segunda-feira, 4 de julho de 2016
500 mil habitantes + 375 mil carros + incompetência = cidade imobilizada
POR JORDI CASTAN
Não há como não falar de trânsito e mobilidade numa cidade que tem pouco mais de 500 mil habitantes e 375 mil veículos licenciados. Quem a cada dia leva mais de uma hora para percorrer o trecho entre a Rua Dona Francisca e o Terminal Urbano do Iririú para voltar para casa sabe do que estou a falar. Também sabe do que falo quem enfrenta as filas gigantescas na avenida Marques de Olinda. E são apenas dois locais pontuais.
Vou fazer dois comentários e espero seus contrapontos.
PRIMEIRO PONTO - É sobre essa proposta estapafúrdia que são as Faixas Viárias, aquelas que o Vereador Mauricio Peixer denomina a “Espinha dorsal da Lei de Ordenamento Territorial”. E que considera indiscutíveis, o cerne da própria LOT.
Quem imaginar que estejam vinculadas à mobilidade vai descobrir, tarde demais, que, apesar do nome, não tem nada a ver com mobilidade e sim com especulação imobiliária. É importante que se saiba: as Faixas Viárias não são uma proposta viária ou que tenha objetivo de aumentar nem a mobilidade nem a segurança no trânsito. É unicamente uma proposta de ampliação de índices urbanísticos, permitindo construir prédios mais altos, mais usos, mais ocupações e, ainda, a legalização de atividades já instaladas sem nenhuma contrapartida, para mitigação ou compensação dos impactos que causam ou possam vir a causar.
As FVs são uma aberração urbanística, uma ferramenta de maldades contra uma cidade sustentável. Portanto, quando estiver preso no trânsito a caminho do trabalho ou de volta a casa, lembre no futuro - e graças às Faixas Viárias - o trânsito fluirá menos. Sobre a teimosa insistência do IPPUJ em apoiar um sistema de transporte coletivo caro e ineficiente, que perde mais passageiros a cada ano, a melhor resposta é a que o joinvilense esta dando: 375 mil veículos registrados. Sem comentários.
PRIMEIRO PONTO - É sobre essa proposta estapafúrdia que são as Faixas Viárias, aquelas que o Vereador Mauricio Peixer denomina a “Espinha dorsal da Lei de Ordenamento Territorial”. E que considera indiscutíveis, o cerne da própria LOT.
Quem imaginar que estejam vinculadas à mobilidade vai descobrir, tarde demais, que, apesar do nome, não tem nada a ver com mobilidade e sim com especulação imobiliária. É importante que se saiba: as Faixas Viárias não são uma proposta viária ou que tenha objetivo de aumentar nem a mobilidade nem a segurança no trânsito. É unicamente uma proposta de ampliação de índices urbanísticos, permitindo construir prédios mais altos, mais usos, mais ocupações e, ainda, a legalização de atividades já instaladas sem nenhuma contrapartida, para mitigação ou compensação dos impactos que causam ou possam vir a causar.
As FVs são uma aberração urbanística, uma ferramenta de maldades contra uma cidade sustentável. Portanto, quando estiver preso no trânsito a caminho do trabalho ou de volta a casa, lembre no futuro - e graças às Faixas Viárias - o trânsito fluirá menos. Sobre a teimosa insistência do IPPUJ em apoiar um sistema de transporte coletivo caro e ineficiente, que perde mais passageiros a cada ano, a melhor resposta é a que o joinvilense esta dando: 375 mil veículos registrados. Sem comentários.
SEGUNDO PONTO - É sobre a instalação
dos novos radares e lombadas eletrônicas. Esclareço de saída que sou totalmente
favorável à sua instalação como instrumentos para melhorar a segurança no
trânsito, mas que não comparto que sejam instalados com o objetivo exclusivo de
multar para arrecadar. É bom que se lembre que hoje há no orçamento do trânsito a dependência perniciosa da arrecadação e que é preciso multar para
pagar folha e despesas.
Faço esta afirmação desde o conhecimento de quem foi a primeira autoridade municipal do setor, quando o município assumiu a gestão do trânsito. Com a equipe técnica da Conurb foi feita a primeira licitação para a instalação destes equipamentos. Os critérios foram, naquele
momento, evitar o “furar” o sinal vermelho, uma das maiores causas de acidentes com mortes ou feridos graves. Depois de identificar os pontos de maior incidência de acidentes, instalar “pardais” nesses pontos, reconhecidamente de risco. É verdade que as lombadas eletrônicas não impedem que o motorista - o que reduz a 40 ou 60 km/h ao passar por uma lombada eletrônica - possa acelerar a ultrapassar a velocidade permitida, uns metros mais à frente.
Faço esta afirmação desde o conhecimento de quem foi a primeira autoridade municipal do setor, quando o município assumiu a gestão do trânsito. Com a equipe técnica da Conurb foi feita a primeira licitação para a instalação destes equipamentos. Os critérios foram, naquele
momento, evitar o “furar” o sinal vermelho, uma das maiores causas de acidentes com mortes ou feridos graves. Depois de identificar os pontos de maior incidência de acidentes, instalar “pardais” nesses pontos, reconhecidamente de risco. É verdade que as lombadas eletrônicas não impedem que o motorista - o que reduz a 40 ou 60 km/h ao passar por uma lombada eletrônica - possa acelerar a ultrapassar a velocidade permitida, uns metros mais à frente.
É evidente que a maioria dos novos
pontos não foi escolhida por critérios de risco potencial ou por incidência elevada
de acidentes e sim buscando uma maior arrecadação. É justamente este o ponto
que deve ser questionado. Onde está o mapa dos pontos críticos do trnsito em
Joinville? Quais os cruzamentos e quais as ruas com maior numero de acidentes
fatais? Qual a relação entre estes pontos e a localização dos novos
equipamentos? Com a palavra o Detrans.
sexta-feira, 1 de julho de 2016
Sem casa, sem vida
POR SALVADOR NETO
Está nos jornais diários da cidade, já foi notícia nos noticiários televisivos e também nas rádios: Prefeitura de Joinville derruba casas em área invadida na zona sul, Moradores do Loteamento Juquiá protestam contra desmanche de casas. Medida autorizada pelo Judiciário, sempre frio e distante, e cumprida com boa dose de violência e autoritarismo pela Polícia Militar. Há quatro anos o atual prefeito do PMDB andou na mesma região dizendo que governaria dos bairros para o centro, com pavimentação, melhorias.
Creio que não é preciso ser Ph.D. para compreender que uma família sem casa é uma indignidade. Também acredito não ser um desejo indomável ter de construir um barraquinho em meio ao mangue, ou qualquer área degradada, para dar à sua família um teto. Basta se colocar no lugar do outro para compreender, mesmo de longe, que ao estar em local como os das famílias cujas casas foram demolidas o pai ou a mãe de família quer proteger seus filhos e filhas, netos e netas. E logicamente que o governo não cumpre o que manda a Constituição Federal, tanto aqui quanto em várias cidades.
O direito à moradia digna foi reconhecido e implantado como pressuposto para a dignidade da pessoa humana, desde 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, foi recepcionado e propagado na Constituição Federal de 1988, por Emenda Constitucional nº 26/00, em seu artigo 6º, caput. Leia-se: “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.
A busca de um “teto” é desde os primórdios uma necessidade fundamental dos seres humanos. Em nosso país, o problema da falta de moradia para inúmeros cidadãos está intimamente ligado num longo passado histórico, fruto de uma política que sempre esteve voltada aos interesses particulares das classes dominantes. Os sem teto sempre foram colocados à margem, literalmente, de rios, manguezais, ou em morros. Em razão disso é que encontramos bairros luxuosos e miseráveis, ambos com uma única semelhança: são habitados por seres humanos.
Joinville, em pleno século 21, mostra com mais uma atitude deste nível contra pessoas que quase nada tem, que não evoluiu como cidade de primeiro mundo como se tenta propagar a décadas. Ainda não conseguimos que a máquina pública definitivamente trabalhe em direção a resolver essa questão habitacional. Temos Secretaria de Assistência Social, de Habitação, mas nos falta sensibilidade, humanidade, e muita ação efetiva para que essas pessoas não precisem assentar suas famílias sobre mangues, invadindo áreas por pura necessidade de ter um local para dar um teto e um mínimo de dignidade à sua família.
E por favor, nada de papo da meritocracia. Esse discurso está falido, inclusive no berço dele na América do Norte, e em boa parte da Europa, onde o desemprego, a falta de perspectivas grassa e forma movimentos contrários à globalização, ao capitalismo selvagem. A onda do individualismo cresce e cega os olhos da sociedade para os seus semelhantes. Ao perder seu emprego, sua renda, sua moradia, e só assim, muitos voltam a enxergar a realidade que não muda: quem tem mais só quer mais, e quem tem menos é o primeiro a pagar o preço. Meritocracia só existe na linguagem dos ricos.
Há um desafio a quem vir governar a cidade a partir de 2017: retomar o carinho por sua gente, seus moradores, tanto os que têm muito e já muito bem instalados, e muito mais por quem tem menos, e nem teto para morar. Uma cidade moderna, sustentável como se deseja não pode conviver ainda hoje com famílias sendo desalojadas do seu mais básico direito à dignidade, que é a casa, a sua moradia. A frieza empresarial não cabe na gestão pública. É preciso gostar de gente, e ter vontade de fazer a mudança. Sem casa, sem vida. Pensemos nisso.
É assim nas teias do poder...
quinta-feira, 30 de junho de 2016
A colonização continua pela televisão
POR FELIPE CARDOSO
Não é de hoje que os veículos de comunicação de massa recebem críticas pela desinformação da população, principalmente em relação a questão racial. Hoje, gostaria de me ater a programas mais recentes que tivemos e temos contato por meio da televisão.
Recentemente, a rede de televisão Record, comandada pela Igreja Universal, presidida por Edir Macedo, decidiu investir em novelas. Voltadas, em sua maioria, a passagens bíblicas, tentaram representar na telinha os acontecimentos de séculos passados. Os esforços foram grandiosos e os investimentos foram altos (cenários, vestimentas, artefatos e outras coisas necessárias para a representação). Só que o que pareceu não ter tanto esforço foi a procura por atores negros e negras para representarem os personagens de reis e rainhas, uma vez que os períodos e locais retratados pelos autores eram, em sua grande maioria, no continente africano.
Ao analisar as imagens e alguns dos muitos registros coletados por historiadores e arqueólogos sobre o Egito Antigo, por exemplo, podemos notar que há uma presença significativa de pessoas negras habitando o local naquele mesmo período que nos é apresentado hoje pela emissora de televisão, só que de maneira completamente diferente.
E isso esconde uma grande ideologia que predomina e mantém os privilégios da branquitude no mundo inteiro.
Não querem que a população negra tenha um conhecimento profundo sobre a sua história. Não desejam que saibamos que nossas civilizações eram organizadas, ricas e poderosas. Criam falácias e tentam destruir pouco a pouco a memória de um povo inteligente, diversificado e muito bem organizado. Não querem que negros sejam vistos como algo bom, ou que já produziram diversas coisas e que contribuíram para o avanço da humanidade. Por isso, é importante que apenas personagens brancos interpretem esse papel, pois nós, negros e negras, seríamos incapazes de fazer tantas grandiosidades.
E essa tentativa de colonização fica ainda mais evidente quando a mesma emissora lança a uma novela intitulada de “Escrava Mãe”, em que, daí sim, conta com a presença de pessoas negras interpretando escravos, obedientes as ordens dos senhores brancos.
Percebam, mais uma vez, a branquitude tentando mostrar onde nos querem e como querem que nos vejamos. Na senzala, escravizados, obedientes, sem voz, sem alma, sem pensamento próprio.
Engraçado que para a novela de escravos encontraram com facilidade atores e atrizes negras para representar. Será que não encontraram a mesma facilidade para encontrar negros e negra para os papéis de reis e rainhas, ou simplesmente fizeram isso intencionalmente?
A tentativa é acabar com a nossa memória e a nossa imagem positiva, de nação rica, desenvolvida, diversificada e forte, cultural, social, econômica e politicamente. A ideia é de voltar a nos reduzir a nada.
A mesma coisa acontece com as religiões de matrizes africanas, que cultuam seus orixás, negros e negras. São demonizados e perseguidos por isso. Enquanto a mitologia grega é ensinada nas escolas e o deus e nórdico Thor é divulgado nas telas de cinema e comercializado em shoppings.
Tudo isso faz parte da mesma ideologia, do mesmo plano de dominação, de colonização que querem com que a população negra acredite, aceite e reproduza tal pensamento. Destruindo assim a sua autoestima, acabando com a imagem positiva da sua história e da sua identidade. Colonizando fica mais fácil de dominar.
Por isso, é necessário nos enriquecermos de conhecimento e informações, que resgatemos e propaguemos diariamente a nossa história e imagem rica, positiva, com reis e rainhas, inteligente, desenvolvida, resistente, de luta. A subalternidade nunca foi nosso lugar, não tomemos mais desse veneno.
Não adianta, por exemplo, colocar Taís Araújo para ser protagonista em uma novela recheada de estereótipos e hipersexualização a começar pelo nome “Da cor do pecado”. Bem como não adianta colocar uma mulher negra como protagonista interpretando uma escrava. Isso não é revolucionário. Isso é apenas mais do mesmo, é o que vemos desde o surgimento das telenovelas e filmes.
Não adianta tentar esconder ou alterar a nossa história, ou investir em novelas de época para mostrar que nosso papel é pertencente a coadjuvante e servil. Lá no fundo, nós sabemos que somos descendentes de protagonistas, reis e rainhas, que por ganância e ignorância da branquitude, foi escravizada e violentada.
O nosso dever é resgatar a nossa verdadeira história e contarmos nós mesmos, com a nossa ótica negra, o que a burguesia branca e colonizadora tenta esconder.
quarta-feira, 29 de junho de 2016
Carta aos servidores públicos de Joinville
Senhor e senhora servidores,
Em momentos de crise necessitamos de um bom gestor. E Udo Dohler já demonstrou que, como gestor, é uma farsa.
Enquanto Udo Dohler gasta incontáveis milhões com publicidade, ele “pedala” o pagamento das contribuições patronais que garantiriam o recebimento da sua aposentadoria. Ou seja, Udo Dohler, pela primeira vez na história de nossa cidade, atrasou o pagamento em TODOS os anos de seu governo e deve hoje mais de R$ 87 milhões de reais ao IPREVILLE. Quanto à imprensa e publicidade, não deve nenhum centavo.
O Rio de Janeiro também teve uma péssima gestão e 140 mil aposentados e pensionistas ficaram sem seus salários. Isto é grave e pode acontecer com Joinville.
Em futuro próximo, quando as consequências das pedaladas de Udo Dohler na sua aposentadoria forem sentidas, ele não estará mais (des)governando a nossa cidade, mas seu legado de incompetência e maldade com o servidor aposentado será para sempre lembrado, e precisaremos de um novo prefeito muito capaz para consertar, se possível, todos os erros de Udo Dohler.
Udo Dohler foi sempre conhecido pelo trato ruim com seus subordinados. Por este motivo seu governo era uma morte anunciada já em sua campanha, pois um prefeito que não valoriza o servidor nunca fará um bom governo. O desrespeito do Prefeito com a aposentadoria dos servidores é uma prova incontestável disto.
Como vereador afirmo que irei averiguar ao máximo esta atitude de Udo Dohler na já instalada “CPI das Pedaladas” e, dentro da lei, Udo responderá por tudo que fez.
* Maycon Cesar é vereador em Joinville
Em momentos de crise necessitamos de um bom gestor. E Udo Dohler já demonstrou que, como gestor, é uma farsa.
Enquanto Udo Dohler gasta incontáveis milhões com publicidade, ele “pedala” o pagamento das contribuições patronais que garantiriam o recebimento da sua aposentadoria. Ou seja, Udo Dohler, pela primeira vez na história de nossa cidade, atrasou o pagamento em TODOS os anos de seu governo e deve hoje mais de R$ 87 milhões de reais ao IPREVILLE. Quanto à imprensa e publicidade, não deve nenhum centavo.
O Rio de Janeiro também teve uma péssima gestão e 140 mil aposentados e pensionistas ficaram sem seus salários. Isto é grave e pode acontecer com Joinville.
Em futuro próximo, quando as consequências das pedaladas de Udo Dohler na sua aposentadoria forem sentidas, ele não estará mais (des)governando a nossa cidade, mas seu legado de incompetência e maldade com o servidor aposentado será para sempre lembrado, e precisaremos de um novo prefeito muito capaz para consertar, se possível, todos os erros de Udo Dohler.
Udo Dohler foi sempre conhecido pelo trato ruim com seus subordinados. Por este motivo seu governo era uma morte anunciada já em sua campanha, pois um prefeito que não valoriza o servidor nunca fará um bom governo. O desrespeito do Prefeito com a aposentadoria dos servidores é uma prova incontestável disto.
Como vereador afirmo que irei averiguar ao máximo esta atitude de Udo Dohler na já instalada “CPI das Pedaladas” e, dentro da lei, Udo responderá por tudo que fez.
* Maycon Cesar é vereador em Joinville
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