terça-feira, 20 de março de 2018

Direitos humanos só defendem bandidos? Brucutus acham que sim

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Imagine um símbolo da estupidez humana. Se pensou na imagem publicada no fim deste texto, acertou em cheio. O tacape com a inscrição “direitos humanos” é, muito certamente, um dos maiores símbolos da imbecilidade que campeia por aí. Aliás, o uso da palavra tacape é proposital: a intenção é fazer uma remissão para a figura do “brucutu”, gente que ainda vive nas cavernas. Fica a pergunta: de onde surgiu a ideia de que os direitos humanos servem apenas para defender bandidos?

A intenção não é lançar debates, fazer historiografia ou tentar explicar a questão dos direitos humanos. Há muita gente a fazer isso, infelizmente com poucos resultados. Interessa aqui analisar como o inconsciente social é afetado pelo mito - no sentido barthesiano, entendido como distorção da realidade. Afinal, essa realidade distorcida afeta a quem? Correndo o risco de simplificar demais, é fácil afirmar que é o tal cidadão de bem.

Qual é o perfil desse cidadão de bem? Em termos políticos, é o reacionário. Em termos culturais, é o ignorante. Em termos comportamentais, é o brucutu. A lógica dessa gente é nefasta. Dizem que os direitos humanos só servem para defender bandidos. E quem são os bandidos? No plano mental dessa gente, quase sempre negros, favelados, marginalizados. Ou seja, é uma questão de racismo, de apartheid social, de ódio de classe.

E como essa gente expressa o seu ideário? Pela poupança de neurônios. O mito é uma falsificação da realidade que obriga a evitar qualquer esforço mental. Nada que implique estudar, pesquisar ou debater é aceitável. O mito é simplificador. Vive de frases feitas. De clichês. De símbolos (como o tacape). Por quê? Porque é muito fácil entender e reproduzir a mensagem. Para um brucutu, nada é mais odiável do que pensar.

Há um pano de fundo. O brucutu é, antes de tudo, um odiador. É o portador de um sentimento vingativo, punitivista, atrabiliário. A negação dos direitos humanos é apenas a expressão do desejo de punir o outro. Enfim, são pessoas de mente tão grosseira que toda a compreensão dos direitos humanos cabe num porrete.



22 comentários:

  1. Olha, eu nem vou perder o meu tempo discutindo com alguém que aponta o dedo de cima do seu pedestal da moral. Mas é bem isso mesmo, Baço, na sua cabecinha esquerdista super sagaz os defensores dos direitos dos manos servem para defender o “diminor, negro, pobre e favelado” que mete um tiro na cara de uma gravida por diversão, afinal eles são sempre vítimas da sociedade capitalista opressora...

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    1. Vou analisar o anônimo no esquema passo-a-passo pra ser bem didático e ver quem realmente está errado.

      Frase 1: Olha, eu nem vou perder o meu tempo discutindo com alguém que aponta o dedo de cima do seu pedestal da moral.
      Se considerar que debater é perda de tempo, isso diz mais sobre quem assim o considera do que sobre o redator. Gostaria de saber qual foi a moral apontado pelo Baço no texto. Ele somente apontou o desrespeito aos direitos humanos representado pela figura da imagem. Qualquer moral aqui é baseada na Declaração Universal dos Direitos Humanos (que o Brasil assinou). Sugiro a leitura do texto e veja se discorda de algo lá.

      Frase2: Mas é bem isso mesmo, Baço, na sua cabecinha esquerdista super sagaz os defensores dos direitos dos manos servem para defender o “diminor, negro, pobre e favelado” que mete um tiro na cara de uma gravida por diversão, afinal eles são sempre vítimas da sociedade capitalista opressora...
      Aqui vemos que o Anônimo partiu para a rotulagem e isso nada acrescenta ao debate. É apenas uma visão de mundo que faz com que ele não aceite o argumento do outro simplesmente porque pensa diferente do Baço. Isso é uma total falta de empatia, travestida de falso moralismo.
      Achei de um estereótipo incrível a questão do "dimenor, negro, pobre, favelado". Pensa em como a vida desse infeliz é sofrida e a sua é bem melhor. Lógico que isso não dá a ninguém o direito de agir como quiser. A questão está antes disso. Como fazer para que esse "dimenor" não seja favelado e pobre? Onde estavam os direitos humanos antes dele tomar a ação por "diversão"? É aqui que devem estar os direitos humanos. Quando os 'direitos humanos' aparecem pra "salvar" um bandido, é porque a sociedade já está errada faz tempo.
      E sim.. foi a sociedade capitalista opressora que fez existir pobres e favelados e assim quer que eles permaneçam. Esse sistema movimento muita grana e tem muita gente interessada em manter isso aí.

      Não consigo ser mais didático que isso. Espero que você esteja ciente de seu comportamento. É o status quo que nos mantém nessa sociedade violenta. Que tal uma mudança?

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    2. Textão só no feice, Zorak.
      Nem li.

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  2. Acho que os Direitos Humanos não defendem apenas bandidos!... mas quando é pra defender pessoas de bem, onde a notícia não "vende jornal",... bate aquela preguiciiiiiiiinha!

    Se a Carmen Lucia ceder as pressões, veremos alguns ministros do STF super engajados em proteger outros bandidos!

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    1. Não é o que discuto no texto. O meu tema é a ignorância... mas não vai entender, claro.

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  3. É como diz a frase: acho perfeitamente normal jumentos serem contra os direitos humanos.

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  4. Usa e abusa de clichês tipo, "direito dos manos" e"dimenor", já sei q é retardado.

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  5. Quando um policial é assasinado em serviço, não vejo os direitos humanos dar apoio à família dele. Então, respondendo a sua pergunta, sim, no Brasil os direitos humanos só defendem bandidos.

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    1. Não vês porque não queres ver. O problema é teu...

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    2. Parafraseando o grande Julinho da Van: aí já é um problema mental seu. Mas como eu gosto de fazer anônimo passar vergonha, toma aí:

      https://oglobo.globo.com/rio/grupo-criado-para-auxiliar-familiares-de-policiais-mortos-no-rio-20821710

      https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/alerj-e-pm-farao-trabalho-conjunto-para-atender-parentes-de-policiais-mortos.ghtml

      https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/mae-de-policial-assassinado-relembra-ajuda-de-marielle-franco-no-caso-foi-imbativel.ghtml

      https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/03/5523054-direitos-de-policiais-tambem-foi-luta-de-marielle-franco.html#foto=1

      http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/03/coronel-da-pm-do-rio-homenageia-marielle-franco

      O texto original:
      https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=776307825901140&id=100005657881748&pnref=story

      E isso é só no Rio. Há exemplos em todos os estados e em todas as cidades, e eu poderia perfilá-los aqui. Não vou, porque quem tem de lidar com seu problema mental é você mesmo.

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    3. Quantas vezes esse anônimo foi apoiar a família de um policial morto em serviço?

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    4. "Não vi os direitos humanos...blábláblá". " no Brasil os direitos humanos só blábláblá". Falei q o sujeito é retardado. Esse daí não consegue comer uma banana e andar ao mesmo tempo.

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  6. Primeira a esquerda, sempre com a mesma história. Vcs não cansam disso! Da retórica de se fazer sempre do lado do bem.
    Segundo: não acho que bandido bom é bandido morto. E muito menos que a justiça não passe de vingança e que não faça parte de uma super estrutura de poder, mas que é necessária para que o ressentimento não sai do controle e sociedade se transforme num caos.
    Mas o fato que não é mito no Brasil é a impunidade. Fato sim que contribui para o que vc chama de estupidez. Sendo que quem mais propaga esse pensamento é a população mais pobre vitima dessa desigualdade que se sente desprotegida e começa a perceber o direitos humanos como retórica.
    E terceiro quando a esquerda tinha oportunidade de cortar na carne se fez de vítima.

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    1. O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo e uma das polícias que mais mata. É preciso ser muito desinformado pra continuar reproduzindo essa estultice de que o Brasil é o país da impunidade.

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  7. Esse dado absoluto serve muito para retórica da esquerda. Mas para a quinta maior população no mundo, um número absoluto não serve. Em números per capita perdemos para paraíso na terra chamado cuba por exemplo.
    Vejamos os casos de assassinatos não resolvidos, vossa amiga do CA postou um artigo sobre estupro falando da não resolução dos casos? Ela esta mentindo?

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    1. Não são números absolutos, mas a população carcerária tomada por 100 mil habitantes. São 726 mil presos, cerca de 353 por 100 mil habitantes. Perdemos para os Estados Unidos e China.

      Essa informação está disponível na internet, aliás. Então, por favor, pare de falar merda.

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  8. http://www.prisonstudies.org/highest-to-lowest/prison_population_rate?field_region_taxonomy_tid=All
    Confere lá. E veja que legal tamos coladinhos com Uruguai que liberou a maconha.

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    1. Fabio, você está certo, eu estou errado: o Brasil é a terceira população em número absolutos, não relativos. Desculpe o equívoco, e obrigado pelo link e a correção.

      No mais, e nisso seguimos discordando: 726 mil presos (os números da WPB, referentes a 2016, estão defasados um ano em relação aos dados do DEPEN), não é apenas "retórica da esquerda".

      É um absurdo, um equívoco e, nem de longe, transforma o Brasil no tal "país da impunidade" a que você se refere.

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  9. OK. Mas mudando de assunto sobre odiadores, acho problemático apontar o dedo. Pois para mim o ódio é uma coisa tão corriqueira, tão presente em nós e no cotidiano a tal ponto que somos obnubilados para o amor. A percepção do seu contrário frente a banalidade do mal é quase uma viseira totalmente escura. O amor passa desapercebido para nós a maioria do tempo, e ele não esta em coisas grandes, em grandes obras, em grandes discursos. Ele é uma coisa pequena quase invisível. Nelson Rodrigues conta que quando criança, ele pegou piolho. E ele ficou com muita vergonha de ter pego piolho. aconteceu que uma criança mulata,como ele descreve, falou pra ele: - esquece, eu também tenho.
    Nesse pequeno ato de revelar uma miséria, para consolar o outro. Ele viu um ato de generosidade.

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  10. Recado para os canalhas que se escondem atrás do anonimato para difamar a Vereadora Marielle Franco.

    'Marielle defendia muito mais nossos policiais do que nós fomos capazes de compreendê-lo e de fazê-lo” Robson Rodrigues - Coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro

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  11. Mais um exemplo da coragem de Marielle que deveria servir de exemplo aos ratos que se escondem atrás do anonimato. Cambada de frouxos.

    “A Marielle tinha um interesse muito grande por segurança pública, mas não temia por sua própria vida.” Coronel Ibis Pereira - ex-chefe de gabinete da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

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