terça-feira, 26 de novembro de 2013

As ciclofarsas e dinheiro público

POR JORDI CASTAN

Você é dos que acreditou no discurso de posse do prefeito Udo Dohler, na frase em que cuidaria de cada centavo de dinheiro público? Pois dançou. Há bons exemplos de gastança de dinheiro público nesta gestão.

Um deles é o das ciclofaixas. Não vamos aqui relembrar que o projeto elaborado pelo IPPUJ coloca ciclofaixas ligando a nada a coisa alguma. Que elas iniciam e acabam no meio do nada e que não tem a largura mínima recomendada pelo Código Brasileiro de Trânsito. Tudo isso seria chover no molhado. Alguns até com mais criatividade têm batizado as ciclofaixas em Joinville com o nome mais adequado de ciclofarsas. O resultado é que os ciclistas as evitam sempre que possível, pois a sensação de insegurança é grande para o usuário. Qual é o percentual de aumento do novos ciclistas que passam a usar a bicicleta para seus deslocamentos diários, ao trabalho, a universidade ou para realizar compras? 

O IPPUJ até agora não apresentou dados que possam servir para comprovar que as ciclofarsas de fato contribuem a aumentar o número de ciclistas e o número de deslocamentos feitos com este modal. Deixemos fora da estatística os ciclistas de final de semana, os que semanalmente em grupos atravessam Joinville de um extremo ao outro em passeios ciclísticos e outras iniciativas semelhantes. Nunca vi nenhum desses grupos usando ciclofarsas. Mas encontrei entre eles alguns dos maiores críticos dos projetos feitos pelos nossos tecnicos locais para estimular o uso da bicicleta.


As novas ciclofarsas são enfeitadas em alguns trechos, durante os primeiros 4 ou 5 meses com faixas de rolamento de cor vermelho, deixando a cidade, por pouco tempo, mais colorida. O Código Brasileiro de Transito determina a pintura vermelha para melhorar a segurança do ciclista. Ponto para o Código. Esta é inclusive uma prática na maioria dos países que encaram o tema das bicicletas com seriedade. Mas não tenho visto que se utilize este sistema de pintura de curta duração em nenhum outro pais. Em uma cidade que não consegue manter pintadas durante todo o ano as faixas de pedestres frente as escolas, hospitais e lugares de maior transito de pedestres é ilusão imaginar que as ciclofarsas receberão algum tipo de manutenção e serão repintadas com a frequência que o tipo de tinta, a má qualidade do asfalto e o alto nível de atrito dos pneus dos carros provocam nas áreas em que a pintura é necessária. 

Se o prefeito e sua equipe zelassem mesmo por cada centavo de dinheiro público, já teriam percebido que o  sistema atual é caro e ineficiente. Esqueci que essa é um pré-requisito no serviço público, comprar caro e comprar mal. Quem sabe o prefeito não olha esse tema com mais atenção e propõe aos seus técnicos que analisem outras alternativas, como o asfalto pigmentado, que é a técnica mais comum na maioria das cidades que tem um programa de ciclovias serio e bem planejado. Porque não consigo imaginar que em Joinville alguém esteja preocupado com a manutenção dessas ciclofaixas.

 Um exemplo o cruzamento das ruas Campos Sales e Benjamin Constant um show de cores quando inaugurada a ciclofarsa, quanto tempo durou a pintura? Menos de meio ano. Número de vezes que foi repintada nos últimos 4 ou 5 anos? Zero. Outro as ciclofarsas da Rua Ottokar Doerfehl, aonde anda quedam traços da pintura vermelha original? As ciclofarsas que ligariam o Centro de Joinville ao Parque José de Alencar. Ops! Quero dizer as praças da Cidade, nunca foram concluídas. Agora o conjunto de ciclofarsas do pomposo trinario que envolve as ruas XV, Max Colin e Timbó é objeto de pintura chamativa e traçado irracional. Então esta lançado o desafio, quem aposta que a pintura durara mais de 6 meses? Quem aposta que não será repintada? Façam suas apostas. Sobre o cuidado dos centavos, já esta claro que quem apostou, perdeu.

37 comentários:

  1. Sem falar na ciclo-faixa do binário do Iririú, sentido bairro-centro, a qual está posicionada do lado oposto a iluminação pública, o que não é o recomendado.

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  2. A ciclofaixa na Visconde de Taunay é um exemplo de um governo que pensa em quilômetros de asfalto e ciclofaixas mas não pensa em qualidade. Acabaram com as vagas de estacionamento ali e transformaram em ciclofaixas, mas ignoraram que existem calçadas no local onde não permitem que a faixa seja continua, fora que elas não levam a lugar nenhum. E contribuem para o desrespeito ao trânsito pois muitos carros param em cima da faixa para deixar passageiros. E para compensar a falta de estacionamentos na Visconde, que viraram ciclofaixas, permitiram os estacionamentos no outro lado da via a partir de certo horário, estreitando a rua e contribuindo para deixar a via mais lenta. Desrespeito com o ciclista (que tem a ciclofaixa invadida pelos carros que precisam parar ali), com o pedestre (pois tem a calçada invadida pelo ciclista) e com o motorista do carro (que não tem onde parar para deixar passageiros).

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  3. O pior é a falta de escrúpulo no uso e o disperdicio do errario público. Moro na Rua Águía, no bairro Costa e Silva, a referida rua foi pavimentada exclusivamente pelos moradores e proprietários dos imóveis, sem qualquer contra-partida do município, com as obras de saneamento a rua ficou complemente esburacada e a operação tapa buraco foi uma lastima, pois a via ficou cheia de ondulações, literalmente uma lombadas a cada 10 metros que dificultam o trafego. Após isto, fui surpreendido pela empresa empreiteira das obras, cortando os remendos feitos, com a promessa de refazimento dos remendos, já fazem mais de noventa dias que os cortes na pavimentação foram realizados e estão permitindo a infiltração no asfalto e o surgimento de “novos” buracos, sem que as obras fossem refeitas. Para piorar ainda mais, estando a via pública nestas condições, vem os “imbecis” e pintam a rua, com coisa que a pintura vai resolver a situação. Ou seja, planejamento, logística e cuidado com o dinheiro público – “ZERO”, acho que era sobre isto as promessas de campanha do Sr. UDOrico.

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  4. São inúmeros erros e desperdício de dinheiro, eu não tenho segurança em andar nas ciclovias, há casos que prefiro dividir a calçada do que andar nelas.

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  5. Belo e oportuno texto. Da forma como estão sendo implantadas, as ciclofaixas não passam da mais barata demagogia. Se o grosso dos ciclistas realmente usasse a minúscula faixa, teríamos que construir um hospital só para atender acidentes entre ciclistas.

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  6. Preciso concordar e dizer que Luiz Henrique da Silveira plantou mais um engodo com a candidatura de Udo Dohler, e o joinvilense, bobinho ou inocente, como preferirem, abocanhou a isca!
    R. Schneider

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    1. LHS tem um vicio, ele precisa sempre tar injetando poder nas veias, pouco importa a qualidade mas sim a quantidade de poder que ele consegue dispor para se drogar.

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  7. Qual a estatista de acidentes com ciclistas na cidade de Joinville? Seu texto vago, sem a apresentação de dados contundentes, demonstra um posicionamento muito mais pessoal contra as ações de governo do que preocupação efetiva com o bem estar dos ciclistas dessa cidade. Sou praticante do ciclismo há mais de 20 anos aqui em Joinville. Uso as ciclofaixas. Poderiam ser melhores estruturadas. Assim como as do Rio de Janeiro, Florianópolis e Curitiba e de outras cidades pelo mundo onde costumo utilizar a bicicleta. Mas estão fazendo algo pelos ciclistas e acredito apenas em quem usa esse meio de transporte. No demais são divagações de leigos que desejam usar desse tema apenas para atacar esse ou aquele governo.

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    1. Quais as "estatistas" eu não sei, nem sei se tem mesmo.
      Mas se tiver interesse em conhecer mais sobre o tema:
      "16% of traffic deaths are Cyclists & Pedestrians but Gov only spends 0.4% of Safety money on #Cycling & #Walkability"

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    2. Florianópolis como um exemplo de boas ciclovias? Só se você se limitar à Beira Mar Norte. Mas tenta ir até um bairro, à Universidade ou às praias, para se ver o descaso completo também. Eu moro a 15 km da universidade e a quantidade de falta de acostamento (quem dirá de ciclovia) assusta tanto quanto as bicicletas fantasmas pregadas nos postes.

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    3. Esse anônimo deve ser do IPPUJ kkkk
      ou um daqueles que é 100% a favor das ciclofaixas ...
      e anda 100% de carro ,,, bike só final de semana com os filhos..

      du grego

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    4. Quem quer fazer papel de jornalista, é o mínimo apresentar estatísticas da cidade, e não essa opinião parcial.
      Por que não fazer um texto sobre os acidentes com motociclistas? Sobre o índice de motociclistas 'quebrados' ocupando vagas e mais vaga no São José, o que poderia ser evitado?
      Por que não falar da (falta de) educação de quem insiste em usar ciclovia e ciclofaixa para caminhar e correr?

      Eu vou fingir que estou preocupada com a f-a-r-s-a que é a preocupação de vocês.

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    5. Obrigo-me a concordar com a Sofia. As análises do sr. Jordi tem sido todas em função de criticar o governo municipal. Pinçando falhas pontuais pretende transmitir ao leitor a incompetência geral do governante. Desta forma, cabe desqualificar a crítica, porque é eivada em sua origem do objetivo único de criticar o governo, não de resolver o problema da ciclovia.

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    6. Até onde me foi dado saber Jordi tem um interesse pessoal sendo prejudicado pela nova LOT, sendo proprietário de imóveis em área a ser diretamente afetada pela nova legislação, por isso o interesse pessoal em atingir o atual governo.

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    7. Agradeço que me informe qual o imovel ou imoveis da minha propriedade que serão prejudicados pela nova LOT.
      Melhor não se meta a falar asneiras...ou sera por isso que não assina?

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    8. Não vamos usar a desculpa do Maluf, "eu não tenho dinheirro no exteriór". só porque está no nome de uma offshore...

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    9. So porque não estão no seu nome, mas de parentes, não significa que não há interesse direto seu.

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    10. Pedi que não se pusesse a falar asneiras. Pena que não fez caso.

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  8. O cidadão precisa ter muita coragem para andar de zica no transito de Joinville, o transito parece um ninho de marimbondo.

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  9. Vcs são todos ignorantes !!!
    em Dezembro o Ippuj vai lançar um balanço social demonstrando como a cidade ficou "mais humana" com nossas maravilhosas ciclofaixas...

    Sem falar que logo logo será o modal preferido dos Joinvillenses porque de carrro não vai dar mais !!! é o governo UDO nos preparando para os próximos 30 anos !!!
    ..... 30 anos sem obras viárias !!!

    nas próximas eleições teremos que votar no "K" pra termos um elevado em "JoinVilla"....rsrssrsr

    kkkkkk só rindo pra não chorar

    um abraço
    du grego

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  10. E hoje, o líder do governo na câmara disse em alto e bom som que está orgulhoso que o primeiro semáforo a ser instalado pela prefeitura será na zona sul. Ou seja, a grande obra de planejamento viário de trânsito na cidade foi, aos nove meses, instalar um semáforo na zona sul de Joinville.

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    1. O líder da Câmara em Joinville, como de resto em todo o Brasil, é sinônimo de uma só coisa: pau-mandado.

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    2. Esse semáforo dará a luz aos nove meses, não deixa de algo previsível né?!

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  11. Eu devo ser corajosa mesmo, para enfrentar esse trânsito (selvagem!) que são vocês que fazem e depois vêm aqui se pagar de exemplo! Aham.

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  12. Ficar batendo no Udo por fazer uma gestão estagnada e protegida da grande mídia parece estar ficando lugar comum em todos os blogs e pelas redes afora. Agora gostaria de chamar a atenção para um detalhe que quase nunca é lembrado: não se faz nada, e o pouco que se faz é uma merda. Se é uma merda, é por que os projetos e/ou materiais ou mão-de-obra não atenderam os objetivos e regras determinados em lei. Por que nunca um técnico de bosta destes ou quem assina o trabalho dos referidos é chamado na xinxa?

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  13. O jeito é esperar as próximas eleições e votar no K. Talvez ele faça uma ciclofaixa elevada para os ciclistas da nossa cidade.

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    1. Ou um dutocicloviário duplo, elétrico e gratuito. Dá pra fazer.

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  14. Nada. Para resolver, precisamos por o Jórdi de presidente da cornub de novo.

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  15. Pô Jórdi, nem se no próximo mandato o KN te convidá?!

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