quarta-feira, 17 de julho de 2013

Acreditar em Deus? Não, obrigada.


POR FERNANDA M. POMPERMAIER

O bom senso orienta: não discuta política, religião ou futebol.

Vamos discutir então temas que não causem nenhum impacto na nossa vida diretamente. Que não mexa com as nossas certezas, formas de ver o mundo ou se relacionar.

É isso mesmo?

Não posso concordar.

Quero acreditar que no meu circulo próximo de amizade ou dentre os leitores bem resolvidos desse específico blog podemos sim discutir temas polêmicos da forma como eles devem ser abordados: com respeito e tolerância. Vale lembrar que ateísmo, homossexualidade ou aborto AINDA são temas polêmicos no Brasil, mas não o são em muitos outros países, como, por exemplo, a Suécia. Aqui, se digo que não sigo nenhuma religião ou que não acredito em Deus, muitas pessoas respondem: Claro.
No Brasil, nos poucos momentos em que toquei no assunto, ouvi todo o tipo de sermão, inclusive um: você vai arder no fogo do inferno! E se não acredito em Deus automaticamente não acredito em Diabo, inferno e etc... então não chega a ser, assim, uma ameaça que me tire o sono. Mas vamos lá, é difícil para muitas pessoas compreender uma forma de viver que não abrange Deus. Desde que nascemos ouvimos que Ele existe e cada religião se encarrega para da sua forma manter a tradição e a crença dos fiéis através dos rituais, leituras, sermões, catequeses e outros.

Eu cresci numa família católica bastante praticante. Fiz batismo, comunhão, crisma, fui coroinha, coordenadora de grupo de jovens... participei de todas as formas possíveis da vida na igreja. Mas sempre tive perguntas que ficavam sem respostas. E na academia eu aprendi que dúvidas são boas e que bons projetos começam com boas perguntas. Nunca desrespeitei minhas questões e os desejos de solucioná-las. Fui atrás de respostas e passei por algumas fases. Primeiro achei que o espiritismo fazia sentido, depois desencantei e me convenci de que "deve existir uma força maior", que devemos ter alma ou algo que irá durar para sempre. Mas logo percebi que esse na verdade era o meu desejo infantil de não aceitar o fim como ele realmente é: o fim.

Entrei em sites de ateus com fóruns de discussão, li livros do Richard Dawkins, assisti documentários... E tudo fez mais sentido.
Foi um momento complexo na minha vida. Foi difícil aceitar que não exista mais nada além do que vemos, que o universo é gigante, que a humanidade é um acaso e que a minha vida é um ponto insignificante na história da Terra.
O raciocínio foi o seguinte: a Terra tem aprox. 4,5 bilhões de anos, o ser humano vive na Terra há aprox. 200 mil, desses apenas nos últimos 50 mil anos os grupos de seres humanos tiveram algum tipo de ritual relacionado à morte ou a criação de Deuses para explicar o inexplicável. O sobrenatural sempre foi uma resposta para perguntas sem resposta. Quando o homem não podia explicar o sol, os trovões, a chuva, ele tinha os deuses relacionados à natureza. A partir do momento em que a ciência passou a explicar esses fenômenos, a religião foi preenchendo outros vazios. Hoje a evolução é aceita por muitas religiões então "sabe-se" de onde viemos, mas ainda não se explica o antes do Big Ben, e aí alguns colocam Deus. Eu prefiro ficar com a pergunta sem resposta.
A morte também é outra questão fundamental porque ninguém morre e volta para contar. Eu já vi corpos se decompondo e não acredito em nada que meus olhos não vêem então pra mim morreu, vira comida de minhoca, simples assim.

Não me leve a mal, não tenho nenhum preconceito com quem acredita em vida após a morte, e sinceramente, desejaria profundamente que eu estivesse errada e que eu tivesse uma grande surpresa depois da minha morte. Só teria a ganhar. Imagine que maravilha reencontrar as pessoas que amo e de alguma forma perpetuar tudo que hoje eu sou. É muito difícil, por exemplo, saber que minha filha não é imortal. Mas esse desejo não me convence de que isso possa ser verdade. A verdade para mim é essa: não existe nada entre o céu e a terra além de ar. Eu acredito no aqui e agora, não acredito em milagres, não acredito em Deus e se tiver de dizer que acredito numa força maior que rege toda a vida no universo e no nosso planetinha preciso dizer que ela deve ser a gravidade.

Se quiser ler mais a respeito, o site que comentei é esse: http://ateus.net/

E o Richard Dawkins é esse:
 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Por um dia do homem que erradique o machismo

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Pode parecer contraditório, mas o dia do homem possui várias serventias, inclusive para uma sensibilização que erradique o machismo de nossa sociedade. A data comemorada no dia de ontem, infelizmente, já foi absorvida pelo mercado e tende a impedir este objetivo ou difundir o que não é pertinente para o momento. As perfumarias, lojas de roupas masculinas e setores correlatos desconfiguraram os reais debates,os quais precisam ser evidenciados.

E por mais que o Ministério da Saúde utilize a data para campanhas contra doenças exclusivamente masculinas, como o câncer de próstata, por exemplo, e também que grupos feministas alertem sobre uma data pela qual "celebra o incelebrável", a data serve para o alerta dos milhões de momentos de violência contra a mulher e que acontecem diariamente mundo afora e cometidos pelos homens. Humilhações, agressões físicas, morais, verbais, institucionais, e várias outras situações que estamos cansados de falar aqui no Chuva Ácida precisam parar de existir.

Infelizmente, isto ainda não é uma pauta estatal. As Secretarias de Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres, ambas do governo federal, poderiam muito bem utilizar esta data para campanhas que atinjam os homens de forma mais direta. O movimento feminista atinge um número maior de mulheres a cada ano que se sucede; porém, é um pouco tímido no diálogo com o público masculino e tem um grande campo para atuar. Além da proliferação dos movimentos de contestação feministas, precisamos da regressão do machismo institucionalizado em nossa sociedade. O 15 de julho precisa promover a mesma libertação de um 8 de março.

Desta forma, ao invés de celebrarmos uma data de cunho meramente comercial ou ligado à saúde pública, promoveremos uma mudança no perfil de nossa sociedade. O processo é lento, tortuoso, mas a longo prazo pode surtir grandes efeitos. Ao invés do enfrentamento e da simplória negação, devemos aproveitar as oportunidades. Ao invés da pura comemoração, o esclarecimento. Ao invés do consumismo, igualdade para todos.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Xuxa curte, a criançada se diverte...*

POR ET BARTHES

Sem palavras. Apenas legendas.


* Dica do leitor Bruno Costa.

Não se faz o futuro com ideias velhas


POR JORDI CASTAN
A criatividade é um produto escasso e pouco valorizado às margens do Cachoeira. Desafio qualquer pessoa a indicar uma única ideia inovadora, criativa ou simplesmente nova que tenha sido proposta e implementada em Joinville nos últimos anos.

A situação é mais preocupante porque além da sistemática falta de criatividade, incorporamos ao nosso entorno outras características que combinadas são perversas. A primeira é a falta de curiosidade para aprender, para buscar novos conhecimentos, novas experiências e nos questionar ao ponto de 
colocar em xeque as nossas "verdades". Ao deixar de questionar, aceitamos como verdadeira uma série de falácias, inverdades e bobagens que, por se convertem num lastro impossível de carregar, nos impede de avançar.

A segunda é a pior: a nossa prepotência e a arrogância, que se converte em falta de humildade. Esta falta de humildade é a que nos impede de aprender. Porque nos impede aceitar nossa ignorância, nossa incompetência e nossa falta de capacidade para sair desse circulo vicioso em que estamos mergulhados faz quase um quarto de século.

1 MILHÃO DE HABITANTES - Não está claro se a Joinville do milhão de habitantes é uma visão ou uma quimera. O que fará ou não a diferença nesta Joinville imaginária, que deverá ter mais de um milhão de habitantes daqui a trinta anos, são as decisões que tomemos e as que não tomemos hoje. A diferença não está em fazer melhor as mesmas coisas que fazemos hoje. O que poderá fazer de Joinville uma cidade melhor, competitiva e inovadora está intimamente ligado à nossa capacidade, como sociedade, de criar, inovar e desenvolver novos modelos de cidade. Ou seja, de incorporar novos parâmetros e novas premissas.

Para poder traçar as linhas mestras desta Joinville do futuro é preciso ter a capacidade de enxergar além do horizonte. É necessário identificar o essencial e ser capaz de sonhar uma nova realidade. Porque primeiro precisamos sonhar, só a partir desse ponto será possível iniciar um processo de mudança.

Inútil dizer que esta não seria uma empreitada fácil, até porque pode parecer uma meta inatingível. A sua dificuldade maior reside nas nossas cabeças e nas dos nossos líderes. Ao priorizar o que é possível, estabelecemos como padrão o pragmatismo, a racionalidade. E o resultado será inevitavelmente mais do mesmo. Pode ser que agora as coisas se façam melhor, que o desperdício seja menor e que até se administre melhor. No momento, não há nem certeza que isso seja verdade. A ideia que o ótimo é o inimigo do bom encaixa bem e consolida essa forma de pensar e de agir. Assim não precisamos buscar a excelência e nos satisfazemos com a mediania.

Não há em Joinville um think tank, uma fábrica de ideias, um grupo focado em pensar além do possível. Não há preocupação em identificar modelos de cidades inovadoras, sustentáveis, modernas e criativas. Cidades que são consideradas internacionalmente como referência e que poderiam inspirar uma profunda mudança de modelo. Aqui parece que algum decreto municipal proíba pensar fora da caixa. O sistema não estimula e tampouco permite.


Nesse quadro, tem muitas chances de acertar quem aposta em que nada vai mudar substancialmente nas próximas décadas e que a Joinville daqui a 30 anos será só uma cidade maior. É que o nosso futuro será mais do mesmo.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A luta das ruas (um contraponto a Moacir Bogo)

Foto do Movimento Passe Livre
POR MAIKON JEAN DUARTE

Na segunda-feira (08/07/2013), em artigo publicado no jornal A Notícia, o empresário do transporte coletivo Moacir Bogo comentou da utopia que é a tarifa zero universal, ignorou o debate sobre a PEC90, assim como deixou de lado todo acúmulo de considerações construídas coletivamente sobre mobilidade urbana.

A redução da carga tributária serve somente para atender às necessidades das empresas de transporte coletivo. É dinheiro que o Estado deixa de recolher de quem lucra com o direito de ir e vir da população. É dinheiro que não será investido na saúde e na educação. É uma política de favorecimento de uma minoria, em detrimento da imensa maioria, o povo. Por isso, movimentos sociais, como o Movimento Passe Livre, não defendem a redução de impostos para os grandes empresários.

O MPL não tomou as ruas nas últimas semanas. Em Joinville, há oito anos as ruas são ocupadas na defesa de um transporte público, gratuito e de qualidade. Fato ignorado pelo articulista. O povo ocupa as ruas convicto quanto à implantação da tarifa zero. É possível pagar a conta através do IPTU progressivo, ou seja: quem pode mais paga mais, quem pode menos paga menos e quem não pode, não paga.

Também é possível cobrar por meio das multas do estacionamento rotativo, tributações dos grandes empresários do setor industrial e da especulação imobiliária. Nada mais justo que pagar a conta quem lucra com o trabalho diário de milhares de pessoas.
Um reflexo das lutas populares foi a PEC90. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a PEC90, que dispõe o transporte coletivo urbano como um direito social no Artigo 6 da Constituição Federal. Segundo o texto, o transporte “cumpre função social vital, uma vez que o maior ou menor acesso aos meios de transporte pode tornar-se determinante à própria emancipação social e o bem-estar daqueles segmentos que não possuem meios próprios de locomoção”.

Uma pergunta que fica no ar. Como duas empresas privadas, cuja concessão é questionada por operar na ilegalidade há mais de 40 anos, irá atender um direito social? Por isso, as mobilizações defendem uma empresa pública de transporte com tarifa zero para todo o povo. E a conta? Será paga por quem lucra milhões.

Maikon Jean Duarte é professor na rede estadual e privada de ensino

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Os carecas e a brigada do reumatismo


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Dá para imaginar uma coisa mais ridícula do que uma manifestação pelo fim do comunismo e a volta dos militares ao poder? Mas aconteceu em São Paulo. Menos  mal que a coisa reuniu apenas uma meia dúzia de burros pingados. Aliás, o mais insano é que a coisa juntou skinheads e a brigada do reumatismo, velhotas acima dos 60 que têm saudades da ditadura. É a piada pronta.

É claro que a manifestação foi um fracasso e foram apenas umas 100 criaturas a arrastar as ferraduras pelo asfalto da Avenida Paulista. De qualquer forma, acho que tem por aí muita gente que sonha com a ditadura e não pôde ir: os skinheads por falta de quórum, pois não devem passar de dois ou três (ser racista num país de caboclos e mulatos é mau para o  recrutamento) e no caso dos velhotes, a incontinência urinária fez a sua parte.

O fato é que tem gente louquinha para lamber coturnos. Não sei se o leitor e leitora já viram, mas nas redes sociais ou nos meios de comunicação de vez em quando aparece alguém a render homenagem aos generais da ditadura. O elogio mais comum é de que os caras morreram pobres. É, amigos, no Brasil morrer pobre é uma virtude, mesmo que o cara tenha uma biografia toda salpicada de sangue.

Mas onde é que o comunismo entra nessa história? Só tem uma explicação: os skinheads não têm cérebro e os velhotes estão meio xexés. Só pode ser isso.

A solução é mandar para a rua!

POR CLÓVIS GRUNER


Em janeiro deste ano, o então recém-empossado prefeito Udo Döhler visitou o loteamento Juquiá, no bairro Ulysses Guimarães, e prometeu “dar atenção para estas áreas carentes”, e aos moradores a “dignidade de, pelo menos, terem um endereço”. Estamos em julho, e eis a solução: desde o último final de semana, as cerca de 50 famílias – aproximadamente 150 pessoas – que vivem no Juquiá tem até 30 dias para o deixarem. A notícia chegou aos moradores na sexta-feira, quando uma comitiva formada por representantes das secretarias de Habitação e Infraestrutura do Município, do Ministério Publico Estadual, da Fundema e da Polícia Ambiental esteve no loteamento.

Impossível não se perguntar qual destas entidades esteve no local nos últimos quatro anos e quantas vezes, tentando mediar o problema e oferecer aos moradores outras soluções que não a saída de suas casas? Cínicos, secretários e demais autoridades justificam a medida apelando a razões ambientais, como se não fosse um problema ambiental, além de social e humano, mais 50 famílias desabrigadas. Em matéria publicada no Notícias do Dia, o representante da Fundema destacou que as pessoas vivem em uma situação frágil, sugerindo que o despejo não interessa apenas aos órgãos públicos, mas aos próprios moradores. Ninguém duvida das condições precárias em um loteamento irregular, nascido de uma ocupação. Por outro lado, e até onde li, ficou por responder uma questão a meu ver central: por que estes senhores acham que o desespero de não ter ou saber para onde ir, é melhor que morar no Juquiá? Permitam-me refazer a pergunta: se o loteamento está irregular desde 2009, quando os primeiros moradores chegaram, por que foram necessários quatro anos para se encontrar uma solução e por que a solução, quando chegou, veio na forma do despejo?

UM PROBLEMA CRÔNICO – O déficit habitacional não é um problema exclusivamente local, e tampouco é novo. Em algum momento entre 1990 e 91, quando era repórter do jornal A Notícia, lembro de ter coberto uma ação de despejo executada pela Polícia Militar em um terreno ocupado, acho que na Zona Sul. Na ocasião, uma das poucas entidades – se não a única – a prestar assistência às famílias era o Centro de Direitos Humanos, ainda sob a liderança da irmã Maria da Graça Bráz. Juntos, fizemos para o jornal uma pequena série de reportagens sobre o processo de favelização de Joinville, que eu acreditava à época, ser fenômeno novo. Estava enganado.

Anos depois, fuçando nos documentos do Arquivo Histórico para minha pesquisa de mestrado, descobri que se trata de um problema que se arrasta desde mais ou menos os anos de 1960, e que principalmente nas décadas de 1970 e 80 tomou proporções dramáticas e incontroláveis. Hoje, segundo números oficiais da PMJ, o déficit habitacional é de aproximadamente 14 mil moradias, um número alarmante para uma cidade que tem mais ou menos 500 mil habitantes. Por outro lado, de acordo com o Censo de 2010, cerca de 12 mil domicílios da cidade estão vazios, em uma flagrante contradição que revela dimensões mais profundas e complexas da questão habitacional.

Há alguns anos a Frente de Luta pela Moradia Joinville vem não apenas denunciando o processo de espoliação urbana que grassa na cidade, mas reivindicando o desenvolvimento e a implementação de uma política de moradia efetiva, capaz de responder a uma situação que só faz agravar-se. Em outras palavras, defende que o poder público eleja o problema habitacional uma de suas prioridades, e alerta que a contrarresposta ao descaso crônico tem sido, nas últimas décadas, a sistemática ocupação de terras, prática que remonta pelo menos aos anos 70 e é responsável, entre outras coisas, por drásticas mudanças ambientais, tais como a quase total destruição dos mangues.

NECESSIDADES PÚBLICAS, INTERESSES PRIVADOS – Sabe-se, no entanto, que tal política precisa confrontar interesses privados, para quem o bem estar público pouco ou nada interessa. A especulação imobiliária tem sido, historicamente, um dos principais entraves para uma política pública efetiva voltada à democratização da moradia. Se se trata o solo como mercadoria, sujeitando-o às leis do mercado, privatiza-se o direito a morar, tornando principalmente as camadas mais pobres reféns de imobiliárias e grandes concentradores de terras, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. Também historicamente, e não apenas em Joinville, o poder público tem sido não apenas conivente, mas um parceiro efetivo dos especuladores: ao investir em terras desocupadas, valorizando-as comercialmente, corrobora com o processo que dificulta ainda mais a quebra dos mecanismos de mercado, o que poderia tornar a habitação de fato um direito a ser usufruído pela maioria.

Uma das moradoras que teve seu destino selado na sexta-feira última, Catarina da Cruz, está há anos inscrita em um programa habitacional da Prefeitura, sem sucesso. Ou seja, passou pelo final de um governo – o do tucano Marco Tebaldi – e pelos quatro anos de seu sucessor – o petista Carlito Merss –, sem solução. Não me surpreende que a tenha encontrado agora, em um governo de direita e que tem à frente um prefeito conhecido pela sua pouca sensibilidade social e pelo excessivo pragmatismo. Empresário de sucesso, homem de resultados, Udo Döhler talvez resolva um drama de quatro anos, o do loteamento Juquiá. E junto com este, resolve também a situação de quem está há ainda mais tempo vivendo um cotidiano marcado pela extrema fragilidade. O problema é que o vislumbre de futuro é ainda mais incerto e precário que as incertezas e as precariedades do presente. 

Em menos de 30 dias, Catarina, suas três filhas e vizinhos não terão para onde ir depois de serem expulsos para fora de suas casas, provavelmente com a truculência característica das autoridades brasileiras quando lidam com miseráveis. Como o prefeito Udo Döhler prometeu em janeiro, eles terão enfim um endereço: a rua ou algum abrigo improvisado. E se é isso que ele entende por "atenção", temo pela sorte dos demais desassistidos da cidade pelos próximos quatro anos.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Aos trancos e barrancos passou 1 ano!

Hoje estou completando 1 ano de blog e, neste espaço, que divido com todos os molhados, leitores e alguns fãs (será???) quero agradecer principalemnte aos que acompanham todas as quartas-feiras os meus textos sobre esporte que, em alguns momentos se misturaram com política e entenderam que estou aqui apenas para compartilhar a minha opinião esportiva.

Nesse um ano, tive a oportunidade de estar mais próxima de algumas referências no esporte de joinvile, como:



Valdin, o bravo homem, que no auge da sua carreira, se viu obrigado a superar um grande obstáculo e, não se mostrou inerte, enfrentando as dificuldades de ficar parado por uma séria contusão pelo período de 6 meses e hoje estar de volta as quadras fazendo aquilo que sabe, jogar futsal.




Leonardo Roesler, o jovem empreendedor esportista que luta em prol da manutenção do esporte de alto rendimento em Joinville. O basquete de Joinville se tornou vencedor graças ao seu empenho e de seus parceiros.




Lima, o artilheiro solitário, que no auge do silêncio os gritos ecoaram da torcida, uns lhe culpando, outros lhe apoiando. Mas manteve-se sereno e hoje já se tornou o maior artilheiro do JEC, superando o idólo Nardela.








João Carlos Romano, o obstinado, vinte e quatro horas em busca da perfeição, tanto sua como preparador físico, como de seus atletas. E, não à toa, é considerado uma unanimidade no seu ramo entre os seus.









Vander Carioca, o artilehiro das massas, sempre em busca da vitória, custe o que custar, até a última gota de suor.


 
Muito obrigada a todos do Chuva Ácida, os que estão no blog hoje como colaboradores e aqueles que já passaram por aqui, a todos que gentilmente cederam do seu tempo para conceder uma entrevista a mim como "metida" da área e principalmente aos leitores.


As imagens mais lindas que seus olhos já viram


POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Há algumas semanas levei minha mãe para conhecer os famosos campos de canola aqui na região sul da Suécia. Eles florescem final de maio ou início de junho e ficam amarelinhos por pouco tempo, é preciso ser rápido. 
Ao chegarmos, disse à ela que essa era umas das visões mais lindas que eu já tive na vida. Verdade, a paisagem fica impressionante, acho lindo demais, breathtaking. Quando disse isso, meu marido respondeu que achava bonito mas que talvez não chegasse ao seu top 5. A conversa nos fez pensar nas 5 visões mais lindas que nossos olhos teriam visto e a brincadeira rendeu. 

Convido os leitores a fazerem o mesmo exercício e compartilharem conosco as maiores belezas que seus olhos já viram.
É claro que é tudo muito subjetivo, envolve opinião pessoal, sentimento, prioridades, enfim.
É divertido saber o que outras pessoas consideram breathtaking e quem sabe colocar na bucket list.

E aí vai meu top 5:

1. O rosto da minha filha no momento do seu nascimento:

No Da. Helena em março de 2010

2. As cataratas do Iguaçu:

No verão de 2006. Orgulho nacional.

3. Os campos de canola na Suécia:

Maio de 2013 em Helsingborg.

4. Os parques de Paris:
Setembro de 2010. Não tinha muitas fotos dos parques, mas está tudo na memória...
5. O Coliseu:
E todas as ruínas da Roma Imperial. Impressionante.
E agora? Você conseguiria listar rapidamente seu top 5?
Estou curiosa!