segunda-feira, 25 de junho de 2012
O blablablá na terra de Luluf e Malula
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Dizem que uma imagem vale por mil palavras. Mas foi
diferente na semana passada: a foto em que Lula e Maluf trocavam um aperto de
mãos provocou ataques verborrágicos que pareciam não ter fim. Foi um tremendo blablablá.
E ficaram evidentes duas formas de ver as coisas: uma muito emocional, outra nada racional. A primeira reação mais emocional foi do pessoal da direita vociferante, que não perdeu tempo em apontar o dedo a contradições. Falou-se muito em falta de ética e que o PT havia sido contaminado pela imagem pestilenta de Maluf.
E ficaram evidentes duas formas de ver as coisas: uma muito emocional, outra nada racional. A primeira reação mais emocional foi do pessoal da direita vociferante, que não perdeu tempo em apontar o dedo a contradições. Falou-se muito em falta de ética e que o PT havia sido contaminado pela imagem pestilenta de Maluf.
Até aí tudo bem, porque os caras até tinham motivos.
Mas o fato é que esse pessoal não estava disposto a discutir ideias. A intenção
era apenas fazer barulho e acusar o PT de ter tropeçado na ética. Aliás, nada
dá mais prazer à direitona braba que encontrar motivos éticos para desancar o
PT. Foi o gáudio.
Na outra trincheira emocional estavam os petistas mais
sectários, que não se importam com a aliança. Maluf? Ora, se for para vencer a
direita valem até pactos com o diabo. Ah... e entre os petistas havia também aqueles
que gostam de posar de vestais e acham inadmissível serem vistos ao lado de
Maluf. Aliás, são os mesmos quem em 2002 criticaram Lula por ter feito
composições estranhas para chegar ao poder. O problema é que depois eles ficam sempre
caladinhos e coniventes.
O QUE NÃO SEI DISCUTIU -
Houve pouca racionalidade. A coisa ficou no oba-oba e ninguém se deu ao
trabalho de discutir o que é efetivamente essencial. Para começar, vamos aos
fatos: Lula apenas se antecipou a Serra, que também insinuava um namoro com
Paulo Maluf. O partido do senhor “rouba mas faz” era o mais desejado. Lula só
foi mais rápido no aperto de mão.
Tudo aconteceu porque tanto PT quanto PSDB estavam
interessados em mais minutos de televisão. E, ao que parece, a conquista de
mais tempo na telinha justifica todas as insanidades políticas. É o tipo de
coisa que só pode acontecer em lugares onde a democracia ainda está a engatinhar.
Quando o horário na televisão é fator definidor de
eleições, a própria democracia está sob fogo. Um regime democrático não pode
conviver com distorções pouco democráticas, como o poder do horário de
televisão. Porque estamos a falar de governar pessoas e não de vender
sabonetes. Aliás, não conheço nenhum país desenvolvido onde o horário
televisivo seja tão importante para definir os seus governantes.
Há algo de podre no reino da democracia brasileira. E
de factóide em factóide, perde-se a oportunidade de discutir o que realmente
importa: uma verdadeira reforma política. Aliás, vale salientar, a reforma não
interessa a qualquer dos players atuais do xadrez político. Nem à esquerda e nem à direita, até porque na atual situação é difícil distinguir uns
dos outros. Fica evidente que são todos conservadores, porque acham que o
modelo está bem e não querem mudar.
EM JOINVILLE? - A questão da
televisão vale também para Joinville. Porque há verdadeiras inexpressividades
políticas que ganham peso de negociação em tempo de eleições. Não porque tenham
representatividade política, mas porque representam tempo de televisão. O
resultado é que verdadeiros nadas passam a ter protagonismo. E, lá como cá,
algumas coligações acabam sendo autênticos bordeis ideológicos.
As democracias a sério não se fazem assim.
As democracias a sério não se fazem assim.
domingo, 24 de junho de 2012
Diga não aos gafanhotos!
IVANDIR HARDT
Desde os tempos de criança frequentei a Estrada da Ilha, nas casas dos meus avós, tios e primos. Nesta época já vi a grande diferença do lugar onde morava, que era o centro da cidade, local barulhento, com muitas pessoas, rios já poluídos e com poucos pássaros cantando nas árvores.
Na minha cabeça ainda de criança, imaginava como seria bom morar num lugar com rios para pescar e tomar banho, muitos pássaros, grandes pastos para jogar bola e belas casas antigas para apreciar.
Cresci, me formei, vivi no exterior, voltei para o Brasil e construí uma morada neste tão sonhado lugar e agora sou presidente da Associação de Moradores da Estrada da Ilha.
Fiz este pequeno floreio para iniciar a minha discussão e dizer que, diferente de alguns
vereadores, sei muito bem o que a comunidade quer e pelo o que lutamos. Isso porque
a Estrada da Ilha e nossas gerações antepassadas que vieram para cá com a abertura das
primeiras picadas em 1864, têm muita história, amor a terra e cultura para preservar.
Uma comunidade que era alegre, simples, pura, agora vive com o medo da pressão
urbana, medo da urbanização do meio rural num todo. Infelizmente, as novas leis de uso e ocupação do solo vêm igual uma patrola, passando por cima de tudo e todos, inclusive de leis federais. Até o quase morto Desenville foi ressuscitado para colocar pressão na aprovação da nova lei.
Diz a lenda que a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) foi usada como moeda
de troca, em que alguns apóiam o atual governo em troca da tal lei complementar
polêmica. Agora pior que isso, imagine se alguém prometeu o que não pôde entregar
e esta lei complementar não for aprovada. Deve ser por isso que tem gente que parece
nervosa, que perde as estribeiras em qualquer debate. Acho que é falta de sono.
Pesquisei o que quer dizer a palavra vereador e conforme o dicionário
Wikipedia: "Eleito por meio do voto popular para compor o Poder Legislativo, o
vereador é um legítimo representante político do povo. Ele trabalha pelo município
e possui a função de elaborar leis para a cidade, cuidando para que as novas leis e
as já existentes sejam cumpridas". Então, conforme esta definição, o vereador deve
cuidar para que as leis que já existem sejam cumpridas, certo? Aqui em Joinville há
controvérsias! Infelizmente, existem alguns vereadores que não sabem mais quem estão
representando,
Existe um pensamento que li certa vez, que dizia: “O maior inimigo de um governo é
um povo culto”. Felizmente a cidade de Joinville conta com alguns participantes de
associações de moradores, outros tantos anônimos e alguns integrantes da famosa KGB
joinvilense, que praticam algo muito importante e esquecido nesta cidade, a democracia.
E por que isso é tão repreendido por aqui? Ahhh, já sei, aqui em Joinville é proibido
pensar e falar política, é isso? Até o nosso ilustríssimo prefeito Carlito foi para um
programa televisivo do setor imobiliário num certo canal esbravejar e, alguns dias depois, publicou a revogação dos decretos que elegeram os representantes do Conselho
da Cidade. Deve ser duro assinar um documento desdizendo tudo que foi dito pela
televisão.
Vejam, de jeito algum sou um romântico sonhador que imagina este local igual
daqui a 20 anos, algo bucólico e intocado. Muito pelo contrário, deve ser planejado o
futuro, estudado e analisado. Digo sim ao desenvolvimento, mas sou contra à forma
que está sendo feito atualmente. Leis servem para serem seguidas e obedecidas, não
omitidas. Inclusive recentemente tivemos uma declaração do engenheiro Mario Aguiar,
presidente eleito da Associação Comercial e Industrial de Joinville (ACIJ), que falou
o seguinte: “Joinville precisa ter planejamento mais estruturado. O IPPUJ não tem
equipe suficiente para dar conta das demandas, que crescem muito. Há demandas por
melhor mobilidade, por mais conforto, como parques, por exemplo.”
Esta fala define o que está acontecendo com a região da Estrada da Ilha, pois querem
aprovar algo sem os devidos estudos de impacto ambiental, impacto de vizinhança,
estudo de contenção de enchentes, estudos de mobilidade, estudos de tratamento
de esgoto, estudos de incentivo ao agricultor local, valorização da cultura local
(construções, costumes, agricultura, comidas típicas, tradições entre tantos outros)
e sem a mínima infra-estrutura e equipamentos públicos( postos de saúde, escolas,
transporte coletivo) Alguém conhece o ditado: "e melhor prevenir do que remediar"?
Muito me entristece saber que para alguns o dinheiro, o lucro, a riqueza são as
únicas coisas que interessam. O negócio é destruirmos tudo por aqui na Terra e depois
nos mudarmos para Marte, igual às pragas de gafanhotos, que destroem um lugar e se
mudam para outro. É isso?
Na audiência pública da Estrada da Ilha no mês de abril tive o desprazer de presenciar
uma pessoa dizendo a seguinte frase: “se vocês querem criar vaquinhas, vão para
Garuva e comprem terrenos por R$0,50 o metro quadrado". Será que este cidadão
não dá valor à parte histórica da região, ao cinturão verde, às áreas de amortecimento
urbano? Outra frase marcante foi a de um vereador dita no interior da Câmara de
Vereadores aos moradores da Estrada da Ilha: “Vocês vão ficar milionários”.
O dinheiro não compra tudo, como rios limpos, ar puro, tradição, respeito, dignidade e
história conservada. A região da Estrada da Ilha é muito maior que um simples maço de
dinheiro aguardando a valorização e, quando isso for descoberto, pode ser tarde de mais. Então, que o bom senso, a ética, a cidadania e a transparência continuem vencendo esta
batalha.
Ivandir Hardt é presidente da Associação de Moradores da Estrada da Ilha.
sábado, 23 de junho de 2012
Paraguai: a ditadura de Stroessner
ET BARTHES
E já que o Paraguai é o tema do momento, que tal relembrar coisas que marcaram a história daquele país? Ah... e no fim os comentaristas falam do agora ex-presidente Lugo. O primeiro presidente paraguaio que não era do Partido Colorado, que dominou a política local durantes as últimas seis décadas.
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