terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O 2011 de nossos representantes

POR CHARLES HENRIQUE

Mais um ano está indo, e a época de retrospectivas, vindo. Eu vou entrar nessa onda. Afinal, em uma véspera de eleições é salutar que lembremos do que nossos representantes (aqueles que tem domicílio eleitoral aqui na cidade) andaram fazendo por aí...

O Chuva Ácida, que está no ar desde 23 de setembro deste ano, tem o dever de alertar o cidadão joinvilense para algumas questões, fomentando o debate e qualificando a opinião de cada um sobre os mais diversos temas aqui levantados. Se porventura algum fato for esquecido, ou simplesmente não comentado, deixo claro desde já que os comentários serão bem aceitos. Então, vamos lá:

PREFEITURA: Esse foi o ano em que o Carlito mais inaugurou obras. Pequenas e pontuais, mas foram obras. Algumas pontes, praças, asfaltamentos, binário polêmico e um falso parque ali na rotatória da Rua do Bera. Teve o esgotamento sanitário, a falência de duas empreiteiras que estavam realizando duas obras importantes, pacotão de 60 medidas que ainda não foram implementadas em sua integralidade, greve que praticamente parou a cidade, estratégias erradas com aliados políticos, Presidente da Fundema preso, submissão à Câmara de Vereadores no repasse das sobras, não-renovação do Conselho da Cidade, pressa na discussão da LOT. Diante disto tudo, 2011 foi o melhor dos três anos de gestão de Carlito. Ainda está longe do ideal, mas parece que os petistas se encontraram.

LEGISLADORES EM BRASÍLIA: Nossa representatividade no Distrito Federal é muito aquém do que a cidade merece. Dois senadores e um deputado federal. Pouco. Quando estive em Brasília, a ministra Ideli Salvatti me confessou que “falta força política para representar os anseios de Joinville junto ao Congresso e União”. O senador LHS se envolveu em polêmicas com o novo Código Florestal ao ser o relator do projeto. E só. No mais ele atuou como o estrategista que sempre foi. Paulo Bauer protocolou um Projeto de Lei interessante: tirar o imposto dos medicamentos. Já Mauro Mariani se afastou demais do cenário joinvilense, rodeando mais as cidades do norte catarinense. Parece que o único deputado federal aqui da região já está pensando em voos maiores para 2014...

GOVERNO DO ESTADO: foi tão apagado, mas tão apagado, que se resume à novela do BNDES. E só. Para quem tanto critica a gestão Carlito e apóia Colombo, o constrangimento deve ser a primeira palavra do dicionário.

DEPUTADOS ESTADUAIS: o quê falar deles após a denúncia que fizemos aqui no Chuva? Diárias para “ficar” em Joinville, sendo que aqui é o reduto eleitoral dos mesmos? Gastos absurdos com telefone e postagem? “Meteram o bedelho” nas principais polêmicas da cidade, mas, pouco produziram (ah, protocolaram vários projetos de subvenção social)... penso que já gastei linhas demais para falar do Clarikennedy, do Nilson e do Darci.

CÂMARA DE VEREADORES: o aumento ou não do número de Vereadores acabou resumindo o ano dos nossos legisladores municipais. Sem contar a “média” que tentaram fazer na greve dos servidores estaduais e saíram prejudicados, pois estavam atuando em um tema que não lhes pertencia. Além disso, muito barulho com as sobras do orçamento da casa. Parece que as discussões mais importantes que passaram por lá foram os Projetos de Lei advindos do Executivo e que foram amplamente debatidos, devido a grande oposição ao Executivo.

UNIÃO: Se atrapalhou demais com o caso da BR-280 (as denúncias de corrupção em licitações suspendeu todo o processo), UFSC-de-um-curso-só e BNDES (fez um empurra-empurra). Um ano sem ter muito que falar.

Num geral, o ano de 2011 foi de muitas expectativas não correspondidas, da mesma forma que 2010 e 2009. Percebe-se que tudo já está sendo feito pensando nas eleições do ano que vem e também na de 2014 (nenhuma novidade). Muitas pendências para 2012, e muitos capítulos de novelas mexicanas ainda não chegaram ao fim.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Chovendo no Twitter

Coreanos choram a morte de Kim Jong Il

POR ET BARTHES

O generalíssimo Kim Jong Il bateu o coturno. E parece que os norte-coreanos vão aproveitar a morte do Querido Líder para bater o recorde do mais histérico e mais ruidoso choro coletivo da história da humanidade. As imagens impressionam, o som chateia. Agora só resta saber se é mesmo choro pelo pesar ou se são lágrimas de crocodilo.

Santos 0 x 4 Barça

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO


O Barcelona tratou o Santos como trata a maioria dos seus adversários. Ou seja, deu uma aula de futebol. Mas o jogo de ontem pôs frente a frente duas realidades muito distintas. E as comparações não podem ficar restritas ao que aconteceu no relvado do Nissan Stadium. Foi, antes de tudo, um confronto cultural.


Para começar, o torneio é encarado de forma diferente nos dois continentes. Yokohama parecia ser o único objetivo para o Santos, ao ponto de a equipe não dedicar atenção suficiente ao campeonatos que disputou. E mesmo jogadores que poderiam estar a fazer carreira na Europa, desde o início das ligas, decidiram ficar no Brasil apenas por causa desse jogo.


Os times europeus não dão importância a esse torneio. É claro que os torcedores comemoraram (afinal, é um título mundial), mas a ida ao Japão obrigou a equipe a se desligar das competições que realmente importam: a liga espanhola e a Champions. É só ver as audiências das televisões para perceber que esse campeonato não é um produto apetecível na Europa.


Sobre o que aconteceu em campo, foi o jogador Puyol quem, no fim do jogo, deu a melhor definição, ao dizer que o Santos joga numa liga mais lenta. E ao falar em “liga”, está a falar do futebol brasileiro como um todo. O fato é que o melhor time brasileiro não teria grandes chances ao disputar qualquer uma das cinco melhores ligas europeias.


Na prática isso explica por que os técnicos brasileiros não tem mercado na Europa. E até os jogadores, mesmo os craques, precisam de passar por um período de adaptação quando mudam para clubes europeus. Aliás, se uma crítica pode ser feita a Muricy Ramalho é o fato de ele não ter iniciado o jogo com Elano, jogador com experiência na Europa.


E por falar no técnico santista, a imprensa europeia destaca hoje uma análise sua, quando diz que o Barca joga num esquema tático 3-7-0. “No Brasil seria um absurdo, viraria caso de polícia e mandariam prender o técnico. Temos o costume no Brasil de que o número de atacantes indica ofensividade, mas o Barcelona prova que é possível jogar bem e fazer gol sem nenhum atacante. Quem sabe aos poucos a gente não comece a aceitar isso no futebol brasileiro também”, disse Muricy Ramalho.


Certíssimo. Os brasileiros vivem com o mito de que o Brasil é o país do futebol. Mas produzir craques não é tudo. O fato é que existe uma indústria do futebol. E, assim como em outros setores da economia, o Brasil precisa deixar de ser fornecedor de mão-de-obra (ou, neste caso, pé-de-obra) barata e tentar ganhar competitividade. Isso exige uma reorganização, um modernização e uma mudança de mentalidades.


José António Baço é torcedor do Santos

Barça 4 x 0 Santos



Por JORDI CASTAN

Otorcedor do Barça já faz algum tempo que ao hino do time, tem incorporado outro“grito de guerra”: “Oh-le-le-oh-la-la ser del Barça es el millor que hi há”.Que não quer dizer outra coisa que não há nada melhor que ser torcedor doBarça.

Se porum lado o resultado foi reflexo do que se viu sobre o terreno de jogo, também éverdade que a imprensa brasileira criou um clima de duelo e de igualdade que sófoi verdade nos editoriais dos jornais, dos programas de radio e principalmentedas dezenas de horas que diariamente a televisão dedica ao esporte em geral eao futebol em particular.

Nãohouve cor no embate previsto e tãoanunciado entre Messi e Neymar. Messi é um jogador mais maduro, com maiorexperiência e Neymar tem um futuro promissor, que ainda não se há concretizado.Não houve tampouco duas equipes sobre o terreno de jogo de Yokohama, o FCBarcelona se apresentou com a melhor equipe possível, respeitou o rival e mesmosem Villa lesionado e sem Alexis também com problemas, mostrou a seriedade comque encarou o jogo. O Santos cometeu, tal vez um único erro, o mesmo quecometeu o Al Saad, vestir de branco, o FC Barcelona se cresce e saca o seumelhor futebol quando enfrenta equipes que vestem de branco, o branco despertao sentimento mais bravio e esporea ainda mais a vontade de vencer nesta equipe. Mesmo sem receber nenhuma primaou bicho pela vitoria a equipe catalã mostrou profissionalismo e mostrou osméritos que a trouxeram até este campeonato. Sob a batuta de Pep Guardiola o FCBarcelona tem ganhado 13 dos 16 troféus disputados, os aficionados do Barça, naCatalunha e no mundo todo, tem toda a razão para entoar depois de cada jogoque: Ser do Barça é o melhor que há.

Com 72%de possessão da bola alguns aficionados ao futebol, não gostaram do jogo, quealegando que não foi um jogo equilibrado, que só tinha uma equipe sobre ogramado e que a quase perfeição que o Barcelona há desenvolvido e vempraticando no trato com a bola e na pratica deste esporte denominado futebolfatiguem. Alguém já disse que ver jogar o Barça cansa. Para mim que me crieifutebolisticamente vendo jogar a Johan Cruyff, Neeskens, Hugo Sotil, Reixach eoutros grandes jogadores, tendo como treinador a Rinus Michels, ver o Barça foie continua sendo uma festa. Por isto que o Barça é mais que um clube, é umaforma de viver, de sofrer, de curtir e de sentir. No domingo vimos um recitalde bom futebol, de respeito pela bola e de seriedade, fico com a frase deNeymar: "Hoje, oBarcelona nos ensinou a jogar futebol"., a sua humildade foia melhor imagem do dia.

Jordi Castan é torcedor do FC Barcelona