POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Foi interessante (e nada inesperado) ver, nos últimos dias, o anúncio de obras da Prefeitura de Joinville. Fica a
sensação de que há mais trabalho em duas semanas do que houve em três anos.
Estacionamento rotativo. Pavimentação da rua Tenente Antônio João. Novos pontos
de ônibus. Patrolamento e ensaibramento de ruas pelas subprefeituras.
Ambulâncias, motos e carros.
Enfim, a comunicação da Prefeitura tem se esforçado para pintar um quadro em cores mais suaves e, com isso, convencer os eleitores de que o trabalho está a ser feito. Mas há um problema: o timing é mais que tardio. A escassez de realizações ao longo de toda a gestão não ajuda. Aliás, é conhecida, no anedotário político, a lógica de uma gestão de quatro
anos, que deve ter as seguintes fases:
Ano 1 – pôr a
culpa dos problemas na gestão anterior.
Ano 2 – anunciar grandes obras e, para isso, falar em projetos.
Ano 3 – reclamar da falta de
verbas, mas ainda assim dizer que há obras em licitação.
Ano 4 – transformar a cidade
num canteiro de obras, destacar a eficiência da administração e preparar a
reeleição.
Alguém tem dúvidas de que a atual
administração está empenhada em seguir esse roteiro? Em ano de eleições, parece ter entrado na quarta fase com franca volúpia. Será suficiente? A ineficácia foi tanta ao longo
dos anos anteriores que só a fraca memória e pouca convicção política pode
fazer mudar a percepção dos eleitores. Ou seja, a amnésia política é o principal cabo
eleitoral de Udo Dohler.
A situação é difícil para o atual prefeito, mas (porque há sempre um "mas") talvez seja cedo demais para anunciar o fim político de Udo Dohler. Quem morre na véspera é
peru. Todos sabemos que uma campanha regada a muitos cifrões pode mudar o rumo das
coisas. E se há alguém com cacife para investir forte é o atual prefeito. Portanto, quando os reais começaram a falar, muita coisa pode mudar. Melhor esperar para ver.
É a dança da chuva.