POR JORDI CASTAN
É sabida a atração que as mariposas têm pela luz. São atraídas por ela num baile que não poucas vezes acaba inclusive de forma trágica.
Como sucede com as mariposas, há pessoas que sentem uma atração quase mórbida por holofotes, microfones e câmeras. Não podem ver um jornalista que apressam-se a dar entrevista. E como algumas vezes não têm muito para dizer, o resultado acaba sendo a sobre-exposição. Uma boa assessoria deve recomendar o nível adequado de exposição para quem tem uma predisposição natural em se sentir, como as mariposas, atraído pela luz intensa.
Se há disponibilidade para participar de tudo quanto é programa de entrevistas, tanto em rádio como em televisão, é provável que esteja faltando o que fazer. Entre políticos é voz comum que aquele que não tem muito que fazer acabe arrumando o que fazer e isso não sempre é bom. O ideal é concentrar-se no trabalho, mostrar resultados o quanto antes e procurar dedicar menos tempo a dizer o que será feito. Os eleitores já aprenderam a diferenciar entre o discurso e a prática. Nada fala mais alto que o resultado do nosso trabalho.
Políticos confundem, com frequência, a diferença entre o mundo real e o mundo da fantasia. E acreditam que o lançamento da pedra fundamental de uma obra, a assinatura da ordem de serviço ou a instalação do canteiro de obra são fatos concretos e que a obra será concluída no prazo e dentro do custo orçado. Sabemos que não há nada mais longe da verdade.
Como no dito popular: “Del dicho al
hecho hay mucho trecho” que, numa tradução livre, poderíamos dizer que há uma
grande distância entre a palavra e a ação. Ou encontraremos na cultura popular
outra forma de transmitir a mesma mensagem: “falar é fácil, difícil é fazer”. Até agora a parte fácil está sendo feita de forma exuberante, mas está começando a chegar a hora de fazer a difícil.
Alguém deveria lembrar que foram eleitos para governar, não para passar o dia dando entrevistas. E recomendar aos políticos locais que cuidem um pouco mais sua imagem e que não cometam o erro da sobre-exposição antes de hora. Acredito que devem contar com uma boa equipe de assessores que os aconselhem. Se não os tem, uma recomendação é ter um espelho em casa.
Alguém deveria lembrar que foram eleitos para governar, não para passar o dia dando entrevistas. E recomendar aos políticos locais que cuidem um pouco mais sua imagem e que não cometam o erro da sobre-exposição antes de hora. Acredito que devem contar com uma boa equipe de assessores que os aconselhem. Se não os tem, uma recomendação é ter um espelho em casa.