Jordi Castan
Depois de uns dias de férias, volto a Joinville. Feita uma leitura rápida de como reencontrei a vila, constato que pouco mudou. Vejamos:
- Há no governo, em todos os níveis, a certeza que "eles" estão certos e todos os "outros" estão errados. Este tipo de "autismo" se origina no líder do executivo e se espalha como um cancro a todos os níveis, os resultados até agora tem sido devastadores.
- A obra da Santos Dumont se apequena a cada dia. O que era
para ser uma duplicação está ficando mais para um remendo, com direito a binário,
recapada e um alargamento. Ah! Outro ponto importante é que tampouco será concluída
no prazo previsto. No que se diga de passo já tem se convertido em rotina.
- O Secretário da Fazenda informou, em entrevista ao jornal
local, que enfrenta dificuldades para pagar as contas em dia. O discurso que
não faltava dinheiro e que o problema de Joinville é ou era de gestão se
esfarela como um punhado de sal em dia de chuva. Os problemas econômicos não
podem ser usados como escusa. As ideias são de graça, saber aproveitá-las é a
saída. O bom senso diz que além de gestão estariam faltando também ideias. A
administração municipal é um deserto ermo em que a criatividade e a iniciativa
foram completamente extintas.
- A ideia de que os funcionários públicos municipais
trabalhem em jornada completa voltou à pauta. Uma iniciativa louvável que, lamentavelmente, não
tem a menor possibilidade de prosperar. Alguém poderia perguntar o que o joinvilense acha? Seria interessante ouvir como o contribuinte, que paga os salários, opina. A administração pública fica à
margem de seguir quaisquer critérios razoáveis de produtividade, eficiência e
economicidade.
- Sem chance que algum órgão da administração municipal seja certificado com alguma norma técnica internacional. Alguém imaginou um IPPUJ sendo certificado com uma norma ISO? E imaginar que nesta gestão presenciaríamos um choque de transparência, eficiência e de boa gestão. Ou seja, é uma utopia que algum órgão público municipal possa
ser avaliado pelo cidadão contribuinte por critérios objetivos de excelência. O choque de gestão foi só um espasmo curto e intenso, que durou o
tempo do discurso de posse. A gestão acabara sem muito de que lembrar, sem nenhuma marca importante.
- Parques? Mais verde? Mais lazer? Nem rastro.
- Surgem denúncias sobre a existência de um “mensalinho” na
Câmara de vereadores. Entre os nomes citados há quem tem mostrado
recalcitrância em flertar com o lado escuro da moral. O risco de que haja mais
envolvidos não é pequeno e denúncias anônimas recentes passam a fazer mais
sentido e ganham credibilidade.
- Apareceram as primeiras emendas a LOT e em breve devem ser
divulgados os nomes dos maiores beneficiados com as mudanças de zoneamento que
o prefeito defende com tanto afinco. Não seria surpresa se alguns nomes muito
conhecidos surgissem entre os proprietários de áreas rurais que teriam o seu
valor decuplicado em questão de meses.
- A ouvidoria segue sem entender que o seu papel é ouvir e
defender o cidadão e não a administração pública. As respostas que a ouvidoria
tem dado e que pipocam nas redes sociais provam que todos os problemas de
Joinville são culpa dos joinvilenses que insistem em não entender a maravilhosa
administração que tem. Em tempo: não há administrador ou comissionado que não se
deixe picar pela mosca do poder. A perda do contato com a realidade é uma
doença comum entre quem durante um tempo confunde “ser” com “estar”.
- A ponte que seria a grande obra desta administração sumiu
do discurso, assim como tantas outras promessas eleitorais das que não se tem
mais constância.
- Um ataque de lagartas cancelou a “Joinville em Movimento”.
A administração municipal vencida por um punhado de futuras borboletas. Alias é bom lembrar que lagartas, embiras e borboletas são comuns em primavera.
- A primavera se apresenta linda e cheia de cor.
- A primavera se apresenta linda e cheia de cor.