terça-feira, 25 de setembro de 2018

Mudança ou morte!


POR JORDI CASTAN
Esta é uma eleição diferente. É certo que cada eleição é única e tem suas peculiaridades, mas esta, especialmente, tem características próprias. Seria ideal que tivéssemos a capacidade de nós abstrair um pouco da emoção, do fanatismo, do rancor, do que diz e mostra a imprensa e olhássemos além do que querem nos mostrar.

O eleitor, especialmente o menos educado politicamente - o que nada tem a ver com o seu grau de instrução - é facilmente manipulado pelas pesquisas, pelas fake news, pelos diversos jogos de interesses que envolvem cada eleição. O efeito manada tem um peso considerável na decisão de votar neste ou naquele candidato.

O brasileiro tem a ideia que não quer perder o voto e vota, muitas vezes, como se fizesse uma aposta. Muitos votam em quem tem mais chances de ganhar, ou em quem as pesquisas dizem que tem mais chances de ganhar. É como se de uma corrida de cavalos se tratasse. O resultado é, entre outros muitos, a baixa renovação dos legislativos, a reeleição dos mesmos de sempre, a baixa chance que tem as propostas e os candidatos menos conhecidos.
Para quem quiser ter uma visão mais clara ou menos deturpada do cenário político, seria bom que deixasse de ler jornais, ver televisão e de analisar pesquisas, porque todos mentem. Alguns mais deslavadamente que outros, mas todos mentem. Cada um tem seus próprios interesses e a verdade é a primeira vitima deste cenário.

Para piorar ainda mais, os meios e instrumentos de que partidos, marqueteiros, o sistema e os políticos dispõem para distorcer a realidade são cada vez maiores e mais sofisticados. É comum ver imagens de manifestações, comícios, carreatas que não condizem com a realidade e não sempre é fácil identificar a manipulação que se faz, ou o objetivo pretendido.
Imagens, frases fora de contexto, editadas são meias verdades, quando não são mentiras inteiras. Assim que o eleitor que não queira formar parte do rebanho precisa estar muito atento. Há dois pontos que me parecem importantes e que são uma novidade nesta eleição.

As imagens de candidatos a deputado federal ou senador discursando para multidões de 3 ou 4 pessoas, deveriam gerar uma análise profunda da consistência dos percentuais mostrados nas pesquisas para esses mesmos candidatos. É evidente que alguma coisa não está certa. Aliás, é oportuno lembrar que Hilary estava eleita antes de abrir as urnas e que Trump não tinha nenhuma chance. Ou que Aécio ganhava de Dilma com facilidade.

O primeiro é que as pessoas estão perdendo a vergonha de se assumir como sendo de direita. Verdade que depois de tantas décadas de péssimos governos de esquerda, o eleitor demorou muito. Mas ajuda a melhorar o processo democrático que haja mais alternativas que não sejam a extrema esquerda e a esquerda, representados aqui pelo PSOL e o PSDB como vértices do espectro politico brasileiro. Era lógico que depois de anos de governos militares o eleitor optasse por escolher candidatos e propostas de esquerda. Sem novidade, completamente previsível. Só a falta de formação política do brasileiro pode justificar que tenham sido necessárias mais de três décadas para surgirem alternativas de centro, centro direita e de direita viáveis e com amplo respaldo popular.

O segundo ponto é o surgimento de movimentos horizontais, sem lideranças claramente identificadas, que não respondem a uma hierarquia tradicional. Num primeiro momento parecem desorganizados, mas rapidamente ganham o respaldo de uma parte significativa da população, o que em muitos países se chamava até faz pouco tempo de “maioria silenciosa”.
Frente à algaravia barulhenta que tradicionalmente era característica da esquerda, há agora uma mudança significativa. Os eleitores que se identificam com programas e candidatos de direita não têm mais medo de mostrar a cara, de sair à rua e de dizer aos quatro cantos que fazem isso livremente, sem precisar de pão com mortadela.

Escrevi, na semana passada, que esta eleição tinha se convertido num Fla-Flu ou num Barça- Madrid e esta sensação tem aumentado a cada dia. Nós e Eles, Corruptos e Honestos, Esquerda e Direita, Norte – Sul, Homo – Heteros, Brancos e Pretos, Altos e baixos, Machistas e Feministas, e todas as outras tribos em que estamos querendo dividir o Brasil. Espero só que a impunidade perca, que não ganhe a violência, que não nos deixemos levar pelos cantos de sereia dos que ante o risco de perder o poder que detém desde faz décadas queiram agora entregar os anéis para não perder os dedos.

Em tempo, só eu achei que a festa de posse do presidente do STF foi uma reedição cafona e fora de época do baile da Ilha Fiscal? O que mais me preocupou é que ninguém tenha ficado revoltado, nem envergonhado. Pode ser que porque boa parte dos brasileiros teriam gostado de ter sido convidados. Em quanto os que não achem nada de errado numa festa como aquela sejam maioria, a corrupção vencerá.

domingo, 23 de setembro de 2018

O nazismo é dos bolsominions

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Tenho repetido que não discuto com seguidores de Jair Bolsonaro. Limito-me a zoá-los (o que é muito fácil, porque eles se auto-ridicularizam). Enfim, é pura perda de tempo tentar falar com gente tosca e incapaz de fazer o zero com o fundo de uma garrafa. Para um bolsominion, pensar é um processo doloroso. As ideias morrem por inanição. É que os tipos vivem um processo a que tomei a liberdade de denominar “suicídio de neurônios”.

O ridículo é tanto que um dia destes os caras estavam a ensinar aos alemães sobre o nazismo. Sério. O absurdo não tem limites. Houve gente a negar o Holocausto, imaginem, e muitos a dizer aos alemães que o Terceiro Reich era coisa da esquerda. O nível é muito louco e torna impossível estabelecer qualquer discussão racional. Ah… o que aconteceu? Foi um filme que “despertou” o cérebro apodrecido dessa gente.

A embaixada da Alemanha no Brasil publicou um vídeo a falar no extremismo, como o objetivo de enterrar essa discussão tonta de que o nazismo é de esquerda. Mas estamos a falar de gente incapaz de somar dois mais dois. O filme não atingiu o objetivo de enterrar o assunto e ainda fez levantar o insepulto cadáver da boçalidade dos seguidores de Bolsonaro. Sim, os jumentos se apressaram a ensinar história aos alemães.

"Nunca ouvi uma voz séria na Alemanha argumentando que o nacional-socialismo foi um movimento de esquerda", disse o embaixador alemão no Brasil, Georg Witschel. E adianta? Não. Nenhum bolsominion quer saber disso. Para eles, o filme está errado. Os alemães estão errados. Os estudiosos estão errados. A história está errada. O mais elementar bom senso está errado. Aliás, parece que o nazismo é "propriedade" dos bolsominions.

O fato é que lá na Alemanha as pessoas devem estar estupefatas com o nível exorbitante da ignorância dos bolsominions. E preocupadas, claro. A Europa também tem com o que se preocupar. A Alemanha tem os seus problemas (a AfD - Alternativa para a Alemanha é um problemão). Mas nada que se compare. O que os seguidores de Bolsonaro estão a fazer nem é afundar o Brasil no tal terceiro mundo. É empurrar Brasil para o submundo.

É a dança da chuva.



sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Cota 40 - Dia da Árvore

POR JORDI CASTAN


Em Joinville, o cidadão está proibido de cuidar da árvore que tem na calçada, em frente de casa. Mas a Prefeitura também não cuida. O resultado é uma cidade com menos árvores, sem qualidade de vida e perdendo cada dia um pouco mais do seu verde urbano.

Hoje, no Dia da Árvore. denunciamos a omissão do poder público.

Subiu


Lula é o Sun Tzu dos sertões...


TU CÁ, TU LÁ
POR SANDRO SCHMIDT E JOSÉ A. BAÇO
JOSÉ BAÇO - Putz. Os caras fizeram de tudo para evitar que o PT e Lula voltassem ao poder. Levaram o Brasil a essa desgraça e agora o Haddad aparece com 19%? Aí fica difícil, né?

SANDRO SCHMIDT - Primeiro que Lula sempre soube ler o cenário político como ninguém. Fez tudo certo de acordo com o "manual" da Arte da Guerra. É o Sun Tzu dos sertões. Depois, o Jumito e o Mourão ajudaram bastante.

JB - Mas não achas impressionante o número de eleitores do Bolsonaro em Joinville? É certo que a cidade é uma das mais conservadoras do Brasil. Mas do conservadorismo à eutanásia do próprio cérebro vai uma distância e tanto...

SS - Bom, pra quem votou no Aécio e no Udo, este 2 vezes, nada mais me impressiona. Joinville tem uma turminha que adora ficar na porta da Casa Grande, sempre achando que vai entrar, mas nunca passará de capacho, pra turma de cima limpar os pés.

JB - Não sei se dá para chamar Casa Grande. É mais um curral. É tanta cavalgadura que não vão ser pisados... vão é ser montados.

SS -  Sim, um curral grande. E ainda tem sede.

JB - Sede de sediar ou sede de beber?

SS - Retórica? Gostoso é de ver "universitário" batendo no peito e dizendo que a turma estudada  vota no jumito. Tudo formado no PROUNI do Haddad... hua hua hua...

JB - Esse troço do diploma é bem brasileiro. Bolsonaro cursou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e a Academia Militar das Agulhas Negras... e é um jumento. É só um "papér" na parede.

SS - Isso. Ajuda na hora de conseguir um emprego, mas fica por aí. Tenho algumas discussões com empresários que dizem votar no Coiso em função do combate à corrupção. Aí pergunto a eles: vamos falar de corrupção aqui pertinho? Ficam quietos. Rabos presos.

JB - O quê? Vai dizer que tem corrução aí perto. Nunca ouvi falar...

SS - Não deve ter. Pela quantidade de gente de bem nas passeatas do Vem Pra Rua de Joinville...

JB - É tudo "gente de bem". Pessoas que gostam de votar em "jumento de carga".

SS - Gente de bem burra.

JB - Burros, jumentos… agora é esperar os anônimos e a burricada fica completa.