quarta-feira, 13 de maio de 2015

Um novo tempo, quem sabe...

POR FELIPE SILVEIRA

Luiz Henrique da Silveira apelou quando recorreu a Udo Döhler para ganhar a prefeitura de Joinville. Empresário, alemão, gestor de hospital, santo etc. A nova tentativa não deveria falhar, em contraposição à experiência de quatro anos antes, quando apostou as fichas no “forasteiro” Mauro Mariani.

Esse é apenas um pequeno exemplo da influência de LHS no cenário político local, que, com a morte do senador, passa a ter uma nova configuração e um novo modus operandi, já que o principal articulador não está mais entre nós.

Udo Döhler, como um Muricy Ramalho de olhos azuis, deve apostar no trabalho de sua equipe para mais quatro anos. E, junto com a máquina de propaganda, a qual apenas o capital detém a chave, deve conseguir. Kennedy Nunes deve mobilizar sua pequena máquina local para tentar o trono da Hermann Lepper. Vai incomodar. O PT junta os cacos em âmbito municipal. Parece ter desaparecido após 2012. Talvez seja reflexo do trauma somado à crise de identidade do partido nacionalmente. Sobre isso, cabe observar o posicionamento dos vereadores da sigla na atual legislatura.


E a população?

O que interessa nisso tudo é como fica a população joinvilense, observando a disputa e esperando pra ver quem vai ficar com o chicote na mão.

Vivemos um novo momento no mundo, de super-exploração no campo do trabalho, de violência no campo social, de retrocesso no campo político. Como reação a tudo isso, levantes acontecem mundo afora e inclusive aqui. No entanto, parecem ser engolidos pelo dia a dia, pela necessidade de sobrevivência e de vivência de cada um de nós.

Mas até quando os trabalhadores e estudantes de Joinville vão deixar seu mirrado salário no aluguel, na passagem do transporte coletivo, na mensalidade da faculdade? Até quando vão comer poeira nos bairros de ruas não asfaltadas? Até quando vão ver seus parentes sofrer nos corredores dos hospitais e nas filas dos postinhos? Até quando vão se contentar com as frases de efeito de empresários e comunicadores, que vendem uma Joinville planejada, mas não dizem para quem?


Novo ciclo

A morte de LHS representa o fim de um ciclo, certamente. Talvez ele representasse a política de outra época, embora estivesse à frente de muitos jovens no campo estratégico. A nova etapa da política local dá a impressão de um “cada um por si” na política eleitoral e tradicional da cidade.

Mas talvez seja justamente este momento de “fragilidade” do capital local que nos possibilite impor outros valores ao debate político. Com levantes nos bairros, nas escolas, nas fábricas e nas ruas é possível estabelecer outra relação.

Talvez não consigamos nada. Mas é preciso sonhar. E realizar.

7 comentários:

  1. Pois é, Carlito Merss tem olhos escuros. O problema dos governantes joinvillenses deve ser essa característica física – ter olhos claros. Aproveitando o fato do principal articulador político não estar mais entre nós, porque não aparece um cara negro de olhos pretos para pleitear o governo de Joinville, ou um índio, um asiático, conheço alguns que se destacam na política. O Celso Pitta era negro e governou São Paulo, Marta Suplicy é mulher e chegou a desempenhar a mesma função. Apareça alguém então que não tenha “olhos azuis”. Para corroborar ainda mais com a tese dos “olhos claros” tem a Dilma, mulher de olhos escuros, que vem governando o país com sapiência e transparência, transformando o país na maravilha que temos hoje.

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  2. Foram para o cemitério as chances de Udo se reeleger ano que vem ,Colombo pode aproveitar e acabar com as famigeradas SDR's.
    Nada contra o ser humano Luiz Henrique ,mas como politico ele era um atraso p/ Joinville ,ele era o verdadeiro politico profissional.

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    1. Rogério, Perfeito.

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    2. Acho que você deveria levantar o que o político Luiz Henrique fez por Joinville, principalmente na gestão dele, antes de afirmar que ele foi um atraso.
      Atrasos, posso lhe garantir, foram o último (de Carlito Merss) e esse governo do Udo.

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  3. Já votei no melhor e deu merda. agora voto na merda pra ver se dar algo melhor.

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