POR ET BARTHES
A palavra ditadura voltou a estar em foco, com os documentos da CIA, revelados na semana passada. É um momento interessante para voltar a falar no tema censura, uma marca forte dos regimes autoritários. Toda censura é burra. Todo censor é um borra-botas. Os caras são tão idiotas que acabam sempre por entrar para a anedotário das sociedades.
Há exemplos eme todos os tempos. Quando Karl Marx foi diretor do “Rheinische Zeitung”, o jornal tinha um censor fixo. Era um policial chamado Laurenz Dolleschall. Um dia o homem proibiu um anúncio da “Divina Comédia”, de Dante Alighiere. A razão? No entender do sujeito, uma coisa que é divina nada pode ter a ver com comédia.
No Brasil, até uma música romântica do cantor Waldick Soriano foi censurada. Por quê? Porque o nome era “Tortura de Amor”. O censor pensou, muito cartesianamente: “se fala em tortura, a música é subversiva”. Ok... ouvir Waldick Soriano pode ser uma tortura para muita gente, mas o homem nem se interessava muito por política.
Um dos preferidos da censura sempre foi Chico Buarque. O problema é que o compositor é um homem inteligente e os censores são sempre tontos. O caso mais clássico de drible nos censores talvez tenha sido a música “Cálice”. Os caras não perceberam a mensagem “cale-se”. É o exemplo pronto e acabado da vitória da inteligência sobre a mediocridade.
Chico Buarque chegou a suar o pseudônimo Julinho da Adelaide para aprovar as suas músicas. Um dos seus trabalhos mais interessantes é “Jorge Maravilha”, que entrou para a história por ter uma letra dedicada a Amália Lucy, filha do então presidente Ernesto Geisel. Tudo por causa da frase “ você não gosta de mim, mas a sua filha gosta”.
É um daqueles casos em que a versão é mais divertida que a realidade. Porque o próprio Chico Buarque esclareceu os fatos e disse que era apenas boato. “Aconteceu de eu ser detido por agentes de segurança (do Dops), e no elevador o cara pedir autógrafo para a filha dele. Claro que não era o delegado, mas aquele contínuo de delegado”, esclareceu.
Ouça a música. No fim ele faz um comentário sobre a filha do ditador.
Ouça a música. No fim ele faz um comentário sobre a filha do ditador.
Concordo!
ResponderExcluirToda censura é burra, mas o boicote, não! O último é legítimo.
Em tempo, espero que o pseudônimo não seja usado por alguns autores do CA que gostam de usar o expediente da censura.
Boicote já!
Excluir"Toda censura é burra. Todo censor é um borra-botas."
ResponderExcluirLendo este trecho, logo lembrei do Baço que censurou todos os comentários ao seu texto do dia 10 de abril: "Odiar Lula. E odiar, odiar, odiar..."
O "Pacheco" do Chuva Ácida é um censor?
Ah... o amor pela minha pessoa. Tão bonito de ver...
ExcluirClaro! Aonde posso ler bobajadas, logo pela manhã, que divertem o meu dia? Sou teu fã cara!... KKKKK
ResponderExcluirVolte sempre. O seu click é importante para nós.
ExcluirApesar de Você me parece o melhor drible na censura. "Todo esse amor reprimido, esse grito contido, esse samba no escuro". Como vai proibir quando o galo insistir em cantar?. Tinha que ser muito tanso pra não ver que Apesar de você amanhã há de ser outro dia...
ResponderExcluirMas ela esteve proibida no governo do Garrastazu. Só depois, como o Geisel, foi liberada. E mesmo assim...
ExcluirFoi proibida tempo depois de lançada, reza a lenda que pegaram um grupo "subversivo" ouvindo a musica e só então se tocaram
ExcluirFado tropical também é ótimo exemplo. Ah essa terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal. Não se tocaram que o fascismo dominava Portugal.
ResponderExcluirTenho a versão onde a frase "apesar da sífilis, é claro", dita pelo Ruy Guerra, foi suprimida por um "pi".
ExcluirEsse Chico Buarque é um baita de um chato. Pelamordedeus!
ResponderExcluirÉ a cara da esquerda caquética, o cabeça da máfia do dendê, a face do retrocesso, o que ainda ganha dinheiro com as músicas-merda da época contra a ditadura que ele tenta resgatar.
Eis a estocada final. Depois deste comentário, a carreira do Chico Buarque acabou.
Excluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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