segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013 sempre a evoluir


Acidente de jato por outro ângulo

POR ET BARTHES
O acidente com o jato na Rússia, visto por quem vinha na estrada. Vejam como o pneu do avião acerta o carro.


E vocês querem matar o mensageiro?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Diz a lenda que a derrota dos exércitos de Dario III, rei da Pérsia, frente às forças de Alexandre, o Grande, na batalha de Issus, foi resultado de uma sucessão de más decisões. E parece que o maior erro do rei persa foi ter ignorado os conselhos de Charidemus, um dos seus mais destacados generais, na definição das estratégias de combate.

Mais do que isso, quando o próprio Charidemus levou a notícia da derrota ao rei, este mandou matar o general. Um episódio que teria dado origem à expressão “não matar o mensageiro”. O mensageiro é aquele que fala de coisas más, mesmo que muitos não queiram ouvir. E é intrínseco, na vida do jornalista ou de qualquer analista da sociedade, vez por outra vestir a roupa de mensageiro.


Foi o que aconteceu com o meu texto da semana passada, quando abordei um tema que teve espaço em quase toda a imprensa mundial: o governo alemão quer criminalizar a zoofilia, atividade tolerada no país há mais de quatro décadas. Apesar de ser o meu texto menos lido em toda a história do Chuva Ácida, acabou por provocar o ranger de dentes de algumas pessoas que, não me perguntem a razão, preferiram matar o mensageiro.


É óbvio que quando escolhi o tema sabia que iria chocar algumas pessoas. Aliás, eu próprio avisei que era uma tema capaz de ferir suscetibilidades. Mas não inventei nadinha. Tudo o que disse está publicado em jornais de todo o mundo. E vale dizer que é mesmo um assunto recorrente, mesmo obnubilado por tabus (e tabuísmos) que impedem a discussão serena.


O fato é que, como prova a ação do parlamento alemão, a zoofilia é um tema que existe e deve ser combatido. E já que estamos no plano animal, tem gente que prefere bancar a avestruz e enterrar a cabeça para não ter que discutir temas desconfortáveis. Não vai adiantar. Então, como entender o ódio contra o mensageiro e não o ódio contra os odiáveis?


-    Na Alemanha, um tal Michael Kiok, diretor da associação zoófila chamada ZETA, está na luta para evitar a criminalização da zoofilia. O cara assume publicamente que gosta de contato sexual com animais.


E vocês querem matar o mensageiro?

- A imprensa diz que na Alemanha há mais de 100 mil praticantes de zoofilia.


E vocês querem matar o mensageiro?


-    A internet tem sites cheios de textos, fotos e filmes de zoofilia.


E vocês querem matar o mensageiro?


-    Tem político que, para atacar a aprovação do casamento gay, diz que é um primeiro passo para a aprovação do casamento de homens com animais (se não acreditam, façam uma pesquisa sobre o senador australiano Cory Bernardi).


E vocês querem matar o mensageiro?


- Numa cidadezinha chamada Enumclaw, nos Estados Unidos, a polícia descobriu um bordel de animais que era muito frequentado. 


E vocês querem matar o mensageiro?


Ah... tem gente que acredita na negação da realidade pelo silêncio. Se eu não falar em zoofilia, os zoófilos deixam de existir. Se eu não falar em pedofilia, os pedófilos deixam de existir. Se eu não falar em racismo, a discriminação pela cor da pele deixa de existir. Se eu não falar em homossexuais, a discriminação pela sexualidade deixa de existir. Se eu não falar em violação, os violadores deixam de existir. Se eu não falar em drogas, os traficantes deixam de existir. Se eu não falar em eutanásia, as pessoas deixam de morrer. 

Faz sentido. E seguindo essa linha de raciocínio, se eu não falar da idiotice, os idiotas deixam de existir.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Em 2013, sinal verde para as novidades


R$ 3,00

POR JORDI CASTAN

Antes que desça finalmente a cortina, o público que compõe a plateia tem oportunidade de presenciar o último ato de uma peça de teatro. Alguns consideram que se trata de uma comédia. Outros a consideram uma tragédia. Os mais entendidos afirmam, com propriedade e conhecimento, que se trata de uma tragicomédia e asseveram que é uma peça de péssima qualidade.

Os atores estão colocados em seus respectivos lugares no cenário. Cada um conhece e representa bem o seu papel. Trata-se de atores consagrados e a mesma peça já foi encenada para este mesmo público dezenas de vezes.

O grupo de atores que representa as empresas concessionárias ou permissionárias do transporte coletivo é o mais experimentado, pois reúne vários prêmios de representação. São os mais profissionaise tem mais de 30 anos de experiência no palco. O seu papel é simples e corresponde a eles o papel do vilão. Como Jack Torrance, em "O Iluminado", o capitão Robin Wallbridge, em "O Grande Motim", ou Darth Vader, no "Star Wars". Seus diálogos são curtos e não exigem grande esforço dramático. Trata,
-se de colocar sobre a mesa um valor sabidamente inaceitável,  maior que a inflação no período, e que serve só para criar um fato. O valor proposto pela empresa não tem outro objetivo que ser o bode na sala, para servir como disparador do processo.

O outro grupo de atores - ou ator, dependendo do caso - é formado pelo prefeito e, eventualmente a modo de coro, se incorpora um ou outro secretário. O objetivo é o de aparecer como defensor dos pobres e oprimidos pagadores de impostos, contribuições e tarifas abusivas. Depois de mais ou menos tempo de supostos estudos e análises, o ator principal deste grupo colocará sobre a mesa o valor que será menor que o solicitado pelas empresas e, depois de inflamados discursos, concede um aumento que repõe a inflação do período. Mesmo não agradando ao terceiro grupo envolvido na peça, será este o valor que permanecerá como válido e os atores terão cumprido seu papel na opereta que entra em cartaz cada natal.

O último grupo é formado pela plebe que paga a tarifa de ônibus resultante desta histriônica representação. O alvoroço não é maior porque a maioria dos usuários do transporte coletivo se beneficia do vale transporte e só paga uma parcela mínima do valor cobrado pela passagem. As empresas e os empresários repassaram o aumento de custo aos seus produtos e serviços e todos continuarão felizes e contentes. Cada um representando o seu papel nesta pantomina que a cada ano se apresenta num teatro perto de você.

Neste ano, surpreendentemente, o ator que faz o papel de prefeito decidiu sobreatuar e concedeu um aumento maior que o da inflação no período. Rasgou o script e deixou a todos atônitos. Inclusive os maus da historia, que por uma vez ficaram parecendo menos ruins.

sábado, 29 de dezembro de 2012

2013 cheio de novidades


Muito mais Chuva em 2013!

Bom dia, queridos molhados. Hoje um pouquinho mais tarde para uma breve palavrinha com vocês.

O papo hoje não será sobre esporte, primeiro porque o meu objeto de prazer aqui neste espaço está praticamente de férias geral e, segundo que este será nosso último encontro deste ano de 2012, então vale um pouco desviar o assunto. Ok?

Ahhhh, fiquem tranquilos, prometo que não farei aqui as famosas e chatas retrospectivas, ai eu acho isso muito chato, vá se ferrar!

Bom, o negócio é que tenho muito a agradecer 2012 e a todos os Chuvas por terem me oportunizando este espaço para escrever de esporte, uma das minhas paixões, as outras são a minha família e a minha profissão.

Num primeiro momento pode parecer meio estranho uma advogada que fala sobre esporte e, vamos combinar, até que meus pitacos são "uma dentro", confere né hehehehe. Mas desde pequena fico grudada na telinha assistindo tudo o que é tipo de esporte, em especial o futebol; adooooooro!

Capaz de acharem que então faço parte de uma família de esportistas...hummm, tá o meu irmão mais velho foi campeão catarinense de tênis, ia até esquecendo de falar que na minha casa só o tênis acontecia, até a minha mãe tinha aquela raquete de madeira.

E eu, ai que bafão, gosto tanto de esporte, mas praticar é que são elas. Na época do colégio era sempre a melhor, principalmente no atletismo, salto em distância e 100m era fera e no handebol, amava jogar apesar das críticas do meu pai por ser violento.

Mas foi graças a esta paixão e estar sempre falando sobre esporte com as pessoas que vim parar nesse mundo político dos caros Chuvas. No começo uns fizeram bico, que é isso, esporte aqui no blog? e ainda uma guria vai escrever? No entanto, como aqui ninguém é muito certo e também nem muito errado hehehe, foi acolhida com carinho e fiquei e, sim, vou continuar em 2013 com os meus pitacos e vou tentar melhorar, se possível com ajudinhas específicas da área, já que sou uma mera causídica.

Então é isso pessoal, foi muito bacana bater esse papo sobre esporte com vocês aqui no Chuva Ácida neste ano, as vezes assuntos um pouquinho polêmicos, o que acho ótimo esses debates mais acalorados, teve prazer, lembram??? E praticaram??? Tentei diversificar os assuntos e a forma de transmitir a minha opinião e compartilhá-la e não será diferente no próximo ano, poderá, sim, ser melhor.

Valeu pela companhia em 2012, espero que tenha sido bacana para todo mundo e vamos seguir a caminhada até 2013 e por aí afora.

E, por mais piegas que possa ser: um Prórpero 2013!

Obs.: no mês de janeiro os meus posts sairão apenas as quartas, mas após o Carnaval tudo volta ao normal.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

2013 em preparação


Balanço de 2012

POR GUILHERME GASSENFERTH

Este é meu último texto como colaborador regular do blog.

Desde que o Chuva Ácida foi lançado, em 23 de setembro de 2011, eu fiquei encantado pelo projeto. Era um de seus mais assíduos leitores e comentaristas. No fim de outubro, veio um convite para que eu escrevesse um texto para o "brainstorming", nossa seção para convidados. Escrevi um texto sobre homofobia, e o Jordi, à época, disse: "você encarnou o espírito do blog no seu texto". Fiquei lisonjeado!

Um mês e alguns dias depois, veio o convite para tornar-me colaborador regular. A missão era escrever todas as sextas-feiras. Meu primeiro texto foi sobre metas para Joinville, em 2012, na visão da própria cidade.

Naturalmente, o tema principal dos textos era política em Joinville, um dos assuntos que me são mais gratos. Escrevi textos irônicos, como o que mostrava um vídeo da banda Dedos de David, com a música "A Jumenta Vai Falar", do Kennedy Nunes. Arrependi-me por ter atacado um aspecto pessoal do candidato, de foro íntimo.

Um dos meus mais lidos textos foi um que evidenciava um descompasso nos gastos com combustível do deputado federal Marco Tebaldi. Naquele texto, também decepcionei-me por ter envolvido uma empresa sem ter provas contra a mesma. Esta decepção e o arrependimento pelo texto da Jumenta são meus principais lamentos neste tempo à frente do blog.

Meu texto de maior sucesso de leitura foi o que prenunciava a vitória de Udo Döhler, quando ninguém acreditava. Além dos acessos diretos no blog, várias pessoas próximas me informaram que teriam recebido o texto referido por e-mail. Mostramos porque Udo poderia ganhar a eleição no domingo seguinte.

E para mim o melhor texto foi um que escrevi com indignação extrema, o que presumivelmente fez com que eu arranjasse as mais adequadas palavras para a redação. Quando do comentário do infeliz do Beto Gebaili no Jornal da Cidade, sobre a questão do beijo gay do PSOL, escrevi o que julgo ser meu melhor texto até hoje.

Participar do Chuva Ácida foi uma grande honra, responsabilidade forte e uma escola - de várias virtudes. Ter conhecido e convivido com seus autores foi um belo presente de retribuição às várias madrugadas de quinta para sexta sem dormir satisfatoriamente. Aliás, como esta: são 02h16 da manhã desta sexta. Espero poder continuar contribuindo com o blog divulgando os textos que eu gostar, além de enviar textos para o "brainstorming" quando tiver algo interessante para escrever.

A todos os colegas de blog, leitores e comentaristas, meu muito obrigado e sincero desejo de boas festas :-)