POR ET BARTHES
Da próxima vez que reclamar da poluição, pense bem. Em Pequim a coisa é dramática. Os chineses juntaram o lado ruim com comunismo com o lado ruim do capitalismo. Mesmo que não entenda o que eles dizem, o resultado é o que (não) se vê. sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
JASC cancelados
POR IVAN ROCHA
JASC CANCELADOS: Quando nossos ginásios serão
reformados?
No dia 12 de
fevereiro, o prefeito Udo anunciou oficialmente que Joinville não irá sediar os Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) em 2013.
O motivo da recusa anunciada é a falta de
verba, em torno de R$ 8 milhões, quando o governo do estado só disponibiliza R$
1,5 milhões para os custos referentes ao evento. A prefeitura queria mais
dinheiro para arrumar os principais ginásios (Ivan Rodrigues e Abel Schulz) que
estão totalmente fora de condições de uso, alojamentos e outros locais de
competição.
“Para realizarmos os JASC teríamos de
transferir recursos da Saúde e da Educação. E isto não seria sensato”, disse o
prefeito.
A decisão foi comemorada e muita gente
concordou com o novo prefeito nas redes sociais. ”Isso mesmo prefeito,
educação e saúde são prioridades, nada de JASC”, diziam os apoiadores .
Enquanto eu lia esses comentários ficava me
perguntando afinal para que serve o esporte?
Poderia servir para acostumar os jovens a
praticarem atividades físicas e não terem vidas sedentárias, afinal segundo o
documentário “Muito além do peso” as doenças ligadas ao excesso de peso matam
mais do que trânsito e armas de fogo. Prevenir é sempre melhor do que remediar
mas parece que quando falamos de saúde, estamos na verdade falando de
doenças e hospitais, ou seja, focados no imediatismo e esquecendo o longo
prazo. E olha que este seria o prefeito que iria pensar os próximos 30 anos.
Também poderia servir para que os jovens não
fiquem ociosos nos bairros, afastando-os das drogas e de má companhias, além de
educar com senso coletivo e também oferecer outras formas de crescimento
profissional.
Um bom exemplo é sobre o BMX, categoria de esporte
que está nas olimpíadas e que Joinville deixou de contar com pistas para
prática do esporte por descaso da prefeitura edois ex-praticantes acabaram morrendo em 2012 por
ligação com tráfico de drogas. Duas vidas que poderiam ser salvas através do
esporte, pois quem pratica não tem tempo para outras coisas.
Isto foi debatido nas eleições de 2012, onde
Udo defendia o “Contra turno” ou “Educação plena”. Nesses
programas, os jovens estudantes teriam a disposição o outro turno (que não
fosse o de aula normal) para aulas de músicas, prática de esportes,
profissionalizante, entre outros.
No plano 15, tão falado pelo agora prefeito
durante as eleições, tem várias menções aos esportes, vamos a elas (acompanhe o
checklist das promessas do Udo):
Educação
1. “Centros de Convivência” para educandos no contra turno.
8. Adequar e construir espaços poliesportivos e de multiuso.
Juventude
8. Implementar o programa Educação Plena (cultura, lazer, esporte, línguas reforço escolar)
Esporte e Lazer
1) Desporto Educacional – inclui toda estrutura escolar e milhares de jovens entre 12 e 17 anos – estabelecer uma olimpíada bienal;
5) Qualificação de equipamentos esportivos (canchas, quadras, ginásios, campos de futebol).
7) Inserir Joinville no calendário nacional e internacional de competições, sediando etapas de grandes eventos esportivos.
Todas essas promessas de campanha deixam bem claro a importância do investimento nos ginásios e estruturas para prática dos esportes, afinal mesmo que o investimento nos atletas para o JASC continuem, esses atletas precisam da estrutura necessária para a preparação.
Também deixa claro a ligação com a Educação e com todas as propostas citadas e ditas pelo próprio prefeito, mas parece que muita gente ainda tem aquele velho conceito de que investir em educação é investir em cursos para os jovens virarem meros funcionários nas fábricas da cidade, e o esporte tratado como algo secundário, assim como a cultura.
Enquanto vemos as propostas para tirar os jovens da ociosidade sendo deixadas de lado, o prefeito surge com a proposta de criar a guarda municipal (quem além de inconstitucional para o que está sendo proposto) que vai acabar se chocando com os jovens ociosos nos bairros. São os mesmos jovens que poderiam estar praticando esportes no contra turno.
Agora que foi oficialmente cancelado, essas estruturas não serão reformadas. Quanto tempo elas ficarão nessas condições? O mesmo serve para as estruturas da Cultura e que constam na seguinte proposta:
2) Recuperar as estruturas físicas hoje interditadas, a exemplo do Museu Casa Fritz Alt, Casa da Cultura, Museu Arqueológico de Sambaqui, Biblioteca Municipal, Museu de Artes de Joinville etc., ou em condições precárias, como o Centreventos Cau Hansen;
Aguardaremos os novos passos.
P.S.: Secretário de Saúde do Estado não sabe de onde sairão R$ 14 milhões para hospital de Joinville. Dalmo Claro de Oliveira recebeu com surpresa a informação de que o governador Raimundo Colombo assegurou recurso
Ivan Rocha é formado em Marketing
Ivan Rocha é formado em Marketing
Leonardo Boff fala sobre Bento XVI
POR ET BARTHES
Há quem goste e há quem não goste do homem. Mas num país cheio de religiosos medíocres, Leonardo Boff surge como um homem de letras e um teólogo que, concordando ou não, podemos levar a sério. Aqui ele fala sobre a resignação de Bento XVI.Araquari para quem?
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
A política desenfreada de espraiamento urbano da cidade de Joinville, implementada ao longo dos últimos cinqüenta anos, tornou a conurbação um processo inevitável aos olhos dos planejadores urbanos. Por mais que sejamos vizinhos de várias cidades, uma em especial está se utilizando do crescimento econômico joinvilense: Araquari.
Adotando uma política fundiária esdrúxula, fortes renúncias fiscais e a integração socioespacial com Joinville (principal pólo econômico do estado) e a malha portuária (São Francisco do Sul, Itajaí e Itapoá), esta cidade tornou-se, nos últimos dez anos, uma das que mais aumentou o PIB no Brasil (369% de 1999 a 2008). A população também aumentou muito (55% nos últimos vinte anos). Recentemente, vários investimentos estão planejados para a zona sul de Joinville, ou na própria cidade de Araquari. O projeto da UFSC-de-um-curso-só, juntamente com parques industriais e aeroporto internacional foram atrativos que levaram a multinacional BMW a anunciar a instalação de uma fábrica por lá.
Acompanhando tantas mudanças, o prefeito reeleito, João Woitexem (PMDB), está preocupado com o planejamento da cidade. Os prefeitos das cidades vizinhas também. E, nesta semana, acompanho pelos jornais o desastre anunciado. A cidade de Araquari contratou uma consultoria especializada para um "planejamento estratégico".
A BMW vai auxiliar a Prefeitura de Araquari a estruturar seu planejamento estratégico de longo prazo. O município terá de se ajustar a uma nova realidade socioeconômica, a partir da chegada de indústrias de porte, complementa o secretário secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável Paulo Bornhausen. O prefeito João Pedro Woitexen já contratou a Pontifícia Universidade Católica do Paraná para fazer estudo sobre o futuro da cidade. (Coluna "Livre Mercado", Jornal A Notícia de 12 de fevereiro de 2013)É visível que a prefeitura de Araquari não está interessada em planejar a cidade, mas sim o crescimento econômico dela. Este novo démarche estratégico vêm devastando as prioridades sociais das agendas governamentais Brasil afora, e Araquari está sendo um exemplo bem claro disto. Tudo em prol de uma suposta competitividade: se em Joinville demoram para abrir empresas, aqui abrimos "na hora". Se lá não tem um Aeroporto decente, aqui nós doamos terrenos para grandes aeroportos. E a lista de itens competitivos é infindável. A cidade (e o desenvolvimento urbano), portanto, vira mercadoria. Uma mercadoria de luxo. Para quem?
A cidade é feita de pessoas, mas o "planejamento estratégico" é feito para poucos. Como qualificar a infra-estrutura de Araquari para a maioria da população, que nem possuiu esgotamento sanitário na maioria das vias públicas? Por que pensar em aeroportos, multinacionais, economia a todo vapor... se o problema da cidade é outro? Acompanhamos mais um exemplo clássico de confusão do que é crescimento econômico e do que é desenvolvimento urbano.
O "planejamento estratégico" sublima qualquer intenção da sociedade na participação da tomada de decisões. Instaura, por sua vez, o poder de uma nova lógica, com a qual se pretende legitimar a apropriação direta dos instrumentos de poder público por grupos empresariais privados (e o pior: grupos multinacionais). E podem apostar: um dos itens mais importantes desta nova lógica será a região metropolitana. Se isso acontecer, a tragédia urbana estará com dias contados para se iniciar.
PS: para os interessados neste tema, vale a pena a leitura do texto "Pátria, empresa e mercadoria. Notas sobre a estratégia discursiva do Planejamento Estratégico Urbano", do Professor Carlos Vainer (UFRJ).
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