sábado, 22 de fevereiro de 2014

A onda


POR MURILO CLETO

Existe um erro categórico na pressuposição de que os movimentos contra o que se consideram injustiças venham exclusivamente da esquerda. Mas é verdade, por outro lado, que ondas conservadoras só tenham aparecido em momentos de significativa transformação social, como a que se consolida desde a última década no Brasil. 

Em 2011, o país atingiu o menor índice de desigualdade social da história. Entre 2001 e 2011, o crescimento real da renda dos 10% mais pobres foi de 91,2%, ao passo que entre os mais ricos a ascensão foi de 16%. Desde 2003, a economia brasileira cresceu 40,7%; enquanto o PIB, 27,7%. O resultado? Uma melhoria considerável da situação dos domicílios. Em 10 anos, o Bolsa Família tirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza.

Levando em consideração que o pior índice de igualdade social no país foi registrado em 1989, o avanço desde a instituição do Plano Real é mais do que surpreendente. No último ano do governo Sarney, a inflação acumulada chegou a 1764,86%, enquanto os 10% mais ricos do país detinham mais de 50% de toda a renda e metade do população dividia 10,56% dela. Mas se engana quem acredita que descende apenas da catastrófica gestão de Sarney este panorama assustador: como se sabe, o Brasil que primeiro fez crescer o bolo pra depois dividir esqueceu de completar a tarefa e, em 1976, o índice foi quase tão ruim quanto às vésperas da primeira eleição em quase 30 anos depois do regime militar.

O papel do Estado tem sido vital nesta atual guinada. Somente o Programa Bolsa Família é responsável por 13% desta redução da desigualdade, somada a 22% de outros repasses, incluindo aposentadorias e pensões. Apesar disso, mais da metade desta evolução na economia está atrelada à renda do trabalho, sobretudo o formal, que simplesmente dobrou desde 2004.

Apesar de ganhar ainda, em média, 40% menos, a população negra do país dobrou o crescimento da renda em relação aos brancos entre 2007 e 2010. Em 2001, 56% dos negros tinham geladeira em casa; em 2010, já eram 97%. Durante a última década, o acesso de negros à internet decuplicou. Em 10 anos, graças a política de cotas, triplicou o número de negros na Universidade. Entre 2002 e 2011, a renda das mulheres aumentou 68%, bem mais que o índice masculino referente ao mesmo período, de 43,1%, ainda que o desnível de gênero continue gritante. 

NOSTALGIA CONSERVADORA - Enquanto isso, uma onda tem tomado conta do país. É a que torce o nariz pra esse bolo que cresce e começa a se dividir ainda dentro no forno. Mais do que nunca, os veículos de comunicação estão tomados por uma reação nervosa diante disso. Inconformado com as políticas públicas do governo Lula, Diogo Mainardi deixou a Veja pra figurar entre os mais ilustres comentaristas da direita sofisticada no Manhattan Connection, exibido pelo GNT; Reinaldo Azevedo, outro ícone da rejeição a este movimento também migrou para a Folha de S. Paulo e a sua popularidade cresceu progressivamente; Rachel Sheherazade foi recentemente levada para a badalada seção Tendências e Debates do mesmo jornal para fazer um pout pourri sobre Cuba e o Primeiro Comando da Capital, passando pela Copa do Mundo e o Estatuto da Criança e do Adolescente, para justificar o seu posicionamento de "compreensão" diante dos "justiceiros" que amarraram um "marginalzinho" de 15 anos num poste do Flamengo; Lobão deixou de vociferar apenas no Twitter para ocupar as páginas da revista Veja e, dentre outras patacoadas, dizer que reclamam de tortura nos anos de chumbo aqueles que tiveram "umas unhazinhas arrancadas"; Demétrio Magnoli trilha o mesmo caminho quando se refere aos anos de chumbo como "ditabranda" e milita pelo fim da política de cotas.

Infelizmente, a onda não está somente nos jornais. Em Brasília, Aloysio Nunes quase aproveitou a esteira conservadora pra conseguir emenda na Constituição pela redução da maioridade penal. Nada menos que 93% dos paulistanos estão com ele, ainda que, nas estatísticas, os jovens sejam, na verdade, as maiores vítimas da violência. Somente em 2010, foram mortos 8.600 jovens no país. Em 2012, mais de 12.000 crianças foram vítimas de maus-tratos. Entre os adolescentes em conflito com a lei, apenas 8,4% cometeram homicídios. Na Fundação Casa, somente 0,9% deles estiveram envolvidos com latrocínio. Dos favoráveis à redução proposta por Nunes, 9% ainda defendem que a maioridade penal seja de 12 anos. No Congresso, tramitam 34 projetos que propõem mudanças na legislação sobre o aborto. 31 deles defendem o recrudescimento das políticas públicas sobre a autonomia da mulher na prática abortiva. É lá também que hoje um projeto de lei "antiterrorismo" figura entre as prioridades de uma lavra que se aproveita do clima de comoção nacional diante do descontrole do Estado frente às manifestações e criminaliza movimentos populares com critérios evasivos de jurisdição.

A onda não está somente em Brasília. Nas ruas, caseiros são espancados até a morte por serem confundidos com ladrões de celular e suspeitos de pequenos furtos amarrados em postes, assim como deficientes mentais pretos e pobres; professores de ensino superior ridicularizam passageiros que usam bermuda nos aeroportos; cobradores são chamados de "pretos safados" nos ônibus; "rolezinhos" nos shoppings são sumariamente proibidos, apesar da inexistente correlação alarmante entre a presença de seu integrantes nos espaços de consumo e quaisquer delitos; PMs praticam indiscriminadamente a tortura sobre os morros, enquanto comentaristas de portal exigem ainda mais violência contra bandidos

Enquanto a renda é redistribuída e recolorida, e o acesso a bens antes exclusivos de uma elite muito bem marcada torna-se cada vez maior, não parece muita novidade a onda reacionária que tem ocupado cada vez mais espaço nas ruas, aeroportos e jornais. No primeiro ano de Allende no Palácio La Moneda, no Chile, o aumento dos salários em relação ao custo de vida no ano anterior foi de 120%, em consonância com a triplicação na construção de casas populares, enquanto o boicote dos jornais era descarado e omitia escândalos de corrupção de governos e agremiações simpatizantes. 

Às vésperas de março, no Estado de S. Paulo, o general Carmelo Regis trouxe a solução para o incômodo manifestado pela onda a partir da última década de mudanças no Brasil: "As Forças Armadas continuam sendo a instituição de maior credibilidade no País, e isso se deve não apenas à eficiência, à noção de responsabilidade, ao trato da coisa pública, mas, sobretudo, aos valores morais que são cultivados em todos os seus escalões. A honestidade, a probidade, a disciplina e o empenho no cumprimento da missão são algumas virtudes que norteiam as Forças Armadas e que deveriam também ser exercidas pelos diversos mandatários dos governos de nosso país. O que, infelizmente, não ocorre." O Itaú já incluiu o evento no calendário. 

Desejo a todos uma ótima década de 60.

* Murilo Cleto é licenciado em História, especialista em História Cultural e mestre em Ciências Humanas pela Universidade Tuiuti do Paraná. Atua como coordenador municipal de cultura e professor do colégio Objetivo e do curso de História das Faculdades Integradas de Itararé-SP. Escreve para o blog Desafinado.

57 comentários:

  1. Conclusão: ser reaça está na moda, inclusive para quem é explorado e melhorou de renda nestes últimos anos.

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  2. Engraçado... mesmo sabendo que 92% da população é a favor da redução da maioridade penal, o ilustre historiador, do alto de sua cátedra, caga regras e tenta ensinar aos ignorantes o que seria melhor para eles. Na verdade, seria engraçado se não fosse trágico, pois sempre que se tentou criar o Novo Homem, moldado pelas cabeças iluminadas de alguns poucos (pouquíssimos!) filhotes de Rousseau, tudo acabou em sangue, guilhotina, gulags etc.

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    1. O texto e o link são claros: 93% dos habitantes da capital paulista concordam com a redução. Talvez, se a pesquisa fosse aplicada em outras capitais, o resultado fosse o mesmo. O que não lhe dá necessariamente razão: num certo país europeu, numa certa década de 1930, a maioria também não vacilou em apoiar a ascensão ao poder de um certo líder e um certo partido. E vejam no que deu.

      Mas claro, você pode continuar a confiar cegamente na maioria. É uma escolha.

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    2. Não foi essa mesma maioria conservadora que em 2002 elegeu um ex metalurgico sindicalista para presidente, e em 2010 uma ex guerrilheira?
      Agora, de repente, a mesma população conservadora que votou no partido da situação virou uma massa de manobra dos reacionários. Estranho isso, hein?

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    3. Por favor, não vá querer comparar o que Hitler fêz, com a redução maioridade penal no Brasil. Eu sou de Joinville e não tem um cristão e até ateu que eu conheça, que não concorde com a redução. E muito bem colocado o anônimo das 10:56: deram poder aos comunistas, quero ver tirá-los agora. Para vocês que tanto apoiam essa laia, seria bom que acontecesse o que acontece na Ucrânia na Venezuela. Aliás, vocês deveriam mudar-se para lá. Fazem o quê aqui mesmo?

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    4. O que a gente faz aqui? Passamos o dia a aturar idiotas feito você.

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    5. Bela resposta. Alto nível.

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  3. Entendo que "democraticamente", o rumo de um país deveria ser direcionado em relação aos desejos da maioria, ou seja, o povo.
    Considerando que o Brasil ainda não tem convicção de qual regime que o governa (e vive com medo de descobrir), especialmente quando nos deparamos com contradições ideológicas dentro do próprio governo, mostradas através de alguns métodos para tomar decisões, continuamos a seguir as regras determinadas por uma minoria, que se diziam oposição e renovação, mas que hoje se portam como "situação", fazendo do mesmo, mas com formas diferentes.
    E não nos iludamos, em outros países, incluindo os USA, se você possui poder e ou dinheiro, a parte da constituição que diz: "TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI" é tão relativa como aqui, e a ideia de que... OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS, parece ser apartidária e intercontinental.

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    1. Anônimo, eu pelo menos considero a nossa rápida passagem por este mundo também como de comprometimento das mudanças necessárias, daí a luta contra a relativação de leis ou normas fundamentais para a dignidade humana ser um dos nossos papeis fundamentais de luta.
      Eu também tenho certeza que o Brasil tem convicção do regime que governa, senão seria no mínimo subestimar os resultados das 3 ultimas eleições e as pesquisas da próxima.

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  4. Considerando que as duas postagens anônimas sejam da mesma autoria, respondo aqui: democracia não é ditadura da maioria.

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  5. Realmente não é.
    Deveria ser: "Do povo", para o povo".
    Mas também não é.
    Quando se fala em ditadura, ela sempre representa as convicções de uma minoria que ao longo do tempo oprime a maioria, e no Brasil você acha que é o que, visto que a opinião da maioria é ignorada quando se trata de mudar os rumos do país?
    Até onde entendo, a maioria, ainda que o tempo mostre que esteja errada, deveria democraticamente ser atendida, a menos que esta democracia seja uma cortina, uma máscara, que esconde as verdadeiras intenções de uma minoria que possui o poder nas mãos.
    Democracia se começa aprendendo dentro de nossas casas, ou na sua família as decisões não levam em consideração o desejo da maioria?
    Tenho observado muita gente falando mal da democracia, mas sem coragem se mudar para a Venezuela, por exemplo, pois prefere os benefícios da democracia, ainda que lute contra ela.
    A teoria é muito boa, mas a prática... viva a democracia!

    E a propósito, não se trata do mesmo anônimo.

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    1. Muito bom. Basta ver o que está a ocorrer na Venezuela.

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  6. O reaça e o idiota são irmãos siameses!
    renatopfizer@yahoo.com.br

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    1. Fico impressionado com sua reação diante de opiniões diferentes, ela demonstra um pouquinho de como você seria se fizesse parte de uma liderança política. O pior é que há muitos como você... seja de direita ou de esquerda, se é que isso existe mesmo num país onde nem os políticos sabem de que lado estão.
      Espero que você não seja nem professor, nem empresário, porque um mal exemplo você ja é.

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    2. Acho que todos os que chamam os que que pensam diferente, de reaças, são um bando de bananas e engomadinhos.
      Por acaso vocês acham que todos são encilhados como vós?

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    3. Eu não acho que todo mundo que pensa diferente de mim é reaça. Há um limite claro entre, por exemplo, um liberal de direita e um conservador de direita - isso que nós chamamos de "reaça" pra economizar o verbo. Estes últimos são desprezíveis. Aqueles, os liberais, apenas pensam diferente de mim.

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    4. E o conservador da Esquerda, se encaixa em qual definição?

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    5. "Conservador da esquerda" é uma contradição em termos. Mas suponhamos que você tenha pretendido me inquirir sobre o que acho de homofóbicos, racistas, machistas e outros "istas" abrigados à esquerda. Se for isso, a resposta é mesma: desprezíveis.

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  7. texto PETISTA !!! tenta justificar o "BOM" governo (sendo irônico) pela distribuição de renda feita pelo governo...

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    1. O Brasil é um dos campeões de concentração de renda, que é um dos índices mais perversos de uma sociedade que busca ser igualitária. Aí vêm um governo que faz o bolo ser melhor dividido, e vc acha ruim? Tá ruim da cabeça ou de má fé mesmo, mano?

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    2. Sociedade capitalista não busca a igualdade, só tenta dar uma "tapeada" na diferença.

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    3. Mas a igualdade é utópica. Não adianta a busca constante por um ideal que nunca se concretizará. Pior ainda sob uma ditadura.

      Na sociedade de mercado não há essa utopia, há diferenças de classes (como também há nas ditaduras ditas comunistas), porém, quando a sociedade aceita meritocracia e a enxerga com bons olhos, TODOS têm condições de alcançar uma qualidade de vida.

      A ideia de que a riqueza se resume a um bolo fatiado é estapafúrdia! Riqueza produz mais riqueza, a população não tem de se contentar com aquele pedaço do bolo, pois ele se multiplica, basta o cidadão estudar, se qualificar, trabalhar... mas isso poucos querem, então, para muitos, sobra a utopia do comunismo.

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  8. Nao sou contra este governo. Mas acredito que as atitudes que vem tomando são muito ruins: Porto em Cuba, Copa padrão FIFA, hospitais padrão lixo, segurança pública inexistente, excesso de ministérios, política externa favorável à ditaduras disfarçadas, Dinheiro do BNDES irresponsável para o EIKE, JBS a caminho de pendurar outra conta no BNDES. Tabela do IR defasada onerando tributação sobre a classe média.Se resolvesse isso, no mais quero que todos ganhem bem para todos progredirem.

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  9. O problema de ser contra o governo é o radicalismo, onde tudo o que o governo faz ou fez é objeto direto para a perpetuação do governo no poder... e o mesmo vale para os defensores do governo. Esta radicalização que muitos pregam é absurda, fazendo pessoas comuns aceitar ideias malucas, aceitando o inaceitável, acreditando em teorias malucas de Nova Ordem Mundial, a inversão de valores, o decálogo de Lenin, aceitando qualquer besteira só porque é contra o governo ou contra o socialismo....
    Chega ao absurdo de pseudo-pensadores como o Olavo de Carvalho falar que o PT deveria ceder o governo para outro partido... Pergunta para um republicano ou democrata que estivesse no governo americano por mais de uma década se ele deixaria o outro partido ganhar... Não né, é democracia na minha casa e mas é ditadura na casa dos outros...

    Não seja massa de manobra. Idéias radicais começam com a frase: "Eu até entendo o sentimento da população que pede justiça..." e terminam com "Bandido bom é bandido morto..."

    Aqui tá longe de ser Ucrânia ou Venezuela, mas pode virar... lembrando que quem manda na comunicação, manda na opinião pública... é muito fácil transformar um golpe de estado numa revolução de 64... ou manisfestantes em vândalos....

    Começa numa manifestação onde proíbe a participação de partidos políticos ou o uso de bandeiras... fazendo o protesto "pacífico" (como se isto resolvesse alguma coisa).

    Cuidado!!! A má interpretação de textos é o pior erro de português que cometemos.

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  10. Texto bem tendencioso, nada de espetacular vindo de um historiador – os historiadores são os últimos “profissionais” que ainda seguem a cartilha, pois os filósofos, economistas e jornalistas já pularam desse barco furado faz tempo.

    Mas, e sobre a inflação de 347% desde a implantação do Plano Real, que fez perder 77% do valor de compra da moeda brasileira? E essa nova classe média, tão apregoada por Lula e Dilma, cujos governos rebaixaram o índice fizeram emergir milagrosamente 30 milhões de brasileiros para a nova classe? E essa economia criativa do ministro da fazenda que faz camuflar desempenhos negativos do país? E o desempenho do Brasil nos últimos 12 anos que foi aquém das economias emergentes semelhantes, como o México e os demais BRICS. E as obras que serviram de trampolim para Lula e Dilma, como a transposição do São Francisco e o estapafúrdico trem-bala?
    Estamos bem? Nem tanto, poderíamos estar numa situação muitíssima melhor.

    Mas até aí tudo bem, são os percalços da governabilidade draconiana. Agora, convocar uma Copa objetivando a reeleição e fazer a merda que estão fazendo? E depois uma Olimpíada? Quem, em sã consciência, votaria num governo (com maioria na câmara) que teve sete anos para mostrar alguma competência e melhorar a infraestrutura, e o mínimo está sendo feito? É um dantesco tiro no pé desses hipócritas – quem não se lembra do MPL financiado pelos partidos da situação para atingir o governo paulista, mais que o tiro acabou saindo pela culatra. Porém, para felicidade geral da trupe marxista tropical, o governo tem razão quanto à ignorância maciça da população e a paixão dela pelo futebol. Se a seleção vencer a copa, Dilma será reeleita. Não ficaria surpreso se o governo de Dilma cortejasse algumas seleções com vultosas cifras para “facilitar” a vida dela em outubro.

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    1. Marcos, você parece ter realmente muito a dizer; tanto que essa caixa de comentário tem ficado cada vez menor para a enxurrada de ideias que brotam de sua inteligência crítica e prodigiosa. Deixe eu lhe fazer um convite, então.

      Como você parece conhecer bem a situação em que vivemos e tem acesso a dados e informações relevantes e, o mais importante, tem algo a dizer sobre o assunto (aliás, você tem sempre algo a dizer sobre tudo, embora particularmente eu não veja muita diferença entre o que você diz num post e em outro, mas enfim...), escreva um texto e envie para nós publicá-lo no brainstorming.

      O texto não precisa ser bonito e elegante, nem ter estilo (uma amiga diz que quem tem estilo é Machado de Assis, nós precisamos é escrever direitinho), basta ser bem escrito: ter estrutura - ou seja, começo, meio e fim -; saber expor com clareza as ideias que pretende apresentar e defender; e ser bem construído gramaticalmente (a gente até faz uma copidesque pra evitar um ou outro errinho, mas ninguém aqui ganha pra fazer serviço de revisor, não é mesmo?).

      Que tal? Aceita o convite?

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    2. repetiu a piada ruim do machado de assis...

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    3. Falando em teorias conspiratórias e malucas que pipocam na imaginação da oposição brasileira... surge mais uma: O suborno que a Dilma ofereceria a algumas seleções para o Brasil ganhar a copa. Como levar a sério uma opinião, se parte de folclore e imaginação?
      Procura-se uma oposição com os pés no chão e com ideias possíveis. E chega deste negócio de revolução/golpe, por favor.

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    4. 12:51, pra quem escreve não é piada, é sério. Só é piada pra quem não escreve, ou porque não sabe, ou porque não tem nada a dizer.

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    5. Rudimar, ainda melhor que essa é a dos 10 bilhões com que o governo comprou a mídia brasileira para que eles não falassem do "genocídio" na Venezuela. E o pior é que tem quem compartilha não só no sarro, mas porque realmente quer muito acreditar.

      E vai piorar: depois da Copa tem campanha, e o nível, que já está afogando na lama, vai descer ainda mais. De ambos os lados, que fique claro.

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    6. Vocês acham isso uma conspiração? E a final da Copa na França?
      A copa é grande circo, as cartas já estão marcadas.

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    7. Final da Copa da França.... kkkkk e o homem não pousou na lua em 1969.... tá certo. Por que acreditar em histórias mirabolantes e não acreditar no que deve ser real???

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    8. Rudimar, mas é claro que o homem não pousou na lua. Aquilo é um filminho dirigido pelo Stanley Kubrick.

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    9. ..., "mas enfim...), escreva um texto e envie para nós publicá-lo no" ... ..."nós precisamos é escrever direitinho), basta ser bem escrito: ter".... Clóvis... vc. é muito ruim....

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  11. Leia, entenda, daí refute: http://wp.me/pUgsw-7U8

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    1. Li, entendi e não vi nada lá que já não esteja em um comentário do Marcos.

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  12. Clóvis 13:12, sim, não tenho nada a dizer sobre as discussõezinhas ideológicas de vcs. Só fiz o comentário pq me incomodou a maneira preconceituosa com que vc se dirigiu ao Marcos (sim, é preconceito sugerir que alguém é burro pq discorda de vc).
    Estilo é bobagem do ego. O que importa é conteúdo e técnica.

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    1. Claro, claro, vocês anônimos são todos muitíssimo bem intencionados. E o Papai Noel mora no Polo Norte, s/n.

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    2. Isso é outra piada?

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  13. Gostaria de dar uma sugestão.
    Embora acredito não haver mais tempo hábil.
    Cada um de vocês, juntarem às criticas apresentadas até o momento uma solução viável, visto que se julgam saber mais e capazes de fazer melhor do que todos, e se candidatarem.
    Mas depois de eleitos, deverão lembrar que quem se elege assume o compromisso de governar para TODOS, e não para aqueles que pensam de maneira igual.
    em país nenhum do mundo haverá um governo que manterá uma linha de pensamento único, assim como jamais o povo pensara da mesma forma.
    Esse é o grande desafio.
    Fora disso é UTOPIA... e da qual muitos de vocês conhecem muito bem
    Quanto ao mal educado la em cima (Anônimo23 de fevereiro de 2014 10:44), tenho pena de você, tenho pena de quem convive com você, quanto mais de quem de uma forma ou de outra depende ou depender de você líder par alguma coisa.
    Certamente jamais poderão discordar de suas ideias, quanto pais tentar argumentar...
    Educação não tem partido, não é de direita nem de esquerda, ou a pessoa tem ou não tem.
    Ideias diferentes, essas se muda a partir do momento em que as consideramos erradas ou inadequadas para o momento em que se vive.
    Mas um dia você aprende, quando realmente se fizer necessário agir como "gente".

    Tenho pena de você.

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  14. Não entendo tanta histeria se uma parte dos presentes aqui já assumiu que faz parte da onda mesmo e que não vai nem tentar questionar os dados do artigo.

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    1. vou questionar um então, murilo, sobre essa sua frase aqui, pode ser?:
      "Em 2001, 56% dos negros tinham geladeira em casa; em 2010, já eram 97%"
      aí não vale, o corte é tendencioso. pega uma base mais longa. Em 1980, qual era o percentual? e em 1991? veja que estou citando datas em que rolou censo, deve ser fácil de achar os dados, e com ele em mãos vc pode fazer análise, e não política, como vc tentou fazer no teu texto...

      e olha, pode até ser que com esses dados vc tenha argumentos mais sólidos prá defender os seus. Mas se vc quer ser levado a sério se sustente com dados sérios...

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    2. rs, não deixaram eu responder ao cara, que legal...

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    3. Murilo, vcs não querem debate, querem plateia

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    4. Enquanto o "debate" estiver pautado em Copa da França de 1998 e uma legislação que se adeque à vontade da maioria - independentemente dos princípios que a regem - prefiro eu mesmo continuar na plateia.

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    5. Murilo, quando me referi ao fato de que vcs querem plateia no lugar de debate foi pq se sucedeu o seguinte: quando vc disse em 24/2, às 21:17, que não havia questionamento aos dados do artigo, afirmei que achava os "dados" meio tendenciosos. Explico: quando vc produz cortes nas datas (Em 2001, 56% dos negros tinham geladeira em casa; em 2010, já eram 97%) vc não produz uma possibilidade de análise, só propaganda. Disse que seria interessante saber como foi essa evolução em um espaço de tempo maior, e que isso inclusive poderia reforçar ainda mais o quanto esse governo foi benévolo com os negros. Mas poderia ter efeito contrário tb, entende? Se, em 1991, 3% dos negros, por exemplo, tinham geladeira em casa, vamos ter que dar crédito a quem governava o país em 2001, né?

      Bom, esse argumento vale para todos os "dados"que vc apresentou. Falta profundidade para uma análise mais equilibrada. O IBGE, fonte primária, me parece um meio mais adequado para tirarmos nossas próprias conclusões.

      E não vai aqui de minha parte nenhuma defesa a qualquer partido ou presidente. Só defendo a honestidade intelectual.

      Pq senão vc corre o risco de produzir peças publicitárias, e não um texto que estimule a reflexão.

      Mas o moderador resolveu, não sei pq, impedir que meu comentário fosse publicado. Talvez por eu preferir o anonimato, vai saber.

      Enfim, não achei que esta breve reflexão seja de maneira alguma ofensiva a quem quer que seja, apenas expõe que seus argumentos ali em cima, na forma como foram colocados, me desculpe, são frágeis.

      Daí a minha intuição de que vcs na verdade querem plateia e não debate.

      Sem mais para o momento
      Atenciosamente,
      Anonymous da 7:36

      Ps.: o moderador não precisa expor o comentário, mas poderia ao menos repassá-lo ao murilo?

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    6. Então, veja bem, o problema é que eu não "dei méritos" a quem governava em 2001? Não estou discutindo políticas de governo, mas de estado que, indiscutivelmente, tem melhorado efetivamente nos últimos 10 anos. O objeto de argumentação nem girava em torno da qualidade dos governos petistas, mas da reação conservadora provocada pela melhora da economia e da qualidade de vida das pessoas comuns. Só isso.

      PS: se conferir com mais cuidado os links apresentados, vai perceber que existem muitas referências ao IBGE.

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    7. Em tempo: essa análise sobre o aumento do ganho real do salário mínimo entre 1995 e 2014 tem muito a acrescentar na discussão: http://poucodeprosa.wordpress.com/2014/02/19/salario-minimo-no-brasil-ganho-real-entre-1995-e-2013/

      Méritos pro Fernando Henrique sim, como também (e mais ainda) pro Lula, mas, mais uma vez, o objeto do meu artigo não é exatamente esse.

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    8. Mas é isso: porque os últimos dez anos? Pq não os últimos 30 anos? O que te motivou a fazer esse corte? Repito, um período mais longo talvez te desse mais razão nas suas argumentações. Ou não...
      Não me parece que a "reação conservadora" se deva à melhora na qualidade de vida das pessoas. Cada um com a sua opinião.
      Eu li quase todos os links. Os blogs dispensei. Dos que citam o IBGE foram feitas análises a partir da fonte primária. Análise é corte, ponto de vista.
      Mas é isso, agradeço a educação nas respostas, um abraço.

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    9. Olha ai, massa esse link, Murilo, uma análise sensata e isenta. É isso, o cara apresentou os dados dentro de um corte razoavel, contextualizou, e a partir deles o leitor pode tirar suas conclusões. E vc tem razão, não é o caso de defender esse ou aquele presidente. Se formos mais longe ainda vamos descobrir que em 1992, segundo ano do governo Collor, a desigualdade no país era similar a 2003, primeiro ano do governo Lula. Como o Collor é o demonho é mais interessante o silencio.
      Mas é isso, valeu pelo link, falou...

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  15. A questão possui muito mais do que apenas argumentações técnicas.
    Nem parece que estamos falando com alguns historiadores e sociólogos ai em cima.
    É preciso conhecer mais de gente para buscar um entendimento quanto aos caminhos que a sociedade decide tomar.
    Querer usar somente a razão não é desejar entender, mesmo porque, sempre estaremos longe de resolver...a história é cíclica... então... bem vindo a realidade de hoje, pois a de amanhã pode te surpreender novamente.
    E parece que mudar sozinho ninguém quer, tem que levar uma galera junto, ou pelo menos tentar.
    Não somos iguais e nunca seremos, isso nos diferencia como indivíduos.
    Essa sempre será uma busca sem encontros.
    Por isso a ideia de parâmetros aceitáveis, onde a grande maioria consegue se encaixar, gostem ou não.
    O cara lá falou bem, olhemos para dentro de nossas família e enxergue as diferenças que precisam ser negociadas, e entenderemos.
    Na minha, fazemos uso da liberdade para decidir o que deve seguido como cidadão.
    Tem gente ai precisando entender isso, para aceitar pelo menos a opinião do outro sem se irritar.
    Vamos tentar melhorar o "nível' de que tanto falam a começar pela educação?

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  16. Cleto, vc. viu só agora que foi convidado a colocar um texto numa fossa.

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  17. Rendo a vós minha última homenagem..... CHUVA ACIDA NUNCA MAIS.

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