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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Contraponto



Prezado Vereador Alodir Cristo

Agradeço que participe do blog com os seus comentários e desta forma possamos, tanto você como, principalmente, eu esclarecer eventuais mal entendidos originados tanto do meu texto, como da sua própria resposta.

É importante que passe a incluir, na propedêutica de quem escolheu a vida pública, outras matérias que hoje lhe escapam. Estar preparado para conviver com o contraditório, respeitar os que pensam de forma diferente, ouvir as opiniões que mesmo contrárias às suas são igualmente válidas e merecem atenção e consideração. Particularmente, se pensa seriamente em disputar de novo um cargo eletivo, me pareceria prudente que reveja os seus conceitos e principalmente os dos possíveis eleitores.

Acho desnecessário dizer que prescindirei da sua graciosa oferta de receber os seus ensinamentos e espero que não fique desapontado por não aceitar tão generosa proposta. Defendo, por princípio, que todos somos ao mesmo tempo aprendizes e professores na escola da vida e que podemos desde a humildade aprender dos outros, mesmo dos que podem parecer inferiores social ou intelectualmente, não consigo, mesmo com a minha melhor boa vontade, identificar um único ponto seu, que possa me servir de referência ou de ensinamento. Tenho que reconhecer que é decepcionante chegar a esta conclusão.

Ainda a correlação que insidiosamente faz do meu mundo, como sendo diferente do seu, é absolutamente correta. Vivemos em mundos de valores e princípios diferentes, eu diria opostos. Lembro que foi você, a menos que venha de público a desmentir, quem afirmou que: “Vocês vão ficar milionários”, evidenciando a troca efetiva que há entre as mudanças de zoneamento propostas e o surgimento de uma nova geração de milionários. Só falta ainda esclarecer qual é a unidade de medida que utiliza para medir a “riqueza” gerada se é o vil dinheiro, os amigos, os votos, os metros quadrados de área construída ou qualquer outro.

Jordi Castan

Ponto


Prezado Jordi Castan,

         Diante do exposto em seu artigo “Vocês vão ficar milionários”, publicado no blog  Chuva Ácida, afirmo que você não participou de todas as discussões realizadas a respeito da nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT). Portanto, pode ser que não tenha entendido o seu conteúdo ou que foi simplesmente um mal entendido. Estou à sua disposição e terei enorme prazer em recebê-lo em meu gabinete, ou em qualquer outro lugar, para que eu possa lhe explicar, olhando nos seus olhos, as suas dúvidas. Como educador e vereador tenho em meu perfil a característicade ensinar. Caso você tenha dificuldade de compreensão, por não ser brasileiro, faço questão de explicar, quantas vezes for necessário, até que haja entendimento correto do ocorrido no dia da reunião sobre a LOT. Quanto à sua afirmação de que não entendeu “quanto ascenderá a riqueza gerada” pelas minhas ações e emendas, quero lhe informar que você não deve basear a sua realidade com a dos outros. Se em seu “mundo” é comum esta troca defavores, comigo é diferente, pois mantenho intacta a ética e a moral herdada de meus pais.

Sem mais para o momento, despeço-me.
Atenciosamente,

Alodir Alves de Cristo
Vereador

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Oradores e oratória

Parafraseando W.S. Churchill, há políticos tão ruins que eles mesmos escrevem os seus discursos. O vereador Alodir Cristo dá uma demonstração do que pode ser um discurso político na Câmara de Vereadores de Joinville.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Vocês vão ficar milionários

POR JORDI CASTAN


"Vocês vão ficar milionários". Alodir Cristo - vereador

 O debate sobre a LOT, as sessões extraordinárias e as, digamos, audiências públicas promovidas pelo legislativo produziram algumas pérolas e, principalmente, evidenciaram uma boa parte do jogo de interesses em que tem se convertido o planejamento urbano de Joinville. A ganância de uns, a cobiça de outros, a desfaçatez de uma minoria e o idealismo de alguns setores propiciou um quadro bastante claro do que está em jogo, quem são os atores, quem é platéia e quem paga a conta. Uma das pérolas mais interessantes foi produzida pelo vereador Alodir Cristo, que num determinado momento lançou: “Vocês vão ficar milionários”. A frase, além da sua força retórica e de conseguir criar um jogo de efeito, ficou incompleta porque não ficou claro para os ouvintes atentos se ele se referia a:

 1.- Os representantes da Associação de Moradores da Estrada da Ilha, que manifestaram repetidamente e em alto e bom som que não concordam com a proposta defendida pelo vereador, e não só por ele, de reduzir o tamanho dos lotes para 600 m2, numa área tradicionalmente rural, historicamente sujeita a enchentes e com um perfil consolidado. Entendem os moradores que reduzir o tamanho dos lotes para permitir loteamentos naquela área descaracterizará completamente a região. E também que não há infraestrutura adequada para fazer frente ao crescimento populacional que a proposta acarretaria. Caso tivessem interesse em formar parte do seleto grupo de milionários a que o vereador faz referência, deveriam vender as suas áreas de cultivo e abandonar as atividades tradicionais que formam parte do seu modo de vida. Acrescente-se ainda que representa um aumento do perímetro urbano do município, algo que o Plano Diretor não permite.

 2.- Os representantes do setor imobiliário, proponentes das diversas emendas que tem como objetivo mudar o perfil da cidade, aumentar o seu perímetro, avançar sobre áreas que hoje são rurais e, portanto, de pouco valor imobiliário. E que, de forma definitiva, seriam os maiores beneficiados com as mudanças propostas.

 3.- Os vereadores que, imbuídos do mais elevado espírito social e político, aprovam emendas com efeitos questionáveis: descaracterizando o perfil da cidade, promovendo perdas irreversíveis de qualidade de vida para as pessoas que nela moram e estimulando o adensamento e a verticalização de áreas alagáveis. Tudo isso sem infraestruturas e de forma claramente contrária aos desejos da maioria dos moradores eleitores. Mas eles o fariam na certeza que há setores da sociedade que saberão reconhecer o sacrifício dos legisladores e que os poderão recompensar regiamente no futuro próximo, pelo desgaste político que agora enfrentam.

É importante que o vereador Cristo seja mais preciso, que esclareça exatamente quem ficará milionário. E seria ainda melhor que informasse a quanto ascenderá a riqueza gerada pelas suas ações e emendas. Ainda seria ideal se a unidade de medida que ele estaria utilizando para medir o enriquecimento que propõe seriam os reais, os votos, os amigos, os metros quadrados de área construída ou qualquer outra que agora nos escape.