segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A mulher negra e a luta feminista


POR NATÁLIA PONCIANO

Mais uma celebração semanal da Consciência Negra, na tentativa de permitir espaço, conscientização, e manifestação da nossa história. Críticas que ridicularizam este evento são constantes, depoimentos de ódio pela promoção de uma semana que visa o freio da discriminação racial que nos persegue até hoje.

Nosso país carrega nas costas uma dívida histórica com a população negra, esta dívida que reflete no cotidiano da nossa gente. Condutas provam que o país não cessou o racismo e não cessará até que tenhamos o espaço adequado, através da luta diária para, quem sabe, alcançarmos, um dia, o equilíbrio, a igualdade de direitos sem distinção, a consciência.

Importante ressaltar: a posição de ser mulher e negra no que diz respeito à invasão sexual,
à 
condição profissional e ao estereótipo. As curvas acentuadas do corpo, o cabelo crespo, a boca carnuda, os seios fartos são traços da beleza negra, onde não implicam transformar determinadas condições para saciar os desejos e curiosidades do homem, transformado-a apenas em um objeto para satisfazer o prazer e humilhando-a cada vez mais  no contexto da sociedade, por isso é importante discutir a Consciência Negra sempre vinculada à luta feminista.

A mulher negra também deseja (como de fato merece) ocupar o espaço que é seu por direito, sendo respeitada por seu intelectual e sua condição de ser humano, como outros inúmeros fatores.

No quesito profissional ser mulher e negra, a luta pela conquista de reconhecimento duplica, se não é que triplica, são puramente resquícios das mágoas deixadas pelo sistema escravista.

Os reflexos são fortes, ataques agressivos aos centros de religião africana, desrespeito constante as tradições da população negra. Na fala corriqueira a atribuição da cor preta como sinônimo de ruim, negativo. São estes comportamentos que a Consciência Negra visa reparar, visa dialogar, a fim de que possamos repensar conceitos de igualdade, permitindo e conquistando uma sociedade mais justa e humanitária em relação aos nossos direitos.

Respeito.

Um comentário:

  1. Acompanho este blog desde o primeiro dia, e fico bem feliz de ver essa série de posts sobre a Consciência Negra, especialmente escritos por mulheres. É fundamental discutir o racismo e todas as formas de opressão a que especialmente as mulheres negras estão sujeitas.

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