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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Chega de brincar com Joinville: bom senso ao poder

POR JORDI CASTAN
Há um ar de radicalismo binário nos temas da vila. Ou você é a favor ou você é contra. Não há meio termo. A turma do planejamento (ex-IPPUJ) continua fazendo imbecilidades e parece que todos os problemas de Joinville se resolvem com ciclo faixas e corredores de ônibus. Será?

Vamos a alguns exemplos. Para começar, a ciclofaixa implantada de um dia para outro na rua Lages. Antes que a patrulha dos cicloativistas - essa gente que não tem bicicleta, não anda de bicicleta, mas defende que Joinville seja a Copenhagen ao sul do Equador - é bom lembrar que já escrevi muito a favor de priorizar os pedestres e os ciclistas.

Portanto, é evidente o apoio à ideia de que Joinville tenha um planejamento - infelizmente não tem - que ao menos possa ser levado a sério. Ou seja, que priorize os pedestre e os modais bicicleta e transporte público. O que, no entanto,  não acontece. Porque só há ações desconexas, sem sentido e questionáveis tanto pelo elementar bom senso como pelo MPSC. Mas essa é outra historia.  

Há, na rua Max Colin, uma ciclofaixa, muito pouco utilizada pelos ciclistas que prezam a sua vida e que escolhem circular pela Rua Timbó. Ora, essa ciclofaixa coloca os ciclistas em perigo constante, ao colocá-los em conflito com os ônibus e, por seguir o padrão do IPPUJ, desaparece e aparece deixando os ciclo-suicidas desprotegidos. O lógico seria ter ciclovias nas ruas de maior fluxo de veículos e de maior velocidade e instalar as ciclo faixas exclusivamente nas ruas de menor trânsito e por tanto menor risco.

QUE TAL UMA VISITA À EUROPA - Proporia aos cicloativistas que habitavam o IPPUJ - e agora migraram para a Secretaria de Planejamento - uma vista à Europa. Amsterdam ou Copenhagen para começar. Freiburg ou Munster numa viagem mais demorada. O problema é que já foram para lá e não aprenderam nada. Aliás, ainda estamos à espera da licitação das bicicletas de aluguel. Uma licitação que não sai e que é melhor não sair mesmo, porque se converteu num monstrengo. Tem tantas exigências que morreu na casca.

Mas vamos supor que fossem para lá. Vamos a imaginar que levassem um pouco de humildade na bagagem e reconhecessem que nada sabem, porque só se pode aprender a partir da ignorância, do desconhecimento. Só a partir do momento em que reconhecemos não saber algo é que estamos preparados para aprender.

Como esse pessoal já sabe tudo e o seu líder máximo é o mais sábio dos sábios - ao menos é isso que ele acha - descobriam que as bicicletas lá compartem o espaço com os pedestres e não com os veículos. Quando colocadas no mesmo nível dos carros, o modelo é a ciclovia e não a ciclofaixa. Se alguém inventasse colocar ciclistas e ônibus para compartilhar o mesmo espaço, como na rua Max Colin, por exemplo, seria internado imediatamente. Em Joinville, o mais provável é que seja promovido.

Se o projeto é colocar ciclofaixas em todas e cada uma das ruas, seria bom entender que é preciso muito mais que pintar uma linha vermelha e outra branca. E que é preciso fazer estudos, identificar fluxos e as demandas existentes e futuras. Mas estudos não são o forte desse pessoal que vice gazeteando aulas e não faz os exercícios básicos. 

OS ÇABIOS DO PLANEJAMENTO - Deve ser por isso que projetaram uma ciclofaixa na rua Marques de Olinda, no trecho entre a Ottokar Doerfehl é a rua Concordia, e esqueceram de olhar a inclinação da rua. Deve ser por isso que nunca há ciclistas por lá. O mesmo caso que na rua Papa João XXIII. Ainda não vi um ciclista subindo o morro que leva ao Hospital Regional. Deve ser porque os ciclistas, que são muito mais espertos que os "çábios" do planejamento (ex-IPPUJ) sabem que há uma rota alternativa mais plana e mais cômoda.

Mas aqui apoiamos qualquer bobagem que se faça quando se trata de mais ciclofaixas. Mesmo que não liguem nada com nada ou que unam a nada a coisa nenhuma não tem importância. Vamos pensar um pouco mais? Vamos planejar uma cidade em que a mobilidade com bicicleta seja uma opção real e viável e não só o sonho quimérico de um bando de amalucados?

Vão me acusar de radical? Ótimo. Vamos colocar o bom senso no poder, chega de brincar com Joinville.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

As ciclofarsas e dinheiro público

POR JORDI CASTAN

Você é dos que acreditou no discurso de posse do prefeito Udo Dohler, na frase em que cuidaria de cada centavo de dinheiro público? Pois dançou. Há bons exemplos de gastança de dinheiro público nesta gestão.

Um deles é o das ciclofaixas. Não vamos aqui relembrar que o projeto elaborado pelo IPPUJ coloca ciclofaixas ligando a nada a coisa alguma. Que elas iniciam e acabam no meio do nada e que não tem a largura mínima recomendada pelo Código Brasileiro de Trânsito. Tudo isso seria chover no molhado. Alguns até com mais criatividade têm batizado as ciclofaixas em Joinville com o nome mais adequado de ciclofarsas. O resultado é que os ciclistas as evitam sempre que possível, pois a sensação de insegurança é grande para o usuário. Qual é o percentual de aumento do novos ciclistas que passam a usar a bicicleta para seus deslocamentos diários, ao trabalho, a universidade ou para realizar compras? 

O IPPUJ até agora não apresentou dados que possam servir para comprovar que as ciclofarsas de fato contribuem a aumentar o número de ciclistas e o número de deslocamentos feitos com este modal. Deixemos fora da estatística os ciclistas de final de semana, os que semanalmente em grupos atravessam Joinville de um extremo ao outro em passeios ciclísticos e outras iniciativas semelhantes. Nunca vi nenhum desses grupos usando ciclofarsas. Mas encontrei entre eles alguns dos maiores críticos dos projetos feitos pelos nossos tecnicos locais para estimular o uso da bicicleta.


As novas ciclofarsas são enfeitadas em alguns trechos, durante os primeiros 4 ou 5 meses com faixas de rolamento de cor vermelho, deixando a cidade, por pouco tempo, mais colorida. O Código Brasileiro de Transito determina a pintura vermelha para melhorar a segurança do ciclista. Ponto para o Código. Esta é inclusive uma prática na maioria dos países que encaram o tema das bicicletas com seriedade. Mas não tenho visto que se utilize este sistema de pintura de curta duração em nenhum outro pais. Em uma cidade que não consegue manter pintadas durante todo o ano as faixas de pedestres frente as escolas, hospitais e lugares de maior transito de pedestres é ilusão imaginar que as ciclofarsas receberão algum tipo de manutenção e serão repintadas com a frequência que o tipo de tinta, a má qualidade do asfalto e o alto nível de atrito dos pneus dos carros provocam nas áreas em que a pintura é necessária. 

Se o prefeito e sua equipe zelassem mesmo por cada centavo de dinheiro público, já teriam percebido que o  sistema atual é caro e ineficiente. Esqueci que essa é um pré-requisito no serviço público, comprar caro e comprar mal. Quem sabe o prefeito não olha esse tema com mais atenção e propõe aos seus técnicos que analisem outras alternativas, como o asfalto pigmentado, que é a técnica mais comum na maioria das cidades que tem um programa de ciclovias serio e bem planejado. Porque não consigo imaginar que em Joinville alguém esteja preocupado com a manutenção dessas ciclofaixas.

 Um exemplo o cruzamento das ruas Campos Sales e Benjamin Constant um show de cores quando inaugurada a ciclofarsa, quanto tempo durou a pintura? Menos de meio ano. Número de vezes que foi repintada nos últimos 4 ou 5 anos? Zero. Outro as ciclofarsas da Rua Ottokar Doerfehl, aonde anda quedam traços da pintura vermelha original? As ciclofarsas que ligariam o Centro de Joinville ao Parque José de Alencar. Ops! Quero dizer as praças da Cidade, nunca foram concluídas. Agora o conjunto de ciclofarsas do pomposo trinario que envolve as ruas XV, Max Colin e Timbó é objeto de pintura chamativa e traçado irracional. Então esta lançado o desafio, quem aposta que a pintura durara mais de 6 meses? Quem aposta que não será repintada? Façam suas apostas. Sobre o cuidado dos centavos, já esta claro que quem apostou, perdeu.