domingo, 17 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Cão Tarado



Já pensou onde passar as férias?

POR ET BARTHES
Da próxima vez que reclamar da poluição, pense bem. Em Pequim a coisa é dramática. Os chineses juntaram o lado ruim com comunismo com o lado ruim do capitalismo. Mesmo que não entenda o que eles dizem, o resultado é o que (não) se vê. 


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

JASC cancelados



POR IVAN ROCHA


JASC CANCELADOS: Quando nossos ginásios serão reformados?


No dia 12 de fevereiro, o prefeito Udo anunciou oficialmente que Joinville não irá sediar os Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) em 2013.

O motivo da recusa anunciada é a falta de verba, em torno de R$ 8 milhões, quando o governo do estado só disponibiliza R$ 1,5 milhões para os custos referentes ao evento. A prefeitura queria mais dinheiro para arrumar os principais ginásios (Ivan Rodrigues e Abel Schulz) que estão totalmente fora de condições de uso, alojamentos e outros locais de competição.

“Para realizarmos os JASC teríamos de transferir recursos da Saúde e da Educação. E isto não seria sensato”, disse o prefeito.

A decisão foi comemorada e muita gente concordou com o novo prefeito nas redes sociais.  ”Isso mesmo prefeito, educação e saúde são prioridades, nada de JASC”, diziam os apoiadores .

Enquanto eu lia esses comentários ficava me perguntando afinal para que serve o esporte?

Poderia servir para acostumar os jovens a praticarem atividades físicas e não terem vidas sedentárias, afinal segundo o documentário “Muito além do peso” as doenças ligadas ao excesso de peso matam mais do que trânsito e armas de fogo. Prevenir é sempre melhor do que remediar mas parece que quando falamos de saúde, estamos na verdade falando de doenças e hospitais, ou seja, focados no imediatismo e esquecendo o longo prazo. E olha que este seria o prefeito que iria pensar os próximos 30 anos.

Também poderia servir para que os jovens não fiquem ociosos nos bairros, afastando-os das drogas e de má companhias, além de educar com senso coletivo e também oferecer outras formas de crescimento profissional.

Um bom exemplo é sobre o BMX, categoria de esporte que está nas olimpíadas e que Joinville deixou de contar com pistas para prática do esporte por descaso da prefeitura edois ex-praticantes acabaram morrendo em 2012 por ligação com tráfico de drogas. Duas vidas que poderiam ser salvas através do esporte, pois quem pratica não tem tempo para outras coisas.

Isto foi debatido nas eleições de 2012, onde Udo defendia o “Contra turno” ou “Educação plena”. Nesses programas, os jovens estudantes teriam a disposição o outro turno (que não fosse o de aula normal) para aulas de músicas, prática de esportes, profissionalizante, entre outros.

No plano 15, tão falado pelo agora prefeito durante as eleições, tem várias menções aos esportes, vamos a elas (acompanhe o checklist das promessas do Udo):

plano 15
plano 15
Educação
1. “Centros de Convivência” para educandos no contra turno.
8. Adequar e construir espaços poliesportivos e de multiuso.
Juventude
8. Implementar o programa Educação Plena (cultura, lazer, esporte, línguas reforço escolar)
Esporte e Lazer
1) Desporto Educacional – inclui toda estrutura escolar e milhares de jovens entre 12 e 17 anos – estabelecer uma olimpíada bienal;
5) Qualificação de equipamentos esportivos (canchas, quadras, ginásios, campos de futebol).
7) Inserir Joinville no calendário nacional e internacional de competições, sediando etapas de grandes eventos esportivos.
Todas essas promessas de campanha deixam bem claro a importância do investimento nos ginásios e estruturas para prática dos esportes, afinal mesmo que o investimento nos atletas para o JASC continuem, esses atletas precisam da estrutura necessária para a preparação.
Também deixa claro a ligação com a Educação e com todas as propostas citadas e ditas pelo próprio prefeito, mas parece que muita gente ainda tem aquele velho conceito de que investir em educação é investir em cursos para os jovens virarem meros funcionários nas fábricas da cidade, e o esporte tratado como algo secundário, assim como a cultura.
Enquanto vemos as propostas para tirar os jovens da ociosidade sendo deixadas de lado, o prefeito surge com a proposta de criar a guarda municipal (quem além de inconstitucional para o que está sendo proposto) que vai acabar se chocando com os jovens ociosos nos bairros. São os mesmos jovens que poderiam estar praticando esportes no contra turno.
Agora que foi oficialmente cancelado, essas estruturas não serão reformadas. Quanto tempo elas ficarão nessas condições? O mesmo serve para as estruturas da Cultura e que constam na seguinte proposta:
2) Recuperar as estruturas físicas hoje interditadas, a exemplo do Museu Casa Fritz Alt, Casa da Cultura, Museu Arqueológico de Sambaqui, Biblioteca Municipal, Museu de Artes de Joinville etc., ou em condições precárias, como o Centreventos Cau Hansen;
Aguardaremos os novos passos.
P.S.: Secretário de Saúde do Estado não sabe de onde sairão R$ 14 milhões para hospital de Joinville. Dalmo Claro de Oliveira recebeu com surpresa a informação de que o governador Raimundo Colombo assegurou recurso

Ivan Rocha é formado em Marketing

Leonardo Boff fala sobre Bento XVI

POR ET BARTHES
Há quem goste e há quem não goste do homem. Mas num país cheio de religiosos medíocres, Leonardo Boff surge como um homem de letras e um teólogo que, concordando ou não, podemos levar a sério. Aqui ele fala sobre a resignação de Bento XVI.


Meus pêsames!


Araquari para quem?

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

A política desenfreada de espraiamento urbano da cidade de Joinville, implementada ao longo dos últimos cinqüenta anos, tornou a conurbação um processo inevitável aos olhos dos planejadores urbanos. Por mais que sejamos vizinhos de várias cidades,  uma em especial está se utilizando do crescimento econômico joinvilense: Araquari.

Adotando uma política fundiária esdrúxula, fortes renúncias fiscais e a integração socioespacial com Joinville (principal pólo econômico do estado) e a malha portuária (São Francisco do Sul, Itajaí e Itapoá), esta cidade tornou-se, nos últimos dez anos, uma das que mais aumentou o PIB no Brasil (369% de 1999 a 2008). A população também aumentou muito (55% nos últimos vinte anos). Recentemente, vários investimentos estão planejados para a zona sul de Joinville, ou na própria cidade de Araquari. O projeto da UFSC-de-um-curso-só, juntamente com parques industriais e aeroporto internacional foram atrativos que levaram a multinacional BMW a anunciar a instalação de uma fábrica por lá.


Acompanhando tantas mudanças, o prefeito reeleito, João Woitexem (PMDB), está preocupado com o planejamento da cidade. Os prefeitos das cidades vizinhas também. E, nesta semana, acompanho pelos jornais o desastre anunciado. A cidade de Araquari contratou uma consultoria especializada para um "planejamento estratégico".

A BMW vai auxiliar a Prefeitura de Araquari a estruturar seu planejamento estratégico de longo prazo. O município terá de se ajustar a uma nova realidade socioeconômica, a partir da chegada de indústrias de porte, complementa o secretário secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável Paulo Bornhausen. O prefeito João Pedro Woitexen já contratou a Pontifícia Universidade Católica do Paraná para fazer estudo sobre o futuro da cidade. (Coluna "Livre Mercado", Jornal A Notícia de 12 de fevereiro de 2013)
 É visível que a prefeitura de Araquari não está interessada em planejar a cidade, mas sim o crescimento econômico dela. Este novo démarche estratégico vêm devastando as prioridades sociais das agendas governamentais Brasil afora, e Araquari está sendo um exemplo bem claro disto. Tudo em prol de uma suposta competitividade: se em Joinville demoram para abrir empresas, aqui abrimos "na hora". Se lá não tem um Aeroporto decente, aqui nós doamos terrenos para grandes aeroportos. E a lista de itens competitivos é infindável. A cidade (e o desenvolvimento urbano), portanto, vira mercadoria. Uma mercadoria de luxo. Para quem?

A cidade é feita de pessoas, mas o "planejamento estratégico" é feito para poucos. Como qualificar a infra-estrutura de Araquari para a maioria da população, que nem possuiu esgotamento sanitário na maioria das vias públicas? Por que pensar em aeroportos, multinacionais, economia a todo vapor... se o problema da cidade é outro? Acompanhamos mais um exemplo clássico de confusão do que é crescimento econômico e do que é desenvolvimento urbano.

O "planejamento estratégico" sublima qualquer intenção da sociedade na participação da tomada de decisões. Instaura, por sua vez, o poder de uma nova lógica, com a qual se pretende legitimar a apropriação direta dos instrumentos de poder público por grupos empresariais privados (e o pior: grupos multinacionais). E podem apostar: um dos itens mais importantes desta nova lógica será a região metropolitana. Se isso acontecer, a tragédia urbana estará com dias contados para se iniciar.

PS: para os interessados neste tema, vale a pena a leitura do texto "Pátria, empresa e mercadoria. Notas sobre a estratégia discursiva do Planejamento Estratégico Urbano", do Professor Carlos Vainer (UFRJ).

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

É muito estresse

POR ET BARTHES
É uma ação promocional da Nivea. Mas merece ser vista. O produto que eles querem vender é um anti-stress. Mas para passar a mensagem, levam as pessoas a um nível exagerado de estresse.


Mais que um 'fora Renan'


POR FABIANA A. VIEIRA



“Exerci minha cidadania, votei no abaixo-assinado contra Renan”. Essa frase não me saiu mais da cabeça. Mais de um milhão de assinaturas, um movimento embalado pelas redes sociais que reivindica apenas e sinceramente a ética na política.

Quando surgiu, a crítica conservadora dizia que a internet iria gerar seres individualistas, fixados na tela do computador e não nas relações sociais. A sociedade seria despedaçada por indivíduos atomizados. Não foi isso o que aconteceu. Hoje cada notebook é um emissor de opinião, cada tela sintetiza milhares de manifestações e o Facebook promove a opinião pública, inaugura relacionamentos, garante a autonomia da sociedade, desbanca os veículos institucionais contaminados pelos interesses econômicos e faz de cada terminal conectado um exercício de direitos e ideias.

Tudo bem. Isso é inexorável. Um verdadeiro avanço na liberdade de opinião. É até compreensível que devemos tolerar manifestações irrelevantes ou sem sentido em determinado momento, mas o relevante é que o conjunto do fenômeno é positivo. As pessoas escrevem mais, têm mais ideias, mais contatos, melhor posicionamento e conhecimento sobre tudo, ou quase. 

Agora qual a eficácia de uma mobilização virtual? Até que ponto Renan vai perder o sono e o mundo da política vai verdadeiramente repensar suas práticas fisiológicas e corruptas porque uma corrente virtual chega à casa dos milhões? A cidadania se resume a uma assinatura em um manifesto ou deveria incidir de forma mais contundente e objetiva na realidade mesma da denúncia?

Sugiro essa reflexão porque não vejo o mesmo engajamento social e midiático pela reforma política. Enquanto não forem alterados os pressupostos que conformam a representação política não teremos sucesso. E aponto o financiamento privado das campanhas e a escolha de líderes carismáticos e não projetos políticos como uma causa determinante para a contaminação ética dos eleitos.

Enquanto as campanhas continuarem galgando patamares absurdamente milionários, gerando uma conivência explícita entre quem financia e quem se elege, entre quem se elege e o que legisla e fiscaliza, entre o patamar astronômico de uma campanha e os salários miseráveis do serviço público, entre os “fornecedores amigos”  e as licitações viciadas, entre o poder político e o tráfico de influência, não teremos uma vida pública sadia.

Da mesma forma não podemos aceitar que ainda vingue a cultura atrasada do voto personalista no famoso, no carismático, no líder tradicional, no volume publicitário de campanha ou no aliciamento financeiro de lideranças em detrimento de compromissos duradouros e fiéis às propostas programáticas.

Depois de renunciar, o povo trouxe Renan de volta. Agora é presidente do Senado da República, do Congresso Nacional e sucessor na linha do poder nacional. Está na hora deste povo acordar. Exigir um fora Renan e também, mas ao mesmo tempo, uma reforma política ampla, transparente, animadora de uma dimensão pública verdadeiramente civilizatória.

As redes sociais podem e devem ajudar a fomentar a mobilização crítica. E podem mais do que isso. Podem estimular ações práticas. Agora precisamos incluir na agenda temas estruturantes que produzam mudanças para valer e não apenas para sensacionalizar o inconformismo, criar espetáculos ou alimentar a rebeldia.  É preciso botar o dedo na ferida e produzir resultados inovadores nas ações políticas e sociais. 

É urgente valorizar o voto e melhorar a presença da sociedade nos executivos e nos parlamentos.
Uma sociedade não será saudável enquanto sua classe política estiver doente, em estado de dependência, totalmente viciada no poder econômico.