POR JORDI CASTAN
E mais. Na medida em que se aproxima o período eleitoral e que as obras seguem sem aparecer, é bom manter um orçamento generoso para publicidade. Uma boa parte do eleitorado gosta de acreditar nas mentiras que os políticos contam e quanto pior o resultado maiores os embustes.
Olhar os números de Joinville é mergulhar num mundo confuso, em que os valores nunca fecham, porque as informações são apresentadas de acordo com o interesse do administrador de plantão. E, na maioria dos casos, não só não fecham como não são verdadeiros. De fato, são o resultado da fantasia dos gestores e da amnésia da população, que não lembra ou não quer lembrar.
Um dos temas em pauta esta semana é a falta de dinheiro para algumas prioridades e a abundância de recursos para outras. Manter a verba de comunicação polpuda a qualquer custo é o desafio. O eleitor é surpreendido tanto pelo que não é divulgado pela imprensa local como pelas informações fantasiosas que, na forma de publicidade paga, de releases de imprensa ou de notas de assessoria, enchem páginas na imprensa local e minutos de rádio e televisão.
Para ter uma noção de quanto representa essa verba alguns dados comparativos. Os R$ 19,5 milhões previstos no orçamento para a SECOM (Secretaria de Comunicação) equivalem a quase três vezes o orçamento da Fundação Municipal 25 de Julho; são o dobro do da Procuradoria e o triplo do que custa o IPPUJ. A Secretaria da Habitação recebe 10 milhões, quase metade da SECOM.
Estatísticas são indecifráveis para o leitor médio de jornal e encriptadas para a maioria de telespectadores ou radiouvintes locais. Um exemplo: alguém arrisca a dizer qual o percentual de residências que ja tem saneamento básico! Em Joinville? Se acreditarmos nos números divulgados na gestão Carlito Merss, Joinville ja estaria hoje com a maioria da área urbana atendida. Mas os números mudavam com tanta frequência e era impossível ter qualquer tipo de informação veraz.
Um dia o presidente da Aguas de Joinville anunciava que a cobertura da rede de saneamento básico correspondia a 24% da área da cidade, dois dias depois o número miraculosamente aumentava para 28% ou 32%. Na semana seguinte, o diretor técnico poderia informar que os quilômetros de tubulação enterrados em Joinville equivaleriam a distancia entre Joinville e Vladivostok, dando uma voltinha pelo deserto de Gobi. Uma semana depois a assessoria de comunicação assegurava que 36% das unidades consumidoras estavam atendidas pela rede de saneamento básico.
Nos estertores do governo, os dados oscilavam diariamente, quase como a cotação do dólar em época de incerteza econômica. Agora a propaganda da CAJ (Companhia Aguas de Joinville) divulga que as casas atendidos passaram de 33 mil, em 2013, para 64 mil, em 2015. E inova ao projetar que os domicílios de Joinville com saneamento básico em 2018 serão 94 mil. Agora a moda é praticar o exercício da futurologia. Como se esta administração tivesse credibilidade para lançar-se a uma empreitada como esta. A impressão é que as coisas são feitas no achismo.
Vai acabar essa gestón e o Udo não vai ter coragem de acabar com o Ippuj, e isto era uma vontade dele de acordo com secretários próximos... além de tudo é medroso.
ResponderExcluir"Vou me atrever a fazer uma aposta: aposto um prato de chucrute a que acaba esta gestão e o IPPUJ não terá se mudado a sede da antiga prefeitura na rua Max Colin".
ResponderExcluir" Agora a moda é praticar o exercício da futurologia".
Ja escrevi que agora era moda....mas fazer uma aposta não é a mesma coisa que fazer um exercicio de futurologia.
ExcluirEsta Joinville que você fala é muito pior do que a Joinville onde vivo.
ResponderExcluirTemos percepções diferentes da mesma cidade.
ExcluirComo se vê nos comentários, a cidade está em frangalhos, mas ainda tem gente que acha que o menos pior atende as suas expectativas. Ou seja, mesmo que esteja tudo uma grande merda para a imensa maioria, há quem se contente, ou quem fatura em cima...
ResponderExcluirTroca "a cidade" por "o país" e a indignação só aumenta.
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