terça-feira, 19 de junho de 2012

Todo mundo peladão

ET BARTHES
Protestar e denunciar as coisas más do mundo é sempre importante. E os caras da tal World Naked Bike Ride têm um jeitão muito original: todo mundo peladão a andar de bicicleta pelas ruas das cidades. As imagens são de poucos dias atrás, num desfie em Toronto, no Canadá. Eis uma boa ideia para Joinville. Afinal, não é a cidade das bicicletas?



Uma breve discussão sobre pesquisas eleitorais

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Na última semana presenciamos um fato muito curioso, e raro de se ver. O mesmo instituto de pesquisa fez duas abordagens, em um período curto de tempo, com resultados totalmente diferentes. Clarikennedy Nunes até se vangloriava de sua liderança, quando, dias após, a outra pesquisa colocava-o como terceiro colocado em alguns cenários, com 12 pontos percentuais a menos. Li no Facebook várias especulações sobre pesquisas eleitorais, inclusive colocando em xeque a veracidade de tais resultados. Como Cientista Social, com alguma experiência neste ramo de pesquisas, e autorizado a assinar pesquisas eleitorais devido a minha formação, creio ser pertinente debatermos algumas breves questões sobre este tema aqui no Chuva.



Como explicar uma diferença tão grande nos resultados, em tão pouco tempo? Não tive acesso à pesquisa completa registrada no TRE (com demonstrativos de metodologia, etc), mas isso ocorre geralmente por três fatores: 1) a ocorrência de algum fato político definidor do comportamento dos eleitores neste intervalo entre uma pesquisa e outra (não foi este o caso), 2) uso de metodologias diferentes de abordagem (presencial ou não-presencial, nível de confiança e margem de erro distintos, ou a escolha de lugares diferentes para abordagens) e 3) a equipe de campo não foi corretamente supervisionada, a ponto de haver alguma alteração dos dados sem a checagem do supervisor de campo, o qual orienta os pesquisadores (considerando a experiência do IBOPE, creio que também não foi este o caso).

Pode ocorrer que um candidato tenha mais inserção em bairros onde a pesquisa teve uma maior proporcionalidade em relação à outra. Por exemplo, se 5% de toda a amostra de uma das pesquisas foi realizada no Bairro Itaum, onde o candidato X tem um grande eleitorado, e na outra pesquisa, apenas 1% foi realizado no Itaum, a diferença irá aparecer no final. E dentro do Itaum podem haver pontos diferentes de abordagens dos pesquisadores (na frente de uma igreja evangélica ou da associação de moradores) o que influencia na hora de responder às perguntas. Há ainda outros itens menores que também influenciam, como roupa dos pesquisadores, dias da semana, e o não cumprimento da aleatoriedade na abordagem, focando apenas em um "perfil" de transeuntes.



Por mais demonstrações que o Instituto tenha dado, soou muito estranho. Entretanto, ainda acredito numa abordagem séria e profissional dos pesquisadores e de quem tabulou todos estes dados. O Instituto não deveria, ao meu ver, abordar com duas metodologias tão distintas num período tão curto (a vontade do cliente sempre é atendida, infelizmente). Mas que foi extremamente engraçado ver os apoiadores de Clarikennedy se mobilizarem nas redes sociais para tentar explicar esta diferença... ahhh, isso foi! Por isto que, em eleições, ficam sempre as dicas: não se deve contar com o ovo na galinha e nem com a farofa da cuca.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ELEIÇÕES 2012


A honestidade de Tebaldi


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A honestidade é uma virtude indispensável na política. E é bom ver quando um político faz declarações honestas, mesmo sabendo que isso traz riscos. É o caso do pré-candidato Marco Tebaldi, que confessou ter errado quando no comando da Prefeitura de Joinville. E mais: ele diz que quer voltar para consertar os erros.
 O leitor e a leitora do Chuva Ácida devem admitir que a atitude merece registro.

A declaração levanta questões, algumas delas importantes neste processo eleitoral. Afinal, qualquer admissão de erro por parte de um político - algo raríssimo - tem sempre alguma repercussão entre o eleitorado. Há consequências. Mas vamos por partes:

1. Ao admitir que errou, implicitamente Marco Tebaldi desautoriza os seus apoiantes, reunidos em torno do movimento “Volta Tebaldi”. Porque temos ouvido repetidas vezes, pelos assessores, sequazes ou simples baba-ovos do ex-prefeito (que são mais tebaldistas que o próprio Tebaldi) que ele teve uma administração imaculada e que naqueles tempos Joinville era uma espécie paraíso ao sul do Equador. Ou seja, passam a ideia de que Tebaldi é o prefeito perfeito e nunca erra.

2. Outro fato importante. Tebaldi vai ainda mais longe, ao dizer que tem noção de ter falhado e que quer voltar à Prefeitura de Joinville para consertar os erros. Mas ele sabe que corre riscos, porque a sinceridade em política nunca foi boa estratégia. Ao admitir que errou, Tebaldi assume uma posição arriscada à frente dos eleitores e dos seus adversários. Afinal, os eleitores costumam ser implacáveis e associam o erro à incompetência.

3. Outro ponto a destacar. É claro que os adversários vão insinuar – agora com motivos - que ele é incompetente. Porque errou e admite que errou. Aliás, isso dá munição ao governo de Carlito Merss, que vem insistindo vezes sem conta na culpa das administrações anteriores. Marco Tebaldi admite que errou e, ao admitir tal fato, está a dar alguma razão ao sucessor petista. Parece então que algumas culpas podem mesmo ser atribuídas aos erros da administração anterior.

Em resumo: um prefeito que erra merece voltar ao lugar para consertar os erros? Isso será o eleitor a decidir.


P.S. - A declaração foi feita numa entrevista ao pessoal de uma associação comunitária (Comcasa) e está registrada no vídeo abaixo.


domingo, 17 de junho de 2012

Embrulhando tainha com o jornal de ontem



Diz a sabedoria popular que o jornal de hoje serve para embrulhar o peixe de amanhã. Em temporada de tainha, a frase faz ainda mais sentido.

Num jornal local, o deputado Clarikennedy Nunes aparece em primeiro na pesquisa IBOPE, com 28% das intenções de voto. Menos de três dias depois em outro jornal outra pesquisa do mesmo IBOPE mostra o pré-candidato em segundo com 16% das intenções de voto. Em poucos dias houve uma redução de 12% das intenções de voto.

O jornal que o deputado está lendo com expressão de satisfação já deve servir só para embrulhar tainha.