” e “batalhar por investimentos do governo federal”, não há, de fato, grandes coisas a anunciar.
O problema, porém, é que a estratégia funciona. O telespectador vê o prefeito no hospital, na zona rural, nos lugares carentes e acredita que ele está, de fato, fazendo algo lá. E o oba-oba aumenta. Eu, espero, de fato, que ele faça.
Afinal, “não há segredo. Há trabalho”. Será?